Shakespeare sobre o Amor Soneto 7

Cerca de 259644 frases e pensamentos: Shakespeare sobre o Amor Soneto 7

MUDAR O RUMO (soneto)

Muda-se o ontem, o hoje outras vontades
Muda-se o rumo, outra é a tal esperança:
E neste andejar, o destino é de mudança
E no ser e ter, nas tralhas: as dualidades

Se nas histórias permanecem as saudades
Em cada linha traçada, tem a criada aliança
Também, afinal o bom é ter boa lembrança
Fugaz, pois o viver não é só de felicidades

Mudam-se as verdades, e o encanto
Do mal as mágoas numa tristura fria
E a poesia num eterno agridoce canto

E assim neste mudar tanto no dia a dia
Já não há espanto no diverso recanto
Portanto, é bom afazer-se com tal folia...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
28/01/2020, 05’55” - Cerrado goiano
paráfrase Luiz Vaz de Camões

Inserida por LucianoSpagnol

SURGIR O DIA (soneto)

Tinge-me o horizonte do cerrado... Agora
Rubro, no céu azul, num fascínio profundo
De fogo, tinge as nuvens em um segundo
Nesta encenação, exibe, o raiar da aurora

A madrugada, crespa, num ato facundo
Poetando o sertão, e, pelo sertão afora
Solta o véu do dia, numa lindeza sonora
Revelando as curvas do cerrado ao fundo

Mas antes busca a magia com que pinta
Com o colorido diverso de tal grandeza
Usando a quimera como abrasadora tinta

Eclode, deixando a melancolia e a mágoa
Aos pés da noite, cobrindo de luz e beleza
E pondo pasmo os meus olhos rasos d’água

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
03 de fevereiro de 2020 - Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

PRAVOS A POETAR (soneto)

Estes, que a inspiração cruel poeta
Marcando-os com tristonha tensão
Estes ditados em má sorte na caneta
Apenas, para dores trazer à criação

De alma ferida grafa malícia secreta
Do inconstante amor, dentro do coração
Desabrocha tal erva má, e assim profeta
Pensamento abaçanado, nato da solidão

De melancólicas rimas, suspiros e luto
E de senso cego, traz ao cântico espinho
Áspero como o cerrado, e se põe a chorar

E, pegadiços, entra na trova num minuto
Sente, crespa, do sofrente que é sozinho
De infeliz imaginação, pravos, põe a trovar!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
04/01/2020 - Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

Soneto do amanhecer

Os sentimentos são indecisos, e as vezes nos enganamos, olhe no fundo de meus olhos, e verás a pessoa que amo.

Tem um belo sorriso misterioso, daquele jeito minha mente enlouquece, pois quando estou perto dela, um pedaço de mim adormece.

Inserida por wenderson_gabriel

LUZIR D’ALVA (soneto)

Ao luzir d’Alva, no cerrado, a saudação
Ipês, buritis, lobos guarás, doce melodia
Ó que feitiços traduzidos em tal sinfonia
Enchendo o olhar de espantosa sedução

Ah! que rico sertão! ai! que rico sertão
Viste meu pranto e também a alegria
Ó árido chão, de horizonte em ousadia
Cheios d’água, meus olhos, pura emoção

Vendo-me em prantaria, ao vir a aurora
Rubra... A voz da natureza já acordando
Abarrota de contos a algibeira da poesia

Ah! que linda hora! ... ai! que linda hora
E o alvorecer, na fugacidade vai passando
Bordando encanto, no raiar de mais um dia...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
07/01/2020, 05’25” - Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

POETANDO O VENTO (soneto)

Melancólico, gemem os ventos, em secas lufadas
No cerrado do Goiás. É um sussurrar de ladainha
Em tal prece, murmurando em suas madrugadas
Do planalto, quando a noite, da alvorada avizinha

Sussurros, sobre os galhos e as folhas ressecadas
Sobre os buritis, as embaúbas, e a aroeira rainha
Que, em torpes redemoinhos, vão pelas estradas
Em uma romaria, lambendo a sequidão daninha

Bafejam, num holocausto de cataclísmica rudeza
Varrendo os telhados, o chão, por onde caminha
Em um cântico de misto de tristura e de euforia

E invade, o poema, empoeirado, com sua reza
Tal um servo, em súplica, pelo trovar se aninha
O vento, poetando e quebrando a monotonia...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
10/01/2020, 05’35” - Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

CREPÚSCULO DO TEMPO (soneto)

Vê-se no espelho, e vê, pelo tempo fugaz
Uma desconhecida face que ali se ilumina
Decaída, expira a mocidade, e aí! termina
A juventude mais pasmada, que agora jaz

Outra ruína mais funda se revela... sagaz
As marcas do andamento... uma heroína?
Não... Furtou-me a idade, pérfida chacina
Mais que ter beleza, foi-se o ânimo audaz

Os fios brancos, e o amarrotado desgosto
Abarrotado de opaco, o intrépido se ver
Pondo no olhar, o luzidio de um sol posto

Chora, o dispor, que não faz então esquecer
Trêmulo no viver, de lágrima triste no rosto
Põe a confidenciar... que estou a envelhecer.

