Prosa de Amor
Poema- Prosa de Marco pra Marcolino
Eliseu, filho de Ely e Benedita! Uma família de irmãos educadores, acredita?
Eliseu, nome de origem bíblica, e significa, “Deus é a salvação”!
Seu pai, pastor Cabo Ely, tinha duas profissão e nunca deixou na mão!
Eliseu, sucessor do profeta Elias! Porque desconfias?
Eliseu de tanta fé, acredita inté em Maomé!
-Mas porque tantos “es”, pergunta, meu coração!
Já meio na contramão, me responde:
-Calma, tenho M de sobrenome, que não se esconde.
M de Marcos? Só que não, Marcos é meu irmão!
É Marcolino, “apelido carinhoso para Marco”!
Com razão, Marco & Marcolino!
Que beleza poderia virar inté dupla sertaneja!
Com sutileza, como diria nosso pai:
- “Um burro carregado de livro é doutor”!
Eliseu, não tornou-se doutor, mas virou professor!
E espalha conhecimento com muito amor!
Marcolino, que significa “coragem e guerra” mas de forma carinhosa!
-Marcos, quanta história! Quanta prosa!
Calma aí, tem ainda Rosa no sobrenome!
Rosa, uma flor! A rosa do amor, a rosa que vem da mãe!
A rosa filha da mãe! A Rosa, nossa Mãe!
-Quanta rosa, estou florido, até comovido!
Eliseu Marcolino Rosa, que nome pomposo! Chega a ser honroso!
Que generoso, esse nome grande não acaba não?
Não! Pra finalizar tem o Muzel do alemão!
Muzel, de antemão significa, “truncado, curto”.
-Truncado, curto? Que absurdo!
Parece interpretação pífia, limitado!
Calma, você não está errado, muzel tem significado variado!
Eliseu nunca foi um ser mimado, limitado! Eliseu é ousado!
Com muita ousadia, Eliseu fez Geografia!
Sem monotonia, depois fez Pedagogia!
Quem diria, a profecia do pai quase se cumpria!
“Um burro carregado de livro é doutor”!
Seja como for, Salve o professor!
De Marco pra Marcolino, com muito amor, traçamos nosso destino!
Marcos Antonio Rosa Muzel (02/06/2023)
Erros
Vou pelo tempo e que no tempo aflito
A prosa sentimental, tropega, suada
Poesias que tagarelam com o espírito
Das faltas, vou indo pela madrugada
Poética, sofrente, fincada no infinito
Escrito no rigor de uma rima pesada
E nos meus enganos o olhar contrito
Colocando a minha alma pendurada
De tudo que finda, a vida que passa
A passo largo a ilusão que escassa
Assim, gerando nas causas, aterros
Então, equívoco e acerto o destino
Ferino autor... num quase desatino
Saturando o fado com infindos erros
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
2023, 19, agosto, 20’14” – Araguari, MG
Súplica (soneto III)
Há uma prosa jacente que mascara
O meu poetar sentimental e sedutor
Revirando aquela saudade tão cara
Sumida nas embirrações dum amor
E nesta dura aflição, molesta e avara
Que deixa na boca o tal gosto traidor
Rola sensação picante que não para
Porque não para a poesia com temor
Ah! Sentimento, por que tanto sente
Por que um coração por afeto mente
Tornando mais dorida a trova inteira
Te suplico! -vem silenciar o momento
Cala meu versar, dispersa-o ao vento
Deixai-me manso da minha maneira!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
22 agosto, 2023, 20’37” – Araguari, MG
Prosa de um Escritor: Comentários e Desabafos…
Sou um apaixonado pela leitura, pela boa arte, principalmente a brasileira, seja a interpretada em palcos, seja pintada em quadros e/ou couro, esculpida em madeiras ou em pedras, mas, especialmente pela música: se for MPB ou uma moda de viola, melhor ainda!
