Procuro em Amor que ainda Nao Encontrei
►Entardecer
Querida pombinha, abra sua janela
Estou aqui fora, na primavera
Veja, as flores estão voando, abra sua janela
Quero contemplar o seu sorriso, abra ela
Querida pombinha, que saudade que me deixou
Por onde você esteve por toda a minha vida?
Levou a minha tristeza embora
Para dar lugar a sua alegria.
Querida tulipa, desculpe pelas rosas
Tentarei conquistar seu coração de outro jeito
Mas tenho receio de me apaixonar mais, ora
Você me enfeitiçou, tulipa, com certeza sonharei contigo
Em navios titânicos me afundarei, em seu bel-prazer.
Ah, mal sabe o quanto desejo sentir seu aroma
Seu perfume, que minha mente tanto ama
Pudera eu ser capaz de explicar, o quanto eu quero
Como quero abraçá-la, beijá-la, torturá-la
Com vários mimos, chamegos, em arrepios
Sua pele vibrando e você sussurrando
Chamando pelo meu nome, enquanto digo que te amo
Enquanto assistimos, lá de longe, o sol se pondo.
Entre o céu e seus olhos?
Escolheria aqueles que castanhos são.
olhá-los-ia todos os dias, todo o dia.
Jamais me cansaria de tanta perfeição.
Dissera-me, vermelho é a cor do amor.
Naquele momento, troquei-a para o castanho sem nenhum pudor.
Pudera eu...
Olhar para aqueles olhos sempre que desejar.
Mas posso olhar para o céu...
Admirar todo seu fascínio, o azul que de tão encantador.
Do castanho me faz lembrar.
Quisera eu, ter esse encanto todos os dias.
E aqueles que castanhos são, me apaixonar sempre que puder.
Mas poder não tenho...
Encontra-los-ei um dia, se Deus quiser.
CONFISSÃO
Confesso-te todos os meus pecados
Aqueles que cometo em teu nome
Pelas labaredas que consomem minha carne
Os anseios mais profundos
... arcaicos
mundanos.
Confesso-te guardar o cheiro da tua pele
Na boca, ainda o sabor da tua saliva
Na cerne o ardor das tuas ávidas mãos
Na ânsia que meu corpo te acolhe
No amor que a tudo assente.
Confesso-te meus poemas
Cada palavra bordada na estrofe
A razão... os porquês
Alforriada dos meus equívocos
Dos meus eus divididos
... pertencendo-te na totalidade
no desejo confesso
na poesia rendida
contida
em cada verso!
Elisa Salles
(Direitos autorais reservados)
ADORAÇÃO
Estou presa aos teus carinhos e encantos
Cativa das carícias de teus dedos hábeis
À profundidade das tuas palavras afáveis
És meu amor, meu amante, meu acalanto.
E se alguém, algum dia lhe disser,por ventura
Que almejo outro lugar senão os braços teus
Então já não serei eu, nem estes céus os meus
Posto que tu és todo meu primor e ternura!
E quando o céu escurecer pela tempestade
E o campo não mais embalar o botão da flor
Ainda assim terás de mim todo o meu amor. ..
Posto que me prendeste com fios de ouro fino
Ao teu coração e à toda tua essência sagrada
Na adoração mais sublime, terna e enlevada!
Elisa Salles
O DOAR INCOMPLETO
Escondes de mim os olhos castanhos...
Furta-me sentimentos que conquistei
Toques profundos, no entanto, estranhos
Caminhos obscuros nos quais já andei.
Oferece-me a boca, mas nunca a alma
Abraços cansados; carícia mal parida
Um ardor doado que à mim não acalma
Toque que se liquefaz, perde-se na vida.
Não chegas com a sinceridade da razão
Também não vens trazendo tua crueza
Parte-me a inteligência e o coração!
Pois teus olhos castanhos nunca vejo...
São dois poços vagando nas órbitas
Pouco amor para o que doo e desejo!
Elisa Salles
(Direitos autorais reservados )
GRATIDÃO. ..
Quando entrou na minha vida
De uma forma despretensiosa
Sem planos de dias seguintes
Sem intenções de eternidades
Eu nem sabia mais quem eu era
Estava perdida no labirinto de mim mesma
Dando voltas em torno de lugar algum
... Um olhar nos olhos teus
Poucas palavras
Grandes atitudes
E de repente me vi vivendo outra vez
Sentindo mais uma vez o sol no meu rosto
Sorrindo das minhas próprias inquietudes
Transpondo muralhas
Movendo moinhos
Tecendo novas histórias
Hoje não sou por ti só desejo
Só a ânsia pelos teus beijos
Só a vontade dos teus abraços
Sou gratidão
E nem preciso te dizer
Tu sabes
E faço de ti verso
Côncavo e convexo
Riso e alegria.
