Professor Carlos Drumond de Andrade
A um rio sempre espera
um mais vasto e ancho mar.
Para a agente que desce
é que nem sempre existe esse mar,
pois eles não encontram
na cidade que imaginavam mar
senão outro deserto
de pântanos perto do mar.
Por entre esta cidade
ainda mais lenta é minha pisada;
retardo enquanto posso
os últimos dias da jornada.
Não há talhas que ver,
muito menos o que tombar:
há apenas esta gente
e minha simpatia calada.
Das sete faces do desprezo
A Carlos Drummond de Andrade
Quando eu nasci, não teve sequer um anjo torto
Que me dissesse que a vida não é
Tão fácil o quanto parece ser
Disse: Vai, Valter, ser baiano na vida.
Ladeiras faz bem ao coração
Jovens apaixonados na esquina
Dizendo que não se apega a ninguém.
A tarde de puro sol, o perigo
É imprevisível mesmo que o dia
Seja azul.
O ser vestido de uniforme
Vai trabalhar no ônibus lotado
Sequer sabe se vai ser assaltado,
Acha que tem muitos amigos
No fim de semana.
O ser vestido de uniforme,
Mal sabe quando vai quebrar a cara.
Meu Deus, que sociedade de muita fé,
Que muito chama pelo Senhor,
Pessoas de muita fé e pouco amor.
Mundo mundo vasto mundo
Se eu me chamasse Carlos,
Eu seria outro poeta (?)
Nesse mundo vasto
Que maltrata meu coração.
Mundo mundo vasto mundo
Chega de ilusão?
Eu bem que vou dizer,
Esse mundo cheio de gente eu solitário
Em meu ego e vaidade
Vou me afogando
Sem sequer um abraço!
Carlos Drummond de Andrade em um de seus poemas disse: Por muito tempo achei que a ausência é falta.
Eu penso diferente, não como sinônimos, pra mim elas se complementam e prefiro pensar assim.
A ausência pode ser definida como ação de afastar-se de casa ou dos locais os quais costuma frequentar. Já a falta pode se dizer que é a supressão da existência; privação, se tratando de esportes chega a ser até uma infração.
A ausência é também a certeza de que você viveu, experimentou, soube o que é e se te fez bem ou não. A falta, você só vai entender depois de viver a ausência.
Talvez não seja tão fácil entender e nem onde essa situação se aplica, talvez nem deva tentar, mas te direi como identifica-la.
Bem, se a ausência te fizer perceber que algo te falta, você saberá do que estou falando. Eu não estou sendo aleatória, não falo de bens materiais ou coisas vazias. Venho aqui falar do vazio/ausência/falta que por muito eu já senti e talvez você também sinta. E não se engane, nem sempre é saudade ou solidão. Falo especificamente do amor, do amor de Deus e da falta dele, da sensação de que nenhum tempo do mundo foi suficiente e da certeza de que não é. Sim, da certeza de que nada e nem ninguém no mundo tem o poder de fazer com que você nunca experimente o que é sentir falta do amor além dEle, por nem ter experimentado direito a ausência do mesmo.
Quando se tem Deus não sobra espaço nenhum que possa ser denominado vazio. Porque Deus supre todas as necessidades vazios e solidão e estar na presença dEle não te faz apenas cheia amor, te faz também transbordar.
Ser amado por Deus, mostrar o amor de Deus, falar do amor de Deus e amar como ele, sem ausência, falta, dor e nem saudade.
Li certa vez um texto de Carlos Drummond de Andrade que falava sobre o encerramento de um ano para o início de 365 novas oportunidades. Que a pessoa que inventou essa divisão do tempo em períodos de anos era um gênio, pois assim conseguimos parar e avaliar o que fizemos e deixamos de fazer, e renovar as promessas para o ano que está para chegar. É como se fosse possível sair daquela rotina diária e contemplar os efeitos dessa época de festas.... Ficamos mais felizes. Com os sorrisos das crianças, com o brilho nos olhos daqueles que traçaram seus projetos. Se prestar bem atenção, verá a "terra respirar". Você pode ser o que quiser, mas para isso é preciso saber quem você é. É necessário limpar as gavetas, seja dos armários, do coração, da alma... Carregamos coisas inúteis que ocupam espaço imprescindível para viver a vida. Então, aproveitando essa época de festas, desejo que renovem o ser, que tenham sonhos possíveis de realizar, que a saúde infecte a todos sem clemência, que a paz reine em seus espírito, que sejam abençoados com a sabedoria Divina, e que a felicidade seja sempre uma constante em suas vidas... Boas festas!
POETA CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE E A PEDRA...
