Saudade da Minha Terra
Como será rever o que ficou pra trás? Os destroços da velha casa onde morei, da cidade que deixei, os familiares e amigos que nunca mais encontrei e os que amo que nunca mais verei. Caminhar nas ruas de outrora e reviver momentos que jamais me esquecerei. Sinceramente eu não sei!
Uma brisa fria batia-lhe no rosto na medida em que andava, ao mesmo tempo em que contemplava cada detalhe daquela cidade, quantas vezes havia passado por ali, mas a pressa não o permitiu se prender a pequenos detalhes.....
RECORDAÇÃO DO MEU TEMPO NO SERTÃO
Versão Urbana ou Pardal
Eu já fui Curió,
Que só vive no mato,
Não vive na cidade.
Hoje sou Pardal,
Que não vive no mato,
Só vive na cidade,
Por circunstâncias,
Ou por necessidade.
Acho que sou um Curial,
Mistura de Curió com Pardal.
Acho que sou um Pardió,
Mistura de Pardal com Curió.
Como não consigo definir,
Deixa assim que é melhor.
Vez em quando dói o coração,
Na cabeça vem recordação,
Do meu tempo no Sertão.
Quando não aguento a saudade,
Junto vara de pesca e carabina,
Deixo a cidade e vou pro sertão,
Pescá recordação e matá saudade.
Minhas filhas me dão tanta alegria,
Enviando fotos e vídeos de pescaria,
Ver os nétos aprendendo a usar vara,
Prá pesca lambari, bagre, lobó, piapara...
Não importa tipo e modelo de vara.
Nem espécie e tamanho de peixe,
Mas só a alegria de pescar,
Escutando seus pais falar:
Sobre catar e chupar guavira,
Guabiróba, guapeva, jaracatiá,
Coquinho pindó, macaúba, bocajá,
Comer marolo, goiabinha do campo,
Comer ariticum cagão,
Pouco prá não dar diarréia,
Comer jabuticaba do mato,
Pouca prá não entupir,
Tirar palmito, mel de európa e jatei...
Essas e muitas coisas que eu vivi...
Por isso é tanta recordação...
Quanta saudade do sertão...
Saudades dos parentes,
Povo bom e boa gente,
A grande maioria vivia,
Em sítios e fazendas,
Dentro dos sertões.
Longe das cidades.
Tantas recordações,
Quantas saudades...
Marsciano
"Eu já não tenho mais pudor, eu quero te ver em toda face.
Me ame, meu amor, rogo para que esse louco amor, não me mate.
Essa doença me faz bem, tudo bem; não se vá, mas se for, já vai tarde.
Tarde demais para as lágrimas; muito cedo pra saudade.
Busco conforto em cada esquina da cidade.
Tento encontrar-lhe.
No cheiro das flores, na calmaria dos parques.
No bailar de cada árvore.
Nos semáforos, nos prédios, no cinza céu, nas mesas dos bares.
Não passa, aquele nosso amor, que jurei ao meu eu, ser só uma fase.
Deus, que fase!
Eu queria que a saudade fosse aquele tipo de lâmina, que não rasgasse a alma, somente a carne.
Queria que, ao sentir seu cheiro no vento, aquela antiga ferida, não sangrasse.
Me acostumo com a dor, pois já não tenho mais pudor, eu quero te ver em toda face..."
Mundo Azul
Ele caminha devagar na calçada,
como quem mede o peso do dia.
Apressados tropeçam nele,
mas ele nunca tropeça
na pressa do mundo.
Disseram que era estranho,
porque via o mundo por ângulos tortos.
Que culpa tem um espírito sensível,
se a sociedade se crê reta demais
para enxergar a beleza do desvio?
No intervalo entre duas palavras,
ele enxerga um poema inteiro.
No espaço entre um toque e outro,
ele sente tudo o que existe.
A falta de respostas assusta os outros,
mas o silêncio dele não é vácuo: é morada.
Ali dentro, onde poucos chegam,
há um universo à espera de tradução.