Elisa Salles
Pensar em ti me enterneci
Enleva meu pensamento
Me anuvia o juízo
E me leva à paragens suaves. ..
Não é somente a lembrança dos teus beijos
Nem o reviver do gozo arrebatado
É a pureza do amor que fazemos
Sem fingimentos e sem fraudes
Como sempre foi
Como sempre há de ser.
Por isso o semblante feliz
Por tal o desenho do sorriso
O pensamento em ti
Tudo que dá sentido ao meu dia
Tudo o que preciso!
Elisa Salles
(Direitos reservados)
Despi minhas roupas
Expus minha alma
Nua de pudores descabidos
Sem reservas, sem receios
Me atirei em teus braços
Ocupaste meus espaços
Desfiseste meus nós...
Hoje estou assim
Mais completa
Mais essência de mim
Sem ambiguidades
Sem lacunas
Sem fissuras no meu eu.
Porque para ti despi minhas roupas
E Expus minha alma
Para ti o fiz!
Elisa Salles
PENSAMENTO
Quando penso em você
Perco me em devaneios
Ouço sinos à tilintar
Borboletas à plainar
E a saudade apertar!
É toda emoção do meu viver
A cor viva dos céus azuis
O motivo do riso cristalino
Do coração em desatino
...Esse seu jeito de menino!
E quando a lua brilha, alta
Ou quando o sol desponta no horizonte
É aonde você está que levo minha mente
E toda minha alma rejubila, sente
Esse amor que à toda tristeza desmente.
Te amo em cada pensamento
E também quando toco sua face
Quando louca te ofereço meu beijo
Ardendo em chamas de desejo
É fagulha, é magia, é o canto do realejo!
Elisa Salles
(Direitos autorais reservados )
MISTÉRIOS DA VIDA
A vida tem lá seus mistérios
Nos leva à tantos caminhos
Perdemo nos de nós mesmos
Nos afastamos um do outro
Vivemos outras histórias
Sorrimos com algumas delas
Choramos por tantas outras
Perdemos o compasso
O ritmo da dança
Esquecemos a música
....
E de repente
Você aparece!
Receios
Medos
Mudanças
Tantas mudanças. ..
E aí, sem nem perceber
Eu voltei a sonhar
À ter uma razão pra sorrir
Um motivo para voltar à cantar
Me redescobrindo quando estamos juntos
Ou na saudade do depois.
E eu que nem mais me sabia
Por causa de você
Meu amor, meu amante, minha alegria
Voltei não somente à ser poesia
Como também à ser mulher!
A vida tem lá seus mistérios. ..
Elisa Salles
ONDE ESTAVA VOCÊ?
Onde estava você, ausente do meu olhar?
Quando eu me afogava em dores e lamentos
Numa escuridão profunda à penar
E os meus sonhos morriam todos cá dentro?
No regaço de quem pousava o rosto bonito?
Para quais bocas oferecia teus beijos doces
Porque não me via ou ouvia meu grito
Eu não seria de ninguém se tua não fosse!
Calei meu riso por dias sem festas e alegria
Comi o pão da amargura e senti sede de afeto
Não tinha o direito da mão que acalenta e acaricia.
Hoje, ao saber você tão perto ao meu lado
Quase me esqueço dos dias mortos de amor
Então te torno meu homem desejado e amado!
Elisa Salles
(Direitos reservados?)
ATREVIMENTO
Atrevo me à chama_lo de paixão do meu dia
A traze_lo aos meus sonhos mais ousados
Não imputo ao meu desejo erros ou pecados
Entregue ao prazer com que me possui e alicia
Permito que me dê o nome que bem quiser
Sob teu corpo grito de desejo e doçura
Quando me adentras as brechas com loucura
Sinto_me como nunca antes_ sou tua mulher!
Fora de nós os ventos balançam os canaviais
Quase posso ouvir os murmúrios do mar
Enquanto me tomas para ti um pouco mais. ..
Portanto por este atrevimento peço te perdão
Em te fazer o objeto do meu querer e amar
És meu homem_ E da poesia a razão!
