Coleção pessoal de poetisation

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Raiar da fome

As ave marias que a boca vomita
Amarrotam a alma quando acorda de manhã
E vê os pratos vazios.

Se abrires a janela
E encontrares a poesia,
Em todas as janelas que abrires
Vais encontrar um pouco dela.

Os sonhos são para os que dormem
E os devaneios são para os que sonham acordados.

Estão por dentro agitados,
Esses que vivem calados,
Tentando se arrumar em si
E só deixando uma bagunça sem fim.

A saudade bate na porta
E eu deixo ela entrar
Combinando ser por pouco tempo,
Mas ela me engana
E demora em mim.
Quase morando em mim.

Inspiração é como um pássaro
Que vem e pousa em nosso ombro quando quer,
Tendo nós que aproveitá-la enquanto temos,
Para depois vê-la voar.

Engaveta o relógio,
Que o tempo quando é visto,
Demora.

Ainda espero um florir
De um lugar onde
Não nasce flor.
Um florir que venha
De um canto seco,
Inesperado e sem cor.

Nos degraus,
Aos pés da igreja,
Está o mendigo
Aos pés de Deus,
Clamando por forças
Para continuar a caminhar
Na miséria que o mundo dá.

Viu que o mundo
É o inverso
E agora
Faz versos.

Uma brisa é isso o que passas,
Que ensaia o vento forte
Que mais tarde vai chegar.

Flores e Feras

Faces de flores
Com feras aprisionadas
Dentro de seres,
No último despetalar
Talvez mostrem
O que há nas entranhas.

Feras estranhas
Vagando nos subúrbios
Junto com o caos
Urbano e vivido
Têm brotadas em si
Pequenas flores.

Flores, feras,
Temos em nós todas elas.
Com faces de flores
Aprisionando feras,
Com faces de feras
Escondendo flores.
Feras e flores,
Somos todas elas.

Ando em ré
Querendo ter fé
Para ver se o tempo volta atrás
E eu te encontro naquele tempo
Em que eu te via mais.