So Nao Muda de Ideias que Nao as tem

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Por que você não se instala em outro corpo, em outra mente, que tal vazar, me esvaziar, se escafeder? Eu já acreditei, um dia, que você era um inquilino necessário, o tal do contraponto, um equilíbrio, algo que todo mundo traz dentro, alimente e blablablá. Mas estou cansada. Esgotada mesmo. Não consigo mais negociar com você. Esta é uma carta de demissão. Tô te demitindo, te expulsando, porque você é que tem que sair, eu não posso sair de mim mesma. Foi por pouco, ontem. Tem sido por pouco todos os dias. (...) Você é forte. Eu também sou. Mas rogo por trégua, jogo a toalha, te peço de joelhos: tome um chá de sumiço, vá dar uma volta, aportar em outra alma, que esta minha já está gasta e não vê graça alguma nas suas provocações. Quero que você me deixe, porque simpatizo cada vez mais com você.

Todos os dias eu quase te ligo, eu quase consigo ser leve e te dizer: “Ei, não quer ir no parque? A temporada está acabando…” Eu quase consigo te tratar como nada. Mas aí quase desisto de tudo, quase ignoro tudo, quase consigo, sem nenhuma ansiedade, terminar o dia tendo a certeza de que é só mais um dia com um restinho de quase e que um restinho de quase, uma hora, se Deus quiser, vira nada. Mas não vira nada nunca.

Um homem sábio e mal-humorado não pode ser realmente um homem sábio.

Eu acho graça e penso em como você também acharia graça se soubesse como eles repetem que você não existe. Depois eu paro de achar graça e fico olhando a porta por onde não entra o telefone por onde você não fala e me lembro do pedaço apodrecido daquela maçã e então penso que talvez eles tenham razão, que talvez você não venha mais, e com dificuldade consigo até pensar que talvez você não exista mesmo. Mas não é possível, eu sei que não é possível: se estou escrevendo para você é porque você existe.

Me pergunto sempre se você não teceu em volta de mim uma porção de coisas irreais, esperando a minha volta como quem espera a salvação.

Você pensa que tudo é eterno, mas não é.

Ainda não se cansara de existir e bastava-se tanto que às vezes, de grande felicidade, sentia a tristeza cobri-la como a sombra de um manto, deixando-a fresca e silenciosa como um entardecer. Ela nada esperava. Ela era em si, o próprio fim.

Clarice Lispector
Perto do coração selvagem. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

Se não buscasse um deus exterior terminaria por endeusar-se, por explorar sua própria dor, amando seu passado, buscando refúgio e calor em seus próprios pensamentos, então já nascidos com uma vontade de obra de arte e depois servindo de alimento velho nos períodos estéreis. Havia o perigo de se estabelecer no sofrimento e organizar-se dentro dele, o que seria um vício também e um calmante.

Clarice Lispector
Perto do coração selvagem. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

Tudo isso fazia de mim uma pessoa desinteressante. Mas eu não queria ser interessante, era muito difícil.

Porque não conseguia dormir nem comer, à espera dele.

Agora me tornarei uma pessoa daquelas que se cuidam para não se envolver. Já tenho um passado, tenho tanta história.

Não queria que ele pensasse que eu andava bebendo, e eu andava, todo dia um bom pretexto.

Nossa, como estou generoso hoje. Deve ser carência generalizada. Mas olhando bem, a média geral não passa de cinco. Com muito boa vontade.

Você pode estender a mão para ele, tentar uma carícia desinteressada. Mas será melhor não fazer gesto algum.

E bela. Bela de um jeito que não é comum ser bela (...)

Começo até a pensar que entre os loucos há os que não são loucos.

Clarice Lispector
A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

Nota: Trecho da crônica Medo da libertação.

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"Eu falo sério, Bella. Eu não estou..." ele relutou, sua voz ficando ainda mais rouca enquanto ele lutava pra controlar suas emoções. Seus olhos estavam torturados. "Eu já não sou mais bom o suficiente pra ser seu amigo, ou nada mais. Eu não sou mais quem era antes. Eu não sou bom".
"O quê?", eu encarei ele, confusa e apática. "O que você está dizendo? Você é muito melhor do que eu, Jake. Você é bom! Quem disse que você não é? Sam? Ele é um mentiroso, Jacob! Não deixe que ele te diga isso!" de repente eu estava gritando de novo.
O rosto de Jacob ficou duro e vazio. "Ninguém me disse nada. Eu sei o que sou". "Você é meu amigo, é isso que você é! Jake - não!"
Ele estava dando as costas pra mim. "Eu lamento, Bella", ele disse de novo.

- Posso te dizer qual é a pior parte disso? - ele perguntou hesitantemente quando eu não disse nada. - Você se importa? Eu vou ser bonzinho. (...) A pior parte é saber o que teria sido.
- O que poderia ter sido - Eu suspirei.
- Não - Jacob balançou a cabeça. - Eu sou exatamente certo pra
você, Bella. Teria sido fácil pra nós - confortável, fácil como respirar. Eu era o caminho natural que a sua vida teria tomado...
(...)
Eu podia ver o que ele via, e eu sabia que ele estava certo. Se o mundo fosse o lugar são que devia ser, Jacob e eu teríamos ficado juntos. E nós teríamos sido felizes. Ele era a minha alma gêmea nesse mundo.

Ele espremeu o corpo no espaço inexistente, forçando o zíper para cima. E depois eu não pude me opor - eu não queria mais me opor. Ele era tão quente! Seus braços se fecharam à minha volta, apertando-me confortavelmente contra seu peito nu. O calor era irresistível, como ar depois de ficar embaixo d'água por tempo demais.

Stephenie Meyer
Eclipse - Cap. 22

Meu Quintana, os teus cantares
Não são, Quintana, cantares:
São, Quintana, quintanares.
Quinta-essência de cantares...
Insólitos, singulares...
Cantares? Não! Quintanares!

Manuel Bandeira

Nota: Trecho do poema "Meu Quintana"

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