Receio
Tenho receio de ter a terrível limitação de não conseguir ser eu mesmo;
Mas sei que sou passivo do erro, da verdade inventada e da espera sem medo;
Às vezes pode até parecer que não nos importamos quando na realidade é apenas o receio de nos expormos a incertezas e acabar machucando a nós mesmos.
Anseio o dia em que encontrarei o meu Deus. Mas receio se ele irá me receber com indiferença como alguns dos meus pastores me tratam. Esse é o mesmo sentimento que muitos nutrem da paternidade que transferimos à Deus, com base nos relacionamentos que temos com nossos pais e pastores.
Receio que minha hora vai passar
Mas, meu bem, se depois do festejo
De todo glíter lavado, ainda quiser me ver
Eu troco minha agenda
Faço do beijo poema
Da sua boca dilema
Da sua falta presença
Não tenho medo da solidão
Tenho receio da falta de compaixão
Da inveja disfarçada e dos venenos escondidos no coração;
O barco e um rio.
Nascente,
Um barco forte, impávido
Desce sem receio,
Avança em busca do horizonte
Segue firme, destemido, desbravando o rio.
O barco sabe dos perigos da viagem
Mas ignora a força do seu condutor bravio.
Rumo ao desconhecido, o barco não se cansa
Almejando a liberdade e a contemplação
Do sol radiante da esperança.
Antes da aurora esperada
Vem as intempéries da distância
O rio se torna ameaçador.
E o barco, mais surrado a cada dia
Preste a naufragar, com furos no casco
Escuta um pássaro triste cantar e avalia.
Rio e barco não se entendem mais
Um quer a foz, outro quer o cais
Um sabe que chegando ao fim retorna
O outro nada sabe de outro rio
De outra noite, de outro pôr-do-sol
Só há uma dúvida voraz, assim o barco afunda
Na ilusão e na desesperança
Na ideia obscura da fragilidade fatal, desiste
Enquanto o rio mergulha no abismo
E encontra a paz.
Evan do Carmo
Você é tudo de que eu fujo.
Como a mosca foge da aranha.
Não por receio da morte, mas sim pelo medo da vida.
DO DESEJAMENTO
Alguns são feitos de um desejamento dilacerado.
Desse querer aflorado, não receio.
Nele me introduzo. E me ponho a ver o não dito.
Como quando me enamorei por uma moça.
Ela tinha um nome no meu peito escavado.
Chegava-me nas noites em que a buscava.
Deitava sua ternura sobre minha espera.
Acariciava as palavras que o silêncio esculpia.
Ela era tão docemente tingida de inteireza,
Tão despida de melancolia e incerteza.
Que apenas eu a via, andarejando ao meu lado,
Com suas mãos encravadas em minha ausência.
E eu já então, descabidamente encantado,
Apenas me sabia, ao traduzir-me fecundado,
Que mesmo a passar a só, a esperar a moça que viria,
Ela com o coração entreaberto de mim não partia.
Carlos Daniel Dojja
Eu tinha receio de ir à psicoterapia...
Até que, lá, descobri as coisas mais importantes sobre mim, e se tornou um dos lugares mais seguros e acolhedores em que já estive...
Coragem precisamos ter, nesse tempo de insegurança,
Olhando para o futuro com esperança.
Receio sempre haverá,
O que importa é não desanimar.
Não visitar os pais e avós agora é uma prova de amor,
Ah! Que estranho, o nosso mundo se tornou.
Vimos que o poder nada pode fazer,
Ímpar situação que nada tem aprazer.
Receios que se extravasa
Unidos sem sair de casa
Seguiremos juntos, venceremos essa batalha
Não compreendo o meu entender
Mas sinto a capacidade de como eu posso surpreender
O receio que eu sinto de algum dia eu perder
O sentido do que é a vida e deixar de escrever!
Amar é navegar em
águas profundas,
é o encontro com
o desconhecido,
onde mesmo com receio
de se arriscar,
você não tem medo
de se molhar.
Faz sentido o medo de conhecer alguém novo mas ficar com receio de se envolver.
Mas o que não faz sentido, é culpar coisas novas ou alguém novo pelas velhas coisas do passado.
Me assusta esse processo de humanização dos cachorros. Receio que, com o passar do Tempo, a espécie canina sofra mutações ao ponto de os animais deixarem de ser os mais fiéis e melhores amigos do homem por terem incorporado as características humanas às suas por insistência, vaidade e carência da espécie racional
Aquele dia foi nosso...
Sem receio, sem medo
Foi o nosso dia
Nossos corpos se queimava a cada beijo
Já não tinha mais como esperar
Estávamos incendiados por uma
Alucinante paixão.
Aquela tarde quente aumentava ainda mais
Nosso apetite
Então nos rendemos à nossos desejos mais profanos.
Minha musa, minha inspiração
Você foi incrível
Não importa quando ou onde aconteceu
Se estava na hora ou se deveríamos ter esperado mais
O que importou mesmo foi a intensidade
Jamais esquecerei...
A perfeita realização dos nossos desejos.
Não tenho receio da morte, tenho receio
da língua cortante de alguns seres, que
vivem a julgar o alheio.
