Poeta

Cerca de 24685 frases e pensamentos: Poeta

⁠Fui abstraído de minha posição de poeta
Por ser altruísta demais para o meu tempo,
E reconhecer o altíssimo valor do contratempo
Para a preparação de um ser exegeta

Exegeta este que é interpretador e poeta
de textos há muito esquecidos pelo homem
Pois os tolos seguem o idealista super-homem
mas esquecem dos antigos eunucos ascetas

Pois por isso eu repudio este povo
povo este de falsos ídolos e estátuas
Buscam bens, trabalhando os promovo
sujando-se por aquilo que lhes convém

Inserida por rei_asa

⁠O instrumento que o poeta toca não se vê aos olhos,
não faz acordes, nem pode ser escutado pelos ouvidos.
O poeta é o instrumento,
e, se vibra, vibra com a própria vida.
Mas, se cala, cala-se não pela ausência,
mas pela dúvida:
será o som que sai mais que um simples barulho?

O músico tenta tocar o mundo
como quem afina um piano quebrado.
Mas o poeta, ah, o poeta é o mundo,
em todas as suas notas desajustadas e desarranjadas.
O músico, com sua partitura,
tem os dedos certos,
mas o poeta, ah, o poeta,
não tem mais dedos que o próprio instante.

O músico se orgulha do som que cria.
O poeta, esse, se espanta
com o que não pode ser tocado,
e talvez,
no fim,
seja o poeta quem, por fim, toque.

Inserida por GabrieldeArruda

⁠Ser poeta é não ser mais que sentir,
É estar distraído de si, sem pensar,
E deixar que a alma se venha a despir.

Não sei quem me fala, lá no fundo do peito,
Se sou eu, ou um outro que finge que sou.
Mas eu, criança demais pra mentir,
Aponto o dedo e digo o que vejo ser.
O rei desfila despido, e ninguém lhe diz nada,
Pois crê-se vestido de orgulho e poder.

Mas eu, que me vejo de carne lavada,
Desnudo-me ao mundo, sem medo de o ser.
Ser poeta é uma forma de existir sem estar,
De ser sem ter corpo, de ver sem olhar,
Sabendo que nunca se deixa de estar.

Inserida por GabrieldeArruda

⁠QUEM SÃO?

Há muitos e muitos anos, um poeta revoltado
Escreveu Navio Negreiro, pois estava indignado
Com o povo que emprestava a bandeira para cobrir
A infâmia e a covardia que se viam por aqui!
E no palco da cidade, ao som do toque do tambor
Ouvia-se o poeta clamando ao Nosso Senhor:

“Senhor Deus dos desgraçados!
dizei-me vós, Senhor Deus!
Se é loucura...ou se é verdade,
tanto horror perante os céus?!”

Quem são estes miseráveis sem acesso a habitação?
Nas praças, sob as marquises
Buscam no lixo seu pão
Quem são? E de onde vieram?
Quem são? E por que miseram?
Quem são? E o que fizeram
Para tal condenação?

Quem são estes que, transportados, piores do que gados, vão?
Subempregados, suburbanos, exaustos na condução
Sem ter moradia digna, nem acesso à educação
Sem saneamento básico, com parca alimentação
Quem são estes cidadãos?
Quem são? Quem são? Quem são?

Tantos anos se passaram, mas tão pouca evolução
Ainda se usa a bandeira para encobrir a inação!
E no centro da cidade, ao som do toque do tambor
Ressoa a voz do poeta, clamando ao Nosso Senhor:

“Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus!
Se eu deliro...ou se é verdade,
tanto horror perante os céus?!”

Inserida por maria_beserra

⁠Oração do Poeta

Pai Nosso, que és a essência em tudo o que é e se torna,
santificado seja o silêncio em que Te ocultas.
Que venha a nós a razão que desvenda o indefinido,
e que se realize a Tua vontade nas interrogações de nossas mentes e nos pulsos de nossos corações.
Concede-nos, neste instante incerto, o bálsamo que alivia as almas exaustas,
perdoa-nos a vertigem de existir, assim como perdoamos a inevitável tolice dos que acreditam saber.
Não nos deixes sós perante a vastidão do nada,
mas, se nada houver, ensina-nos a aceitá-lo.

