Saudades de quem está longe
GRILHÃO
Por que hei, desta solidão, o memorial
Por que hei, do silêncio, o chamamento
Se o caminho tem o seu início e o final
E o fado nunca é só descontentamento
Fosse possível ser apenas um ato fatal
Depois de tanto e tanto aborrecimento
A vida seria apenas passagem acidental
E no acaso não teríamos o sentimento...
Vária lembrança no tempo, nunca lento
De vias que nos parecia uma eternidade
E que nos foi reservado no esquecimento
Por que? Me encadeias sem piedade
No grilhão do vil ignoto e do tormento
No cárcere dum martírio da saudade?
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
25 de setembro, 2018
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
O amor verdadeiro nunca será cobrado, não importa por onde andas, jamais sofrerá de solidão; terás saudades, mas nunca estará a sós. Clodoir Vieira - 2015
Nas areias do tempo
Sou eu quem lhe dar as mãos solidão
.
.
Texto de Renata Pereira (Relopes)
Dê os créditos se gostar e copiar
Nem sempre vamos lidar bem com a solidão, podemos até fingir por um tempo. Mais a nossa alma sente saudade do que ainda não foi vivido, saudade das suas expectativas e planos para o futuro. Mesmo quando nem você lembra, lembra daqueles planos que você fez no futuro? Você determinou que faria isso, aquilo e seria sabe se lá o que. Aquilo foi determinado na sua alma, talvez aconteça ou talvez não. Mais a sua alma capta todas as suas expectativas, por isso você sofre quando nenhum delas é realizada.
A solução? Saber lidar com as decepções, a vida é uma caixa de surpresas que pode te dar coisas boas ou ruins. Lidar com as decepções não é se fazer de forte, muito pelo contrário, é você se mostrar fraco. A sua verdadeira essência, chore, bata em algo ( não em alguém), coloque a sua raiva para fora.
Relembre do que perdeu, sinta saudades. Somente sinta, para depois quando lembrar você não vai sentir tanto. Porque todas as suas reservas já foram gastas em lágrimas.
Muitas vezes choro em silêncio apenas com a solidão
As noites se tornam eternas, com pensamentos da saudade
Uma saudade que dói, uma falta inexplicável de se conter
Faço das noites dias em lembranças
Tento apagar um pouco com as lembranças de estar com você
Sei que tudo isso é temporário e vai passar
Mas enquanto não te abraço novamente
Me afogo nas lembranças de estar com você
E poder te dizer o quanto eu te amo
Imagino a todo o tempo
A hora que entrar por aquela porta e dizer voltei, e voltei para ficar
Porque aqui é o meu lugar
Saudade, saudade, saudade.
É difícil olhar pros lados e perceber que você não está aqui, solidão que me acompanhava todos os dias, me acostumei com tua presença te fiz de crença e rezei para que se esvaísse tão rápido como dias felizes.
A solidão não é a ausência do outro na sua vida, é ausência da sua vida em outros.
Seja vida em outras vidas, que outras vidas estará sempre com você, e a solidão nunca estará te acompanhando.
Quando a chuva trouxer a solidão,
junto a ela faça uma cantiga,
mesmo num dueto sem afinação
e que seja saudosa, até antiga
Assim lavando a sua alma
em horas de muita paz,
sua mente ficará em plena calma
junto à meditação que a chuva traz
O SILÊNCIO DAS ÁGUAS
O silêncio sufoca a solidão
Nas invioláveis raízes mortas
Amordaça em ácidas mágoas
E é no das silêncio das águas
Que me sento encostado
Ao tronco do velho loureiro
Que está na margem do rio
Entre as fragas escorregadias
E escuto o silêncio das horas
Nas memórias já distantes
Limos transformados em lamas
Palavras que deixam saudade
Consumidas em lodos, medos
Trilhos de silêncio perpétuo
Caminhos feitos da imortalidade
Entre o nascimento e a morte
Na calmaria do silêncio das águas.
Eu sinto tanto que não sinto nada
Me corroí , me afundei
Adentrei-me em uma solidão
Porque eu te amo tanto
Que te guardei no meu coração
Que não aceita ninguém
E se desfaz nessa imensidão .
A dor tece versos na pele,
Solidão entrelaçada em poesia.
Nem tudo versa sobre o amor,
É uma sutil agonia.
O passado deixa suas marcas,
O presente, um indiferente,
O futuro, um mistério arcano,
Tempo incerto e profano.
A ferida desenha dias cinzentos,
O medo faz chover sobre o deleite da melancolia.
Cada estrofe, uma história única,
Um raio de sol que transcende,
Um consolo delicado,
Um renascer em cada dia.
Eu sou confuso, confuso ao ponto de às vezes, no meio da madrugada quando a solidão me toma de forma violenta e avassaladora, eu pensar em te ter novamente, pois naqueles momentos era quando estávamos falando ao telefone.
"Caminhei até o fim da noite, mas não encontrei o por do Sol.
Velejei pelas águas da solidão, atraquei em alguns portos, mas não encontrei farol.
Nessas mesmas águas, fui presa fácil, com os seus olhos castanhos, fisgou-me, em seu anzol.
Preso em sua beleza, calhou-me encalhar, em seu atol.
Existem mares vastos e profundos, mas nenhum se equipara a solidão, ao vazio do lençol.
Amor meu, sei que não sou nenhum escol.
Naveguei por esses mares, mas não vislumbrei, meu por do Sol..." - EDSON, Wikney
Espero que, na solidão do teu novo amanhecer,
O meu nome, como um espinho, te machuque,
E que a saudade, como um fantasma, te persiga,
Até que a dor te faça lembrar do que me fez sofrer.
Sonatina
É mau que eu viva areado, e sem prumo
Posto numa solidão daquele que não crê
Que já está acostumado, ao léu, à mercê
Prosando lembranças, poesia sem rumo
Mas, lá no fundo, a esperança, presumo
Tenha a compaixão deste pobre crupiê
Do amor, sem sorte, e cheio de porque
Pois, a boa sonatina a paixão é insumo
E, se insistir com a poética nesta saga
Deixando a poesia com a emoção vaga
Não serão somente versos de soledade
Será também a alma cheia de lamento
Porque no vazio há sempre sofrimento
E a dor o verso imerso numa saudade!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
29 agosto, 2023, 15’56” – Araguari, MG
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