Poesias de Pedro Bandeira Mariana
E vou me espalhar
Por toda superfície que eu puder
Porque eu não posso me encaixar
Num espaço tão pequeno
Eu nasci assim
Gigantesca
Pão, café, mamão
Pra te alimentar, depois levar
Você pra passear, tomar um sol
Ouvir os passarinhos a cantar
E pode até ventar, chover, tentar
Tudo nos separar, não vou largar a sua mão
Não
Quando for de noite
A gente reza pra papai do céu
Pede para ele abençoar
Nosso jardinzinho ao luar
De baixo das estrelas, do universo
Dentro do orvalio, como a flor
A gente faz um verso
Se a gente se casasse na igreja da Penha
Se a gente se aquecesse num fogão a lenha
Eu já teria tudo e o que quer que eu tenha
Jamais teria pra mim o mesmo valor
Do nosso amor
Se eu soubesse que tu me queria
Tudo faria para te amar
Amor eu tenho para te dar
Quando eu passo e vejo ela debruçada na janela
Dá vontade de passar a mão nos cabelos dela
Te faço um cafuné quando tu for dormir
Te dou café quando se levantar
Dou comida na boca
Mato a tua sede
Armo a minha rede
E vou te balançar
Eu andei sem te encontrar
Por quase todo lugar
Eu perguntava por ti
Teus passos sempre segui
Querendo te encontrar
Só pra falar de amor
Frases que nunca falei
Carinhos que nunca fiz
Beijos que nunca te dei
O amor que te neguei
Agora eu quero te dar
E te fazer feliz
Enquanto eu fujo você preparou
Qualquer desculpa pra gente ficar
E assim a gente não sai
Esse sofá tá bom demais
Deixa o verão pra mais tarde
Por que você chora tanto
E sofre sem ter motivo?
Vai, deixa todo esse rancor pra trás
Que a vida vem sorrindo pra nós dois
Quem quer viver bem no presente encontra o seu lugar
Seu lugar nos braços do sossego
Enquanto uns dizem que o tempo não para
Outros dizem que o tempo
Não passa de ilusão
Invento uma rima
Sobre o teu olhar
Ainda menina (brilha sem parar)
Dora, que reencanta o desencanto
O nada, ela transforma em tudo
Regenera o som, faz ouvir o mudo
Adora amar, faz a vida eterna ficar.
Deus lhe pague
Pela cela
Que me deixou escolher.
Deus lhe pague
Pela vela
Sem fósforo para acender.
Deus lhe pague
Pela dor dela
O sofrimento faz o mundo crescer.
Deus lhe pague
Pela donzela
Que me deu a vida e não pôde viver.
Deus lhe pague
Pela verdade que revela
Faz massa de manobra acreditar sem contradizer.
Deus lhe pague
Pela favela
E o amanhã que pode não vir a acontecer.
Martírios do Destino
Amei-te como uma pássaro perdido no breu
Perdi-te na penumbra, tornei-me teu Orfeu
Os martírios transcrevem o meu pobre destino
Desde tua partida, esqueci-me do Divino.
Não há mais brilho no céu que me foi prometido
Mas o desejo a minha cova foi friamente proferido
A esperança- de que me vale?
O amor - este nem me fale!
O término da vida é o começo da morte
Nenhum ser mundano pode ser imortal
Eu era um ser vivo desprovido de sorte
Amar foi meu erro, meu erro fatal.
Preciso querer para não querer
Eu queria poder ler a poesia
Presa em cada palavra
Que os teus lábios não deixaram
Voar.
Eu queria poder cultivar a semente
De cada momento bom ou ruim
Que, comigo, no pôde
Compartilhar.
Eu queria não querer
Mas, para não querer,
O que mais preciso é
Querer.
Braille
Meus dedos traçam linhas
[no seu corpo
Tua pele é um livro raro
Preciso lê-lo de novo
Ressentir cada parágrafo.
Não te quero na minha estante
Apertado entre dois
Te desejo na minha cama
E não sei o que vem depois.
Silêncio Espiritual
A solidão não existia
A fome o acompanhava
A única solidão que residia:
A do céu, quando
A Deus clamava.
queria
que minha mãe
soubesse
que
não adianta
limpar
tanto
a casa
de fora
se
a casa de dentro
continua suja.
Balança
na balança dos julgamentos
eu aqui
você ali
seu lado pesado
desequilibra o meu
mas tudo bem
eu sou leve demais
para me preocupar.
Ele acelera
Mas também se acalma
Tu é choque-elétrico
Mas também é paz
Pra minha alma
Meu movimento assimétrico
E minha inércia, minha calma.
Ao raciocínio deste poema,
Declaro morte!
A priori, o nome dele
Deveria ser sorte.
Sorte para quem te beija
E se demora nos seus lábios
Rítmico à sensualidade que reside
No teu corpo mágico.
Sorte para quem acorda
Com o céu meio nublado
Pois vê em teu sorriso
O mesmo ensolarado.
Sorte pra quem toca fino
Cada parte do teu corpo
Como se tocasse violino
Num estilo harmônico e barroco.
Sorte te ver de longe
Sorte te ver de perto
Sorte te ver livre e dançante
Como um ser lindo, sexy e desperto.
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