Soneto 12

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CLAUSTRO

No silêncio do claustro solitário
Do vazio acerado desta morada
Numa vastidão da noite calada
Sombria aflição urde o cenário

Nele vagueio, e levo vergastada
Da tristura, desfiada num rosário
De lágrimas, sem um destinatário
Em cinzas de uma época passada

Na cíclica ladainha do fado vário
Aí, rezada em oração desfilada
Os ás da solidão do proprietário

E pelo claustro, a lacuna é criada
Em saudades, ausente no sacrário
Silenciado em uma muda fachada

Luciano Spagnol
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

09/07/2018

A fauna do bem tem que ir além;
Além do que imagina nossa vã filosofia.
Nutrida à problemas e dificuldades num eterno vai e vem;
Causando transtornos e gerando utopia.

Chorar não resolve, brandir a espada é exagero;
Povo que grita unido jamais será calado.
Largue a espada, exerça os direitos com clareza e esmero;
Que o os próprios atos jamais ficarão de lado.

Direito é um bem tão antigo quanto a humanidade;
E só se nega onde prolifera mente promiscua.
Coisa de terra regada à temor, bandalheira e falcatrua!

Mãos hão de se unirem na garantia de lei maior e igualdade;
Onde direitos se instalam à bem do clamor e da verdade.
Para o felicidade do povo e plenitude geral da nação!

Bom dia anjo de amor....
Dia de alegria e semana de muitas emoções positivas, realizadoras.... inenarráveis!

Inserida por Annnttonious13

Deitado Numa Nuvem
Edson Cerqueira Felix
08/02/2019 13:03
Para a Amiga Lídia

Voei com os ventos do céu
O seu desprezo foi sim, algo tão cruel
Eu só queria um pouco
Não, na verdade não
Eu queria era todo teu mel
E foi você que me levou ao céu

Inserida por felixedsoncerqueira

Doce recato

É desafiador seu recato
Para esse pobre rapaz
ingênuo e insensato
Que nunca sabe o que faz

Desafiador, de fato
D'um jeito que tira a paz
Quando sinto pelo olfato
O cheiro bom que tu traz

Me pede, que te acato
De um jeitinho fugaz
Através de um simples ato

Me vendo por bem barato
Assim, me satisfaz
Com o teu doce palato.

Inserida por altairqueiroz

POR DO SOL

Essa luz, que brilha e me ilumina
de sedo, meio dia e ao por do sol
me assina essa sina é a mina rima
minha esperança, meu alvo farol.

Pinta as cores de todos meus dias
e as flores do meu verde jardim
espanta a minha sombra e agonia
e acalanta, essa tristeza em mim...

Meu por do sol, oh meu plainar!
Aconchego dos sonhos meus
amanhã, traga-me o meu amar.

Volte meu rei sol, com minha luz
me faça feliz, sorrir e cantar
não deixe, apendicular meu chorar.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

A Maria, jardineira das flores do próprio túmulo.

Co'a lata na cabeça parte a moça,
(na estrada triste e torta ela se some)
que tem ela, Maria, senão força?
que tem ela, Maria se não nome?

A lata bate forte e se encerra
Um tambor ruge vulto no estombo
Mal se difere a moça e a terra.
Se entortece Maria e o seu lombo.

Enquanto pinga gota da lata
e gota até do corpo dela,
No chão vasto pisado nascem flores

Quando a noite cai co'a lua prata
E a morte desce rude em sentinela
morrem latas, Marias e amores.

Inserida por mariofrs

SONATA DE OUTONO

Versos de folhas caídas
Circuito de vida, na vida
Folhas mortas, já vencidas
Num balé de vinda e ida

Vão ao chão, são paridas
Trilha de ilusão descida
Na melancolia, ouvidas
Numa inevitável corrida

Do fado, no seu instante
Duma outrora agonizante
Em apelos da mocidade

De tão veloz, e vai avante
No seu horizonte gigante
Os outonos e a saudade...

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2018, 13 de março
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

⁠Um amor que não existe

Amor maior que o meu não existe
Pois não me deixa esquecer de você
Quando a noite chega fico triste
Pois você não existe.

E se a saudade bater forte
É o coração que se apaixonou
Me resta apenas a morte
Se você nunca me amou

Um amor louco, machuca!
Machuca, não apenas o corpo
Mas deixa a mente louca.

Constante fiel, és meu amor
Te quero, sem medida
Na minha vida, por favor.

Alexandre C.
Poeta de Libra

Inserida por poetadelibra

Aware

Não sei como explicar,
E talvez nem preciso,
Todos podem ver isso.
Meus olhos brilham ao te encontrar.

E nem de longe consigo disfarçar.
Que toda tarde te espero
Que em cada abraço eu te quero
Mais e mais e sinto o tempo parar.

Me atraso pra te esperar
Crio mil pretextos: café, pastel, gatos...
Só pra te ver chegar.

E para estar sempre contigo,
Te transformei em poema
E pra aonde eu for te levarei comigo.

Inserida por JEduardoSoaresA

Angustiado coração
Ainda sinto o cheiro
O toque, o beijo
Embriagado de paixão
Latente desejo
Melodia de arpejo
Dependente compulsão
Lascivo e imoderado
Anseia o ser amado
Sestrosa condição
Noite fria
Cama vazia
Enfim sós, melancolia.

