Quase
Uma porta entreaberta
De onde contenta-se em me espiar
Nada além, nenhum passo a mais
Nem se tranca, nem se escancara de uma vez
O jeito mais estranho do quase
A mistura mais triste do talvez...
“Quase lá”
É o que a gente é
Não somos mais que amigos
Porquê “você sabe o que vai dar”
“É melhor deixar do jeito que tá”
Afinal
Não é amor
É quase lá
Temos o fósforo e a Caixa
Mas a gente não pode usar
“É melhor não acender”
“Deixa só na faísca”
“E se a chama se descontrolar”
Eu gosto do jeito que tá
Mas eu gosto muito mais de te olhar
Muito mais de te beijar
Eu gosto de te ter
Só pra mim
E só de pensar em te dividir
Você sabe
Que não vai dar
Mas olha isso não e sobre amar
É quase lá
E quando perguntam
“o que vocês são?”
“Somos amigos!”
É o que eu vou falar
Mas aí eu vou lembrar
Do jeito que a gente
Quase consegue se amar
E de como facilmente eu poderia
Tentar chegar lá
Quem sabe conseguir
E deixar no passado
Esse nosso
“Quase lá”
Estamos festejando, e aqui ficam meus desejos de uma linda Páscoa a todos...
Vamos bem entender o que é a Páscoa?
Ósculos e amplexos,
Marcial
ESTAMOS QUASE NA PÁSCOA
Marcial Salaverry
Estamos quase chegando na Páscoa, e muito se fala sobre o sentido do espírito de Páscoa, que na realidade deveria lembrar apenas algo sobre o martírio e a ressurreição de Cristo, e claro, abrangendo os sentimentos que deveriam nortear as pessoas ao pensar em comemoração da Páscoa, mas na realidade, não é o que está acontecendo, pois parece que o espírito de Páscoa foi um tanto modificado, tendo se transformado numa data comercial, destinada à indústria de chocolates, para auferir mais lucros. E o principal pensamento quando se fala em Páscoa, é que está chegando a época de comer ovos de chocolate, chocolate sem ser em formato de ovos, enfim, chocolate a não poder mais. Bem, para comer chocolate, é preciso apenas que se tenha dinheiro para comprá-lo, e disposição para come-lo, e principalmente, estomago para digerir tudo o que comer. Não é necessário ser Páscoa, que teoricamente seria uma época em que deveria se meditar mais, em analisar mais a vida e nossas atitudes. Enfim, por artes do marketing, a tradição virou nisso. E, como quando não adianta combater, o melhor é aderir, vamos comer chocolate, que é gostoso demais.
Mas vamos também pensar do outro lado, vamos pensar nos verdadeiros ensinamentos de Cristo, que deveria ser, pelo menos nesta data, encarado com mais seriedade. Vamos, pelo menos pensar em Paz, fazendo nossa parte. Quem sabe todos os povos se contagiem, se começarmos algo com uma bola de neve rolando ribanceira abaixo, que irá aumentando à medida que gira...
Esperando que o utópico desejo de Paz Universal se concretize nesta Páscoa, quero aqui fazer um apelo à consciência familiar. O importante é que cada qual faça sua parte, e procure manter em seu lar, um ambiente de Paz...Amor...Compreensão...Perdão, que são os principais ensinamentos de Jesus, e assim, partindo de cada lar esse facho de luz e, quem sabe, um facho, mais outro, outro e outros mais consigam iluminar tudo. Que assim possamos ter aquele ambiente de tranquilidade tão necessário para nossa vida.
Ainda mais que somos, em nossa vida cada vez mais exigidos, em todos os sentidos, sendo necessário que nos transformemos numa espécie de Super Homem, tantas são as exigencias que a vida moderna nos faz, e assim, temos que ser sempre os melhores em alguma coisa, para que possamos manter um certo status, obrigando-nos por vezes a fazer aquilo que não podemos, para que possamos ser, ou aparentar ser aquilo que não queremos, apenas para satisfazer certas exigencia de uma sociedade cada vez mais consumista... Assim sendo, é imperioso que consigamos ao menos em nossos lares, manter um ambiente calmo e de muito diálogo, para que assim possamos resistir às crises e pressões externas.
Que esta Páscoa possa ser o início disso tudo, e que consiga trazer para todos os lares tudo que for benéfico. Utopia? Talvez. Se cada um fizer sua parte, poderemos ter realmente nesta Páscoa, UM LINDO DIA...Vamos, ao menos, tentar? LUZ, PAZ, AMIZADE, AMOR, seguindo os ensinamentos de Cristo...
