Rondo Poesia de Cora Coralina
Ao menos farto de anos
comemoro os melhores dias nesta vida. Até que eu pisque um olho, acordado quem é já nasce pronto!
Sem deixar cair
o orgulho e a alegria de um brinde,
com vinho do Porto debaixo da ponte, outro brinde
a vida
que vivemos juntos!
Naquele momento enquanto nos beijávamos, com os olhos entreabertos vi que ela também me olhava.
O que os olhos dela enxergavam?
No infausto das memórias já empoeiradas pelo tempo, ela cisma e vira as costas aos seus abismos abissais
Com a brandura de seus sentimentos mais nobres, pinta na tela do dia os olhos dele de infinito, que lânguidos desnudam o azul do seu céu pra ela
E seus versos novamente se enamoram desse olhar de querubim e o transforma em Poesia.
A inveja é uma esponja
que apesar da imensidão
do mar
quer pra si
a porção de água
que já está
em outro
entranhada.
Convido a erguer
a cabeça, olhos
e os teus sonhos,
para jamais desistir
dos teus planos,...
O amor vence
e sempre pode
vencer a morte,
Quem acredita
pode e vence,
Sê igual ventania
que afastando
as nuvens
para que seja
com luzes
lida a caligrafia
das estrelas:
O amor pode
e vence a morte,
Quem acredita
vence e pode
inevitavelmente;
Se o céu não
estiver aberto
até a próxima Lua,
Vencer a morte
é missão tua
mesmo que
não perceba,
Porque se
você tem amor
aconteça o quê
vier acontecer
e seja por onde for:
tu tens todo o poder.
SUSPIRAR ENTRE AS ESTRELAS
Se eu soubesse escrever um poema
Como se um aconchego poético se tratasse
Nas linhas bordadas de tantos abraços
Viverei feliz nas folhas, cores feitas na alma
Suspirava por em estrelas cadentes
Daquelas que se vêm lá em cima nas fragas
Os lobos não deixaram de uivar
Inventaram rimas sentimentos entre a lua
Traços da serra colorida de espanto
Floríamos juntos no nevoeiro denso entre as fragas
Num suspirar entre as estrelas
Eu não escrevo pra exorcizar o meu medo
Eu escrevo pra transbordar minha loucura
Eu escrevo por que foi a única utilidade
Que encontrei pra minha dor
Eu escrevo pra não explodir de raiva
E nem de amor
Eu escrevo por que só
Quem experimentou a vida
Sabe o horror de mastigar
E ter de engolir a ferida
Quando chegar a hora
De ser quem tu és
Esquece todas as outras abordagens
Mostra teus originais bordados
Não deixe que puxem o fio
Do centro de tudo, que te move.
Fui edema, celeuma.
Nocauteada, certeza.
Fui oceano, super-humano.
Mapa múndi, engano.
Hoje brisa, mansa.
Desejo forte de ser genuína:
Sem ira!
Só não posso mais adiar,
Arriscar é preciso
Me jogo, agora,
No abismo de mim mesma:
Então,
Somente eu
Sem dó, nó
Recomeço sem só.
Até meu físico fica ferido
Quando por você
Não sou correspondido
Adoeço do dente ao dedo
E anoiteço quando ainda é cedo
E se nunca mais te vejo
Ensurdeço
E só depois de muito tempo
Te esqueço.
Eu percebi o absurdo do mundo
De repente,
De dentro do meu quarto escuro.
Solidão se faz com muitos aos poucos.
Até entender que para ser feliz
Basta estar de bem com a ponta do nariz.
Os ventos que te sopraram
foram os mesmos que me fizeram
sem barro,
trouxeram
as cinzas do meu corpo
e renasci.
Olhei pela janela
em busca da Lua
no meio da noite fria
e submersa no pó
da minha insônia,
Anseio poderoso
de estar ao teu lado,
Desfrutando juntos
do jogo elegante
e mais alucinante
das nossas vidas;
Como as nossas
tropas que unidas
nas fronteiras
longe dos ódios
e das diferenças
se libertaram
do passado imposto:
Creio como nunca
que podemos
quebrar ciclos,
reunir nossos mundos
e nos presentear
este saboroso gosto.
Desejo amoroso
de viver ao teu lado,
Descobrindo juntos
o tempo desconhecido
e mais esperado
capítulo da história.
Te levo em silêncio
como a mais alta
honra no peito,
minha divina glória
e meu amor perfeito.
A madrugada é o momento em que arrancamos a máscara do sorriso estendido em nosso rosto durante todo o dia
e nos sentimos à vontade com a face da tristeza.
O que seria dos escritores sem as madrugadas frias?
certamente não seriam escritores.
O que seria dos poetas sem as nostalgias?
digo que não seriam poetas, nem mesmo em fantasias.
É na madrugada fria que aprendemos a ouvir o som
do silêncio, pois entendemos que somos sentimentos,
aprendemos a escutar o universo,
até para criar um verso.
_Ponte dos desejos_
Caminhou até o possível
Parou consciente
Sem carecer outro nível
Não habituado ao decadente
Mas se via sorridente
Obteve à lucidez
Atingiu a honra
Se fez cortês.
Saciava-se com pouco
Esperava menos
Sabia que não haveria
Dias mais amenos
Não planejava
Não era comparado
Existia ali
Sem ser pressionado.
O que resguardar?
O tempo cuida de tudo
Esta é a maneira de preservar
O cargo à se ocupar
Por alguém tão digno.
Pois ele não tarda
Guarda memórias
Se ocupando de tristezas
E tantas histórias.
Mas não há de se preocupar
Mais cedo ou mais tarde
Ele irá lhe retornar
Suas respostas esclarecer
E seus gritos calar.
Pássaro Preto
Logo cedo ouvia seu canto
uma triste melodia
parecia alguém em prantos
um sentimento de melancolia.
Pássaro preto, preso em uma gaiola
já nasceste na prisão
refém do capricho humano
não conheceu o voo livre
nem o balançar dos galhos de uma árvore.
Olhava o céu e os pássaros livres
e sonhava estar naquele espaço azul
dez anos se passaram
e o capricho humano
lhe arrancou de sua rotina
não podia mais ver o céu azul
nem os livres vizinhos de penas
que o visitava
Deprimiu-se
desistiu
sonhou
e agora voou
porque a morte o levou.
Como um pássaro
pelo Sol espera
para se aquecer
da noite austera:
esta sou eu
nesta manhã fria
em busca
do calor do teu amor,
que a distância
ainda nos sentencia:
como um adágio
abrigo o meu peito
do mundo áspero
e o idílio do século
te entrego para
que me entreguem
nos braços da Pátria
que me confundem
como parte fizesse,
porque na verdade
deste mundo
não faço parte;
e muitos ainda
não se deram
sequer conta
que pertenço ao Universo,
nos olhos o adverso encaro
e minhas luas disparo
para as almas em chamas enternecer.
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