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
10 de janeiro de 2020 - Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

NO TRONCO DO IPÊ (soneto)

O ipê resplandece, na sede do inverno
Árido e frio chão, resistir o seu nome
Durar, no estio, que assim o consome
A belicosa árvore, floresce no inferno

Com o tal vigor generoso e fraterno
Pária com honra, se a chuva lhe some
Mingua a água, e, que a vida lhe tome:
A ventura. Ainda é um aparato eterno

Do próprio fel, do cerrado, é proveito
Faz do atravanco, triunfo na desgraça
E ao planalto central marca e respeito

Possui, na rispidez da terra crassa
A própria glória, o seu maior feito:
Florindo em beleza, de pura graça.

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
12 de janeiro de 2020 - Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

MICRO MUNDO (soneto)

Vivendo e amando, em sorvedoiros fecundos
De tudo: desgostos, prazeres, silêncio e festas
De desventuras brotando em solidões funestas
Dos verões, outonos e dos invernos profundos

O destino: e o destino nos desprezos imundos
Inundadas de rasas nebulosas poesias, e estas
Na ingratidão, observadas por micro frestas
Do mal querer, tão comuns aos moribundos

Aí, me encontrei neste mundo pequeno
Poetando tristura, e jeremiadas imensas
O que é para alma, mais que um veneno

E assim: insatisfação cheio de tais rancores
Na escuridão do saber... - o que tu pensas?
Ser! Viver também é aprender com as dores...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
13 de janeiro de 2020 - Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

CERRADO EM SONETO

Olha! A imensidão do cerrado ao teu ver figura
Detém-te! Neste encontro de misteriosas plagas
O belo da natureza, de variantes e viçosas fragas
Este, o chão do sertão, da diversidade e fartura!

Encanta-te com o desigual do torto e suas sagas
Ó loucura! O espanto se fazendo de ternura pura
Que a tua vastidão ao olhar é de plena formosura
- e as tuas quimeras, sedução, ao fascínio, afagas

Achega-te! O sol tropical nos dá o toque doirado
Tem o canto da seriema, e o perfume do pequi
O esplendor da alvorada, de um fulgor arrojado

Achega-te! é a pluralidade da natureza inteira!
E farta-te de atrativos nestes encraves, daqui...
Ó cerrado, caipira, amado, da terra Brasileira!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
14/02/2020, 05’55” - Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

VELHAS LEMBRANÇAS (soneto)

Ah! amareladas lembranças, tão tagarelas
Das nostalgias vividas, e agora tão antigas
Tanto mais velhas quanto mais inimigas
Vencedoras do tempo e das agastas trelas

A dor, a solidão, o silêncio, à sombra delas
Vivem, murmurando de angústias e fadigas
Onde em seu leito só tem canções sofridas
Descoloridas, sem os matizes das aquarelas

Não choremos, poesia, a aflitiva saudade!
Envelheçamos com elas, e o seu reclamo
Como só as aroeiras valentes envelhecem

Na glória do exceder, do afeto e bondade
Se há recordação, que clamemos derramo
De despedida, as memórias que padecem!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
14/02/2020, 17’10” - Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO 03


Na vida não se faz sempre o que se quer
Ter desejo aqui é uma batalha
É cansativo até pra quem trabalha
É como querer algo e só querer

Viver sem vida é apenas continuar
Sorrir nem sempre é estar sorrindo
Perder a vida é viver pedindo
Ajude-me, pois eu quero parar.

Fiz estes versos após uma tristeza
Que me feriram os olhos, a clareza
E agora vejo tudo em verdade

O detalhe ficou bem mais claro
Ter amor na vida é mais que raro
E mais raro existir santidade

12/03/2005

Inserida por dimas_de_souza

SAUDADE EM PROSA (soneto)

As saudades lá se foram, respingadas
Lá pelo tempo... outra estória e verso
Mesmo assim na memória ficou imerso
Depois de tantas dores, tantas paradas

E o que assemelhava um conto de fadas
Tornou-se à emoção um trovar perverso
E no destino toda um argueiro disperso
De espinhos, nas lembranças poetadas

Então vi, que não adianta de ela fugir
Não tem nenhum contento, ao poeta
Se existe saudade, com ela deve-se ir

Embeber-se! uma estratégica solução
E, tê-la como coautora em sua meta
Pois, sempre a terá na prosa do coração....

