Poesia te Perdi
MAÇÃ E GRUTA
Meus pés molhados,
em águas rasas, findo...
De oceanos esquecido
e fundos perdidos...
Sob beira de praia, vago
assim, como Adão se perdeu
em seu paraíso.
Adão, perdeu o juízo
comeu a fruta do EDEM
escapou do cadeado...
Afundou-se na gruta
cometeu o teu...
Primeiro pecado.
Hoje, com tantos filhos seus,
povoando esse imenso jardim...
Se não fosse a ganância da serpente
se não fosse a teima pela fruta...
A terra não estaria assim,
tão cheia de frutas, e de gente
e repleta, com tanta gruta.
Adão, Adão... Obrigado pela fruta!
Se voltar lá...
Morda, coma e beba
para nunca esquecermos de ti
e que os olhos do mundo...
cheios de malicia,
para sempre te veja.
Antonio Montes
De um tempo fugaz...
No meu olhar a alma que habita em mim
Reflete a canção adoçando
O meu rosto num sorriso cintilado poético
Que vem de meu coração vibrante...
Gotas de orvalho brotam docemente
De um firmamento gris
Fulguradas pelas luzes sofisticadas
De um tempo fugaz...
Na visão marejada e carente de ti
O tempo não se detém nem retorna
Prossegue inexorável
Os sentimentos confundem-se...
No distante horizonte... Onde um pássaro
... Voa... Disperso... Maltratado...!
COSTELA OCA
Eu não queria concorrer
com o barro... Barro de Adão,
que ele não me ouça,
se bem, que Adão...
Em sua fé, cedeu a Deus,
partes, de sua costela oca...
Deus? Ah, Deus...
Com aquele pedaço de costela
pensou logo na cabocla,
cabocla mulher, fez Eva...
Impecável, toda insossa
donzela, singela, bela moça.
Assim que ela nasceu...
Deus lhe deu um nome
e Eva ao nascer...
Nasceu fazendo planos
tramando, de que um dia...
haveria de ser, homem.
Antonio Montes
EXAME
Aquele menino, de um mês
mesmo e ainda tez...
Não precisa fazer,
o exame de inglês...
Mas, para a sua sensatez
sem querer fazer,
um dia, chegou a sua vez
e nesse dia...
O menino de um mês
seu exame, ele fez.
Antonio Montes
POETA
O poeta voa em seu turbilhão,
e as asas de seus poemas
um dia... Pousarão no chão.
Antonio Montes
Sexta-feira
Ultimo dia
Despedida
Ultimo beijo
Seu cheiro
E agora?
Onde te encontrar ?
Quando o terei em meus braços novamente?
Amanhã
Nunca
Quem sabe?
Quem vai me beijar com tanta intensidade?
Quem vai me olhar com tanta profundidade?
Quem?
Saudade
Coração apertado
Lembranças, apenas lembranças
Foi bom
Foi bom enquanto durou
Obrigada
Por tudo ou por nada
"Agora você está presa"
Estou, e sempre estarei
Presa a você, e com você.
NOITE TENSA
Tensa noite, noite...
Uma sombra no canto
... Gritos, pedido de socorro
ladrar de cachorro
estampido, estouro
ao escuro, desencanto.
Cidade ao pé do morro
um desencanto desacato
eu cato um olhar arregalado
catando medo, olho
Pela brecha, do segredo
eco se calam.
Ao golpe da foice tenso...
Boca se fecha sem fresta
e ao secreto, tudo se dissipa,
com o primeiro tempo.
Antônio Montes
CHORA!
Se você quer chorar, agora
Então chora
Não precisa agora...
Esconder o seu chorar.
Esconder só porque...
nesse momento
os olhos do tempo
se faz aurora.
Se você quer chorar
n'essa hora, chora!
Pode chorar...
Chora sem demora...
não é feio o choro
quando chora por amar.
Antonio Montes
MINHAS ASAS
Faça... Pode fazer
o que quiser fazer, faça
... Com as minhas asas.
Mas, é triste te informar
que você nunca irá... Nem
voará com a minhas asas
Se quer sonhar, pode sonhar
mas nunca irá acordar para voar.
Antonio Montes
DUVIDAS COM A MORTE
Morte, oh morte... Ninguém quer lhe beijar
... Mas você beija... E beija sem amar!
