Quintal
"" Então veio o tempo e foi levando tudo
Como o vento varreu a casa, limpou o quintal
e sacudiu o coração...""
" Vejo cachorros latindo
por fantasmas que acham que estão no quintal
vejo comunhão de idéias falidas,
perdidas em boatos e devaneios.
vejo muito por fazer,
porém, poucas mãos empreendedoras.
vejo as incertezas e as criticas tomarem conta,
contra a ilusão que as inverdades impõem.
vejo o caos dos cães
correndo para todos os lados,
atrás de seus medos,
mordem os rabos
pseudo coragem
tenho certeza,
fantasmas não existem...
Acreditando na polinização dos pássaros nas árvores frutíferas.
Tenho um quintal com algumas árvores frutíferas e ervas.
Percebo o beija-flor e outros pássaros, voarem em majestoso bailar de asas no vento, por entre pomares!
E assim polinizam estas frutíferas árvores.
O pé de manga que está florido, junto com a goiabeira, ameixeira, mamãozeiro, banana nanica, abacateiro e laranjeira.
Ano passado degustei manga com sabor de goiaba e laranja. Mamão aromatizado com ameixa. Abacate saborizado com banana nanica.
Imagino ser culpa do beija-flor e demais passarinhos, estes com o seus bicos adocicados, deixaram todas as frutas contagiadas por sabores inimaginarios.
Enfim só gratidão a estes minúsculos seres que doam sem contestar polinizações a estas frutas, que só nos dão satisfação de paladar e bem estar.
Gratidão aos colaboradores da vida.
Pássaro ferido
Um pássaro ferido encontrei
Perdido no meu quintal
Corre prá cá , corre prá la
Mas sem conseguior voo alçar
Pobre pássaro ferido
condenado a viver na calçada
Procuro , procuro
Mas nada de asa quebrada
O que teria feito o pobrezinho
Ficar assim tão perdido
correndo sério perigo
de encontrar pelo caminho
o glutão do gatinho
da tagarela vizinha
Preso na mão o pobrezinho
sinto até as batidas
de seu pequeno coração
Está assustado o coitado
Perdido ali tão sozinho
temendo o cair da tarde
que traz a escuridão
Dentro de mim só emoção
num ímpeto tomo uma decisão
sem asa quebrada
nem qualquer ferimento
talvez tenha sido fraqueza
a causa de ir parar no chão
Ali , bem perto de mim
Uma árvore na calçada
prá onde levo a avezinha
a esperar pela mamãezinha
Que aflita deve estar
seu filhote a procurar
Horas depois ,
nada de pássaro encorujado
do galho da árvore alçou vôo
Ganhou as alturas
em busca da liberdade
duramente conquistada
Editelima/2019
Admirar a natureza verde através da janela, trazer também plantas para decorar o quintal e a casa promove ao ambiente um clima tranquilo e relaxante.
O canto dos pássaros quebra a monotonia e alivia a tensão do dia a dia proporcionando uma vida com mais qualidade mental.
Setembro/2022
Anoiteceu
Anoiteceu,
mas minha alma continua brilhando...
vou ao quintal,
vejo a lua...
sinto que a noite foi feita para pensar,
mas penso que deveria parar de pensar por uns dias,
rejeitar quaisquer filosofias,
hipóteses,
teorias,
e sentir a realidade de todas as coisas,
assim, naturalmente,
assim, sem nenhuma palavra...
Que tal conhecer meu quintal?
Aqui, cada caminho guarda histórias, cada paisagem tem alma, e cada rosto carrega a força da nossa gente. Indiaroba-SE não é apenas um lugar no mapa, é um lar, um abraço de natureza e tradição, um refúgio onde a cultura pulsa e a vida acontece com simplicidade e grandeza.
O Rio Real nos banha, o sabor do aratu nos reúne à mesa, as ruas sussurram memórias e os olhares se encontram na cumplicidade de quem pertence. Aqui, viver é sentir, celebrar e preservar.
Se ainda não conhece, venha! Se já conhece, sempre há algo novo para ver e sentir.
Orgulho de vivermos aqui!
"O trânsito é o quintal de um hospício, no qual não se consegue distinguir quem é louco e quem é médico."
Minhas conquistas listadas em tópicos cabem em um disquete… vou além do sol, desse quintal, além do virtual… além da discussão da imagem.
Reminiscências
Cansei de ser adulta!
Quero de volta o horizonte do fundo do meu
quintal, meu balanço de pneu no pé de laranja lima.
Quero voltar a andar descalça e jogar amarelinha.
Andar de bicicleta da rua e sorrir sem motivo algum.
Quero de volta aqueles dias em que a coisa mais difícil
da vida era o banho do final do dia, e o único medo
que eu tinha era do bicho papão.
Quero o aconchego e o carinho do colo das minhas tias,
o cheiro de pão com manteiga, com o café da minha vó.
Quero de volta a pureza, do meu olhar de criança e meus
sonhos pueris que o tempo deixou pra trás.
Havia um cachorro no quintal. Toda vez que eu me aproximava para alimentá-lo, ele vinha e me mordia. Eu levava petiscos, tentava ganhar sua confiança, mas a reação era sempre a mesma: um olhar desconfiado seguido de uma mordida. No começo, eu não entendia. Por que ele reagia assim? Eu só queria cuidar dele, mas parecia que ele via em mim um inimigo.
