Poesia te Perdi
O TOMBO
Splaft! Escorreguei!
cobri o chão com as costas
e de barriga pra cima
avistei o céu desfocado.
Já não esta azul assim
perdeu o blue para minha ótica
pra mim, está carmim.
Rasguei o esqueleto
pintei o chão com meu vermelho
fiquei menos preto
menos cor para o espelho.
Seu doutor cai?!
Machuquei a coluna
vê se apruma
pois só tenho uma.
Não posso ficar de papo pro ar
sou pobre me arruma
eu tenho que trabalhar.
Não quero injeção
não fure o meu coro
cuide de mim
se não eu morro.
Antonio Montes
O TOPO
Estrondo no topo
olhares para o morro
é chuva apagando poeira
é agua despencando na ribanceira
Os bêbados...
Estão todos encharcados
Os relâmpagos...
Com seus pontos e encantos,
correm costurando as nuvens
tudo sempre foi como esta.
Maria pra que falar mal...
Corra, corra! Corra...
Vá recolher as roupas do varal.
Antonio Montes
PASSAR PASSAGEIRO
Uma pena pintada
de uma ave dourada
a saltar pela estrada
se expandindo ao ar
com envergadura aberta
a voar.
Voa, voa passarinho
sua beleza consagrada
sem enfado em seu ninho
vai planando em revoada.
Chega sempre em seu destino
Com seu passar passageiro
outros mares outros hinos
passando ao mundo inteiro.
Passarinho, passarinho
me leve ao destino meu
na hora antes do tino
no tempo antes do adeus.
Antonio Montes
PATA DA PATOTA
A pata da patota
anda choca
e vai nascer os seus patinhos
todos pequenos
e pelo terreiro...
andarão serenos.
São todos amarelinhos
vagando no quintal
Eles piam
eles correm
E sobre a água
eles a nadam.
A patota não se importa
e todo dia abre a porta
para ver a pata choca.
Antonio Montes
VAQUEJADA
Quanto boia por amor,
boiando, causando, dor
boias nas águas dos oceanos
aboiando sonhos e planos.
Ao povo boiá, quando mente
inocentemente coração de inocente
política demente boiá arduamente...
Ao mentir para muita gente.
Aboia tropeiro vaquejador...
A vacada com poeira na estrada
pela caatinga do sertão, pelo senhor
aboia o gado, aboiado, por nada.
Aboia o mundo todo... Todo tempo
pelos trilhos e caminhos da vida
aboia a dor paixão, ventos sentimentos
aboia a morte na hora da partida.
Antonio Montes
ENCRUZILHADA
Qual... Linha, corda, passos
... Separa santos ou demônio...
A linha que amarrou o saco das moedas?
a corda que amarrou os braços da cruz?
... A que enforcou o pescoço na forca?
ou aquela que asfixiou a voz da luz...
Qual cordas, linhas ou passos...
Que queimou as almas na fogueira
... Passos de novenas da igreja?
os da mordia da fruta no Éden
do jantar a luz de vela e o beijo
de um olhar torto a vida inteira...
Ou de um ganancioso e fúnebre desejo.
Passos das ovelhas para grelhas
de um pastor cheio de pecado
ou de um lobo caçador e sua dor?
Qual linha, corda ou passos,
que separa santos e demônios...
Linha da verdade e a mentira?
Do jogo do perdão, ou do rogo?
Dos palcos dos fingimentos das promessas
dos botões de sua camisa...
Ou a gravata do seu engomado terno?
Seu terno, seu céu, seu inferno seu berro?
Que linha, corda ou passos eu passo...
para me tornar, santo ou demônio
Para chegar aos céus
ou ficar no inferno?
Antonio Montes
AIROSO
Aposto ao posto
em posto gosto
apos agosto
gosto insosso
d'esse tal imposto.
Se tem mal gosto...
No gosto posto
e admira o poço
no posto do rosto
p'ra que tanto gosto
com pouco gosto.
