Poeta
Refém da propia alma o poeta escreve oque sua vida lhe dita , lhe ordena e ele nao pode fugir de sua sentença
A BULA DE UM POETA
As pessoas pensam porque sentem,
sentir é a ação dada a quem tem sentimento,
é uma consciência intima
é o discernimento da sensibilidade.
E é por ter tal aptidão que o poeta descreve o que pensa,
o que sente, o que tem em seu intimo...
Suas palavras são os compostos da alma
cada termo descrito, cada frase formada
desenham seus sentimentos
No auge de sua delirante inspiração
tem de conter-se para saber dividir o que é sentimento
e o que é emoção...
Diante de uma grande emoção
muitas vezes agimos sem pensar,
pois estamos dentro de um estado afetivo intenso,
movidos por uma reação instintiva e, geralmente,
não-racional.
E é nesse ponto que encontramos a grande diferença pois,
o sentimento é racional,
e ele está amparado por elementos intelectuais...
Nós refletimos quanto ao que sentimos,
fazemos escolhas, utilizamos nosso livre-arbítrio...
E o poeta quando compõe seu texto
tem que estar atento para saber manipular as palavras,
pesando as diferenças,
e assim conseguir passar ao seu leitor o que sente,
e o que está tomado por emoção em seu poema...
E quando falamos de amor,
colocamos ele dentro dessas duas opções:
Como emoção:
ele vem arrebatador,
nos torna passionais,
nos toma com paixão,
fervilha em nosso cérebro,
coibindo a razão...
Como sentimento:
ele nos ampara,
nos faz idealizar o futuro,
mitiga as dores da alma,
nos enche de entusiasmo
e exala inspiração...
Um poema é pele que arrepia,
é grito que salta da garganta,
é o bater do coração que pára e dispara,
é um sorriso que invade a cara,
é uma lágrima que lhe banha os olhos...
O poeta não é nada mais do que as palavras que escreve pois,
dentro de todos nós, vive guardado um grande poeta,
que se emociona e sente,
e por isso, escreve!
Gostava de ser poeta…Ah! Como eu gostava…
O remoinho das locuções
Saltando em minha mente
Transparecendo na água corrente
A compreensão de um ser.
Visões ter, de trovador sem meta…
Ah! Como eu gostava de ser poeta.
Deslumbrar misteriosas visões
Em confusos turbilhões,
Sentir o jogo das palavras
E com elas brincar
Retratadas num jogo que gostava de jogar.
Pensamentos transportados,
O estrondear de emoções
Expostos em textos codificados
Tentando agradar corações.
Ah! Como eu gostava de ser poeta.
Sei que sou poeta, mas com tudo não aprendi a amar nem a me identificar com os versos meus;
Mas peço que o seu coração ouça os meus suspiros, por teu ser que tanto me desatina;
Não me permito me acalentar em outros suspiros, pois só o que me satisfazem são os seus;
O poeta vive a poesia
Nunca vive a própria vida
Fala da noite quando já é dia
Tem que sentir as lágrimas da partida
E muitas vezes sorrir em versos,
mesmo tendo uma vida vazia
O poeta não tem estação,
no inverno tem que sentir o calor do verão
No outono em meio as folhas secas;
tem que ter as flores da primavera no coração
Nos dias de sol tem que sentir
as nuvens negras da solidão
Nos dias de chuva tem que ser o dia ensolarado,
a esquentar uma paixão
O poeta não tem onde ficar
Pode morar numa cabana ou a beira do mar
As vezes se encontra nas montanhas,
só basta o pensamento o levar
O sol escaldante do deserto; as vezes tem que enfrentar
Nunca tem moradia certa ;
mora perto, mora longe, em qualquer lugar
Quando está muito feliz
tem que expressar a alegria em dobro
Nos seus versos para alguns traz felicidade,
um pouco de conforto
Quando entristecido, as suas lágrimas
molham o papel onde está a escrever
As vezes borram as letras e o poeta fica a se lamentar,
pois os seus lindos versos, já não consegue mais ler!
Ser poeta é viajar todos os dias
O seu pensamento sempre está a procura de uma frase,
que preencha as suas poesias
Só é poeta quem pode amar com facilidade,
reconhecer o ódio e a falsidade
Os sentimentos se misturam na vida de um poeta sonhador,
Em letras que falam do mal e do amor
E estando com o coração transbordando de alegria,
tem que saber expressar a dor
Mesmo que chore as lágrimas da solidão,
no seu canto sozinho, o poeta escreve os seus versos
imaginando estar em meio a multidão
Chora por dentro mas por fora tem que ser outro;
esquece o que rege o seu próprio coração!