Em sua anciã insaciável, beija e leva
e quando acaba de beijar... Deixa lagrimas,
saudade e sentimentos de trevas.
Morte, oh morte!
Que mania é essa de ser insatisfeita?!
Anda, lado a lado como se fosse sombra,
não dar ouvidos a nada e ainda
assombra o ato no qual estronda,
como se fosse bomba.
Morte... Você poderia me dizer...
Com qual cor jeito e forma, você vai
me convencer? Como vem quando vem?
Poderia me dizer, se quando vir
irá me levar de: dia, noite, tardinha
ou será ao amanhecer?
Estarei serio, triste, ou na alegria?
... Tirar, você me tira, sua caduca...
Mas nunca tira as minhas duvidas.
Não me tome por mal gosto
... Me diga com qual rosto
você vem buscar o meu gosto?!
Em qual meio irá me pegar?
estarei dormindo, ou acordado?
Em qual estação será?
Será sol ou será chuva...
Dá para tirar, as minhas duvidas!
Com certeza você veio da ditadura
ou faz parte de algum planalto
planeja sem dizer, e aprova
e quando menos percebemos...
Já fazemos parte do seu fardo.
Antonio Montes 01/06/17
O QUE FICOU?
Perguntaram-me,
o que ficou do meu amor...
Ficou o gosto de flores
nas haste do meu jardim,
aroma de chuva molhada
na varanda do meu verão.
O arco-íres de cores...
Sob o céu da minha saudade
o riso da nossa alegria
no quarto da recordação.
Ficou, eu... E a solidão
e a tritura dos meus sentimentos
as recordações de uma paixão
em um mundo, triste e tenso.
Ficou as lagrimas da vida
molhando o ar meu amar
e, todas as musicas preferidas
que choro ao escutar.
Do nosso amor ficou você
imperatriz dos sonhos meus
e a tristeza desse querer
depois do seu triste adeus.
Antonio Montes
MENINA SOLTA
A menina que nunca foi minha
um dia, foi de João...
Singela, de amor inocente
em labaredas de paixão.
Com chamego perenal
decaída em sua chama
Maria ainda pequena
tinha seu fogo carnal.
A menina que nunca foi minha
já tinha doce, já tinha rima
corpo de mulher, ar de menina
por paixão, já tinha sina.
Era doce como pólen
atraindo, colméia de abelhas
tinha sua pele mole
em seu fulgor de centelha.
Antonio Montes
COMO EU
João! João vive como eu...
Pobre assalariado,
fincado no emprego
comida, todavia simples
desagregado da liberdade
nunca tem tempo!
Para viver em total felicidade.
João, mora como eu...
Mora em casa simples...
As vezes desmorona,
as vezes seu bairro se alaga...
João paga... Paga, esgoto,
luz, paga água...
Comida, bebida
condução e aluguel
paga tudo, nunca tem nada!
O João passa como eu...
Sempre na falta do mundo
passa por emprego, pela fome
passa por ai com esperança
passa desempregado
passa até mesmo...
A vergonha de ser homem, homem
em um país que os mandantes
são lobisomens e esses animais
tem auxilio para tudo, tudo...
Até mesmo para desviar
todo o nosso tesouro, e depositar...
Nas terras de outros homens
João morre?
Sim! Sim, o João morre como eu...
Sem dinheiro para ser enterrado,
bramura silenciosa
poucas lagrimas... Morre em
uma casa desprovido de riqueza
sobre uma cama apertada,
duas tabuas como mesa
e bocas bocejando p'ra você...
Coitado, uma pessoas tão boa!
Homem integro
um nobre ser.
Antonio Montes
Liberto
Com livre teor poético
Cheiro de café
puro expresso
pão com manteiga
e boas risadas
até dizer chega
sem pieguices
esteja amar
seja meiguice
é agradável ao paladar
MEU CASTIÇAL
No fundo do nosso castiçal
... Havia peixes, sereias,
havia jardins com pássaros e pétalas de flor
... Até céu havia...
Céu com estrelas e lua!
Havia lençol prateado
No qual para ti registrei
sentimentos de amor enluarado
que de saturno lhe dei.
No fundo do castiçal que eu te dei...