Dia desses, andava displicentemente pelo caminho:
- O mesmo que, um dia, o poeta Carlos Drumond,
entre uma pedra e outra, também passou!
Foi, então, que notei uma pedra no meio do caminho
e sem querer desviar-me de meu trajeto...
Por alguns instantes, sobre está mesma pedra
me assentei, para um pequeno momento de reflexão.
Nunca me esquecerei dessa experiência,
do dia em que por esse caminho também passei.
Apesar de ter em minha mente a imagem do poeta
que algum dia, por ali, distraidamente caminhava...
Confesso que a imagem da pedra no meio do caminho,
além de despertar a minha curiosidade,
é também uma cena e acontecimento,
que jamais esquecerei.
Parafraseando Carlos Drummond de Andrade: "Se a dor é inevitável, o sofrimento nunca pode ser opcional"
olhando nos meus olhos
ela me leu por inteiro
Carlos Drummond de
andrade ou paulo coelho?
fala muito sobre o amor,
com certeza é Drummond.
TINHA UM RIO NO MEIO DO VALE
(Parodiando Carlos Drummond de Andrade)
Tinha um rio no meio do vale
No meio do vale tinha um rio
Tinha um rio no meio do vale
No meio do vale tinha um rio
Tinha um rio...
Nunca me esquecerei desse acontecimento
Nas cenas de minha infância passada
Que no meio do vale tinha um rio
Que tinha um rio no meio do vale
Tinha um rio...
Um rio de águas cristalinas
Um rio cheio de peixes...
Um rio que poluíram...
Um rio que assassinaram...
Tinha um rio no meio do vale
Que nunca me esquecerei.
Será que até mesmo o sofrimento merece educação?
Concordo com Carlos Drummond de Andrade: "A educação para o sofrimento evitaria senti-lo com relação a casos que não o merecem."
Transitando por Minas.
Prospectando nas montanhas de Carlos Drummond de Andrade.
Minas das montanhas belas de Itabira, da Liberdade de Tancredo Neves e das ideias republicanas de Teófilo Benedito Otoni. Minas de inspiração do Menino do Mucuri. Da Praça da Jabuticaba de Contagem. Das exuberantes passarelas de Boa Esperança. Das águas líricas do Rio Doce da minha eterna Figueira do Rio Doce. Minas das lagoas de 7 Lagoas, das escadarias do Serro, das riquezas culturais de Diamantina, da arte e da música do Vale do Jequitinhonha. Minas da minha amada Joaíma, da bela Lagoa Santa. Minas da pujança de São Lourenço, Minas do Belo Horizonte da Lagoa da Pampulha, patrimônio da humanidade.
Como diz o poeta
Carlos Drummond de Andrade
Mãe, na sua graça, é eternidade
Eternidade do bolinho
Sentado no sofá
Assistindo desenho
Também daquele colo
De se esparramar
Que faz todo sentido
A doce fofura no olhar
Mais sério e derretido
Que toda filiação
Possa ser cuidada
Com preocupação
Amada e ensinada
Com todo coração
O eterno laço maternal
De um jeito, cada qual
Sempre merecerá
Todo cuidado
Todo respeito, igual
Seja quem for
Mãe nem sempre será
Quem gerou
Mas quem dá o amor
E com carinho amou
Obrigado por existir
Sem você
O que de mim seria?
Ainda bem
Eu poder sempre lembrar
Da sua companhia
Aonde quer que esteja
Sentimento abençoado
Para sempre me fará
Ao seu amor destinado
Feliz dia das mães!
Poesia espelhada ao contrário do poema Negra, de Carlos Drummond de Andrade. Um exercício...
Branco
O sinhô branco tem tudo
o sinhô branco manda em todos:
__ Negros, vão carpir arar
aguar
extrair carregar estocar no celeiro
empacotar
subir paredes
rachar lenha transportar
limpar os sinhozinhos
fêmeas para servi-lo
parir.
O sinhô branco manda em tudo
tudo que seja tudo tudo mesmo
até o minuto final de vida de seus escravos
(único tempo que têm para se libertar)
enquanto o sinhô branco desde sempre
libertado está!
Agosto/ 2022
Já dizia Carlos Drummond de Andrade e um de seus versos, "Ser feliz sem motivo é a mais autêntica forma de felicidade". Felicidade não tem motivos específicos, mas quando sentimos ela, abrimos nosso coração e falamos, "entra".
Autor: M.Cauã❤️
No Meio do Livro
(Parodiando Carlos Drummond de Andrade)
No meio do livro tinha um poema
Tinha um poema no meio do livro
Tinha um poema
No meio do livro tinha um poema
Nunca me esquecerei desse alumbramento
que impactou, deveras, a minha vida
Nunca me esquecerei que no meio do livro
Tinha um poema
Tinha um poema no meio do livro
No meio do livro tinha um poema.