Se deixa o posto
do rosto sem rosto
paladar de encosto
cobrança de desgosto
sob nó no pescoço.
Antonio Montes
PEDIDO AO MAGICO
Seu magico...
Eu não quero pombos
nem coelhos da cartola,
Eu quero magica sim!
Magica de compreensão...
O mundo todo dando as mãos
sem pobreza, sem esmola.
Seu magico...
em vez de sumir cartas e espadas
Suma as horas
sim, sim... Desapareça com as horas
para que ninguém mais se escravize
em nada, muito menos ao tempo,
quem sabe se assim...
pensamos no momento de nosso existir
e deixamos de nos envelhecer.
Suma também com rostos simples
banhado em lagrimas
pela dor, pelo sofrer
Que tal sumir com essa velha ganancia!
Que nos impregna até na hora de morrer.
E essa tal moldada mentira
você podia fazer desaparecer!
Faça viver a verdade
um sol sem divisão
coração sem fechaduras
e me dê o meu quinhão
Antonio Montes
PERDEU-SE
A justiça...
À muito anda de saia justa
perdeu-se na bagunça
e injusta...
Cambaleia sobre o caminho
da lealdade desse mundo
e com seus atos tortos e profanos...
toma decisões de enganos.
A justiça às vezes...
Sem ter certeza, determina o final.
Outras vezes, por indiferença...
Fecha os olhos
camufla-se em sua janela
e não caminha
até e fundo do quintal.
A justiça injusta
e com sua preguiça...
Tem andado pelo caminhos
das injustiças.
Antonio Montes
PLACAS NA CIDADE
As cidades e suas placas
que emplaca e desempaca
nas placas de tabuas
e placas de latas.
Siga em frente
atenção! Retenção!
Não pise na grama!
Não jogue lixo no chão.
Proibido buzinar
entre as direita
vá para esquerda
você esta sendo filmado
se dirigir, não beba.
Proibido fumar
não tome álcool
não use o celular
cuidado para não engordar!
Não há vagas
vende um cão
nessa rua tem ladrão
cuide do seu coração.
Jogue lixo no lixo
entrada proibida
comida por quilo
empréstimo da sua vida.
Não estacione
devagar! Eu posso parar
Faça seu jogo
proibido fogo.
Velocidade controlada
cuidado! Pedestre
norte sul
tanto tudo, tudo nada!
Antonio Montes
PRESENTE
Lhe-dei o meu coração...
E o que fizeste foi pisar,
então pisa, mas pisa devagar!
Para que assim...
No dia em que eu vier ficar livre
eu venha sorrir e com felicidade
a toda prova...
Eu também possa amar.
Antonio Montes
Palavra ao vento vem palavras vão e esses pensamentos vão se esvaindo durante a noite e se completando com outros ventos de lugares que nem posso imaginar
Talvez possa imaginar os ventos que são trazidos pelo seu sorriso, ventos tão calmos, mas ao mesmo tempo tão perturbadores.
É essa perturbação nos seus ventos que faz meu mar se agitar e gritar
Faz ele chorar e se pergunta o motivo disso tudo
Pergunta perguntas que nem eu mesmo consigo falar
Mais uma noite sem escrever mais uma hora sem pensar em palavras bonitas, será que eu me cansei de frases bonitas será que está na hora de criar algo verdadeiramente profundo .
Talvez isso aconteça quando minha alma e principalmente minha mente se aquietar de todo mal que a perturba e meche com a minha estrutura física e mental l .
EMOLUMENTO
Essas luvas que me enluva...
Me cala do frio
me salva da chuva.
Essas luvas, leva-me na lembrança
de quando criança
os ventos as tranças
as parreiras das uvas.
Essas luvas que me enluva
aquece meu medo
da gata que esturra
no cume da serra
aonde os ventas urram...
Essas luvas me empurram
na espuma da praia
pelas roupas de cambraias
e pelos ferrões de saúvas.