Mas, confesso: me dei conta de que não sou um artista de sorte apinhada!
Sou homem caseiro, de meia idade, não gosto de viajar distâncias demasiadas longas, também, nem curtas: não gosto de idas a lugares que sei que corro o risco de nada de prestante venha me somar, se há um incomodo que jamais me importei, são os que me trazem meus familiares ou uns poucos amigos.
Meus pares, em especial, não me apetecem quando se acham incumbidos de me darem palpites e conselhos, e é o que mais me pedem e, geralmente, independentemente do assunto, na grande maioria das vezes, me esquivo e assumo: não, me agrada opinar quanto a temas que são de fórum íntimo, seja para quem quer que seja!
E, quem bem me conhece sabe disso!
Admiro-me com o fato de não raro, receber em minha casa uma ou outra visita para dizer-me sobre quais temas devo ou não escrever ou simplesmente para tecer uma ou crítica, tomando meu tempo e perdendo o dele: muitos chegam a me encomendar uma poesia, prosa, uma mensagem para um seu amor ou ente querido, muitas vezes, gravemente enfermo, como se palavras o fossem dar a cura!
Na verdade, me incomoda perder meu tempo em receber pessoas que se creem músicos e vem em meu descanso me apresentar suas composições musicais e, na maioria das vezes, pra meu desespero, geralmente um Funk, e outros, de diversificados, estilos, mas, considero que, ou bem ou mal, são temas que fazem parte de nossa cultura, mas, no íntimo, muitos compositores e escritores podem ser considerados “doídos”, criando melodias e textos sem sentido, que nada conta ou nos soma em valia.
A expectativa é, num repente, receber à mão, digamos, um “enunciado” contendo uma nova ideia, uma escrita, mesmo sem rima, mas que seja prestante, o que seria uma surpresa, com passagens, que até sejam metafóricas, porém, que tenha excelência, ou pelo menos, seja uma construção literária ou musical que faça sentido, que tenha a capacidade de ter, em sua essência, uma mensagem, ou uma visão estética e instrutiva do tema abordado nos versos ou no desenrolar da prosa.
Como dizem os grandes pensadores: “A inteligência nos livrou da memória”, e isso se deu graças ao advento da criação do “ São Google”, e, voltando aos que me trazem o que produzem, a partir da sua capacidade de criar, para que eu os avalie, penso: “Vamos lá, pois, a princípio, só existem duas formas de se avaliar uma obra, a partir de sua criação: “as fatais e as não fatais à cultura”! As fatais são aquelas que, no excesso de erros gramaticais e que não “iluminam” o leitor, não tem a capacidade de “prender” a atenção e acho isso muito triste, dá a impressão de que os escritos ambicionam assassinar a língua mais bela e sonora do mundo: a língua portuguesa!
Tenho comigo que muitos escritores estão nivelando o bom gosto da boa leitura e a capacidade de criar obras pouco ou nada interessantes, com gosto nenhum e isso tende a colocar a literatura brasileira num patamar que não merece estar!
Dois Dedos De Prosa
De repente!
Me vejo tão só…
E começo a tocar a solidão!
A solidão dos meus dias
sem você…
E o vizinho emocionado.
Bate à minha porta!
Quer saber
porque tocar
a solidão…
Se os meus dedos,
Tocam tão bem as emoções
nos corações das pessoas.
Quando em versos…
Criam sonhos!
Inventam rimas.
E me diz atencioso,
e ao mesmo tempo
admirado de mim:
_Não se deixa só…
Não sou o seu amor…
Mas estou aqui,
para dois dedos de prosa!
Amar é poesia, chorar também.
Amar é liberdade ou cativeiro de alguém.
Amar é verso e prosa, rima de uma canção
amar é alimento da alma e coração.
Não importa, quem eu amo.
Não precisas, tu saber.
O que importa é o amor
que sinto, por você.
Amor de madrugada, amor ao amanhecer
amor de tardes tristes ou de belo anoitecer.