O bom (e velho) Carlos Andrade!
Só existe um Carlos Andrade que, aliás, está completando mais um ano de vida. Por isso, desde já, lhe dou os parabéns! Efusivamente!
Repito: só há um Carlos Andrade! O resto é imitação e, portanto, não merece crédito ou confiança.
O bom (e velho) Carlos Andrade é único. E essa unicidade, com o passar dos anos, ficou ainda mais patente. E admirável.
Por ser bom (velho) e único, Carlos foi conquistando a admiração de todos à sua volta. Graças a seu talento, imprimiu seu nome na história das cidades de Itanhém e Teixeira de Freitas, para as quais escreveu os hinos oficiais.
De Teixeira, recebeu o título de Cidadão Teixeirense. De Itanhém, receberá a Medalha Eloino Moreira Lisboa.
De mim, o bom (velho) e único Carlos Andrade sabe que pode contar, agora e sempre, com a AmiZade zarfeguiana.
Biografia Carlos Drummond de Andrade
Poeta, cronista, contista e tradutor brasileiro. Sua obra traduz a visão de um individualista comprometido com a realidade social.
Na poética de Carlos Drummond de Andrade, a expressão pessoal evolui numa linha em que a originalidade e a unidade do projeto se confirmam a cada passo. Ao mesmo tempo, também se assiste à construção de uma obra fiel à tradição literária que reúne a paisagem brasileira à poesia culta ibérica e européia.
Carlos Drummond de Andrade nasceu em Itabira MG, em 31 de outubro de 1902. De uma família de fazendeiros em decadência, estudou na cidade natal, em Belo Horizonte e com os jesuítas no Colégio Anchieta de Nova Friburgo RJ, de onde foi expulso por "insubordinação mental". De novo em Belo Horizonte, começou a carreira de escritor como colaborador do Diário de Minas, que aglutinava os adeptos locais do incipiente movimento modernista mineiro.
Ante a insistência familiar para que obtivesse um diploma, formou-se em farmácia na cidade de Ouro Preto em 1925. Fundou com outros escritores A Revista, que, apesar da vida breve, foi importante veículo de afirmação do modernismo em Minas. Ingressou no serviço público e, em 1934, transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde foi chefe de gabinete de Gustavo Capanema, ministro da Educação, até 1945. Excelente funcionário, passou depois a trabalhar no Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e se aposentou em 1962. Desde 1954 colaborou como cronista no Correio da Manhã e, a partir do início de 1969, no Jornal do Brasil.
Predomínio da individualidade. O modernismo não chega a ser dominante nem mesmo nos primeiros livros de Drummond, Alguma poesia (1930) e Brejo das almas (1934), em que o poema-piada e a descontração sintática pareceriam revelar o contrário. A dominante é a individualidade do autor, poeta da ordem e da consolidação, ainda que sempre, e fecundamente, contraditórias. Torturado pelo passado, assombrado com o futuro, ele se detém num presente dilacerado por este e por aquele, testemunha lúcida de si mesmo e do transcurso dos homens, de um ponto de vista melancólico e cético. Mas, enquanto ironiza os costumes e a sociedade, asperamente satírico em seu amargor e desencanto, entrega-se com empenho e requinte construtivo à comunicação estética desse modo de ser e estar.
Vem daí o rigor, que beira a obsessão. O poeta trabalha sobretudo com o tempo, em sua cintilação cotidiana e subjetiva, no que destila do corrosivo, no que desmonta, dispersa, desarruma, do berço ao túmulo -- do indivíduo ou de uma cultura.
Em Sentimento do mundo (1940), em José (1942) e sobretudo em A rosa do povo (1945), Drummond lançou-se ao encontro da história contemporânea e da experiência coletiva, participando, solidarizando-se social e politicamente, descobrindo na luta a explicitação de sua mais íntima apreensão para com a vida como um todo. A surpreendente sucessão de obras-primas, nesses livros, indica a plena maturidade do poeta, mantida sempre.
Alvo de admiração irrestrita, tanto pela obra quanto pelo seu comportamento como escritor, Carlos Drummond de Andrade morreu no Rio de Janeiro RJ, no dia 17 de agosto de 1987, poucos dias após a morte de sua filha única, a cronista Maria Julieta Drummond de Andrade.
Ninguém é igual a ninguém. Todo o ser humano é um estranho ímpar.
Carlos Drummond de Andrade #sereieuseuparentão?
A minha vontade é forte, mas a minha disposição de obedecer-lhe é fraca.
Carlos Drummond de Andrade #assimestouEUnestemomento... #reféndemimmesma!
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