Saudade de um Velho Amigo
Apesar de ainda novo, já estou velho para algumas coisas. Não existe mais em mim paciência para joguinhos que que não me levam a lugar algum. Já não entro nessa de fingir desinteresse, de jogar com sentimentos e vontades. Não há nada sedutor em fingir desinteresse. O que me seduz é atenção, cuidado, respeito, sinceridade, clareza nas ideias. Me apaixono pela verdade, pelo olho nos olhos seguido por palavras que o coração está mandando. Me apaixono pela mensagem de bom dia, pelo "dormiu bem?", pelo " escuta essa música aqui, pelo " você está bem? me conta, desabafa". Me apaixono por tudo que é humano, gentil, solidário e interessado. O que me mantém interessado é o interesse mútuo, o desejo de puxar assunto, de arranjar motivo para estar perto, de afastar todas as desculpas esfarrapadas para estar longe. Quero quem se mostra, se desnuda, que abra os botões da minha blusa mas também o peito. Estou muito velho para ficar esperando minutos para responder para poder deixar a outra pessoa na vontade. Quer passar vontade vá morar no deserto. Eu quero matar todas as minha vontades e desejos, e matar todos os desejos e vontades do outro também. Não sou mais criança para esperar a sobremesa apenas depois do jantar, eu quero o jantar, o almoço, a sobremesa, o café da manhã, tudo, tudo, tudo. Quero transbordar e me lambuzar. Não tenho tempo pra joguinhos de conquista, se quer jogar comigo, eu tenho um Playstation, um baralho, um Uno, e uma bola de futebol, e muita vontade de me divertir ao seu lado. Para todo o resto...Game over.
Ela diz que você era um motor velho e que precisava partir
Mas tudo que eu queria
Era ter como eu sempre tive
As peças para te fazer ficar
Porque partir
Acabou por me destruir
E um buraco ficou
Eu sei que nem sempre temos as peças
Mas às pressas
Eu quis te consertar
Consertei por um tempo
Mas você foi com o vento
Agora eu dou mais valor
E até mais amor
Mas agora só tenho espaço para dor
Seja lá o que for
Sinto como se não quisesse passar
Mas vou nadar contra isso
Nessa mar de dores
Espero ser uma antiga navegadora
E levar em meu barco
Apenas lembranças
Sobre aquele velho amor:
-Ele deixou de me fazer sonhar, e ao soltar minhas mãos mesmo que por mero segundos, me fez querer uma liberdade que não mais encontrava em seus braços.
Pensamentos
Momento a momento
Um novo pensamento
Um mesmo velho pensamento
É como eu puxasse a algo
Que voltasse sempre ileso
E amarrado em um barbante
Monoideista
Coração egoísta
Lealdade insistente
Isso foi ontem
Tudo aquilo foi antes
Mas eu não posso ser eu mesmo
Sendo apenas eu somente
Se o dia de ontem
Não estiver lá amanhã
Nada vai restar de mim
Além desses pensamentos
Instante a instante
Presos insistentes
A um barbante
Invisível
Sempre ileso.
Edson Ricardo Paiva
A empregada doméstica carregava o bolo de aniversário do filho mais velho da patroa. Em um momento de desequilíbrio, no tropeço do descuido, leva um tombo e o bolo se espatifa no chão. Com as sapatilhas sujas de glacê, compra uma passagem para Córrego do Bom Jesus.
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Lhe ocorre um momento privilegiado de um descortinamento interior como se o céu se abrisse e a uma iluminação elevadora da consciência onde você se afasta de uma vida mecanizada como de quem é responsável por fazer todo o serviço da casa, abrir as toalhas de banho para secar, levar o lixo para fora, desinfetar o banheiro e outras coisinhas domésticas para, assim, irromper numa luminância de clara batida. Ao imaginar o rosto do menino de aniversário que não haverá bolo, ela sente que toda a fragmentariedade do sujeito e a problemática existencial é dissolvida. Toda tensão psicológica dos intervalos dissonantes e do sabor de xarope que a palavra próclise causa na boca dissipa.
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Pós dispifania, a vida do personagem nunca mais será a mesma. Ela não terá um final feliz. Não terá um processo completo. Um incômodo desejo de ser vividamente uma presença que não estará lá. E de não voltar para casa.
Meu amor...
Ontem pude te ver
você ainda mais velho
com os cabelos da cor do algodão!
Seu rosto pálido de cansaço
do trabalho árduo
Como queria sentar ao teu lado e te abraçar, mas a vida nos colocou em sentido diferente
Este coração, que te ama e não te esquece
sei que você tem uma vida diferente
que mundo te ensinou tristezas
Eu queria poder não ter deixado você partir, mas ela te dominou ate que num laço te prendeu pra si.
Eu apenas observo sua tristeza sei que não era o que sonhou pra você e pra mim.
Queria poder gritar toda dor que tivemos e voltar cada passo ate que pudesse te ter de novo aos meus braços.
E não te deixar partir com ela.
E poder viver com você o nosso amor...
Shirlei Miriam de Souza
Se aproxima mais um FINAL de um velho e INÍCIO de um novo ANO . Interessante a ótica de que todo fim traz um recomeço e que o que se perde é também um novo ganho .
