Retrato
As Infâncias de Almeirim
(Um retrato poético das crianças que aqui vivem)
Toda criança que habita este chão,
carrega em si a cultura e a tradição,
de um povo que vive entre matas e rios,
com os pés na floresta e o coração nos desafios.
Filhos de agricultores, de mãos calejadas,
brincam com a natureza, celebram a alvorada.
Colhem frutos direto do pé, em festa com o dia,
vão à capela agradecer com fé e alegria.
Ah, crianças do rio, filhos de pescadores,
que navegam de barco em cantos e amores,
vão ao curral ver a boiada passar,
tomam leite da vaca, sem pressa de amar.
Brincam à luz da lamparina, numa noite qualquer,
vivem a infância simples, de um jeito tão sincero e tão belo de ser.
Vão à escola pelo caminho da ponte,
sobem na canoa e seguem adiante.
E há também as crianças da cidade,
em meio ao fuzuê, sons e ansiedade,
entre carros e motos, no ritmo apressado,
são crianças vibrantes no mundo conectado.
Entram no ônibus com seus cadernos e sonhos,
e ao contarem histórias entre risos risonhos,
descobrem que são felizes do jeito que são —
brincando na rua, na praça, com bola ou pião.
Há crianças amadas, cuidadas com ternura,
acolhidas nos braços de uma doce estrutura.
Mas há também as que vivem ao acaso,
sem teto, sem toque, sem carinho ou abraço.
Crianças que clamam por cuidado e atenção,
por amor, proteção e um pouco de pão.
Crianças que brilham como o sol da manhã,
que são o futuro, são alma, esperança e amanhã.
São elas, sim, o tesouro da cidade,
patrimônio terno, riqueza de verdade.
Almeirim pulsa em cada olhar e sorriso —
nas infâncias diversas, mora o paraíso.
A forma como exercemos o poder a nós confiado é um retrato fiel do que jazia latente em nosso âmago.
[Retrato II]
Em meio ao verde da mata
Teu cheiro doce se mistura ao amadeirado
O teu sorriso sequer se disfarça
Irradiante como o refletir do lago
E o público de gansos e patos
Que ao nos ver no anfiteatro
Gracitaram tão enlouquecidamente
Tamanha era a beleza da gente
RETRATO DE FRIDA KAHLO
Passeia o delineante pincel...
Por cima da tela em branco
E recria-se como num painel
A trajetória de dor e pranto...
Extraordinária mulher! Infiel...
No autorretrato... Seu encanto!
Na delicadeza do cru, cruel
Sem melancolia sem espanto...
Foi uma admirada guerreira...
Expôs a sua pintura pioneira
Lutou com as próprias armas...
Superando-se nos acidentes...
Entre amantes e inconfidentes
Viveu o glamour e os karmas...
(RETRATO DE FRIDA KAHLO - Edilon Moreira, Abril/2021)
Um dia seremos esquecidos, por um tempo um retrato visto, por outro tempo um item de arquivo e por fim mais um objeto perdido.
"Um retrato não revela quem você é, mas quem você teme que o mundo descubra no silêncio do olhar."
EduardoSantiago
Dura forma de amar
Um passado, um retrato e um momento.
Viver por viver
Na saudade do bem querer.
Queria eu poder beijar
Sua face
E eternizar em um abraço!
Shirlei Miriam de Souza
Cenário algoz retrato imponente,
no sumo teor de tantos poréns,
fala se por falar tem se o ador,
momento inclinado e cansativo,
no horizonte encontra se a luz,
se cala diante tortos momentos,
sem explicações as dores,
que constituem de temperes
translúcidos no exato dilema.