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
16/02/2020, 11’40” - Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

VELÓRIO (soneto)
Penso às vezes na minha morte, os tutores
Se dela estarei dormindo no meu cansaço
Penso nas instalações do eterno regaço
E se com dores choraram as dadas flores...

Penso no quão terei pêsames sofredores
Ou não. E se olhares ecoaram pelo espaço
Laços de adeus, ou simplesmente passo
Sem rezas, de quem perdeu seus valores

Penso se serei um dissabor, no que fiz
Me diz: ó Deus, nestes vacilos dispersos
Se vou deixar saudades, se assim condiz!

Penso nas conversas, os causos imersos
Se ali estarei descontente ou então feliz
Digo: a quem possa saber... - fui diversos.

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
18/02/2020 - Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

Infiel ao soneto

Eu vou cuidando de mim,
De um jeito ou de outro
As coisas sempre têm seu fim.
Nonsense, passageiro ou verdadeiro.

Ó Cronos, só eu por eu até os confins.
Da minha existência és timoneiro
E eu mera tripulante enfim.

Que resguarda as perguntas
Nesse mar sem respostas.
À deriva, às escuras sem norte
Sem rumo e jogada à sorte.

Só sei que nesse trajeto de luta
Vez ou outra me recordo, latente,
A boa gente que meu ser recruta.

Inserida por VitoriaMayaraCima

SONETO PÓSTUMO

O destino me mostra de repente
Que a vida já não tem o mesmo encanto
Nesta dor a dilacerar a gente
Em que o sorriso deu lugar ao pranto

Só quem perdeu sabe o que a alma sente
Ao sucumbir em algo que dói tanto
Ante a saudade que se fez ardente
Numa queda que não sei se levanto

Ó meu Deus! Como pôde ser capaz?
De tão cedo levá-lo ao Céu num ai
Se sabes a falta que ele me faz

Na minha triste lágrima que cai
Em face da dura campa onde jaz
A quem com orgulho chamei de pai

Inserida por PalavrasAtrativas

Poema que governa
nos laços do teorema
sois cada estrofe deste soneto,
no glamour de tantas vidas,
sois o desejo eterno...
que busca profundamente em teus sonhos,
momentos furtivos,
em instantes inesquecíveis,
as obras do acaso nos encontramos.
no ador do amor somos uma unica nota,
entre sussurros se tem o amor.
nas eternas declarações te amo...
e o para sempre ganha outros valores...
quando acordamos desde sonho estamos mortos.

Inserida por celsonadilo

soneto:

amo-a

Ama-la-ei bem como amara-a
tanto quanto hoje a amei
quanto amanha a amarei.
Quando a amei,sem saber ,eu amava-a.

Não sei dizer, mas ,amo -a.
Com mais intensidade que ontem,direi
porém atenuado ao amanhã,pois sei
que vou amar cada vez mais ,pois amo-a.

Confesso que sinto a necessidade de rememorar
o quão eu a amo, dia após dia para não arrefecer
sei que se acaso for, preciso de todas as formas acalorar

esse nosso amor e não deixa-lo morrer.
No que sei sobre amor,acho que isso é amar
amar é provar todos os dias que o amor pode vencer.

Inserida por diogo_tavares

cadáver
soneto profundo
que mergulha
no profundo
do seu ser
necrofilia
te amei ate morrer
coloque seu corpo
numa estante que queimou
quando lhe disse meu amor.
estava bêbado
lendo destino tortuoso
e deu boas vindas
a teu fim quando se deu
num abraço,
e ouviu o catar da cotovia
se deu conta que musica que tocava
terminou quebrando o disco,
de tantas vaidades
o refresco foi deixado ate moscas morrerem...
sob luz de velas morre um pouco cada dia,
tantas parcelas de culpas,
que noite tem tantos sentidos.

Inserida por celsonadilo

Somos Eternos

Edson Cerqueira Felix
05.04.2019
Soneto

Ela tem os olhos da cor do céu
Seu paladar
Tem sabor de uvas brancas
O teu sorriso é como a lua minguante

O cinto de sua cintura
São gavinhas das plantas
E as plantas dos seus pés
Estão sobre a água

Se ela se materializa
Numa pele morena
Eu reconheço-a

Se ela tem cabelos dourados
Não se esconde de mim
Assim como me conheço, conheço-a

Inserida por felixedsoncerqueira