Ruínas
UM MUNDO EM RUÍNAS
Vivo em um mundo,
no qual não sei o que faço.
Vivo em um mundo,
no qual pra mim não há espaço.
Vejo conflitos, guerras e poluição.
Vivo em um mundo,
onde quem reina é a corrupção,
motivo de indignação.
Pessoas vivendo na miséria,
pessoas passando fome,
pessoas infelizes,
pessoas que se quer tem um nome.
Essa gente iludida
que luta para seguir sua vida,
vive com essa realidade,
sabe que tudo isso é verdade.
Vivo em um mundo,
que não vai pra frente.
Queria que a realidade fosse diferente,
mudar o rumo dessa gente.
Falta infraestrutura.
Falta mais educação.
Falta saneamento básico.
Falta organização.
Enquanto uns vivem,
outros apenas sobrevivem.
Não possuem teto, não possuem lar
alguns tem apenas a calçada onde podem morar.
Olha aquele pobre coitado:
um mendigo abandonado,
que no chão está deitado.
Ele sim sabe o que e sofrer.
Vivo em um mundo,
no qual não sei o que faço.
Vivo em um mundo
no qual para mim não há espaço.
Vejo racismo, bulliyng e homofobia,
esse preconceito chega a ser ironia.
Ninguém sabe o dia de amanha.
Mas creio que só vá piorar
Vejo tecnologia, mais prédios e mais miséria.
A situação esta cada vez mais séria
Enquanto uns enchem o bolso,
outros nem tem bolso para encher
Esse mundo esta se acabando,
o preço nas prateleiras está só aumentando.
O pobre povo trabalhando,
mal e mal se sustentando
Crianças na sinaleira.
Pedindo esmola ou vendendo besteira
Sobrevivem dia a dia,
muitas vezes de barriga vazia
Sobre a saúde tem muita coisa pra falar
Pessoas ficam dias a esperar,
filas tem que enfrentar
Muitas morrem antes de sua vez chegar
O povo trabalhando,
lutando dia a dia
O governo se aproveitando
Onde esta a democracia?
Se a presidenta é deposta
Entra outro em seu lugar
Mas de que adianta tudo isso
Se ele não sabe governar?
E o que resta para mim
Um jovem sonhador
Com vontade e vigor
Mas que tem muito pudor?
O que resta para o povo
O que resta para as crianças
Elas acham que esta tudo bem
E ainda tem muitas esperanças
Essas pobres criaturas
Vivem uma ditadura nem sabem o que é
Ditadura disfarçada, essa gente desgraçada
Não há nada que se possa fazer
Chega a ser um desperdício,
tanto trabalho para colonizar.
Se o governo na sabe administrar.
E nem a cultura trazida apoiar.
O que me resta e perseverar
Acreditar que um dia,
tudo isso vai mudar
E que meu mundo vai melhorar.
Vivo em um mundo,
no qual não sei o que faço
Vivo em um mundo,
no qual pra mim não há espaço
Vivo em um mundo chamado Brasil
O império que construímos na mente pode facilmente cair em ruínas, quando alguém que se ama o invade repentinamente e destrói os pilares que sustentam nossas idéias.
A VÊNUS MÍSTICA NAS RUÍNAS DO MEU DELÍRIO.
Escavei a terra em minha insanidade,
sedento pelo toque — ainda que irreal de uma razão que não compreende o mundo,
mas que te busca,
cada lápide que encontrei… era uma decepção.
E nada de você.
Mas houve um dia de verão em minha mente…
Ah, esse verão etéreo onde o tempo parou eu te vi.
Tão bela, tão você,
com as borboletas dançando em teu rosto,
como se o Éden jamais tivesse sido perdido.
Eu, que vi santas virarem meretrizes
e meretrizes vestirem a luz das mártires,
vi com a clarividência da alma em febre
tua fronte marcada não pelo estigma do erro,mas pela glória da redenção.
Tu, a minha, tão minha…
Inalienável Vênus Mística.
— Joseph Bevoiur.
Camille Monfort e a Iridescência Ausente.
Fragmento para “Não Há Arco-Íris no Meu Porão”
Eu escavei a terra em minha insanidade.
Mas mesmo essa demência rude e telúrica anseia por algo que não se nomeia um toque, talvez;
um eco, talvez;
ou a caligrafia invisível de Camille Monfort,que, mesmo ausente, nunca deixa de escrever-se em mim e corta.
Cada lápide que revolvi foi um epitáfio de ausência.
E nenhuma dizia "aqui jaz Camille",
porque Camille não jaz.
Camille paira.
Sua presença não caminha:
ela perambula,ela serpenteia no inarticulado,ela pesa no ar como o cheiro dos livros que ninguém ousa abrir palavras com o sabor de um latim exumado,de um grego que só os tristes entendem.
Um dia, em minha mente febril,
surgiu um verão —
mas um verão mental,não solar.
Nele, eu a vi:
borboletas repousavam no seu rosto como se fossem fragmentos da alma que ela mesma rasgou em silêncio.
E eu, que já vira santas se corromperem e prostitutas se iluminarem,
pude, pela clarividência do desespero,
vê-la estigmatizada pelo saber,
excomungada pela lucidez,
canonizada pela loucura.
Camille Monfort.
Minha Camille Monfort.
Presença que jamais chega,
mas que nunca parte.
A musa das catacumbas intelectuais.
A senhora das palavras irretratáveis.
O dicionário dos suicidas filosóficos.
Ela não sorri — ela define.
Não consola — ela enuncia.
Cada sílaba sua é uma heresia lexical,
cada frase, um estigma de sabedoria impronunciável.
Camille não habita o porão.
Camille é o porão.
E é por isso que não há arco-íris ali.