Sou cachorro,
Sou viola do mato,
Quem é que não se apaixona,
Por mulher de retrato,
Sou perdido,
Mas não deixo de me encontrar,
Pros amigos um beijo,
Por onde quer que está,
No imenso desejo,
De poder te falar,
É que enfim eu vejo,
A beleza do mar,
Tudo isso pra que,
Só pra te demonstrar,
Que a alegria em você,
É o melhor que há,
Nesse dia tão lindo,
Nessa história tão bela,
Quem é que já vai indo,
Se esquecendo dela,
Uma flor tão bonita,
Que tinha comigo,
Então pare e reflita,
Por favor meu amigo,
Que a vida é boa,
Tem que aproveitar,
Pois o tempo voa,
Não tem quem faz parar,
E por isso eu te peço,
No meio desse verso,
Olhe a sua volta,
Pense no seu regresso,
Para depois da vida,
Não se lamentar,
Dessa história querida,
Que vc está a criar,
Viva com muito amor,
Seja só luz e paz,
Te peço por favor,
Não se esqueça jamais,
Que caixão não tem fundo,
Só tem alça,
E tem beira,
Onde o próprio defunto,
Não fede nem cheira,
E reconhece de vez,
Que a vida passou,
Lhe fez só um freguês,
Sabe lá quem gostou,
Da sua proza,
E de suas ações,
Por que, quem chora,
Jamais esquece os palavrões,
A falta de perdão,
Que pode te afundar,
Ouça só meu irmão,
O que vou te falar,
A vida é um simples sopro,
Na eternidade sem fim,
E só sendo louco,
Pra não pensar assim,
A Saudade Dói
A saudade aperta quando vejo seu retrato
Pudera eu ter um último abraço?
Penso na perda todos os dias
Você me faz falta, um dia foi minha alegria.
A saudade dói quando me lembro dos teus abraços.
Dos seus sorrisos marcados
Se você fosse eterna, minha vida uma bagunça não seria.
Sei que de mim você cuidaria
Maldita doença que te levou, E me deixou em um caminho de dor.
Nessa vida me restaram saudades que consomem onde existe amor
Onde estiver queira me guardar, porque ainda quero muito te encontrar
E toda essa saudade matar, sei que ai do céu esta a me olhar.
Meu eterno anjo da guarda queira me guiar para o caminho eu não errar e um dia eu poder te alcançar
Hoje eu sou uma menina cheia de segredos para te contar
Venha me levar para contigo no céu eu morar, onde a saudade não mais existirá.
Moro em qualquer lugar,
desde que seja perto do mar.
Tão confusa olhando de cá,
tal retrato de saudade antecipada.
O que vejo? um retrato?
apenas um retrato, de traços lisos, papel apenas.
Lá esta você, e em outro estamos nós.
O que vejo? um retrato?
Apenas um retrato, a imagem eternizada, o tempo preso
num pedaço de papel, apenas.
corro meus dedos sobre a película, que já gasta pelo
carinho excessivo e totalmente inútil, pois, não
o sinto e não me sentes.
Reparo outras lembranças. Um papel aqui, outro ali,
muita palavra perdida pelos deletes da vida, muita
lembrança clara na memória.
Mas, ficam sempre os momentos de amor, do meu amor, do
que fui capaz de declarar com tanta dificuldade.
E apesar desse amor imerecido, que teimo em guardar
dentro do peito escondido, que é só meu, ainda amo,
como o primeiro dia, como o primeiro olhar, como a primeira
palavra, como as primeiras letras, como a primeira poesia.
Tudo igual, sempre igual, apesar da dor cortante,
sempre igual esse grande amor,
sobre o qual escrevo nesse instante.
Valentina
Resposta:
Retrato ou abstrato?
Papel em branco e traços lisos
De personalidade e traços inconsistentes.
Retrato ou abstrato?
Traços em grafite ou carvão
Esperando as cores da história
Pintadas pela convivência,
Pintadas e finalizadas pela reciprocidade.
Nada é perdido, nem palavras,
Nem tempo, nem lembranças
Ficam em traços claros como rascunho
Em forma pela insegurança da mão
Que sozinha desenha.
Ficam traços claros porque a insegurança
Não deixa que os traços saiam
Firmes, definidos, são uma sucessão
De pequenas semi-retas
Que como um tremor de Parkinson
Formam o retrato de um amor doente.
Se não plenamente, amputado pela
Mão faltante onde as lembranças
Em muito são de memória única
E nunca se completa o retrato
Que deve ser em Duo.
Sempre igual não é o amor,
Mas a falta de reciprocidade.
Armando Moro
Te desenho
A cada traço em que te retrato
Em cada curva em que te desenho
Por mais que eu tente esconder o fato
Jamais escondo o amor que tenho
Não tenho culpa se me cativas
E que teu cheiro é um doce aroma
Que suas lembranças mantêm vivas
As ilusões que o amor retoma
Ao desenhar as cores do seu rosto
Desvendo novos tons de pele
Para que fique altamente disposto
E que o seu sorriso revele
Então sombreio sua alma
Finalizando pelo seu cabelo
Tão linda, tanta calma!
E os cabelos, caramelo.
Trovando
Meu poema não soa triste,
não sou poeta triste, não !
apenas retrato o que existe
pelas plagas deste mundão
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