Porém quando o poeta escreve realmente,
o que sente naquele momento
Tudo ganha mais força,
porque é escrito com mais sentimento
Ao falar de si mesmo,
as palavras fluem com mais intensidade
Então o poeta chora a tristeza; ri a alegria,
a grande diferença é que nesta hora...
É de verdade!
"Um poema encantado"
O poeta enlouqueceu
sufocado com as palavras que não conseguia usar
Elas brincavam dentro dele,
querendo sair e desejando se expressar
Contudo eram desconexas, brigavam entre si e não rimavam
Ele não conseguia jogá-las para fora
porque não diziam nada e não se combinavam
O que fazer com tantas palavras guardadas
e sufocadas no seu interior?
Eram belas e conflitantes, falavam do ódio,
da paz, da guerra e do amor
Com lápis e papel na mão, os dedos tremiam,
pois não conseguia poetar
E lágrimas de desespero nos olhos do poeta,
queriam se aflorar
Ele adormeceu e sonhou com as mesmas palavras,
segurando com força as folhas de papel
E no sonho então passou a escrever,
os mais lindos versos nas nuvens no céu
Utilizou todas as palavras
que antes eram absurdas e sem razão
Nunca escreveu um poema,
com tanta destreza e imaginação!
Então o poeta despertou sorrindo
e escreveu o que havia sonhado
Havia graciosidade no conjunto das palavras,
um poema encantado!
E agora as lágrimas eram de contentamento,
pois surgiu dele uma nova poesia
Poeta que é poeta faz versos até em sonhos
e tem duas vidas, a real e a da fantasia...
"E no silêncio do poeta que a palavra escrita muitas vezes soa mais estridente que sua própria voz..."
A alma do poeta não está em seus meros e agradáveis versos mas, na observação de todo o contexto que utilizou para criá-los.
Para que hajam poesias é necessário que um grande homem chamado poeta, abra mão de seu banquete à beira da sombra e do vento que toca suave sua face, para assim engolir o "jiló" e saborear o que poucos saboreiam.
Tudo que o artista esculpiu, o violeiro dedilhou e o poeta declamou sobre você era mentira. Você é muito mais do que aquilo que cantei e sonhei um dia...
Perguntaram a um famoso poeta se ele não seria antiético por publicar os poemas dedicados a todas as ex-namoradas num mesmo livro. Ao que ele respondeu: É o mesmo livro, não a mesma cama!
Poeta, poetisa deixa a rima rolar.
flutua nas tuas linguas, coisas q só você pode decifrar,
Cada tinta que é gasta traz a essencia do teu talento
Cada papel que é escrito guarda um pedaço do momento.
O Poeta da Sarjeta
Por becos e mundos,por ruas escuras
Passarelas da marginália
Desfila o bardo em sua face mais crua
Gritando os seus versos canalhas
Cortantes como navalha
Tolouse Lautrec do verbo
Divino entre a bandalha
Retira palavras concretas do lixo
E cospe verso em sua cara
O seu cavalo de batalha
Párias,pivetes,ninfetas
Produtos "made in sarjeta"
Vida bandida,gente suspeita
Um antro de mutretas
Num jogo de cartas marcadas
Meteu-se com a turma errada
Um traficante,um proxeneta
Um tiro de escopeta
Adeus poeta das sarjetas
Adeus mundanas e ninfetas
Adeus poemas e vinhetas
O poeta não morreu
Foi ao inferno e voltou
Conheceu os jardins do Éden
E nos contou...
Mas quem tem coragem de ouvir
Amanheceu o pensamento
Que vai mudar o mundo
Com seus moinhos de vento...
Poesia é o exercício diário de bem querer.
Ser poeta é fazer vitrine dos sentimentos,
é usar o coração para escrever...
Fazer poesia é registrar a dor e o amor
sem selo de propriedade.
Todos temos bem e mal dentro de nós,um bom exemplo disso é a solidão que pode criar de poeta a vilões
Moço Apaixonado
Assim como no amor te conheço
Como um poeta por ti padeço
Como um menino travesso
Dando os primeiros passos ao recomeço
Depois e ser abandonado
Por um amor rasgado
E o coração atordoado
Mal amado por ser desajeitado
Pela moça que muito amava
Que nunca de ti gostava
Que sempre se afastava
Quando perto dela chegava
E por fim acabara
Como já se imaginava
De uma ponte o moço se jogara
Pela moça que sempre amara.