Solidão
Os que priorizam e gostam da solidão são os mesmos que se deixaram de lado priorizando e dedicando-se mais as ideias e ideais dos outros.
O valor da amizade! Amigos verdadeiros são essenciais para não morrer no esquecimento e na solidão.
É a única riqueza que não se mede.
#bysissym
"É na falta da chuva que a água tem sentido. No choro constante a solidão é sua companheira. Na ausência do tempo a vida perde o significado."
Oh, solidão gótica, meu fantasma familiar,
Noites de veludo, onde a lua é um crânio pálido,
E as sombras dançam, um balé de agonia,
Em catedrais escuras, onde o silêncio é um grito.
Solidão, minha amante espectral,
Com teu véu de névoa e olhos de âmbar,
Tu me guias pelas ruas de paralelepípedos,
Onde os ecos sussurram segredos antigos.
Exatidão, meu bisturi afiado,
Dissecando a alma, revelando a carne nua,
Onde a verdade sangra, um rubi escarlate,
E a beleza é um cadáver em decomposição.
Oh, solidão gótica, meu doce veneno,
Em teus braços frios, encontro meu lar,
Onde a escuridão é a luz, e a morte, a vida,
E a solidão, minha eterna companheira.
Que toda esta solidão que habita dentro de mim, me acolha.
Que me dê conforto sem me confortar.
Para que me sinta completamente só, mesmo com a sua companhia.
Que a escuridão me faça ver alguma luz, e que nessa luz haja alguma escuridão, para que não me cegue e me sinta reconfortada.
Para que nos poucos pensamentos positivos venham sempre alguns com demónios, para parar, pensar, e por fim falar com eles.
Que esta minha solidão vire casa, e que tudo o que sinta fique fora da porta.
Que o reconforto seja grande, sentada numa poltrona em frente a uma lareira com chama azul, sendo esse o único sítio quente da casa.
Por isso, com todo o meu saber, ou com o pouco que me resta, sinto-me um astronauta a flutuar, á espera que algo no espaço tão escuro, me acolha. Que não me sinta somente a levitar por ai.
Quando a solidão bater
E meu coração doer
De saudades sua
Não vou mais me entristecer
Só vou agradecer
Por um dia ter sido sua
A solidão do quarto, onde o silêncio reina, e a imersão nos livros, um banquete para a mente, são os berços da nossa metamorfose intelectual.
ESPAÇO (soneto)
Tragando a vastidão do cerrado profundo
A solidão num canto, a saudade devassa
Saudade do afeto que no peito arregaça
E que vagueia na dor, lamentoso mundo
E na esteira sem fim da tristura sem graça
Ei-la embalada na sofreguidão de moribundo
Recostado no abismo sepulcral sem fundo
Do pesar, e encruado suspiro que não passa
Poeto. Me elevo em busca de um conforto
Vou pelo estro de encontro a outro porto
Pra aurorear a sensação com cheiro de flor
E nesta emoção que se tornou um lastro
No vazio. Cheio de pranto no árduo rastro
Cato a poesia para abrir espaço pro amor...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
19/07/2020, 15’10” - Triângulo Mineiro
A solidão é um peixe que nada em um oceano repleto de outros peixes, sem perceber e ser percebido por eles.
A insônia e A solidão
A insônia mais uma vez veio e, com ela, trouxe a solidão, verão tão forte que chegou a apertar meu coração por uma fração de segundos. Pude segurar nas mãos e pude ver que só tinha vc no meu coração. Com meu peito doendo, escutei a voz da solidão me dizendo esta é tua última paixão. E a insônia me mandou "escreva com teu coração na mão pra tua última paixão".
Na calmaria da solidão
Aceito o silêncio
E escuto minha alma
Que chora copiosamente
Por saudade
Do barulho que você
Causava em meu coração.
DORES E ALÍVIOS NA SOLIDÃO REFLEXIVA
Demétrio Sena - Magé
A maior mágoa que tenho do meu pai, e que será para sempre, é por ele ter morrido sem me dar a chance de perdoá-lo por todas as atrocidades que fez comigo, meus irmãos/irmãs e, principalmente, com a nossa mãe, que acho que o perdoou antes da própria morte.
Pensei a respeito, ao assistir mais uma vez a um filme sobre a trajetória de uma dupla de cantores. Depois de muitas mágoas, idas e vindas, decepções desastrosas e até ameaças entre pai e filho, um dos cantores teve tempo de conviver bem com o seu pai, antes de perdê-lo em definitivo. O perdão foi possível, porque um se deixou ser perdoado, para que o outro se deixasse perdoar. Houve arrependimento e generosidade, além da chance do tempo, que às vezes trabalha tão lentamente. Nem sempre nos contempla com a construção ou reconstrução de um afeto.
Hoje não perdoo meu pai, por eu não tê-lo perdoado. Tenho rancor por ter continuado rancoroso. Meu pai se foi sem eu ter evoluído o bastante para conseguir quebrantá-lo e resgatar sua humanidade. Fracassei por ter sido um filho que aceitou o fracasso do pai como tal.
Castigamos a nós mesmos, com a mastigação dos nossos rancores. Nem sempre conseguimos perdoar, sublimar nem esquecer o que vivemos ou vivenciamos e nos machucou, mas remoer é o pior que temos a fazer por nós. Quando não podemos perdoar uma pessoa que deveria ter feito parte dos nossos afetos mais estreitos, mas é o alvo direto das nossas dores, perdoemos a vida, o mundo e a nós mesmos. E deixemos que a pessoa em questão descanse nas nossas memórias. Sei o que é não fazer isso e não me ponho como exemplo do meu conselho.
Seja como for, administremos nossos buracos e tentemos encontrar equilíbrio, para que os momentos de solidão reflexiva não firam insuportavelmente. Há muitas memórias boas entre o caos das ruins. A lembrança do amor de minha mãe sempre me acode nessas horas.
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Respeite autorias. É lei
A solidão não é falta de companhia —
é excesso de lucidez num mundo que prefere o ruído dos muitos sons, enquanto silencia a própria voz.
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