O Silêncio dos Vagalumes
Foram-se os vagalumes,
não por medo da noite,
mas porque sua luz já não cabia
em mãos que desaprenderam o assombro.
Foram-se como preces mudas,
sem rastro, sem vestígio,
levando consigo a infância dos olhos
e a última centelha do espanto.
A cidade caminha sobre sombras,
e os passos ressoam na ausência do que era vivo.
Onde antes um lampejo fugaz
rasgava a pele do escuro,
agora há um breu domesticado,
submisso ao clarão sem alma
das lâmpadas que nunca dormem.
Mas quem sabe, em outra noite,
quando os homens cessarem o peso
sobre as coisas miúdas,
eles voltem.
E, sobre as ruas, redesenhem em claridade
o que o silêncio agora esconde:
o simples milagre
de brilhar sem porquê.
“Todo dia, morre um romântico na cidade.
A sua grande maioria, morre pela indiferença, uns de amor, outros de saudade.
Sinto, que aos poucos estou morrendo, morro pelas mãos da ausência, daquela beldade.
Rogo aos céus, para que ela não me mate.
Já não existe em mim, o pujar de outrora, aquele sentimento da puberdade.
O amor é como fogo, e quem não o alimenta, vai perdendo seu calor, a sua claridade.
Talvez, já não exista mais o brilho no olhar, talvez nossos corpos, já não mais baile ao som da valsa, da intensidade.
Sei que sangro, e ao coração que ama, fazer sofrê-lo, é maldade.
Aquele beijo, que a tempos me ressuscitaria, hoje, parece-me, rouba a minha vivacidade.
Hoje, encontraram meu corpo, frio, sem alma, sem ela, normalidade.
Hoje, estou morto, pois todo dia, morre um romântico na cidade…”
A noite chegando, esse frio gostoso e esse vento maravilhoso tirando os meus cabelos do lugar. Tudo o que eu queria era uma xícara de café e você pra me abraçar.
Seu perfume pra sentir, seus braços pra me apertar, seu sorriso pra me fazer flutuar, seus olhos pra me fazer viajar.
Eu só queria você..
Agora eu vejo as árvores balançando, e mesmo com imenso barulho da cidade e dos carros eu consigo te ouvir sussurrar bem baixinho no meu ouvido, consigo te ouvir chegar, mesmo que seja só imaginação, pra mim é muito real.
Nada consegue me desconcentrar, eu estou fixada em você. Consigo sentir você me abraçar, me apertar bem forte, fazer carinho em toda a extensão dos meus cabelos e me pedir pra ficar, consigo te ouvir dizendo que eu sou só sua. Consigo ver seu sorriso, consigo me perder em seus olhos, sentir sua respiração tão perto da minha.
E por mais que seja somente minha imaginação, eu sinto como se tudo fosse real. Sinto cada toque, cada abraço, ouço cada palavra, e nada pode me desconcentrar, nem o grito mais alto, nem a buzina dos carros desesperados, e nem o mal humor constante de quem não sabe amar.
Eu sei que estou no meu quarto copo de cerveja e que o nosso amor não é pra essa vida, mas deixa eu acreditar, só um pouquinho, que estamos reservados para algo além do que somos.
Te vejo sendo tão infinito e isso não é normal. Quase sempre me pergunto por que você brilha tanto, me perdendo em meio a teorias ensaiadas. Eu tenho um jeito brega de metaforizar as tuas características mais comuns.
Quinto copo. E a memória senta ao meu lado na mesa, me parecendo uma segunda pessoa.
Você me sorriu pela última vez, como se posasse para uma fotografia. Eu aperto firmemente os olhos, arquivando-a em meus pensamentos. Ela ocupará o seu lugar.
Repartimos a conta. Repartimos a vida e até mesmo o céu estrelado. Deveria existir uma constelação que abrigasse todas as estrelas que já nos observaram sorrir, despreocupados, achando que aquela madrugada de sábado duraria para sempre.