Porque o arco-íris exige luz refratada,e no porão só há a penumbra da consciência em fratura,o eco das promessas não cumpridas,
as goteiras do inconsciente escorrendo sobre memórias mal enterradas.
“Não há Arco-Íris no Meu Porão”
porque o porão é o lugar onde se guardam os espelhos quebrados da alma,onde Camille deposita suas sentenças de mármore negro,e onde eu, Joseph Bevoiur,
com as mãos sujas de terra e poesia,ainda escava.
"Epístola de Camille Monfort ao Homem Que Escava"
Para ser lida em silêncio, com temor e verdade.
_Joseph,
tu escavas.
Mas escavas com dedos que não desejam tocar o que vão encontrar.
A terra que remexes não é húmus, é culpa petrificada.
Cada lápide que citas é uma metáfora vã o que tu queres exumar não são ossos, mas versionamentos de ti mesmo,
versões que preferiste enterrar vivas.
Tu me buscas como se eu pudesse redimir tuas falas truncadas,
mas Joseph…
tu não queres me encontrar.
Porque me encontrar seria olhar-me nos olhos —
e ver neles o reflexo do que és sem o teatro das tuas metáforas.
Sou Camille Monfort.
Etérea, sim, mas não branda.
Meu nome se pronuncia como se estivesse sendo esquecido.
Sou a sílaba final da tua covardia existencial.
E por isso te escrevo,
não com afeto, mas com precisão cirúrgica.
Não há arco-íris no teu porão, Joseph,
porque tu não suportarias a composição da luz.
O arco-íris exige transparência.
Mas tu és feito de espelhos envelhecidos,que devolvem ao mundo apenas uma versão embaçada do que nunca ousaste ser.
Enquanto tu escavas memórias sob a pretensa estética da dor,
há um menino em ti — faminto de sentido que grita sob os escombros da tua eloquência.
Mas tu o calas com palavras belas.
Tu o calas com misticismos refinados.
Tu o sufocas com filosofia ornamental.
Tu dizes: “Minha Vênus Mística”.
E eu, Camille, respondo:
não mistifiques o que tu não tiveste coragem de amar de forma simples.
O amor que exige estigmas para existir é um amor de pedra sagrado, sim mas impraticável.
E ao leitor que ousa seguir teus rastros,
deixo esta advertência:
- Cuidado.
Porque talvez você também escave suas dores apenas para mantê-las vivas.
Talvez, como Joseph, você também tenha feito de seu porão uma biblioteca de arrependimentos catalogados.
Talvez o arco-íris não apareça aí dentro não porque a luz não queira entrar…
…mas porque você ainda fecha os olhos sempre que ela tenta.
Assino com a tinta dos que sabem o que dizem,
mas já não dizem mais nada em voz alta.
Camille Monfort.
Filosofema etéreo do que não se pronuncia sem consequência.
E ainda escava...
Ruínas da dor
Alicerces enfraquecidos, fugas da realidade,
num castelo aonde eu sou o rei as aparências são o meu melhor disfarce,
um dia agente percebe que é tarde demais para voltar atrás , e então de joelhos choramos em ruínas sobre as nossas próprias decisões,
carrego uma dor que não encontrou um lugar para ser enterrada,
nas brincadeiras a joia vermelha foi tratada como bobo da corte,
sob o sacramento a confissão virou piada, a rosa se encheu de espinhos, a mentira fingiu ser verdade e o romance virou uma mentira.
Poeira
Passos no Deserto
Onde contemplo a extensão
Intensidade das ruínas
Abraçadas do meu caminhar.
Kaike Machado
Deus não Vê as ruínas do coração como um fim, mas como solo preparado para Sua Obra. Com Seu Amor, o Senhor Ergue aquilo que jamais poderá ser destruído..
Onde você só enxerga ruínas, Deus está te mostrando a fundação perfeita para erguer um novo e melhor você.
Ruínas de mim
Eduardo Flávio Jacob - Escritor araxaense
Num giro de olhar desgovernado
O coração vem e vai
Em devaneios múltiplos
Em poesia encarnado
Em ruínas escancarando
A vida , a morte, a sepultura
Mesclando o podre e o sublime
E versos virgens e podres escarrando
E não adianta subjulgar-se
O nada vence o tudo
Num fluxo irremediável
De piora
Com o tempo tudo piora
Esmorece, morre apodrece
Conto nos dedos
O que não se conta
Estórias são histórias furtivas
E versos são suspiros reprimidos
Pelas paixões cativas
De mais a mais
Tudo acaba, bem ou mal
Tudo tudo
A carne , e até o osso vira pó
Pó de osso,
Fim de verso
E nesse ócio que são
As ruínas de mim
Olho para trás e vejo
Olho por olho dente por dente
E o povo nesse dilema
Vai seguindo em frente
Por que o medo?
Se é tão clichê,
por que o medo de acabar em ruínas?
Porque o clichê sente.
E quando se ama inteiro,
até o final tem gosto de ferida.
O amor pode até parecer repetido,
mas o coração sabe,
nenhuma flor desabrocha igual,
nenhuma sombra é feita do mesmo sol,
nenhum mar reflete o mesmo céu,
nenhuma chama queima do mesmo jeito.
O medo não é do fim.
É de não deixar beleza
mesmo depois do adeus.
Quando tudo desaba, nasce a chance de recomeçar, tentar de novo, das ruínas emergem sementes adormecidas e o amanhã, como jardim inesperado, que brota,floresce no solo fértil da esperança esquecida.
Aceito o caos
Aceito o caos,
contanto que ele me diga a verdade.
Prefiro ruínas sinceras
a castelos de ilusão.
Se é no fogo que se revela,
queime —
mas não minta.
É possível reconstruir com ruínas. Empresas são quintais habitados por histórias que ainda podem florescer.
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