Inserida por GabrieldeArruda

⁠Dia do amor
O que faz a poeta?
Ama à sua maneira
Encanta-se
Vive o entrelaçar das almas
Materializando em versos
O misto de sentimentos que se eternizam
Transbordam em êxtase
Nasce o poema.

Inserida por maria_izaira_gil

⁠Todo quadro do artista é sempre parte de um experimento. O poeta é alquimista quando a palavra causa sentimento.

Inserida por AMDLetrista

Lágrimas escorrem, já e madrugada e ainda penso em você, meu lado poeta por te clama.
Nenhuma mensagem...nenhuma ligação, meu amor por ti e enorme, mas as dores em meu coração só pioram.

O que adianta dizer que amas a mim se não vem atrás de mim, se não demonstra?
Se dependesse só de mim eu te esperaria por toda a minha vida, mas depende tanto de mim como de vc.

Eu me aproximo e vc me afasta, e quanto mais eu escalo o muro que vc criou em volta de vc, mais vc aumenta ele.
É tão difícil assim me permitir amar vc?⁠

Inserida por gabriella_bezerra


SE TODO POETA MORASSE NO MAR

Se todo poeta morasse no mar...
Jamais lhe faltaria a inspiração
Pois tudo que veria ao acordar
Era o horizonte em tridimensão...

O sol, a lua, o vento, a maresia...
Desfilando em frente à varanda
As águas agitar-se noite e dia
Conforme fosse sua demanda...

Veria milhões de estrelas no céu...
Criava poemas de vivo encanto
Faria um extraordinário fogaréu
Para iluminar o negro manto...
(SE TODO POETA MORASSE NO MAR - Edilon Moreira, Maio/2025)

Inserida por moreiraedilon_1100186

⁠A JORNADA DO POETA

O poeta sem a sua cruz...
Também tem o seu calvário
Se não se reveste da luz
Nada vem no imaginário...

Percorre áridos caminhos...
Qual a natureza desenha
Separa da rota espinhos
Faz sua fogueira sem lenha...

É dia dos mais ensolarados...
É longa noite... Escura, fria
É templo sem haver cercados
Um amplo antro de nostalgia...

Poeta... É um ser paciente...
Quando tece lindo bordado
Do que é... Do que ressente
Pra oferecer ao ser amado...

Espera pela felicidade...
Na última hora a chegar
Com a mesma vivacidade
Só o que importa é o amar...

O poeta... O que pensa, diz...
O poeta, se quer? Encanta!
Poeta, um eterno aprendiz
Tudo à vida, dá-lhe conta...
(A JORNADA DO POETA - Edilon Moreira, Março/2021)

Inserida por moreiraedilon_1100186

⁠QUEM DISSE QUE SOU POETA?

Quem disse que sou poeta?
Que tenho uma escrita boa?
Que a vida mantenho aberta,
Aos olhos de quem a destoa?

Quem disse que sou poeta?
Quem disse que poesia voa?
Talvez esteja em linha reta
Distante do mestre, Pessoa!

Quem disse que sou poeta?
E ando nas noites de Lisboa?
Saindo e entrando de festa
Seduzindo, seduzido, à toa?
(QUEM DISSE QUE SOU POETA? - Edilon Moreira, Setembro/2024)

Inserida por moreiraedilon_1100186

⁠NO SILÊNCIO DO POETA

No silêncio do poeta...
A palavra fica pausada
Esperando a hora certa
E então ser expressada...

O poeta quando se cala...
Emudece todo o mundo
Não há verso e nem fala
Que rompa este segundo...

Podendo ser de tristeza...
Ou da falta do que dizer
Por não perceber beleza
Na existência de cada ser...

Já tendo a própria missão...
De exaltar o que é singelo
Ou só dá uma informação
Fazendo conexão ao elo...
(NO SILÊNCIO DO POETA - Edilon Moreira, Março/2024)

Inserida por moreiraedilon_1100186

⁠TODO ESCRITOR É POETA?