Amor, amar viver !
Gostosa do jeito de ser, gostosa alma, gostosa prosa, enrola e encanta, mulher que vai do cativo do riso, até o mais belo e singelo verso.Mulher do cordel, mulher que saltou da tinha do pincel, caiu na tela e virou arte, musa que se têm por toda parte.
Não parte das minhas faixas memoriais, fica brincando de apaixonar, e eu me jogo na rede de impressionar.Calando os mais altos defeitos, mostrando que é bem melhor ser do seu próprio jeito. Imensidão que enche os olhos! Criatividade divina, Deus te fez menina!
Calor das noites frias, banhada da poesia. Mulher de ossos fortes, que não tem barba e bigode, mas é flor de ninguém pode!Da riqueza e do poder, nasceu serena, confusão e arretada! Brincalhona, sujeita a todos os a frontes, respostas duras aos que acham que podem atacar essa doce criatura!
Atitudes Inusitadas, se acaba na risada!! ( Hahaha)
Gostosa mulher! Você é gostosaa! Seu corpo é só o sagrado templo de grandes budistas, tem que meditar muito para achar algumas pistas a ter o seu coração!Trilhada a dedos! Só toca quem vem de corpo e alma.
Não mergulha em piscinas rasas, é sempre glorificada por intelecto, dialetos, e seus mais belos tipos de madeixas
Seja lisa, cacheada ou crespa, riscada com estrias, que retocam um pouco mais suas mais lindas saliências.
Não mergulha em piscinas rasas, é sempre glorificada por intelecto, dialetos, e seus mais belos tipos de madeixas , seja lisa, cacheada ou crespa, riscada com estrias, que retocam um pouco mais suas mais lindas saliências.
Diz o que pensa, e pensa no que diz! Não sai com qualquer um que se têm por aí. Sai por sair, sem saber onde vai! Uma coisa eu sei, bom rapaz, ela vai aonde ela quer. pensa no que diz! Não sai com qualquer um que se têm por aí. Sai por sair, sem saber onde vai! Uma coisa eu sei, bom rapaz, ela vai aonde ela quer
MANACÁ de cheiro
Para cantar o Manacá numa verdade
Não basta a prosa, tem de ter beleza
No olhar, sensibilidade n’alma acesa
Saber degustar do encanto que brade
Duma flor, duma graça e delicadeza
Do lilás a alva... tão pura na vaidade
Uma quimera envolvente, majestade
O Manacá de cheiro, orna a natureza
Invejo o vento que no seu movimento
Acaricia, beija, e se envolve no cheiro
De essências robustas, doce momento
És formosa que qualquer outra vontade
Pois, abrenha o sentimento por inteiro
Odor que trescala, um cheiro de saudade!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
16 setembro, 2021, 17’20” – Araguari, MG
Uma prosa com Deus
ÚA P^OZA QÔ DÊUZ
Clamo, chamo, imploro, invoco e humilho me a ti, porquê sabes oh altíssimo que creio nas tuas palavras, disseste para batermos a tua porta, prometeste a água da vida, que busquemos de todo coração, confesso, sozinho, a força do braço eu não consigo, és tu senhor, ao nome amado de Jesus, que misericordioso e amável, tua benignidade transcende a imaginação humana, és complexo e infinito, tal é minha angústia, diz senhor, se há sensatez e humildade nas minhas petições, ora, o meu anseio não ostenta orquestrar viveiros de galinhas e papagaios, nem tão pouco plantar abobrinhas, veja, não foi eu sacrificado, podado, humilhado, ferido, sonhos e realizações ceifadas, não sou eu que feito um robusto carvalho suportei a tempestade no vale assombroso, em desertos escaldantes, que serviu a mente para usufruto de provas ferrenhas.
Veja, não ambiciono a tua grandeza, pois não sou tolo, porém as tuas migalhas que são transbordantes, estas consumidas pelos cachorrinhos, não sou digno?