"Julgo um quase idiota, quem se atribui de uma tribo musical, por existir tantos outros gêneros."
18/12/2020
Estamos dizem; os estudiosos da psiquê desesperados por ser feliz e ter bons resultados no dia-a-dia!
Mas acabamos sofrendo muito mais porque chega uma ocasião em que não temos o planejado, o esperado.
Nem dos mitos, tão pouco dos seres que acredito eu; não querer resolver muita coisa.
O fim do meu quase (S.S)
O luto é uma coisa intrigante: ao mesmo tempo que a gente sente e sofre, com o passar dos dias ele também descama os nossos olhos, permitindo que a dor se dilua em lembranças.
Você já teve que sepultar alguém vivo? É uma dor que se prolonga, latejando no peito, pulsando em compasso fúnebre.
Você quer esquecer, mas a pessoa está a poucos segundos de uma ligação, a um botão de "enviar" no WhatsApp, e às vezes, a poucos metros de distância... E você tem que lutar contra a vontade de falar, o desejo de correr para os braços, o desespero de querer estar perto... É como se o tempo se arrastasse em câmera lenta, enquanto a saudade tece uma teia invisível ao seu redor.
Eu ainda guardava a caixa do "nosso 1º mês". A lembrança triste daquele jantar à luz de velas, flores e balões da minha explosão de amor por ter encontrado a minha versão idealizada de felicidade, que nunca se concretizou. Um castelo de areia que desmoronou com a primeira onda da realidade.
Agora estou aqui, diante das poucas lembranças que me restam, pondo fim a tudo o que não vivemos, um futuro que se esvaiu, como areia entre os dedos.
Eu fui apenas uma frase na tua vida, e ainda assim enchi meus pensamentos com imensas bibliotecas sobre você, sobre nós: as viagens que não fizemos, os roteiros rabiscados em mapas que agora amargam poeira. Idealizei nossas sextas-feiras cozinhando juntos, o aroma do molho de tomate caseiro impregnando a cozinha, as risadas soltas enquanto debatíamos sobre a vida. O gosto do vinho em noites frias, em dias quentes, o vinho de dia qualquer... as conversas na varanda de casa, nossas cadeiras na areia da praia vendo o sol se despedir no horizonte, as discussões acaloradas sobre nossas diferenças, que seriam pequenas desde que estivéssemos juntos. Os domingos preguiçosos, o café da manhã na cama, o cheiro de café fresco invadindo a casa... as visitas na casa da sogra, o bolo quentinho, o sorriso acolhedor... o almoço em família com aquele barulho de felicidade ensurdecedor, os cafés com amigos, as gargalhadas... A felicidade comum, aquela que se encontra nas pequenas coisas, na rotina extraordinária do dia a dia...
Agora tudo se resume a cinzas, literalmente. Difícil fazer morrer o que ainda está vivo, pulsante e palpável... é como arrancar um órgão do corpo sem anestesia.
O que fazer com tantos planos? O que fazer com tantas promessas? O que fazer com a nossa música, que tocava especialmente pra nós sem que precisássemos pedir, que embalava nossos sonhos e agora soa como um réquiem...
Uma vez o poeta perguntou se "se morre de amor"? Eu não conheço ninguém que tenha morrido de amor. Eu queria viver de amor. Ironicamente não morri de amor, mas estou tendo que matá-lo. E isso dói. Dói fisicamente. Aperta o peito, a alma chora, a sensação de morte é terrível. A dor nos mostra o quanto amamos. É a prova de que o amor existiu, mesmo que breve e incompleto.
O nosso "quase" ainda vai me assombrar por um tempo... Como um fantasma que habita os cantos da casa, sussurrando lembranças e reacendendo a chama da saudade.
Eu ainda acordo com coisas pra te contar. Como agora. Hoje eu decidi pôr fim a ideia que eu tinha de você. Queimei tudo o que me lembrava você, e com o coração ainda sangrando de tanto amor, joguei as cinzas no mar... e com os olhos cheios de lágrimas eu te disse adeus...
Mas ainda dói. E eu sei que ainda vai doer por um tempo, até que um dia o som de ouvir o teu nome me faça sentir nada... Apenas uma brisa suave, um murmúrio distante, uma lembrança adormecida.
Lília Raquel Farias Nunes
16/02/2025