Todo escritor é poeta?
Todo poeta é escritor!
A sua poesia é honesta
Perante olhos do leitor...

Em toda noite tem festa?
Nem todo dia faz calor!
Quanto de tempo resta?
A visitar-me, meu amor...

Se o céu é uma linha reta...
Ele tem a cor que o dou
Nasce lá uma rosa ereta
E nasce todo tipo de flor...

Há no universo, uma fresta...
E ninguém por lá passou
É onde o verso atravessa
É onde o poeta tem louvor...
(TODO ESCRITOR É POETA? - Edilon Moreira, Novembro/2019)

Inserida por moreiraedilon_1100186

⁠QUANDO DORME UM POETA

Quando dorme um poeta...
O seu mundo se desmonta
Cerrando a porta secreta
Do que ausculta e aponta...

Tudo em silêncio pleno...
Como o soninho do bebê
Que sempre é tão ameno
Esperando o amanhecer...

E assim... O físico descansa...
Renovando as suas energias
Já a mente... Ao além avança
Na profundeza dos seus dias...
(QUANDO DORME UM POETA - Edilon Moreira, Fevereiro/2024)

Inserida por moreiraedilon_1100186

⁠CANTORIA DE POETA

A cantoria de poeta...
Começa bem devagar
Atingindo a sua meta
O verso fica a vibrar...

Não tem dia ou certa hora...
Quando quer reaparecer
Por dentro dela revigora
Só o que tem a aquiescer...

Poeta escreve em versos...
Uns rimados outros não
Os delicados os perversos
Dependendo da situação...

Metade da vida fui música...
Que deu paz ao meu sentir
E a outra metade tão lúdica
Que brinca assim de existir...
(CANTORIA DE POETA - Edilon Moreira, Junho/2023)

Inserida por moreiraedilon_1100186

⁠ESSE SER ESTRANHO

Eu sou esse ser poeta...
Sou esse ser estranho
Levo uma vida discreta
Cultivando cada sonho...

Escrevo sem hora certa...
Toda rima tem tamanho
E cada verso me liberta
Minha alma eu exponho...

E sendo obra incompleta...
Toda palavra eu reponho
Alguma há de ser a certa
A deixar-me mais risonho...

O amor é a grande meta...
E por ele, eu me assanho
Solto fogos! Faça festa!
Pouco perco... Tudo ganho...
(ESSE SER ESTRANHO - Edilon Moreira, Setembro/2022)

Inserida por moreiraedilon_1100186

⁠Um Taxi para Estação Nordeste

O cantor e poeta Xangai com seu amigo cantor e poeta Geraldo Azevedo dizia;
Montado no meu cavalo, libertava Prometeu
Toureava o Minotauro, era amigo de Teseu
Viajava o mundo inteiro nas estampas Eucalol
À sombra de um abacateiro, Ícaro fugia do sol
Subia o monte Olimpo, ribanceira lá do quintal
Mergulhava até Netuno no oceano abissal
São Jorge ia prá lua lutar contra o dragão
São Jorge quase morria, mas eu lhe dava a mão
E voltava trazendo a moça com quem ia me casar
Era minha professora que roubei do Rei Lear

Essa história musicada e inventada mostra o devaneio de um povo que com sua inteligência e criatividade, busca por um novo mundo, um mundo onde a sombra de um abacateiro surge como um refúgio, mesmo sendo na ribanceira do seu próprio quintal, mergulhando no seu oceano imaginário e lutando para sobreviver ao sol escaldante e a seca cruel onde ele chama de Dragão.

Zé ramalho disse: É quando o tempo sacode a cabeleira, A trança toda vermelhaUm olho cego vagueia procurando por um.