Que bicho desprezível sou eu?
O ilustre Jó, no augi da indignação e angústia questionou, se soubesse ele onde ficava o tribunal do senhor, se colocaria diante como inocente.
Talvez não seja eu a pureza de Jó, tenho praticado infâmias contra meu caráter, mas és tu o pai, que examina e esquadrinha o coração segundo a essência da sinceridade, veja desde meu nascituro, a real intenção, o anseio, a vibração, verás uma verdade ignorada, então oh pai, estou cansado e exausto, porém tenho dito que verei a glória do senhor na terra dos viventes, esse mundo orquestrado, manobrado, artificial, ora, não o pertenço, ainda que os gatos aplacaram me como rato desprezível, não almejo ser u cão vingador, quero o que pretendo dar , usa da tua misericórdia, o altar da tua glória, que posso administrar os meus dias, o sangue oculto me ofende, disfarçado na vida eletrônica, minha energia é sucumbida pelo magnetismo da perseguição inimiga, deveras algo em mim que não agrada o semelhante carnal, mas o teu espírito é que busco vivificar intensamente o restituir dos meus 40 anos sacrificados, misericórdia, graça e cruz, clamo que ainda hoje o vejo teu prometido espírito, JESUS.
Giovane Silva Santos
ESQUECIDO
Talvez já de tudo tenhas esquecido:
Do olhar, dos sussurros e da prosa
Da memorável dada elegante rosa
Talvez em tudo tenhas nos perdido
Aquele deliciosa sensação saudosa
O abraço sensual e tão enternecido
Cada momento, o momento vivido
Cheios de mimo e carícia generosa
Ah! não me tens na afetiva poesia
Mais... só este silêncio na vastidão
Do abandono, sentimento mudo!
E, só, nostálgico, numa dor sombria
Me tenho: penoso, na doce ilusão...
É... talvez tenhas esquecido tudo!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
06 agosto, 2022, 19’57” – Araguari, MG
UMA MANEIRA
A cada prosa de uma nova poesia
A doce poética se revigora vigente
Enche a profunda obra de quantia
Onde cada sensação nunca mente
É muito bom a gente ter cadência
Sussurros da imaginação, a sonhar
Naqueles versos cheios de essência
Pois, serão ao poeta o valioso lugar
Amar, e amar, o inevitável segredo
Da trova que quer a afeição suspirar
Versado com a variedade sem medo
Um enredo, um sentido, uma maneira
Pra acelerar a emoção e fazer delirar
Senão, estás a perder a prosa inteira...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
20 de agosto, 2022, 21’20” – Araguari, MG
FM POMBAL !
Agora tiro o chapéu,
pra FM POMBAL,
por criar o Prosa de Vaqueiro,
eita programa legal.
Mexe com a raiz,
de um povo brasileiro,
esquecido lá na roça e
corre atrás dos boadeiros .
Homens arretados, amam
uma trovoada e sua maior alegria
está em vaquejada.
Paulo Gomes, locutor
tem uma audiência alucinante.
Porque corre atrás dos boadeiros,
pra ouvir o toque do berrante.
Por trás dos bastidores,
está Aline Santos,
produzindo esse programa,
com sabedoria e encanto.
Parabéns à direção da FM POMBAL,
que permite que suas ondas sonoras,
entre em nossa capital.
O povo do nordeste,
bem que tem merecido.
Um programa de excelência,
pra tocar em seus ouvidos.
UMA PROSA SOBRE FERNANDO PESSOA
Fernando Pessoa foi um lunático, visionário, sem dúvida um esquizofrênico consciente, inofensivo e adorável. Homem subterrâneo, viveu isolado, entre aquilo que ele era e aquilo que desejava ser. Tinha, como eu, todos os sonhos do mundo. Não se achava especial, apenas superior a todos os seus contemporâneos.