Essas luvas me alugam
corações sempre em duvidas
essas luvas, me usam.
Antonio Montes
UTOPIA
Ainda pequena, quantas e quantas
vezes aquela crianças, brincava de ser adulta
nesse sonho de brincadeira, se colocava
como dono de império
se vestia de rancor, dava ordens
dava chibatadas, prendia
xingava os ventos
as vezes maldiçoava o momento.
Em meio a essas brincadeira de adulto
... Se colocava como se fosse um tirano,
se maldizia em sentimentos,
e maldiçoava-se por ainda ser pequeno,
mas como pequeno...
Tinha lá suas brincadeira de época
... Bola de gude, amarelinho
sentados em roda com sua pedrinhas
... Cinco marias,
cavalo de cabo de vassoura, peteca.
Como criança... Chorava abertamente
se escangalhava em sorrisos
resmungava por levantar-se sedo
estava sempre aberta,
fazia artes inocente...
Não guardava segredos.
Cresceu... Deixou de brincar
e como adulto, adquiriu vergonha
só chora as escondidas,
deixou de se expressar aos ventos
os risos são minguado, curtos
quase nada carrega em sentimentos
sempre tem segredos em pensamentos
... Um deles é sentir saudade de ser criança
mas com vergonha, deixou de brincar
adquiriu carrancas de verdade,
e com pelos na cara...
Todo tempo, tenta se limpar.
Não é mais criança e tudo em sua volta
é moldado por planos e comando de voz
não leva mais seus passos aos ventos
ao contemplar as margens de sua estrada
tem medo do andar do seu caminho
seus passos, com os anos estão curtos
enquanto seu olhar limita-se ao espelho, ou
através de grades de suas quadradas janelas
suas rugas, te esperam na curva do tempo.
Antonio Montes
QUE BOM TE VER
Primavera, primavera...
quantas cores coloridas!
O mundo sempre te espera
com seu aplaudir de vida.
Suas flores sua época
com aromas e farfalhar
amores alados em festas
propagando vida no ar.
Sempre expande esperança
em sopro Mundo de dor
aos olhos de uma criança
é a rainha do amor.
Primavera, que saudade!
Que faz o teu existir
símbolo da felicidade
te agradeço, por vim
Antonio Montes
QUE CONTA
O cantar de galos das noites escuras
foi substituídos por:
Ladrar de cão
estalos de balas
e silvo de ladrão que:
Pula o muro
corre pela rua...
Ninguém se incomoda!
Ninguém segura!
Não é comigo!
Não é da minha conta!
E nem da conta sua.
Antonio Montes
REGADOR DE VIDAS
Regue de beijo o nosso amor
enquanto a régua do tempo...
Nos régua.
Regue a cor da nossa flor
depois semeie flores e pétalas
pelos jardins dessa nossa terra.
Siga regando a nossa dor
e faça colchão d’água
para os sonhos que nos afaga.
E na calçada da esperança
ande de braços dados com a fé
olhe para o céu?!
E encare essa vida brava de pé.
Antonio Montes
Oh! Minha bela garota.
Por que está distância?
Não vê?
Que meu amor por ti sempre continuarás
Mesmo que todos os sonhos de amor
Tentem nos distanciar
Meu coração
Por ti bateras
Tu és tão bela
Quanto o luar
Teu sorriso que vale mais que o ouro!
Tua felicidade, vale mais que a minha!
Mas por que se faz tão longe?
Talvez seja melhor sem você.
E isso tudo seja apenas um sonho.
EU-NINHO
Como um ninho de passarinho eu me alojei em tua vida, construindo pela delicadeza dos gestos e palavras. Quantos ovos me habitarão? Um emaranhado de fios de textura gravetosa, um nicho de encantamento para os olhos. Em todas as minhas gestações de eras, meu eu- ninho que te abraça, e te permite voar. Por saber, que a liberdade do nosso amor o sustenta.
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