Poesias sobre o Frio
Em um simples passo
Em um passo
Passo o tempo
Em descompasso.
Passo o vento,
O silencio, o espaço.
Flores imaginárias
Extraordinárias, exuberantes
Pena, solitárias
Passo a chuva,
O frio, calor,
Ardor e paixão,
Em desilusão.
Tudo isto passo
Na distância tranquila,
Imutável.
De um passo.
Outro poema dedicado a Léa, passageira de meus pensamentos e emoções.
POR UM FIO
Cá no sul está frio
E na pele arrepio
Sentimento vazio
Sem falar nem um pio
O sossego anda esguio
Busca forças bravio
Desancora o navio
Mundo a fora no rio.
"MAS BÁH! COMO EU GOSTO DOS BICHOS"
Enquanto o minuano furioso guasqueia o oitão
E esparrama sua fúria pelas frestas do galpão
Eu mateio solito à beira de um fogo de chão
E o cusco tremendo de frio me puxa um tição
E o matungo velho lá na baia dá um relincho
Então me lembro dos meus cambichos
Que se foram a lá cria por conta dos meus caprichos
Más Báh! tchê, como é bom lidar com os bichos
Depois do mate uma bóia e pros pelegos me vou
Tenho cavalo, cachorro, galinha, só uma china faltou
Mas pensando bem à última que aqui comigo morou
Era danada nem pros meus bichos ela prestou
Por isso eu cada vez mais pros bichos valor eu dou.
Tíbio Entardecer
O Sol se põe tímido,
Em mais uma tarde de uma semana fria,
E eu tentando lembrar,
O que eu esqueci de fazer durante o dia?
O carro esta "na reserva",
Eu estou quase sem bateria,
E eu tentando esquecer,
O que eu deixei de fazer ao longo do dia,
Mais um trago na fumaça,
A nicotina de graça, para alegrar o dia,
Mais um gole na cachaça,
Uma bebida amarga, para as amarguras da vida,
Mais um trago na fumaça,
A poluição de graça, vida urbana que o diga,
Do horizonte a diante,
Um olhar distante, os pensamentos à deriva,
O Sol se põe tímido,
Em mais uma tarde de uma semana fria.
O tempo mudou para valer
o vento bramindo até grita
o ouvido chega a doer
e o friozinho nos visita
Para não congelar
e para o dia acontecer
algo quentinho vamos tomar
precisamos nos aquecer!
Venho então vos oferecer
um chocolate quente ou café
está bom, sim, botem fé!
e aceite quem quiser
Após um sentimento frio,
por instinto, o coração congelou,
mas não ficou vazio,
isento de sentimentos,
foi a forma que encontrou
de se preservar
até que o tempo mude
e o aqueça
e a geleira vire mar.
a beleza que resiste
o dia frio não é menos belo...
o pássaro,livre, ainda canta,
unindo céu e chão. Nosso elo.
Talvez,
Eu sempre tenha associado os dias frios com dias tristes,
Assim como dias nublados,
Existe uma tempestade em mim,
Chove,
Reflete,
Escorre em lágrimas,
Afeta o peito,
Sujeita a mente.
LUZ DAS ESTRELAS
Certa feita estive numa aldeia.
Lá me deparei com uma menina,
Sua fome me olhava atentamente.
Tinha o nome de luz das estrelas.
Seu pai não se sabia e sua mãe não vinha.
Perguntei-lhe se sonhava. Disse-me que não.
Mas que quando deixasse de ser miúda,
iria ser médica para cuidar das pessoas e dos que vão nascer.
Você sabe o que é poesia?
Não, não a conheço, interpelou-me rapidamente.
Poesia é feita pra gente?
Passei a visitá-la.
Numa manhã que chovia, nova indagação.
Do que você gosta? Prontamente me disse:
Gosto de comida, de escola e de brincar de casinha quando faz frio.
E vou lhe confessar algo.
- Também brinco de agarrar nuvens com as mãos
Carlos Daniel Dojja
Para Luz das Estrelas, em Angola.
O FAZER DE ALGUNS
Alguns dentre nós moldam o ferro,
E dele fazem surgir esculturas.
Por vezes vergam o pinho,
E talham marcados amuletos.
Outros há que se apossam,
De variadas matérias.
Edificam templários ou casebres,
Lapidam jóias ou feitiços,
Ardem no frio ou no fogo,
Sua humana semeadura.