Elisa Salles
(Direitos reservados )
" Aos quinze
tive medo dos quarenta
aos quarenta
o receio foi dos sessenta
quase aos sessenta
não tenho medo de mais nada...
VENHA. ..
Quando quiser, venha
Já despi minhas máscaras
Já aplaquei meus cansaços
Deixei lá fora as loucuras da vida
Me esqueci dos meus medos
Escondi minhas feridas
Anestesiei a minha dor.
Estou desejos de carícias na alma
De toques de ternura na cerne
De silêncios que gritam verdades...
Venha como quiser
Mas venha por inteiro
Deixa lá fora tuas reservas
Não precisa trazer promessas
Nem falsos galanteios
Nem traga flores nem vinhos
Traga tua boca quente
Tuas mãos eloquentes e inquietas
Teus anseios mais arcaicos
Tua transparência intacta
Teus instintos de bicho no cio.
Estou aqui
Quando quiser venha
Sou a mesma de sempre
A mulher que te quer
Do jeito que tu és
Da forma que me satisfaz
E põe sonhos nesta vida existência
Tão repleta de vazios.
Elisa Salles
(Direitos autorais reservados )
Olhos que tudo vêem
Te vejo com meus olhos rasos d'agua
Com teu desdém me fizeste sofrer
Deixaste meu coração imerso em mágoa
Não sei se almejo viver ou morrer!
Porque me mostraste o céu de estrelas
Para depois confinar me numa prisão?
Se eu nunca poderia vê las
Para que sonhar com elas então! ?
Ver tudo é sofrer em vão _imensamente
Não poder bater asas e voar livre
Ver com olhos que tudo sabem e tudo sentem!
Por isso,amor, choro deste mundo toda a dor
Quedo me ante mares de tristeza e solidão
Meus olhos tudo vêem. ..tristeza e amargor!
Elisa Salles
(Direitos autorais reservados )
Memórias Inúteis...
Sinto tantas saudades de ti...
Das horas esquecidas, vadias...
Em que eu vitimava o tempo em teus braços
Em ternos abraços, sem tédio, melancolias
ou cansaços!
Eram dias de entregas...
Os nossos risos enfestavam o ar
Na vitrola : Chico, Elis , Gonzaguinha...
Ah saudade mesquinha!__ Quanta lembrança!
Quanta memória, para quê meu Deus, tanta memória?
Quem me dera a letargia ...A escuridão
de não saber o que foi..
...De não pensar,
no que poderia ter sido.
Hoje minhas tardes são tão cheias de marasmos
As brisas mais frias
Flores caem
Primavera sem viço
E em tudo,
a tua presença, intensa
que não sai de mim
não sai de mim...
Não sai.
Memórias...
Cada vez que pego na caneta
invoco lembranças tuas...
Foi a tanto tempo, meu bem
... Mas o que é o tempo
contra o amor?
Nem mesmo sei por onde andas
Com quem escreves tua vida...
Se pensas em mim quando olhas o oceano
Quando as ondas beijam teus pés,
lembras dos beijos meus?
Tão seus...
Encontro poesia nestas memórias
Componho meu verso ao som do amor perdido
E nas madrugadas, quando ouço as ondas
açoitarem os rochedos; posso jurar
que ouço a tua voz me sussurrando ternura eterna.
...Doces ilusões as minhas.
Mas como são breves algumas eternidades...
Com os dias alguns esquecem
Desfalecem a paixão
Folhas caem ao chão
Novos outonos...
Novos verões,
... Novos.
Outros permanecem.
Eu permaneci.
Canso o papel, gasto a caneta
É a tua presença imortal, em cada linha
O que foi areia que escorreram por entre os teus dedos,
para mim, foi, e ainda é.
Meu amor.
Sempre, universo.
Saudades...
Ai, o que fazer destas horas de fastio?
Dos momentos de solitude imensa...
A ausência dos teus beijos me consomem
E nada que faço preenche tua ausência.
És a cor do bordado dos meus tempos...
O matizado dos meus céus à alvorada!
E o que ei de fazer se tu não vens?
Deixa-me oca. Triste... Desconsolada!
Volta querido, rápido aos braços meus!
Apressa-te à oferecer-me tuas ternuras
Vem pousar borboletas nos meus umbrais.
Pois que do corvo já me fartaram os versos
E o roseiral seca ante os meus silêncios
Sê novamente a brisa nos meus madrigais.
Elisa Salles