Poesia te Perdi
não enterrarei as minhas mãos
não enterrarei
as minhas mãos
por não caberem
na terra dos outros.
(Pedro Rodrigues de Menezes, "não enterrarei as minhas mãos")
malmequer negro
percorro pulsante o corredor
de pés mudos como muros
ergo o intransponível crânio
nascendo e dormindo prescrito
adio a translúcida sibilância
malmequer fulgente e negro
que levo ao peito como um sabre
recito pelo adejar rítmico dos lábios
salmos rituais ossos barro pó
fulgurante translação das veias
arde-me o míope sangue vertical
escorrendo pelo lantânio e lutécio
hei-de criar pedra sobre pedra
farei da luz dois vítreos ciclopes
pousarei nos pilares de hércules
a incorpórea maldição dos deuses
e levitando andarão as testas
dos homens e deuses
dos deuses homens
sit tibi terra levis[1]
requievit in pace.[2]
[1] que a terra te seja leve
[2] descansa em paz
(Pedro Rodrigues de Menezes, "malmequer negro")
Dualidade
Queria o poeta ser um só,
mas não podendo ser um só, é dois.
Queria o poeta clamar e pedir como um só, mas dois, é o fardo que o poeta leva.
Queria o poeta agir uma só vez no impulso,
queria o poeta pensar duas vezes antes de executar.
Queria o poeta ter um coração.
Queria o poeta ter uma mente.
Mas os dois, é oque o poeta carrega por ter aprendido a amar.
Entretanto, não se pode um mundo assim, talvez jamais
se poderá um dia.
Enquanto existirem fanáticos, enquanto existirem regalias.
Enquanto existir pobreza, riqueza, centro e periferias
e essa mente demente insistente em ser indiferente,
só de meras palavras será a poesia.
Amor Verdadeiro
Amar, muitos dizem, mas será genuíno?
Como alguém pode dizer "te amo" sem amar?
Há palavras que deveriam fluir do coração.
Eu acredito nisso e pratico com dedicação.
Por isso, eu só expresso meu amor com sinceridade.
Apenas para aqueles que ocupam meu coração de verdade.
Eu sei, às vezes posso parecer um pouco chato,
Com abraços e palavras de amor, mas é só o meu jeito de me expressar.
O amanhã é incerto, é a realidade que enfrentamos,
Então, a quem amo, apenas quero dizer, sem adiamentos,
"Eu te amo".
Aceitação da injustiça
Não, o mundo, ele não é justo, eu vejo assim,
É certo se afastar daqueles que amamos por causa dos outros?
Para mim, a resposta é não, mas para o mundo, é sim.
Como uma pessoa pequena que sou, aceito, sem queixa-me.
Não sou alguém que acredita em mudar o mundo, confesso,
Apenas aceito a realidade, não feliz mas aceito,
Sei que nada posso fazer, por menor que seja o problema,
Não, o mundo não é justo, ao menos para mim, é assim que vejo.
Harmonia Inexplicável
Sinceramente, sua presença me traz paz e segurança,
E eu não sei explicar como.
Estar perto de você me faz sentir que consigo tudo.
Bem...
Eu não acho que isso seja normal, principalmente pela minha condição,
Mas quando você está perto, é como se nada disso existisse.
A sensação é inexplicável, talvez a explicação seja você,
Ou o seu jeito de ser... talvez seja por isso que me sinto tão seguro quando você está por perto.
Nas raras ocasiões em que nós nos abraçamos,
A paz é tão grande que é como se apenas eu e você existimos naquele ambiente.
Bem...
Eu não escrevo as melhores poesias, mas escrevo o que eu sinto, e é isso.
Soneto da Unificação Cósmica
Escrevo sobre a essência da existência,
Em versos forjo a nova cosmogonia,
Unifico a matéria e a consciência,
No altar do tempo, numa eterna sinfonia.
Múltiplas dimensões, numa oculta ciência,
De piramidais segredos em harmonia,
Ergo-me entre o sentir e a transcendência,
Na coletiva mente da minha utopia.