Para suportar o peso do mundo inventou outros mundos, outro universo, onde ele podia facilmente se livrar do mundo real, ou pelo menos daquele opressivo em que todos vivem, onde se acham normais, pessoas comuns que se casam, têm filhos, bebem e fornicam, sem muita preocupação com arte ou metafisica.
Fernando não teve um grande amor, pelo menos não foi correspondido, por isso achava que o amor era uma perda de tempo, uma ilusão que causa muito sofrimento e dor.
Eu sou visionário, como ele, mas tenho um amor correspondido, tive filhos, publiquei mais que ele em vida. Tenho bons e maus hábitos, similares aos dele. Gosto de vinho, de café e de solidão para pensar e escrever. Sou músico, ele não foi. Vivo em uma época fascinante com muitas facilidades e distrações que poderiam muito bem me desviar do meu objetivo cósmico-divino, e com isso me diminuir, no que diz respeito ao talento do qual fui dotado. Tenho a obrigação, assim como ele de contribuir com a evolução da humanidade, no que tange ao desenvolvido cultural e espiritual do homem.
Portanto, não isento-me dessa responsabilidade, cada artista deve entender qual é sua missão, seu papel no mundo.
Não se faz necessário ser erudito, estudar em grandes faculdade, coisa que Fernando não fez, ora por não desejar isso, ora por não corresponder aos critérios exigidos na sua época. Ele poderia ter se formado em letras, mas percebeu que sabia muito mais do que seus instrutores, foi isso que lhe permitiu produzir tanto, pois sua formação intelectual era algo incomum pata qualquer mortal, ele já tinha ajuntado todo cabedal de conhecimento suficiente para compor sua obra. Este conhecimento oriundo dos livros, os quais ele lia com uma velocidade espantosa. Chegou ao ponto de dizer que não havia mais nada de interessante para ler, foi quando percebeu que era hora de observar mais a natureza e as atitudes dos homens, para completar sua magistral obra.
Eu penso assim como ele, que já li tudo que valia a pena, rejeitei, como ele a instrução formal de uma faculdade de jornalismo, onde aprendi algo muito significativo, o que é estudar. É saber ler, saber escolher o que ler... Abandonei, como ele a faculdade para me dedicar ao meu oficio, escrever, produzir conhecimento.
Fernando teve muita preocupação com o mito; leia-se Deus, religião, espiritualidade, às vezes ia muito fundo nesta busca, outra hora retrocedia e negava tudo, mesmo que por intermédio de outros, com seus heterônimos. A verdade é que ele mesmo não cria em nada além da vida, e muitas vezes duvidou de que a vida de fato fosse real, se perdia em delírios de que a vida devia ser uma grande ilusão.
De qualquer forma ele foi único a definir o mito, de forma poética e filosófica resumiu o mito e toda metafisica em uma frase: “O Mito é um nada que é tudo.”
Fernando Pessoa, mesmo não crendo em metafísica, nem em vida em outro lugar, continua vivo, e escrevendo com a mente e as mãos de muitos autores em todo o mundo.
Quem mais escreveu com a sapiência e astúcia de Fernando Pessoas, foi José Saramago. Saramago deu sequência à obra dele, boa parte do que produziu teve influência direta da mente criativa de Fernando Pessoa. Se você não sabe do que estou falando, leia este livro do Saramago. O Ano da morte de Ricardo Reis, contudo só vai inferir completamente o que eu afirmo se for capaz de se aprofundar nas obras dos dois autores portugueses geniais.
Evan do Carmo
CORPO E ALMA DA POESIA
Bendita a prosa que segue o rumo
De um coração, quase que despido
Das vaidades, na poética o prumo
Do corpo e alma no canto esculpido
Bendita o verso de uma rima pura
Onde figura a sensação da gente
Com trovas tantas, sem censura
Que a ritmo da imaginação sente
E, um afago na atenção do bardo
De um ardor a vibrar tão felizardo
Faz o jeito de trovar mais afinado
É arte e ato certeiro, prosa gigante
Terna e peregrina, o verso amante
Deixando o sentimento aflorado! ...