Em você eu vejo a passagem de fuga da realidade que não gosto. Arrisco-me ao dizer que consegue desafiar a lógica quando me instiga a ter receio do nosso oitavo fim, tipo aqueles fins que necessariamente nunca se acabam.
Pois, no meu mundo, não há verdades absolutas. Você sempre será a minha controvérsia.
Mais cerveja. E eu alucino. Te encaro, devoro. Não ligo se a multidão dos teus desafetos me pisotear.
Mergulho nas águas do apego e quase me afogo com todas as palavras que nunca te disse.
Não me assusto. Nunca fui de me vestir com os erros dos outros, com os seus não seria diferente.
Fui sincera na mesma intensidade em que pensava em planos infalíveis, sempre saindo da história como a vilã que enlouquece no último capítulo.
Você recua um passo quando eu exijo nada menos que um final feliz.
Mas ainda estou no bar. Eu e a minha memória. Eu, minha memória e o copo de cerveja.
Então percebo que você percorreu os meus labirintos, encontrou os pontos fracos e, como quem tem todos os mapas, descobriu sentimentos em mim.
Sentimentos são cidades fundadas dentro do peito. Inabitadas, cercadas de concreto e flores. Sentimentos são frágeis; saiba preservar. Cuidado com os escombros. Tente reflorescer.
Mais um copo. E ainda tenho muitos tijolos para recolher.
Você me atingiu em cheio, trazendo nos olhos fundos a artimanha de me fazer pensar em qual ponto do caminho falhei por nós. Você! Com essa sua indiferença que carrega na lábia a espontaneidade de quem nunca tem nada a perder. Que enfia os pés pelas mãos com a sutileza de quem sente prazer em correr riscos.
Qualquer palavra etérea sai da sua boca em tom de você-diz-isso-para-todas. Solto um sorriso amarelo; sei que é verdade. Bem, honestamente, você já provou todos os gostos. E eu aqui. Tão cerveja. Tão memória. Tão louca. Acreditando que é conspiração quando você entra na minha vida de qualquer jeito, mesmo que não queira fazer parte dela.
Talvez, bem lá no fundo, você precise de alguém que tope entrar em coma emocional pelas tuas loucuras. Talvez você precise do meu lado fraco, dos suspiros e da minha insensatez. Precisa do meu caos e da destruição em massa que ocorre dentro das minhas cidades. Precisa sentir o abalo e as trepidações enquanto sussurra no meu ouvido frases nada inéditas.
É. Mais um gole com gosto de ausência. Mais um céu sem estrelas.
Mais um amor que não é pra essa vida.
Fechem as portas da cidade, por favor, para que eu não fuja.
Ela foge de mim cada vez que se encontramos, tantas vezes, tantos planos...
Meu plano é você!
eu seria capaz de ir até você meu bem
Atravessaria a cidade pra ti ver
só pra fugir com você;
Pra outra cidade..
Entrar no trem, partir pra longe. Deixar a saudade, junto com a cidade. Levar o vazio, aconchegar-me num dia frio.
BOLA DE CRISTAL
Hoje bateu uma saudade
E te procuro por todo canto da cidade
Porque você é o colírio dos meus olhos
Fazendo com que eu acredite
Em um mundo melhor
Aonde todos possam se alegrar
Com os nossos irmãos
Pois eu não me vejo sem você
Vivo apenar pela falta de você
Porque você é quem completa a minha vida
Rafaela Vieira dos Santos
Bola de cristal.
Quem tem loira tem saudade, quem tem morena tem qualidade, quem tem as duas é o garanhão da cidade, e quem não tem nenhuma olha a dos outros e passa vontade ;-)
Quando tudo terminar enfim
Meu desejo transformado em saudade
E a cidade respirar tudo isso que passou
Na verdade é pra entender
Que meu coração tem pressa
Dispenso sentir saudade;
Prefiro o amor perto;
Quero andar na cidade;
E ver teu sorriso aberto.
O calor da estação;
Anuncia que virão flores;
Ainda antes do verão;
Florescerão os amores.