Átomos dançam sob o olhar divino,
Invisíveis laços a turbilhonar com o destino,
Numa interdimensional realidade que defino.
Na vanguardista maquina do despertar,
A consciência se expande ao singular,
Que humanidade sonha em desvendar.
Requiem for Adílio Lopes
Adília e Adílio, ambos Lopes
oferecer-te um poema
em forma de livro
de receitas
cozer-te pão
para o coração
há tanta falta de pão
para o coração.
(Pedro Rodrigues de Menezes, Adílio Lopes XV)
Adília
e
Adílio
comem
pão
de ló
pelos pés
Lopes.
(Pedro Rodrigues de Menezes, Adílio Lopes, XVI)
imagino-te
como vieste
ao mundo
de pano do pó
na mão
e sem mais nada
por cima
por baixo
mas cheia
de coração.
(Pedro Rodrigues de Menezes, Adílio Lopes, XVII)
Herberto Helder
convida
Adília Lopes
para jantar
duas solidões
uma doméstica
não domesticada
outro uma artéria
sem pressão arterial
ponto de interrupção.
(Pedro Rodrigues de Menezes, Adílio Lopes, XVIII)
o teu cabelo
Adília
o teu cabelo
Adília
é uma rosa
de ventos
ventania
poesia.
(Pedro Rodrigues de Menezes, Adílio Lopes XIX)
os capítulos
capitulam
esta história
no fim triste
cumpriu o destino
de Adílio Lopes
morreu nos braços
de Adília Lopes
no dia em que se conheceram
consta que morreram
Adílio Lopes
os gatos
e só sobreviveu
Adília Lopes
e as suas baratas
mas sobre os gatos
assassinos
que esgatanharam
(não confundir com esgadanhar)
o corpo de Adílio Lopes
ninguém escreveu.
(Pedro Rodrigues de Menezes, Adílio Lopes, XX)
Nota: termina a história de Adília e Adílio, ambos Lopes.
Início de uma folia, como "Primavera" a desabrochar,
Florescem sentimentos, prontos a se entrelaçar.
Em "Azul da Cor do Mar", mergulhamos fundo,
Nas águas da poesia, onde tudo é profundo.
"Você" é um Sol radiante, a brilhar no horizonte,
Aquece os corações, com sua luz a valer um monte.
Já em "Gostava Tanto de Você", sou navegante,
Em mares de saudade, perdido e distante.
"Não Quero Dinheiro" é a canção do desapego,
Pois a verdadeira fortuna é ter amor, não é segredo.
Em "Do Leme ao Pontal", vou na busca da liberdade,
Brisa que sopra, levando-me a felicidade.
"Me Dê Motivo" é um pedido de despega,
Um convite aos abraços, numa dança de emoção e entrega.
"Descobridor dos Sete Mares", sou desbravador,
Em busca de sonhos, daquilo que traz fervor.
"O Descobridor dos Sete Mares" é um aventureiro,
Que navega pelas ondas do tempo, pioneiro.
"Não Quero Dinheiro", só o que quero é alegria,
Nos pequenos prazeres da vida, todo dia.
Em "Sossego" encontro o refúgio, o meu abrigo,
Onde a calma encontra espaço, sem perigo.
"Você", estrela que brilha com intensidade,
Como "Azul da Cor do Mar", pura felicidade.
E no "Balanço", ritmo contagiante e envolvente,
Danço ao som da vida, alegria insurgente.
"Réu Confesso", sou culpado pela paixão,
Louco por amor, sem nenhuma restrição.
Por que sempre me falta algo?
Eu não sei quando começou
Só sei que o cansaço me achou
Eu não sei mais pra onde correr
Mas eu ainda tenho que me reerguer
Eu não quero que isso aconteça
Eu só quero que amanheça
Porque de noite sempre vem esses pensamentos
E eles são tão violentos
Eu tô cansada
Mas ainda tenho que fingir que eu sou blindada
Eu nunca me senti amada
Será que eu vim da forma errada?
Eles sempre dizem que somos iguais
Mas a única semelhança é que nos somos todos desiguais
Cadê a minha esperança?
