Saudades de Quem Mora longe
A humildade não é a ausência de força, mas a sabedoria de reconhecer que a vida é um empréstimo temporário, e que todo o sucesso material que alcançamos pode ser varrido pelo vento da impermanência em um instante, deixando apenas o saldo das nossas ações invisíveis, aquelas que nutrimos no silêncio do coração. O maior tesouro que um homem pode acumular é a lembrança de ter sido um canal de paz e auxílio, pois a verdadeira riqueza não está no que se guarda nos cofres, mas naquilo que se distribui sem alarde, e na leveza da alma que sabe que a mão que se estende jamais se sente vazia.
A saudade é um animal que corre em círculos pela casa. Não morde, apenas arranha portas que já deviam estar trancadas. Dentro do peito, a boca do animal é uma chama azul. Alimento-o às vezes, por não saber esperar o fim do fogo. Mas aprendendo, deixo o bicho dormir sem abrir a porta.
A saudade tem cheiro, tem peso, tem pulso, ela me abraça quando menos espero, e me faz lembrar que sentir é humano, só não deixo que ela me afogue, eu respiro fundo e sigo carregando memórias.
Quando me perco na profundidade dos teus olhos, não vejo ausência, mas um amor em armadura, erguido tijolo por tijolo pelo medo do futuro. É um jardim de promessas blindadas, onde a flor mais rara é a coragem de simplesmente se desfazer no instante.
A entrega total é um salto de olhos fechados no escuro, onde a única garantia é a ausência de garantias. Toda a magnificência de amar reside justamente no tremor da possibilidade de que tudo se dissolva, quem se contém, evita a queda, mas perde o voo.
Nós construímos muralhas para manter a dor distante, mas acabamos aprisionando a única pessoa que realmente importava: o nosso próprio potencial de amar. O cinismo é uma máscara pesada demais para carregar, e a resistência à alegria é a mais triste das renúncias.
O amor reprimido é um grito abafado na garganta, uma energia densa que se manifesta em distanciamento. Quando a palavra certa é engolida pelo receio, ela se transforma em chuva fria que escorre entre os dedos, levando o calor que poderia nos salvar.
A saudade existe porque a alma não
esquece o que foi verdadeiro, ela dói, mas também afaga, e eu aceito essa dualidade
com maturidade, pois amar sempre
deixa marcas.
A coragem é o medo que disse 'sim' e levantou, ela não é a ausência de pavor, mas a ação apesar dele.
A leveza não é a ausência de problemas, é a forma como a gente os carrega, é a escolha de não ser âncora do seu próprio navio.
O silêncio não é ausência, é a superpopulação sufocante de vozes não externalizadas, a massa crítica da psique, ele é a cripta sagrada onde a alma, despida de ruído, realiza sua operação mais brutal e honesta.
Puxe o ar até o fundo da alma, que o caos ululante do mundo seja um som distante, pois seu peito é um santuário autônomo onde a tempestade externa não tem permissão para entrar.
A ausência não é ausência, é presença invertida. Ela continua te tocando, te moldando, te ajeitando nas frestas onde a memória ainda tem voz. Há pessoas que nos deixam, mas permanecem como sombras que aquecem. E mesmo que não voltem, continuam respirando dentro do que nos tornamos.
Aprendi que solidão não é castigo, é ferramenta. É na distância do mundo que a consciência afia sua própria lâmina. E com ela, cortamos ilusões que sempre nos mantiveram presos. A liberdade começa quando deixamos de ter medo de
estar conosco.
Nem todo vazio é ausência, às vezes é convite. Convite para habitar lugares internos que ignoramos por medo. Mas quando os habitamos, descobrimos tesouros enterrados sob camadas de silêncio. E então entendemos que estar só é, às vezes, estar pleno.
Vence quem transforma o luto em ofício diário e converte a saudade em canção que constrói pontes invisíveis.
Um dia, no reencontro celestial,
a saudade dará lugar à alegria plena,
pois "os que creem no Senhor viverão eternamente" (João 3:16).
Glória a Deus pelo consolo que restaura! 🙏💞
Eu só to mal.
Será simples?
Será saudade?
Será chatice?
Parece tantos motivos para me fazerem querer desabar, mas ao mesmo tempo, só um em específico.
Eu me sinto frustrado.
Eu me sinto insuficiente.
Eu me acho sem graça.
Eu me acho desinteressante.
Eu só queria conversar mais.
Eu só queria que gostassem mais de mim.
Queria ser uma bom filho.
Um bom amigo.
Um bom abraço.
Uma boa conversa.
São tantas coisas, tantas micros histórias. É uma de 3 anos, é outra de meses, e em nenhuma, eu abandono o papel de figurante, de parede.
Eu nunca pensei que me importaria de fato em ser o preferido, mas eu me importo muito. Não é que era cansativo, eu só tinha medo de desagradar, de me verem demais e perceberem que eu nem sou tudo aquilo.
Nada funciona. Eu edito minhas fotos, eu sorrio até pro vento, rio de piadas sem graças, do atenção a banalidades, estou ali, mas nunca sou eu! Ninguém me percebe completamente.
Eu nem sei mais o que falar.