Na verdade , essa separação de tempo , traz a ilusão de fim , início ... O que há mesmo é a simples continuação do tempo , pois o tempo não para e nem muda. O tempo nos permite viver nele , e somos nós que devemos mudar e mudar para melhor .
Como qualquer um , ganhamos e perdemos muito.
Nem sei porque que medimos e pensamos a vida na equação de ganhos e perdas .
Hoje eu consigo ver de uma ótica diferente , não enxergo mais as coisas no campo da obviedade , no ângulo comum , hoje consigo enxergar o que está por traz da ação , porque aprendi que mais que as ações , valem os motivos e as intenções .
Foi um ano perfeito , ganhei a presença de grandes amigos , assim como ganhei a ausência de outros que pensei que eram grandes amigos .
Me dei de presente a muitos e saí da presença e convívio de muitos, e isso, também foi um presente que dei .
Foi um ano de contradições maravilhosas
Cometi tantas burradas que fiquei mais inteligente
Escolhi tão errado que me tornei acertivamente seletivo
Minhas maiores perdas se tornaram meu ganho maior
Perdi pessoas que me sentia feliz só com elas , e consegui ser feliz comigo mesmo
Hoje , não tenho a equivocada equação de perdas e ganhos . Tudo é ganho , tudo é soma e aprendizado .
Esse foi o ano que me projetou um futuro maravilhoso no reencontro com meu passado , foi o ano de todas as minhas saudades.
Saudades de minha infância e uma vontade tão grande de oferecer ao meu Neto a melhor infância possível.
Saudade do dia de meu casamento , que jurei fazer de minha esposa a mulher mais feliz do mundo e uma vontade tão grande de fazer dela essa mulher feliz .
Saudade do dia de nascimento de meus filhos , e uma vontade tão grande que eles cresçam , pois ainda os vejo meus bebês.
Saudades de minha irmã , que me procurava da janela e uma vontade tão grande daquela janela
Saudades do cuidado da minha mãe que cantava pra eu dormir e uma vontade tão grande de cantar pra ela
Saudades de meu pai e uma vontade tão grande dele
Saudades de meus amigos e uma vontade tão grande de estar com eles
Saudades de quem partiu me fazendo bem e uma vontade daquele bem
Saudades que quem partiu e me fez mal e uma vontade tão grande de refazer e fazer direito
Foi um ano que aprendi quanto custa uma saudade !!!
Quero usar o poema de Bráulio :
A saudade de alguém que foi embora
de um amigo, de um amor, de um parente
de alguém que não está mais entre a gente
com o peito adoentado a alma chora
feito gripe que de noite só piora
uma dor maior que vinte dor de dente
judiando inté do cabra mais valente
sem sentir pena, dó, nem piedade
quer saber quanto custa uma saudade?
tenha amor, queira bem e viva ausente.
Tanto amor no meu peito estocado
esperando por você que já partiu
tão depressa, nem se quer se despediu
vez por outra me pergunto agoniado
se a saudade mora mesmo no passado
por que é que ela vive tão presente?
Hoje eu olho mais pra trás do que pra frente
pra lembrar que já senti felicidade
quer saber quanto custa uma saudade
tenha amor, queira bem e viva ausente.
Já velho, vejo branco nos cabelos
As rugas em meu rosto
Há um peso da velhice, um desgosto
Meus lábios murmuram, uma oração
Um gemido de apelo
Não me rejeites SENHOR no tempo da velhice,
Não me desampares quando for acabando minha força...
Letras Em Versos de Edna
ELIDIR
Eliminamos... Eu sei,
o quanto tempo eliminamos
o barulho da goteira
o velho canto do galo
o sino d'aquela torre
o reio e seus estalos.
Eliminamos, sim...
O ranger da velha porteira
o trupe d'aquela boiada
o pingar d'água na goteira
a paixão apaixonada
a farofa na algibeira.
Eliminamos, eliminamos...
Flores nas margens da estradas
vidas que cruzam caminhos
saudades do primeiro olhar
o chilrear das passaradas
enigma dos pergaminhos.
Eliminamos, sim, sim!
Os dízimos dados aos gostos
os gostos do mês de agosto
o tutano do velho osso
o endosso do insosso.
Eliminamos os risos...
os dois mais dois igual cinco
... Espalhados pelas ruas
a lua de tudo aquilo
que não precisa da lua
Eliminamos todos os erros...
O bater de assa e voar,
do que sinto ou não sinto
o desvio de entidade
a ganância de tudo isso...
P'ra não desviar aquilo.
Antonio Montes
"O corpo discente terá um grande papel nesse processo, porque está mais liberto do que é velho no ensino universitário"
O menino caminha em direção ao castelo de sonhos. Lá, o Velho e Bom Senhor o Aguarda. Visitam aposentos, revivem memórias, abraçam amigos que foram morar do outro lado da montanha. A distância enfim, findou-se. Não há mais lágrimas, saudades. Apenas a certeza de que agora os entardeceres serão meras nuvens coloridas. Porque os dias não mais terão fim. (Do outro lado da Montanha - Victor Bhering Drummond)
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