Inserida por Janinekussler

⁠Desse jeito é meu jeito

Eu fico aqui só no meu mundo
Você pode entrar nele se quiser
Pode até tentar me compreender
E não me ver como um ser absurdo

Sou autista sim e sou assim
Deus cuida de você e de mim
Me respeita e me queira bem
Eu sou gente e sinto também

Nós somos todos diferentes
Eu sou de tal forma ausente
Até mesmo sou um distante

Mas, me acolhe que existo
Tenho sim esse meu jeito
Mas mereço amor e respeito

Inserida por marialu_t_snishimura

⁠Nos jovens sonhos meus

Nos jovens sonhos meus, ideada prosa
Parecia, que, a poética jubilosa, agora
Perdida no outrora, seria mais, embora
Fantasiosa, sempre foi muito charmosa
Amorosa, de uma poética tão carinhosa
Com emocional verso do coração afora
Sussurrava com a escrita que ri e chora
Cântico sentido, e uma ilusão orvalhosa

Todavia, já madura a poesia, irrequieta
Completa o vão da emoção e o desafia
Suspira, recria, mesmo triste que seja
E segui, devaneia, tem reserva secreta
Tão cheio de sentimento e de cortesia
Que vive a sonhar onde o amor esteja.

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
02 junho 2024, 08’27” – cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

"Alguns sonetos não aceitam remendos — e, de toda forma, os que aceitam assumem-se lixo"
(trecho de "O Conde de Santo Amaro")

Inserida por mfeitosa

A terceira guerra mundial

A terceira guerra mundial
fanfarrou intrépida, quieta
mas o mundo todo em alerta,
sob epidêmica virose fatal!

Pandemia da clausurada panacéia,
se viu enclausurada a economia
instituiu no universo a miséria
e todos ficaram sem companhia!

O pavor nas mídias alertadas
entre bilhões de infectados,
mortes insurgiam encomendadas...

Tudo por ganância e poder
em tubos de ensaios testados,
ameaçadora arma pra morrer!

Inserida por marialu_t_snishimura

⁠Poço

Os arranhões na parede do poço
Mostram como tentou subir um dia,
Não conseguiu pela culpa, embora moço,
Poderia chorar até transbordar, e sairia.

Sucumbe aos delírios da solidão,
Cansado, machucado e um dia caído,
Busca ao longe ajuda, sorriso ou mão
Alguém que lembre que tenha vivido.

E na corda que poderia subir
Resolve apertar o nó do pescoço,
Mas a tristeza não deixa voar e cair.

Transbordando as lágrimas de desgosto,
E os arranhões na culpa do moço,
Mostram a parede, embora no poço.

Inserida por fuadcaetano

⁠NEOWISE
(Dedicatória ao cometa que passa nos céus)

Passei a noite vendo o cometa.
Sentado bem no topo do monte,
olhei para a linha do horizonte,
e vi o Neowise de minha luneta.

Aos dez anos, criança espoleta,
vi o Halley por alguns instantes.
Como eles, somos só visitantes
por tempo certo nesse planeta.

Como era linda a cauda brilhando!
Nem acredito que era só de poeira!
No alto do céu lembro dele voando!

Mas é triste e dói na alma inteira
sentir todo o mundo ir passando...
Tal qual cometa, vida é passageira!

Inserida por RomuloBourbon

A natureza bela, perfeita,
A nos trazer tanta beleza,
a esse mundo em prosas,
Traz o cheiro de rosas.

E lá no alto, no meio das matas
As belas cachoeiras, cascatas
Trazem as belezas dos floridos ipês.
Quem vê, impossível esquecer!

Mas o homem é um ser traiçoeiro
Destrói tudo no universo
Na ganância nunca está satisfeito.

Em meio as aflições, terremotos, maremotos
A lua se mostra e celebrarmos a vida.
O que o ser humano precisa é amor e empatia.

Inserida por mariafrancisca50leit

⁠Noutro dia...

Num verso sentido, na poética, figura
Sussurrado da emoção em um talvez
A saudade que sente a dor sem cura
De outrem. Uma sensação de nudez
Enquanto na prosa ao acaso procura
O otimista verso suspirado, e que fez
Dantes a poesia sem aquela tristura
Incessante agrura e sem ter a rudez

Então, surge a madrugada, ritmada
A ilusão, sobre o chão, desfolhada
Guiando a trova, criando-a especial
Ó esperança de atraente formosura
E, ante ao escrito vazio de aventura
Traz noutro dia, inspiração virginal...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
27 agosto, 2023, 13’26” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠" OLHAR DE "

O que ela está pensando? Não sei, não…
Parece que já tem bem definida
(por conta, em tudo, do que deu-lhe a vida)
a sua mais secreta opinião!...

Mas, esse olhar a parecer perdida
não deixa de expressar-me que ela, então,
compôs, pra si, sua própria conclusão
da qual não me dará qualquer medida.

Como a poesia estende liberdade,
me sinto livre e estou bem à vontade
pra dar aqui, pra tal, minha impressão…

É, todo, o olhar de quem bem gostaria
de que o rapaz se declarasse, um dia,
e lhe cobrisse, inteira, de paixão!

⁠" DESSA MANEIRA "

Quando ela lança o olhar desta maneira
me sinto a própria presa na emboscada
sentido o abate ali, sem escapada,
chegando de surpresa, na cegueira…

É fera, nesse lance, acostumada
a preparar a carne pra fogueira
e se eu vacilo, caio, dou bobeira,
me janta até o raiar da madrugada!

Tem ela, nesse olhar, o seu feitiço
que, ao seu querer, me faz ser submisso
e acabo que desperto em sua cama…

Assim, dessa maneira, o olhar me dado
me põe, a tal desejo seu, atado
até que eu me consuma em sua chama!