Esse trecho diz muito para um bom entendedor, o tempo de “sacudir a cabeleira”, com aquela trança vermelha, existe um olho cego, que vagueia procurando por um. Quem souber ver e enxergar, sabe exatamente o significado de um olho cego que vagueia. Sobreviver no sertão nordestino é sem dúvidas uma constante busca por uma luz de esperança seguida de fé inabalável em dias melhores, contra a seca, contra a fome, e a falta de oportunidades.
No mês de junho, todos os olhos e atenções são voltados para o Nordeste, olhos que apenas enxergam as comidas típicas, as músicas, as danças os festejos juninos, a alegria de um povo que luta por sua sobrevivência por sua dignidade, luta por seus filhos terem um futuro melhor, uma luta constante pela sobrevivência com paixão, força, e uma busca de um “Domingo Azul”, uma luta que segue com o coração e uma crença em dias melhores, um povo que acredita em palavras de pessoas “estudadas”, pessoas que prometem uma vida melhor, pessoas que enganam e pisam em sua dignidade.
Graças a isso o povo nordestino é visto como preguiçosos, escravos de mesadas governamentais, e são acusados de serem o motivo de tantos problemas políticos no país, isso é muito injusto com essas pessoas, pois ninguém olha o povo nordestino com olhos de benevolência, apenas seguem o que veem em mídias, ninguém se propõem em viver nem que seja um mês em um sertão sem água sem energia, sem recursos para nada, quando as pessoas aprenderem a se colocar no lugar do outro, os julgamentos acabarão, e quando ouvir uma música de um cantor nordestino no mês de junho, não será só mais um forrozinho, e sim interpretar uma mensagem, um pedido de ajuda. E o Julgamento será interno e não externo.

Texto: Gleiciele Oliveira

Inserida por gleiciele_oliveira

⁠Entre Salomão e Nietzsche, a Senda do Poeta

Ser poeta não é ser um sábio, embora o poeta caminhe com os olhos cheios de mundo.
Ser poeta é, talvez, saber desviar dos abismos do saber.

Salomão provou de tudo: da carne e do vinho, da justiça e da insônia. Escreveu provérbios como quem grava cicatrizes em pedra. No fim, chamou tudo de vaidade. Mas errou — não porque ousou saborear o mundo, mas porque se esqueceu de manter acesa a lâmpada interior. A sabedoria sem direção vira labirinto. E o poeta não pode se dar ao luxo de se perder.

Nietzsche, por sua vez, levou a lucidez até os ossos. Arrancou o véu de todos os ídolos, inclusive o de Deus. Mas pagou um preço alto: foi vencido por aquilo que desejava superar. Ficou só, dentro da própria mente — uma caverna onde ressoavam apenas os gritos do seu gênio cansado.

Eu não quero ser como Salomão, que confundiu sabedoria com impunidade divina.
E também não quero ser Nietzsche, que confundiu liberdade com exílio da alma.

Quero escrever versos que me mantenham de pé.
Quero uma poesia que não apodreça, que não me transforme num profeta vencido pela própria visão.
Quero a palavra como caminho — não como cova.

Porque a verdadeira maturidade não está em saber tudo, mas em saber o que deixar de lado.
E a verdadeira poesia não nasce do delírio nem da vaidade — mas do silêncio que vem depois de ver demais.

Inserida por EvandoCarmo

⁠"Poeta sem amor e sem misericórdia é igual um jardim com flores mortas".

Inserida por JulioTowers

⁠⁠CONGRESSO EM ÓRBITA
(por um poeta em Marte)

No púlpito, a voz acadêmica
Simula um fervor de retórica,
Mas tudo que exala é política
Com gosto de névoa catártica.

Promete um país de harmonia,
Com leis de fachada plástica,
Mas trai, na proposta utópica,
A ética em curva pragmática.

Do claustro marciano observo
Os jogos em tela lunática —
Debates que brilham sem verbo,
Em marcha de lógica tática.

A esperança, agora sintoma,
Veste um glamour de crendice.
A Terra adormece em diploma
Assinado por sua mesmice.

E eu — sem consolo ou doutrina —
Risco um rastro que vacila,
Um canto sem lei nem figura,
Brindando ao vazio com tequila.

Inserida por ninhozargolin

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