Acho que ela acabou quando eu comecei a ter muita cobrança
Mas quem sou eu?
Só de pensar nisso, o meu estômago já doeu
Mas cadê esse seu Deus?
É por isso que as pessoas viram ateus?
Ele só ajuda quem tem dinheiro?
Porque eu vivo num chiqueiro
E apesar de tudo, eu ainda acredito nele.
Quero afundar em seu peito
Como quando a relva derrete nas folhas ao nascer do calor.
E serei seu calor, e você derreterá como relva em nossa cama.
Sobre as guerras
A terra borbulha de tanto mal
homens nadam no próprio lago
constroem a vida num lamaçal
semeando a dor de seu afago!
Quando a música cessa restando somente o silêncio, quando ela se vai e tudo fica tão triste. Minha alma não mais me responde, apenas se senta e aguarda a sua volta.
Quando a melodia vem tão melancólica e me deixa sem chão, encontro-me buscando desesperadamente meios de dar-lhe uma nova canção. E ela entoa tão lindamente como quando sonho com o dia em que te encontro.
*Eu queria escrever... mas... sou analfabeta...*
Eu queria escrever algo que fizesse bem ao mundo ...
Eu queria escrever tantas coisas...
Coisas que sinto e que penso...
Esse mundo tá assim... assim tão triste...
As pessoas estão tão perdidas ... tentando se encontrar ...
É tanta coisa que queria escrever... que acabo por não escrever nada...
Tanto... nesse mundo do jeito que tá... o nada é o tudo que o contorna... é o que o interessa...
As vezes ... muitas vezes... deixo de escrever...tanto... ao mundo não interessa ...
É tanta sensibilidade recheada de profundidade num mundo tão assim...
Assim tão cruel e raso...
Então... essa mania assim tão visceral... Não me fornece trégua... teimosa como é... me vence... e eu... me rendo e me entrego...
e então ...
Ela me escreve fazendo-me acreditar que sou eu que escrevo...
E me descubro e me revelo analfabeta... sem entender as letras desse mundo... vou compondo o que me compõe... sem saber ao certo se me escrevo ou me leio... nesse mundo tão assim como é... analfabeto... até mais que eu...
Eu só queria escrever ...
mas é a escritura que me escreve e descreve...
Que louca!
Mas...não mais que esse mundo.
E vou florindo poesia em meio as pedras desse mundo...
Enquanto a poesia teima no florir em mim.
Fiquem em paz. 🕊
Sejam paz. 🕊
Como se morta, clama pela vida.
Como se viva, da vida reclama.
Se vê nadando por um mar de drama,
Se vê voando por um céu, perdida.
Pensa: e se a morte me apagasse a chama?
Grita: e se a vida não me for vivida?
Arranca a morte dessa vida, dama.
Mete vida nessa morte atrevida.
Chora: e se a vida pela morte clama,
Como faço para não ser ferida?
Basta que corra quando a chama inflama.
Basta que viva descomprometida.
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Minha a'lma
em chama
hoje clama
vejo-a
o seu reflexo pairar
sobre o ar seco ao
meu redor
sem dor
me abraça
me regaça
não é amor
é o calor
sem pudor
já diziam os antigos
a profecia
vem se cumprindo
faço a poesia
dias mais quentes
dias mais frios
é a destruição humana
não tem quem eu o clamar
agora é só reclamar
a vida é uma só
para amar
ai que calor!!!
vamos se preparar
dias piores virão
pra nos apavorar
nos fim dos tempos
só nos resta
orar
para Deus
nos perdoar
E nos salvar
desse inferno
que estamos vivendo na superfície terrestre.
Frase sobre mulher sem falar de mulher:
Nem em toda curva, há beleza, mas em toda beleza há curvas.
MEU SOL
Meu Sol, meu Sol ilumina
Todos os meus dias.
Meu Sol sabe onde fica a
Luz na escuridão, ele me
Mostrou o caminho.
Meu Sol me chama de estúpida,
Eu o chamo de insolente.
Nós rimos.
Eu sou a Lua.
Anoiteceu.
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