►Carta da Saudade
Olá, bom dia, como você está?
Eu estou bem, eu acho, não sei
A cidade está barulhenta como sempre,
E ela nunca irá se calar, mas, tudo bem
Provavelmente eu irei conseguir sobreviver
Mas, e quanto a você? Você está feliz?
Faz tempo que não te vejo, como está o seu sorriso?
Ainda sorrindo? Ou se sentindo sozinho?
Eu estou escrevendo de fora de casa, acredita?
Estou perto da calçada, refletindo sobre a vida
Estava curioso em saber como você está se sentindo
Peço-lhe de antemão, perdão, se estou sendo um empecilho
Mas, me preocupo com você, afinal sou seu amigo
Quero o seu bem, quero que você alcance seus objetivos.
Então, como você está? Onde está? Morando fora?
Eu ainda vivo naquela mesma casinha, no final da rua
Lembra-se dela? Aquela que brincávamos por horas
Eu me lembro que às vezes era na minha casa outrora na sua
Memórias, o que seria de mim se não as tivesse, certo?
Bom, você não vai acreditar, mas, vou comprar um terno
Encontrei minha prometida, irei me casar
E o que desejo é que o nosso amor se torne eterno
Acho até que essa minha ambição é singela,
Mas, não vejo por que pedir nada mais do que uma vida bela
Por isso estou disposto a compartilhar minha cama,
Farei de tudo para a pessoa que tanto me ama.
Desde a nossa infância eu lhe disse,
Que, quando me casasse, você receberia o convite
Ainda digo mais, um convite especial, pois você merece
Sinceramente, estou até sem palavras, "até parece"
Provavelmente duvidará de mim, mas, crescemos juntos
E, agora, cheguei a um ponto muito importante
E eu gostaria, sinceramente, que você estivesse junto
Para desfrutar da alegria que seu amigo irradiará,
E sentir aquele antigo garotinho te abraçar, a chorar.
Estou feliz, tão feliz que mal consigo suportar
Depois de tantos desencontros, finalmente consegui encontrar,
Um motivo para estampar um sorriso sobre o meu rosto
Lembro-me ainda, fora no mês de agosto,
Que eu a vi, em um Gol antigo, da cor verde fosco
Ainda consigo sentir aquele beijo, seu gosto
Gosto de quem hoje, me tornei noivo.
Venho aqui não só para lhe convidar
Venho, por meio dessa carta, a saudade saciar
Saudade de nossa antiga e honesta amizade,
Saudade de nossa cômica jornada, das brincadeiras na velha cidade
Saudade, essa é a palavra que intitula essa carta, saudade.
Pois bem, perdoe a minha inconveniência
Mas, eis que vos fala minha alegria e insistência
Que berra aos meus ouvidos para que você venha
Espero-te no meu casamento, será na sexta
Assinado teu eterno amigo, filho de Helena.
Enquanto as luzes da cidade brilham
E o lustre da saudade no seu alto esfria
O que queima é a vontade
Afogada na sua própria cria
Desencantado em desapontamento
Vendado para o sentimento
Curado de dor alguma
Ferimentos do amor
Escrevendo poesias ao vento
Intangível ao abraço
O espaço é a menor distância
E ainda que pudesse ver
Sempre faltaria um pedaço
Em meu direito de errar
Virei a esquerda da avenida Redenção
Pobre de mim pecador
Acertar o meu coração
Embora eu já tivesse mudado
E as vidas continuado
Fui tentado
Memórias em fragmentos
Só ficou o torpor
Quem sofreu já esqueceu
Não há linha do tempo
Não há medidas
Só vestígios
E os prestígios que o passado prometeu.
A linda lua está no céu
Clareando a noite da cidade
E você me matando de saudade
Necessito da sua bondade
Não me entristeçais com tanta maldade
Estando distante da nossa afinidade
Volte logo, para cultivarmos a bela cumplicidade
Pois sem você eu sou metade
Da intensa felicidade
Que é amar de verdade!
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