Resistência
Muitas vezes alguém tenta nos derrubar, com golpes diretos ou mesmo sutis.
Então, devemos estar preparados para resistir as pancadas, mais do que para bater...
Quem é criativo tem um poder tão devastador que não precisa de muita força para perseverar os obstáculos, basta resistir.
Geralmente tratamos as nossas próprias mentiras de forma diversa das mentiras dos outros. Para as alheias usamos nosso discernimento e acabamos por refutá-las, mas as nossas, sem resistência, tratamo-las como verdades.
Podem traçar meu corpo à chicotada.
Podem calar meu grito enrouquecido.
Para viver de alma ajoelhada.
Vale bem mais morrer de rosto erguido.
Compreendo a maior reserva na aceitação de uma ideia nova; mas não compreendo a repulsão sistemática de toda ideia nova
Se é amor que você quer:
Recebe!
Me bebe, sou drink que quiser
Mistura de montila com guaraná
Eu gosto de dança de par
Quando as coxas se encostam
Seio no peito, confronto
Olho no olho, encontro
Sua boca que silencia a minha...
Não é reza! É anistia!
O pecado dos nossos corpos misturados
É como se você dissesse:
"Dá um bocado?"
E a gente divide culpa e santidade
Teus segredos guardo em meus beijos, cumplicidade
E a gente se mastiga
Você me excita.
Brinca indiferente...
Como se não de repente
E se alguém descobre da gente...
Como faz?
Todos os outros vão saber que te amei mais
Somos mistura de vinhos
É seco, suave, rosé
É tinto!
Lembra você?
Sorrindo, dizendo:
"Mariana, não vai dar certo"
Ela escreve.
Eu escravo.
Ela tem métrica
Eu só faço em verso
porque acho bonito.
Ela deve conhecer uns cinco países.
Eu conheço o bar com a cerveja mais barata do bairro,
e cá pra nós,
já nem está tão barata.
Ela faculdade.
Eu facultativo.
Ela fala três idiomas.
Eu acho que nem português sei falar direito,
porque às vezes o dono do bar não entende o que eu falo.
Ela escreve no quarto.
Eu depois do quarto copo,
escrevo no guardanapo,
usando o balcão do bar de apoio.
Ela breve.
Eu bravo.
Ela clama
Eu reclamo
Pra ela amor acaba
pra mim amor é escambo.
Ela diz que caibo no seu canto.
Eu de canto, canto. Me aproximo aos tantos e no entanto
Ela tem pressa de ser feliz
Eu tenho um peito que não é pressa, é brisa.
Você de canto, canta
Mente dizendo não caber
Aqui?
Se o problema é espaço
Pego tudo que em mim já foi ocupado
E me desfaço!
Não me contento mais em só caber no seu abraço
Eu silêncio.
Ela se queixa
Eu me encaixo
Ela excede
Eu escasso
Ela merece
Eu marasmo.
Ela tem modos,
Eu tenho medos.
Ela tão tarde
Eu tão cedo.
Ela já sabe.
Eu já disse:
Ela escreve
Eu escravo.
Ela com suas palavras
Eu com as minhas.
Ela só não sabe que
Eu sou quase seu inverso,
e mesmo controverso, confesso:
Eu gosto mesmo é quando a gente
U N I V E R S O S
“Um passo importante para qualquer evolução é aprender a lidar com o julgamento. Assim como há a resistência de reconhecer nossa ignorância, as mudanças incomodarão, e os julgamentos virão.”
INJUSTO MARTELO
E haverão de pagar
Aquelas que nunca deveram
E haverão de confessar
Os pecados que não cometeram
Fazer falar o que não é
Repreender de forma dura
O simples fato de contrariar
As levariam para a tortura
E como justo seria
Há quem já ia pra julgamento ciente da condenação
Mães, filhas e principalmente
As que apenas pediam pedaços de pão
Não peça-me para esquecer
A injustiça não pôde quebrar nosso elo
Eternamente estampado em seus dogmas
Será a figura do injusto martelo
Ressurgir das Cinzas
Sou forte, sou guerreira,
tenho nas veias sangue de ancestrais.
Levo a vida num ritmo de poema-canção,
mesmo que haja versos assimétricos,
mesmo que rabisquem, às vezes,
a poesia do meu ser,
mesmo assim, tenho este mantra em meu coração:
“Nunca me verás caído ao chão”.
Sou destemida,
herança de ancestrais,
não haja linha invisível entre nós
meus passos e espaços estão contidos
num infinito túnel,
mesmo tendo na lembrança jovens e parentes que, diante da batalha deixaram a talha
da vida se quebrar,
mesmo tendo saudade cultivada no portão.
Mesmo assim, tenho este mantra em meu coração:
“Nunca me verás caída ao chão”.
Sou guerreira como Luiza Mahin,
Sou inteligente como Lélia Gonzáles,
Sou entusiasta como Carolina de Jesus,
Sou contemporânea como Firmina dos Reis
Sou herança de tantas outras ancestrais.
E, com isso, despertem ciúmes daqui e de lá,
mesmo com seus falsos poderes tentem me aniquilar,
mesmo que aos pés de Ogum coloquem espada da injustiça
mesmo assim tenho este mantra em meu coração:
“Nunca me verás caída ao chão”.
Sou da labuta, sou de luta,
herança dos ancestrais,
trabalhar, trabalhar, trabalhar,
mesmo que nos novos tempos irmãos seduzidos
pelo sucesso vil me traiam, nos traiam como judas
sob a mesa, meu ganha-pão.
Mesmo que esses irmãos finjam que não nos veem,
estarei ali ou onde estiver, estarei de corpo ereto,
inteira,
pronunciando versos e eles versando sobre o poder,
mesmo assim tenho esse mantra em meu coração:
“Nunca me verás caída ao chão”.
Me abraço todos os dias,
me beijo,
me faço carinho, digo que me amo, enfim,
sou vaidosa espiritual,
mesmo com mágoas sedimentadas no peito,
mesmo que riam da minha cara ou tirem sarro do meu jeito,
mesmo assim tenho esse mantra em meu coração:
“Nunca me verás caída ao chão”.
Me fortaleço com os ancestrais,
me fortaleço nos braços dos Erês.
podem pensar que me verão caída ao chão,
saibam que me levantarei
não há poeiras para quem cultua seus ancestrais,
mesmo estando num beco sem saída, levada por um mar de águas,
mesmo que minha vida vire uma maré,
vire tempestade, sei que vai passar.
Porque são meus ancestrais que se reúnem num ritual secreto
para me levantar.
Eu darei a volta por cima e estarei em pé, coluna ereta,
cheia de esperança, cheia de poesia e com muito axé
por isso, desista, tenho este mantra em meu coração:
“Nunca me verás caída ao chão.”
As vezes o Cordeiro também precisa ser Leão. O equilíbrio é necessário para que sua bondade e nobreza de coração não se tornem vulnerabilidade para os presunçosos.
O homem que não sabe tocar as pétalas da Rosa mulher, deve ser chamado de filho dela. Porque é criança, é dependente e ainda não é homem!
"Se chegou a ventania, ice as velas, faça um cata-vento, é na força imposta que adquirimos resistência".
O meu cabelo é chapado, sem precisar de chapinha
Canto rap por amor, essa é minha linha
Sou criança, sou negra
Também sou resistência
Racismo aqui não, se não gostou, paciência
Pela lógica, a tendência é eu desagradar algumas pessoas.
Pela lógica, a tendência é eu não me importar nem um pouco.
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