Com o tempo, fui descobrindo o motivo. Esse cachorro, antes de estar comigo, tinha um dono que o maltratava. Alguém que não o alimentava direito, não lhe dava carinho, e talvez só se aproximava para punir ou ignorar suas necessidades. Esse passado de dor e desconfiança se refletia em cada mordida que ele me dava, em cada vez que ele se retraía ao menor gesto de aproximação.
Mesmo assim, eu insistia. Dia após dia, voltava ao quintal, levando comida e esperando pacientemente que ele me visse como alguém diferente. Mas nada mudava. Ele continuava me mordendo, como se eu fosse a sombra do antigo dono.
Então, um dia, decidi não ir mais até ele. Resolvi deixá-lo sentir minha ausência, para que ele percebesse a diferença entre o que tinha sido e o que poderia ser. Por alguns dias, mantive distância. E foi só então que ele começou a entender. Senti sua falta e percebi que ele também sentia a minha. Ele finalmente compreendeu que eu não era aquele que o machucava, mas o que tentava lhe dar uma nova chance.
Mas, quando ele se deu conta, já era tarde. O tempo que passei tentando ganhar sua confiança foi também o tempo em que, pouco a pouco, fui me cansando de ser mordido. Agora, que ele parecia querer minha presença, já não sentia o mesmo. Eu não queria mais correr o risco, não queria mais me machucar.
Às vezes, mesmo com boas intenções, não conseguimos consertar as feridas que outros deixaram. A desconfiança, quando alimentada por muito tempo, pode ser mais forte que a vontade de recomeçar. E, assim, cada um seguiu seu caminho: eu, ainda com a lembrança das mordidas, e ele, talvez com o arrependimento de quem demorou demais para confiar.
Eclipse Entre Nuvens
Deitados no quintal, num velho lençol,
Esperávamos a lua vestir seu véu.
O mundo em silêncio, o céu tão desigual,
E as nuvens dançando devagar no céu.
Um eclipse lunar — promessa tão rara,
Mas a noite insistia em esconder.
Entre os vãos das nuvens, a luz se preparara,
Mas logo sumia, sem se oferecer.
Tuas mãos nas minhas, frias, caladas,
Teu olhar perdido em sombras e bruma.
E as nuvens, como mágoas mal disfarçadas,
Cruzavam a lua, cobrindo-a de espuma.
Falamos tão pouco, sentindo demais,
Como se a noite soubesse o que fomos.
A lua se eclipsa, e nós — tão iguais —
Nos perdemos em silêncios que não domamos.
O céu chorava em nuvens sem cor,
E eu quis guardar aquele não-ver.
Porque às vezes até o amor mais amor
Se apaga sem a gente perceber.
MEU QUINTAL
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Uma rede me aguarda no quintal;
numa sombra que a mão até apalpa;
rede não social, por ser só minha,
só aceita o calor de minha pele...
Os calangos procuram meus sinais,
a mangueira não sabe o que dizer,
nem a cobra cipó entre a folhagem
faz menção de saber aonde ando...
Vim ao bairro buscar o que não planto
no meu canto, na terra de arvoredo;
volto logo a compor essa paisagem...
Minha fauna se une à minha flora
nesta hora de ausência inesperada;
meu quintal me requer, pois mora em mim...
AS ÁRVORES
Demétrio Sena, Magé- RJ.
Ao ver que a mangueira de meu quintal, mesmo frondosa, verdejante, cheia de vida não dava mangas, meu amigo deu a sugestão infeliz:
- Corte logo essa árvore, seu Demétrio; ela não presta; não dá frutos.
Argumentei sobre a sombra refrescante, a beleza da fronde, o verde que a mangueira ostentava enchendo aquele quintal de vida, poesia e pássaros... mas nada. Meu amigo batia o pé; reforçava o seu argumento: árvore que não dá frutos deve ser cortada.
Se dependesse dele, as florestas seriam devastadas, de modo a só ficarem de pé as poucas árvores que ofereçam frutos próprios para o consumo pelos humanos. Quanto aos animais, morreriam todos. Uns, porque não podem ser comidos; e outros, para serem comidos.
- Não, amigo; não cortarei minha mangueira. Tenho muita estima por ela, e considero frutos sagrados, sua sombra e beleza.
Visivelmente contrariado pelo insucesso de sua sugestão, meu amigo se foi, após uma despedida meio ranhenta.
Considerando sua idade já um tanto avançada, e consequentemente a de sua companheira de muitos e muitos anos, confesso que às vezes me preocupa o que meu amigo possa pensar em fazer com ela, que já não lhe dá filhos... ou frutos...
MATURAÇÃO
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Hoje gosto de calma. De ar puro. Sombra, rede, quintal. Gosto de amar, fazer amigos, ter liberdade para ser quem sou e deixar bem claro que é pegar ou largar. Escrevo e leio mais do que nunca, sei exatamente o que não quero, aprecio arte, boa música e já não tenho vergonha de ser sensível; romântico; sentimental.
De bem com a vida e comigo mesmo, estou no ponto em que tempo não é dinheiro e sossego não é caretice. Posso desprezar a moda, gostar do que realmente gosto e sonhar ao meu bel prazer... e como não se chega impunemente a tal estágio de segurança, bom gosto e sinceridade, chego à conclusão de que realmente chego à velhice.
Sabe.
O gramado do vizinho pode até ser mais verde que o seu, mas não encaixa no seu quintal... "Então viva a sua vida, esqueça do seu próximo."
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