Havia até uma batalha
de corais no fundo do mar.
Corais cheio de cores
arco-íres e beija-flores...
Transbordando com meu amar.
Antonio montes
FLOR DO PECADO
A minha flor do pecado
são beijos doces molhados
com corpo todo tremendo
com fôlego todo afobado.
São buchichos ao ouvidos
sofreguidão com segredo
muitos afagos atrevidos
e chamegos sob enredos.
A minha flor do pecado
é a silhueta do corpo seu
frenesi, bobo abestalhado
zunindo no tino meu.
A minha flor do pecado
treme e geme o coração
me deixa assim estonteado
desembestando em paixão.
Antonio Montes
JANELA DO EDIFÍCIO
Não sou pássaro...
Não tenho asas, nem sei voar
Mas aqui, no apartamento desse edifício
... Eu pairo sob alturas, e vivo sobre o ar.
Pela janela desse apartamento
meus olhos perambulam o horizonte
e se perdem, pelas ruas, prédios,
luminosos e placas de latas e voltam a vagar
sob o ar, onde o oxigênio do tempo se
mistura com a poluição de fumaça.
Aqui desse apartamento, no meu sedo...
Eu vejo o sol galopando sobre as paredes
dos prédios e o horizonte camuflando-se
sob as sombras do meu tédio...
Eu vejo pássaro vindo da sua mecânica
zumbindo em suas carenagens brancas,
transportando vidas e bombas para
estraçalhar, sua carrancas franca.
Da janela desse edifício...
Eu vejo o transito impedido
Permeando viadutos e pontes
e ao longe, um crepúsculo sob o tempo
de uma tarde sombria, aonde arranha
céus gigantes e casas se camuflam
sob horizonte.
Eu vejo a lua se esgueirando sobre os
telhados, aflorando em seu reinado,
e como se fosse espelho, ela faz
demonstração do São Jorge, dragão
espada e aquele seu cavalo branco.
Aqui de cima, eu fico observando os
mares da vida... Da para ver o semáforo
da encruzilhada assinalando os sonhos
e fazendo do pesadelo, uma parada...
Dá para sentir os pulmões da vida
embebidos pela poluição e stress...
Doentes de bronquites, pneumonia
e outras mazelas clinicas.
Da janela desse edifício...
Dá para ver... Rostos cansados disputando
lugar sob a fila do ônibus e metro, esses
rostos estão voltando do trabalho
da para ver também, rostos apressados e
enfadados correndo para seus empregos.
com medo de perder a hora e embaralhar
seus planos... Da para ver e sentir o mundo
os pergaminhos e os dogmas inventados
por esse ser humano.
Antonio Montes
Há momentos de tamanha intensidade,
tanta ternura, tanto carinho e gentileza
no enlace dos nossos corpos,
que sinceramente?
Nada mais importa.
Tempestades açoitam os mares
Estrelas se apagam nas constelações
Buracos negros se abrem no espaço infinito.
Tanta dor no mundo
Tanta hipocrisia...
Não é que não nos importamos
Queríamos mesmo mudar o mundo.
Mas neste momento,
esquecemos o sofrimento
e fazemos do amor que fazemos
o esquecimento de tudo,
da nossa frustração
do que não podemos fazer.
Façamos então o que nos é permitido fazer
AMOR.
O grande amor que sustenta o mundo.
Há momentos de tamanha intensidade,
tanta ternura, tanto carinho e gentileza
no enlace dos nossos corpos,
que sinceramente?
Nada mais importa.
Tempestades açoitam os mares
Estrelas se apagam nas constelações
Buracos negros se abrem no espaço infinito.
Tanta dor no mundo
Tanta hipocrisia...
Não é que não nos importamos
Queríamos mesmo mudar o mundo.
Mas neste momento,
esquecemos o sofrimento
e fazemos do amor que fazemos
o esquecimento de tudo,
da nossa frustração
do que não podemos fazer.
Façamos então o que nos é permitido fazer
AMOR.
O grande amor que sustenta o mundo.
Assim como a noite deseja o luar
A praia almeja a carícia das ondas do mar
Eu anseio pela doçura de senti-lo meu...
A docilidade de poder te amar.
... Meu amor de oceano e luar.
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