Seco
Chorei rios que não vão se transformar em mares, pois não caiu uma só lágrima, o meu choro foi seco, silencioso, regado a litros de café com gim e cigarros sem fim, é, eu chorei… Esse choro virou samba enredo, mas não teve porta bandeiras, não teve mestre salas. Esse choro acabou com o sonho que eu alimentava, cuidava, mas se tornou um pesadelo que mesmo acordado me perturba. No meio do choro tirei a barba, o sorriso escondido no canto da boca, por de trás do cigarro… Esse choro /samba, me mostrou que não tenho mais nada, até mesmo as lembranças partiram, um vazio fez morada, nada de sonhos, esperanças e nem mesmo a saudade. A saudade que era do nosso amor, a saudade dos seus olhos sobre o meu corpo, do meu riso bobo ao beijar sua boca, saudade da sua mão na minha barba e de você me chamando de seu… O meu samba tem uma nota so… Solidão…
Engulo a seco.. e o silêncio é a minha fala , a minha voz solitária.. eu e minhas paranòias.. e nada é por acaso ..melhor ser sozinho .. do que mal acompanhado... algumas pessoas não merecem nossas lágrimas...
Recordação
Eu quero recordar,
Recordar aquele lugar
Tao seco e doirado
Tao belo e requintado
Como uma joia qualquer,
No peito de uma mulher.
As planícies de perder de vista
Tao cheias de vida e de alpista
Onde bandos de aves ainda voam
E nelas, azinheiras se amontoam.
Naquela terra esquecida
E de pessoas, desprovida
Separada do centro, pelo rio Tejo
Ai, que saudades, do meu Alentejo!
Assombro
O nó seco na garganta
O meu passo meio manco
Nada disso me espanta
É preciso ser bem franco
O Terror que me encanta
vem da alma sacrossanta
dessas páginas em branco
Já engoli a seco os meus sentimentos várias vezes e a maioria delas foi por eu ter sentidos por pessoas que não mereciam e por haver falta de reciprocidade. Mas preciso confessar que engolir uma melancia inteira teria sido melhor, mais fácil e menos doloroso.
SERTÃO SECO.
Por aqui só tem verão
a chuva é uma raridade
a água vem de caminhão
nem sempre tem qualidade
e só quem vive no sertão
sabe o que é dificuldade.
Somos sementes
Se plantadas
Com amor em solo seco
Germinaremos
Com carinho
E floresceremos com gratidão
Para as mãos
Que vão nos colher algum dia!
Minha vida!
O trabalho começa cedo
enxada, semente e chão
calo seco em cada dedo
são as marcas do sertão
todo ano o mesmo enredo
a seca metendo medo
e Jesus dando a proteção.
Gelo Seco
No frio,
O corpo engole gelo seco
Que não passa pela garganta
Ali ele fica
- Preso no vácuo -
Inibindo a passagem do som eloquente
NADA SAI
apenas aglutina
ENTOPE
Mas não transborda
Porque nada sai
Só o gelo seco entra.
Mistura de calor, frio, seco, molhado, verde, marrom...
Cochicho de folhas que se desprendem, se soltam, sem a preocupação de onde pousar.
Árvores despindo-se num silêncio gostoso, sem a preocupação se a primavera há de voltar.
Nesse ar, o cheiro do café, do chá e do chocolate são mais saborosos.
Sim, o cheiro tem sabor, e dos bons.
A cama dificilmente arruma-se e o sofá sempre possui um travesseiro.
Se eu fosse uma estação, seria Outono de carne, ossos e sangue!
EU SOU
Sou um corpo caído no chão
Num coração seco de alma vazia
Que esconde as mágoas da vida
Sou um corpo deixado no chão
Entre as traições e desilusões
Sombras que a vida deixou no profundo
Desgosto marcado dos sonhos perdidos
Sou um corpo preso com cadeado
Com a alma magoada algemada de insónias
Das carícias perdidas nas noites esquecidas
Sou um corpo torturado pelas insónias
Dum pesadelo sem correntes na alma
Que grita bem alto liberdade
Sou um corpo morto de frio
Deixado numa qualquer calçada
Perto do mar pleno de emoções
Sou um corpo que arde em paixão
De tanto amor que deu em vida
E agora renasce para voltar a amar.
