Pratos
Preencher espaços de luz. Perseverar na fé. Se há pratos sujos é porque tínhamos o que comer. Se há coração partido é porque tínhamos o que amar. Agradecer e aceitar, mas nunca acomodar-se. Entender que o bom da vida é tirar um tempinho para o que realmente é importante. Deixar o tempo e o amor cuidar de cada passo dado. Esquecer problemas pequenos, mesquinhos, e lembrar que quem tira uma hora do dia para chorar o passado, perde sessenta minutos para viver bem o presente.
Quando aparecer diante de ti "pratos" atraentes demais, nem se assente à mesa até saber quem é o garçom. Precisamos vigiar: Quando se trata de ilusão, o diabo é Expert. Não se deixe iludir, cuidado com as aparências.
Mulher deve ser tratada como o cozinheiro trata seus pratos, excesso de ego e ela o fará infeliz e capacho, total falta dele e ela lhe será inimiga, conclusão, não estou apto a namorar, ainda!
Havia páginas vazias de jornal em pratos cheios de cigarros. Ficou tudo assim, desarrumado, numa conversa da gente. Voou longe, assim, meio descrente. Mas precisou de um truque mágico para decolar. Um toque simples... Acima daquele trabalho, estava também o amor.
WALKIRIA
Ela pegou a vassoura...,
Começou uma discussão boba,
Quebrou alguns pratos,
Rasgou cortinas e retratos
Maldisse a família, bateu no filho e na filha
Xingou a sogra, a minha progenitora, trocou de roupa, pegou a tesoura...
E quando eu falei de amor ela armou um sorriso...
Aquela coisa sarcástica que eu percebia na Ava Gardner
Então eu vi que não tinha jeito
Só não queria a tesoura, nem a faca...
Doze polegadas de aço inoxidável cravada bem no meu peito
Seria a menopausa...
Mas nem uma pequena pausa
Continuou aflita
Fósforo e alcool ao alcance do braço, seria um inferno...
E aquele amor eterno de que tanto falávamos...
Fui tentar contê-la, ela colocou a tesoura na minha garganta
Com essa proximidade eu fraquejava, beijei-lhe a boca...
Já faz quatro anos, a idade de Amália...
De vez em quando ela pega a vassoura... mas já temos três filhos
E eu sei que ela não vai voar pra longe de mim.
Se o homem fosse realmente justo até os pratos da balança serviriam como instrumento para alimentar os pobres
“Houve um tempo em que eu dava abrigo a qualquer um, abria as portas e colocava pratos extras.
Pensei que o amor era sinônimo de permanecer, mas a vida me ensinou que há visitas que não merecem ficar.
Aprendi que existem mãos que só sabem esvaziar e vozes que emudecem quando você mais precisa.
Agora a mesa é pequena, mas está em paz, e só sente quem entende que compartilhar não é aproveitar, mas ficar quando a luz se apaga. ”
Francisco J.
Tinido dos talheres nos pratos
É o som do trânsito na avenida de baixo, com o som de algum carro bipando após ter suas portas travadas no condomínio ao lado, um murmúrio distante que sai das janelas dos vizinhos do andar de cima, misturado com alguns picos de gargalhadas e o tinido dos talheres nos pratos. É o som exasperante de alguma makita ao fundo neste mundo.
É o som da vida acontecendo de todos os seus cantos, eventualmente tornando abafado, quase que inaudível, pela memória do som da sua tão afável voz no último áudio que escutei.
Consigo lembrar de todos os pratos gostosos que já comi, mas, não consigo lembrar do que continha sequer em um saco de lixo que joguei fora.
A Última Ceia
Ensurdecida pelo barulho de pratos e talheres — ela sabia.
Cada sorriso, lustrado pela própria gentileza, só se estendia o bastante para mostrar as presas.
Entre goles de veneno social, ela gritou verdades nuas ao vento.
Criou tempestade.
Mais nada.
Sozinha, se lembrou:
— Verdades também levam pra cruz.
Com a palavra,
Alice Coragem.
Os pratos poéticos são tão sujos,
Que tudo neles entra,
E que sem serem lavados servem,
Mas aos profundos eles assim são tão úteis.
Ela vestia vermelho quando a revolução estourou
Não existia lua no céu, nem comida nos pratos
O caos se alastrava como inundação
Ela ouviu a primeira bomba explodir
E correu para o banheiro
Prendeu seus cabelos o mais alto que pôde
Passou rímel azul
Usou o resto do seu perfume
E colocou no pescoço o velho talismã
O lenço que a sua avó e a sua mãe haviam usado para cobrir seus rostos
Ela usou amarrado na cintura para esconder as armas que iria usar na luta
E quando pisou na praça não estava sozinha
Muçulmanas, católicas, pagãs, judias e famintas
Todas elas encontraram-se de novo
E sem pedir permissão.
Velho Talismã
Gostosinho no azeite deveria ser seus pratos de comida. São sem gestão no financeiro e alguns continuam devendo pensão pra criança prenha.
Havia onze pratos de mingau em cima do fogão à lenha na manhã do dia vinte e cinco de dezembro. Havia onze crianças felizes com a cara lambuzada de mingau ao redor da mesa. Não me "comove" saber que nenhuma daquelas pobres crianças esperava por bolas, bonecas, bicicletas, jogos, ou coisas da época. "Comove" saber que hoje, quando elas olham para trás e se lembram disso, dizerem que nunca mais houve presente de Natal como aquele prato de mingau, nem natais como aqueles. "Comove" saber que muitas das vezes o importante não é o que está sobre a mesa, mas quem se senta conosco, ao redor dela.
Ricardo F
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