Porque Choras
O PRESIDIÁRIO ....
Ó meu coração, meu pobre coração que choras
Os soluços sentidos dum nefasto desventurado
Se a lei do amar te angustia em seguidas horas
Diante do afeto ninguém deve ser condenado
Se tem sede de mimo e se confiante imploras
O suave amparo de o cupido a ti deliberado
Que seja flechado de luz nas suaves auroras
Superando a regra da sorte que a ti é dado
Não há prisão, nem há solidão tão pobre
De um olhar abraçado, cumplice e nobre
Que não possa estar ao lado e ao dispor
Somos todos uma solta sensação serena
Quando o desejo deseja eximir de pena
Safando da sentença o condenado amor! ...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
24/01/2021, 16’50” – Triângulo Mineiro
Prostração
Os teus olhos estão vermelhos.
E por que choras?
Perdeste o teu amor?
Já refletiste porque perdeste?
Achou que tiveste dado tudo de ti
Mas não foi o suficiente?
Agarraste no inútil pensamento
Que o concebido
Já era teu?
Agora achas que ao trocar as fotografias dos porta-retratos
Trará as forças para esquecer?
Olhará para ele
O quê verás?
Não será a nova foto que irá entrar pelas retinas de teus olhos
É a que já está registrada nos teus neurônios.
E todo o enxoval que te acompanha
Terás de queimar ou quebrar?
Faça todas as tuas cenas por agora
Destroçando tudo o que é material.
Estás a te sentir mais leve?
Mas não imaginas que em breve
Tudo que colocares na tona
Irás desaparecer nos rios de Goa
Levados ao mar.
Com o tempo e o oceano revolto
Devolverá os pertences
Devastados nas areias das praias.
Em todas elas encontrarás os pedaços
E toda a fantasia recomeçará.
Não, não é bem assim que te livrarás.
Acho que perdeste o senso
Não poderás reduzir a cinzas as memórias
De tudo o que te fez sonhar.
Gentil
Alma minha gentil alma, porque choras?
Não o faças pois não deves a tanto te dar,
mas vai, antes, às da luz zonas buscar,
a tua música, muito suave, para todas as horas.
Música da viagem, até ao não tempo,
local onde habitam, as melodias, lindas,
dos seres espirituais, que as tocam sempre,
nos de louvor tempos, ao rei das vidas.
Mas tu alma minha, entra pois neste ciclo!
da tua, alvura, e possui o ornamento,
mais que todos sempre pacífico.
Anula todo o teu muito e doloroso agitar,
possui o teu, lindo momento do eternamente,
que é o reino, do sempre muito amar!...
Enquanto uns choras, outros ri.
Enquanto uns tem a mesa farta, outros passam fome.
Enquanto uns chegam para a vida, outros dizem adeus. Enquanto uns são felizes, outros estão triste. Essa é a lei da vida. embora seja assim, ela nunca é amarga; sempre é doce. Por isso, dê valor ao que você tem, pois tem muitos que queria ter o que você possui e não cuida.
O CAMINHO DE NAZARÉ
Oh! Jerusalém, porquê choras?
Porquê insistir em culpar Pilatos ?
E agora, batem no peito, as senhoras.
É tarde demais, os homens estão como ratos.
Reunidos no oculto em grupos dissidentes.
Falando mal por trás e sorrindo na sua frente.
Invejosos, povo mal amado, pernicioso e desleal.
Discípulos avarentos, amantes do vil metal.
Comprados, hipócritas, atores de uma sociedade orgulhosa.
Desdenham da graça solidária, mas pousa de bondosa.
Porquê fingir se importar, se na verdade você quer é a festa?
Aproveitar a ocasião, fazendo tudo que não presta.
Se as mesmas vozes que elogiavam, aplaudiam e vibravam.
Depois de alguns dias, repudiavam e condenavam?
Que paixão é essa que não dura nem um mês?
Que nível de devoção volátil ensinaram a vocês?
Talvez, decidimos trilhar pelo caminho de Nazaré.
Romantizando publicamente a prática, mas no íntimo, é falsa a nossa fé.
Esta, é facilmente vendida, não por 30 moedas, mas pela dificuldade de se submeter.
Pois aínda não crescemos ao ponto, de dar ao Nazareno a devida honra, domínio e poder.
Estamos apenas disfarçando, fingindo muito bem.
A lembrança não é do Cristo, é da prática de Jerusalém.
Não, você não o ama. Você quer o que ele pode te dar.
Quer riqueza, benção, casamento e emprego, não quer o adorar.
Você pensa ser inteligente, mas ELE sabe que você só quer usar o unguento.
Ele é Rei, é Senhor, Luz do mundo, fonte do conhecimento.
Você precisa largar tudo e segui-lo em uma nova viagem.
Se você não quer mudar de vida, não há transformação, não há páscoa, não há passagem.
Sergio Junior
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