A mim, dentre alguns,
Coube-me outra quimera:
A de esculpir o querer,
Numa árdua arquitetura:
- Não me aprendi estrada reta,
Fui-me pontes carregadas de atalhos.
Enxerguei partidas, mais cedo do que pulsar chegadas.
Vejo-me assim: Do afeto sou inteiro ou recomeço.
E só o sentir construído, como a palavra viva, me afaga.
Carlos Daniel Dojja
In Poema para Crianças Crescidas
Por aqui estamos assim, pijamas com lama e cabelos em chamas.
Estamos em quarentenas malucas entre camas e visores mas tudo nas calmas...
Por aqui 1,2, 3 meses já se foram, momentos formam fóruns entre lembranças e imaginações para discutirem, rirem, irem juntos entre outros espaços do cérebro tentando explorar espaços mais antigos onde se fazem abrigo conversas, pessoas e névoas que se tentaram esquecer mas voltam e magoam...
Por aqui tá frio, quente, o vazio em frente habita e coagita palpitações, saudades nas grades do ecrã que não permitem abraçar nem estar com os demais e mesmo que no fundo se saiba que mais do que más ideias que como grãos de areia passam pelos dedos dos pés ou perde -se na sola do sapato, resta -nos o descobrimento de capacidades ocultas, de lutas que resultam em auto-permutas divagando sobre o estado zen...
ainda assim...
Por aqui tá tudo bem
Detesto frio,frieza.
Não tenho artrite,artrose atoa.
Alasca estou fora.
Quero chuva de carinho, vento de beijos e alagamentos de amor.
"Que o frio da arrogância que insiste em assolar o lado de fora não corrompa o processo evolutivo do bem que existe do lado de dentro."
Kate Salomão
tipo um calor gelado
um frio quente
a gente se prende
preso na mente
uma liberdade impotente
uma escravidão transcendental
fingimos que ta tudo certo
o mal deu oi, o bem deu tchau
afinal, como diferenciar?
a dor que machuca também vem ensinar
a verdade é uma ilusão
é tudo vista de um ponto a se olhar
preferimos o ponto que nos convém
melhor que ninguém, é o que dizemos
mas sempre um passo a frente do outro
a desculpa é que nós merecemos
cordeiros quando expostos
lobos no anonimato
ser humano de aparências
nunca quer ser pego no ato
a questão não é nem é essa
o ponto é a hipocrisia
julgamos o próximo
como se vivêssemos nas mil maravilhas
a vida é sofrida
é uma lapidação sem dó
muitas vezes ardida
vivendo o resto dos dias até voltar ao pó
aqui todo mundo nasce morto
temos rédeas na mente
e quem ousa viver
acaba morrendo novamente
NUMA TARDE DE INVERNO NO ARAGUARI
Inverno. Em frente ao cerrado. Está frio
A nevoa espessa na calçada, miro absorto
Pela janela. Rodopia o vento, num assobio
Vai e vem, arrepio, tá frio, um desconforto
O silêncio aqui dentro, lá fora um vazio
Sinto calafrio, que frio, à tarde no orto
E o pensamento em um devaneio vadio
E o sentimento angustiado num aborto
Ai que frio! Tá frio! E a poesia por aí
Numa tarde de inverno em Araguari
E a noite mansa chega assim tão triste
E eu olho o céu deserto, avermelhado
É de frio! O inverno é todo o cerrado
Banhado deste frio, tá frio! Que insiste!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
21/06/2020, 16’12” - Araguari
Olavobilaquiando
Certas coisas são como as estações do ano...
Quente, frio , ameno e colorido...
E Independe da nossa vontade..
O que é semelhante a um bom café?
É a amizade!
Se tomar frio, perde o sabor.
Ao tomar quente, dá para saborear bastante.
E todas as vezes o primeiro sabor, nunca é o mesmo.
E o calor da amizade aquece o sentimento.
DIA CHUVOSO
Dia chuvoso, dilúvio,
a maré cheia, alagada,
gotas de água no ar,
olho as faces molhadas,
céu relampeja, trovão,
a cegueira da visão,
alma fria, congelada.
RECIFE FRIO
Quando você foi embora,
meus dias foram sombrios,
na congelada existência,
pálido Recife frio,
e vi subir nível d'água,
e carreguei toda mágoa,
que devastou o meu brio.
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