Solidão
Ainda ouço longe o toque do amor. Os acordes harmoniosos da sua presença se contradizem com a estupidez da sua ausência. Toda ausência é burra, quando as atitudes não combinam com a vontade. Mas a gente continua buscando o tempo, falando com a solidão, maltratando o coração. E o violão quebra a corda, o piano desafina, a sinfonia perde o ritmo e o maestro se despede; fecham-se as cortinas. O som se cala e o amor chora. Nada mais ouço além do som da partida. Nada mais vejo além de palco vazio, de uma vida sem música.
As bordas da vida
Na direção oposta
A maré e mais forte
Na margem da vida
A vida é mais só
Sem as mesmas marcas
Sem joias do povo
Sem ser igual
Entendi e aceitei
Sou um vivente marginal
_Se ador é infinito
para o qual saboreia
o prazer da vida e da morte
diante instantes que mar se torna tormenta
sendo singular no teu peito
amargura desfreada
sorrateiramente as sombras da alma perdida,
o fluxo da despedida torna se o frio
para o qual se aprofunda em um abismo.
enterrado entre os céus
a dor mais cruel parece um sonho
entre tantas despedidas,
a pura virtude do infortúnio
ao lapso de lembranças tortuosas.
em desejos plenos de solidão...
julgo o preludio de tantas vidas,
na perdição que aflora em templo
exaurido das extremidades
pode se até virtuar o sentimento que morreu.
em meio ao asfalto quente o corpo definha
meramente atroz em um âmbito
de tantas vozes se calam na escuridão,
seja apenas um instante adquerido
no auge ínfimo da tristeza até horizonte
morto mais ainda sussurra entre manto do alvorecer,
sentimento inóspito,
fagulhas de esperanças gotejam
sobre a lapide do algoz mero ser virtuoso,
para tanto um pesadelo...
até que morte nos separe,
mas, te amo... para sempre_
O teu calor
Quem sabe um dia
Seja feito de sorriso
Tantas lágrimas vertidas
De um amor que não se finda...
Se me encanto de magia
Pelo brilho dos teus olhos
Que ilumina o meu dia
Não me venha o anoitecer
Da lua solitária e tão fria
Em solidão que me esvazia.
O tempo passa tão ligeiro
E o amor te faz tão bela,
Não me ausento da espera
Em esperança que te espera
Nesse amor que em mim revela.
Tu és a minha amada ou minha dor
Até que me aqueça o teu calor.
Edney Valentim Araújo
1994 / 1996
Congratule consigo, é mais restaurador está em Paz com o Eu interior, pra nos percebermos uns nos outros.
Afinal, ruim com eles;
Pior sem eles...
Me falaram que a vida não deveria ser entendida e sim vívida, mas não tem sentido viver a vida triste
Como um barco me lanço ao mar.
Mar de amor.
Amor de amar.
Como um barco naufrago nesse mar de solidão.
Mar e tormenta, que em saudades, afoga o meu coração.
Mar salgado
Nas marés tenho te lembrado.
Maré que me traz à boca um gosto amargo.
Mar de águas gélidas em que o meu pensamento se afunda.
Águas que, a minha felicidade, com tristeza inunda.
Perdido, no fundo frio, me encontro na escuridão.
Das fossas, a mais profunda, é certo; a solidão...
O que faço
Quem te pode resistir?
Minha flor mui amada...
Tua fragrância embriaga
Minh’alma apaixonada.
Eu que nunca soube te falar
E nem ao menos te mostrar,
Meu coração arteiro e inquieto
Que não se cansa de te amar...
Eu que tanto tinha a te dizer
E em silêncio me calei,
Num suspiro emudecido
A contemplar tua beleza.
O que faço agora?
Minha razão por ti é emoção
E amor que me entorpece
Não me sai do coração.
Edney Valentim Araújo
1994 / 2019
São somente frases soltas, de uma outra louca, que arriscou tudo, para ser novamente deixada para trás.
Vislumbrou uma vida gigante e a quis.
Mas não soube lidar consigo mesma e suas próprias imperfeições.
A esse amor
Se não existisse a eternidade
Já me valeria apena existir
Só por contemplar o teu sorriso,
O tempo tão ligeiro que se finda
Não me faz te esquecer...
A menininha dos teus olhos
Sabe que te amo
Como dantes no passado te amei...
Não lhe conta dos meus sonhos
Pra não te despertar dos teus.
O tempo por castigo
Não desfez o que senti,
Se tudo passa com o tempo
Não disseram a esse amor...
Edney Valentim Araújo
1994 / 1996
Alma que vaga,
pairar pelo além.
sombras que sussurram,
em lagrimas que desaparecem,
abraços em purpuras lembranças,
relatos que se perdem no ventos,
beijos e lagrimas que secaram,
momentaneamente a esperança...
no algoz impuro sentimento que impera...
surto de instante desaparece num sonho,
alucinações breves até as lagrimas secarem.
A todo momento, todo instante, ocorre uma guerra dentro de mim. E essa guerra se inicia por motivos bobos, como por exemplo, para falar com alguém, pedir informação, sorrir, andar, falar...
_Consumir até morrer depois ser consumido...
viver comprando e ser comprado,
ser voltado e clamado ainda assim um mundo roubado...
...lábios que beijei num momento errado...
delírio oposto pois fome o matou,
desperdício está numa conta...
embora ninguém perceba mundo vive em caos.
pelas sombras da madruga
sou um momento
passando pelo tormento
vendo a noite passar
pelo delírios momentâneos
vou abrando e beijando
cada momento que desejo,
mais dia tudo parece como ultima madrugada
esperando um beijo e um desejo no campo
apenas mais uma caminhada entre bares
da cidade que ainda amo ver nas sombras da madrugada
seus olhos caídos de sono entre sonhos
tento acorda ver que tudo passei entrei momento outro
seu aconchego tem ainda dias passado em meus delírios
as ilusões que determinam mais um beijo
esqueço de tudo que magoou por instante,
parece bom até espinhos apareça se doces
num copo de vinho barato...
isso ainda seja apenas um domingo.
e tudo pareça ser um sonho..
lhe digo que valeu pena pois o que desejou
foi tão imenso quanto a grandeza desse mundo.
A dor trás o prazer e a disciplina,
indo além do prazer os limites da alma,
no resquício da dor á emoção sensata,
neste ar de livre arbítrio,
o amor é livre
mais nas profundezas de cada ser é única
nessa que é a virtude que te alimenta,
no desejo puro e inocente...
as intensões sempre atuam...
sobre os corpos ardentes de paixão...
meros momentos que a dor representa estar em outra sintonia...
diante a alucinação até obsessão,
a dor torna se um vicio de perversão.
Dias
Existe uma grande calçada na qual todos os dias adam inúmeras frustrações.
Existe uma grande faixa na qual todos os dias atravessam inúmeras derrotas.
Existe um grande banco na qual todos os dias sentam inúmeras tristezas.
Existe um grande vazio na qual todos os dias inúmeras pessoas se encontram.
Existe.
noite que paira vivida
em lapsos de relance
momentos esperado
em instantes que comprime
nas horas do dia mais desejos,
corpos em sua nudez,
lábios trêmulos,
pernas que desejam,
dentro das estrelas,
sentimentos voam,
sendo inesperado,
o ador torna se a madrugada.