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
09 fevereiro, 2022, 10’59” – Araguari, MG
As vezes a minha mente está criativa para fazer versos e poemas, a vezes uma prosa. Porém o que ela me pede sempre é para eu ser gente boa, tranquilo como um sertanejo na rede, bonzinho como como alguém que quer alguma coisa em troca. Ela, a minha mente, também tem seus dias, dias de fúria, de pensar, dias de lutar com ela mesma, e dias como esse, a chuva lá fora eu eu sozinho aqui com ela. Já falei pra ela ter cuidado com o que pensa, já falei para ela para de brigar com o coração; "vocês dois t que entrar num bom senso", porque no fim que pagar sou eu.
Eu, mesmo, uma pessoa só com vários momentos.
PADECER
Ainda às vezes, a prosa saudosa
que outrora me foi com afeição
vem cruel tal desfolho duma rosa
macular a poética da inspiração
E, dantes a poesia tão carinhosa
que da alma era vital dedicação
agora em tom áspero, nebulosa
chora no verso cheio de solidão
Ah! esse aperto que tem a toada
de sensação dura e amargurada
põe a trova em um dano sem fim
Pois, o fado ainda bem maldoso
unta de suspiro, pondo pavoroso
o soneto a padecer junto de mim....
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
24/03/2022, 15’30” – Araguari, MG
Carne que rasga
a prosa, sepultando
palavras em epitáfios,
e nos vincos, o declínio
estende-se.
Prescrevendo o fim,
atrás de um final
digno, mas por que
sempre grotesco?
Rota final de um
reflexo gelado,
dançando em minha
direção, sorrindo
para mim.
Há morte onde passa,
por onde anda, o que
pensa? Dubiedade,
acumulada no recinto
de arrependimentos,
réquiem me fez assim.
O vazio queima no frenesi,
simulacro de uma imaginação
feliz transmutada com
veemência em um pecado
inapto.
É fato notório e indiscutível que através de sua prosa-poética, José Lins do Rego construiu um dos painéis mais fulgurantes de nossa literatura, ornando-a com seu realismo lírico, inclusive aferindo fortes
denuncias sociais contra a ganância dos senhores de engenho e dos usineiros, contrastando a beleza da paisagem nordestina com a dura realidade da vida rural, criando assim uma tensão literária expressiva, que contribui grandemente para a riqueza e a profundidade da história, acentuando a compreensão dos problemas sociais, da cultura, dos costumes e dos valores do Nordeste do Brasil.
Eu sou poesia, em versos e prosa
Canto a beleza, a dor e a rosa
Cada rima, um pensamento esculpido
Em cada linha, um sentimento vivido
Eu sou poesia, na luz e na sombra
No sol que brilha, na noite que assombra
Em cada palavra, um eco da alma
Em cada estrofe, uma suave calma
Eu sou poesia, na chuva e no vento
No riso livre, no triste lamento
Em cada silêncio, uma melodia
Em cada olhar, uma poesia
Eu sou poesia, no amor e na dor
Na alegria pura, no profundo rancor
Em cada sonho, uma esperança
Em cada dança, uma lembrança
Eu sou poesiam, em cada pedaço de mim
Na essência que nunca tem fim
Na beleza que emana do meu ser
Na poesia, eu continuo a viver
21 de Março - Dia Mundial da Poesia
Nicotina
Poesia crônica, cigarro cubano
Prosa de Neruda, lascívia de Caetano
Um canto, lugar único no mundo
Um tenor no máximo da sua entonação
Um acorde perfeito, música de Wagner
Encantamento de Isolda e Tristão
Sonoridade efêmera que apetece
Destoa, enlouquece alma em combustão
Meu espírito demente sem ação.
Um perfume cítrico e agreste
Nicotina que impregna o coração.