Tentar "garimpar" sentimentos ou gratidão num coração seco é um tipo desnecessário de buscar vida onde não há sede de viver, porque a vida é sentir.
Damas e cavalheiros
No mundo em que vivemos hoje, seco de
emoções e sentimentos despedaçados,
a troca de gentilezas são iguarias que
independem do poder aquisitivo.
O Duque
Engula seco, espere o tempo!
As máscaras caem e seu sorriso pode até ter ficado esquecido por tantas falsidades... Mas quem lhe fez o mal, cedo ou tarde, paga! E por isso a vida não para, continue mesmo com a dor explodindo no peito! Respire, que o tempo passa.
BN1996
16/09/2020
LIBERTE-SE
Os últimos resquícios de luz solar se tornaram memórias
Um vento seco deixava beijos ásperos na minha pele sussurrando pesos e histórias
Nuvens escuras se reuniam pesando o azul escuro do firmamento
O mundo se recolhia em cândida letargia e inócuo lamento
As paredes enquadravam um mundo de sentimentos que já não me cabia
Os móveis cantavam em tons roucos que eu não me permitia
Eram marcas de eras douradas que a ferrugem corroeu
Melodias encantadas de um sonho que a realidade varreu
O silêncio gritava como testemunha pungente de todas as risadas que ouviu
A quietude tinha o gosto de beijos e cheirava como cada gota de perfume que caiu
Tudo e nada se envolviam em um mundo amorfo e sinfônico
Cantado por um casal de desconhecido em um tom anacrônico
Em meio a balbúrdia ouvi um riso que não fazia parte daquele final
Procurei sua fonte, incerto de querer descobrir, e cheguei a um estranho vitral
Havia luzes amareladas forçando entrada e lançando luz no meu chão
Caminhei penosamente mas cheguei até lá e tive a mais bela surpresa, o mundo ainda brilhava ao alcance da minha mão
Não queriam me deixar, me prendiam em fios ásperos de memórias e sonhos que não vão mais servir
Mas eu deveria partir, em algum momento todos devemos ir
As ruas estavam iluminadas e uma música qualquer soava por uma janela aberta
Caminhei, corri, voei sem me preocupar com rumo ou direção certa
Não era um lugar qualquer, era meu mundo de trilhas enlameadas e preciosas escolhas
E não era apenas uma vida, era minha vida que brilhava no redemoinho daquelas pálidas folhas
Era eu como queria e escolhia ser enquanto dançava e chorava sob o sol nascente
Eu era passado, futuro, amores e dores, a essência de tudo cozido no coração de uma estrela cadente.
"Era uma vez no Nordeste..."
Ah Nordeste! Nordeste sofrido, seco, agreste, mas de um povo sisudo, valente e destemido! E com muitas histórias! Dentre essas, podemos citar a história de um ser, que apesar de ser considerado dócil, é muito destemido, valente e arrojado. Para ele não tem ninguém acima, abaixo nem se fale! Passa por cima de tudo, leva tudo a peito. Não ouve, não obedece a ninguém, não dá atenção, mas quer toda atenção do mundo! E a sua portentosa presença!... Ah todos temem! E quem aparece em sua frente, ele subjuga! Enquanto penso em escrever estas linhas, ele já rompeu a tela de uma barreira e está tentando comer minhas galinhas! Ah Nordeste! Nordeste sofrido! Onde a lei que impera é a lei do salve-se quem puder! E olhe que esse inusitado, metido a arrogante, não é Texano e não vive no Oeste Americano! Ele tem nome. E o seu nome é Bilbo. É um cão!!!!. Ah Nordeste! Nordeste sofrido!.
morri
pouca gente apareceu
caixão aberto, batom
seco
três
amigos fizeram homenagem
enquanto despedaçava a
terra
segui
alguns andando pela rua
minutos depois do
enterro
ouvi
quando disseram
que nunca me conheceram
a fundo
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