Poesia os Dedos da minha Mao

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Devagar te amo, e devagar assomo
os dedos à altura dos olhos, do cabelo
dos anéis de outro turno, que é só meu
por querê-lo, meu amor, como a ti mesma quero
nos tempos de passado e sem futuro.
Devagar avanço um dealbar de dias
que vida seriam - mesmo que morto, à noite,
eu voltasse amargurado mas presente,
calado e quedo, e devagar amando.

ela come tangerina
com centenas de dedos
meditativos
empenhados na função
de descascar, separar um gomo
do outro
mas não mastiga, empurra
com a língua até a pele
descosturar
feito tecido ou papel
e romper
em suco

depois caminha pelos quartos
acaricia os cabelos das bonecas
muda a posição dos objetos
desliza dedos pelas paredes

até que cada canto da casa
cheire como os dias de verão

AO INFERNO

O que eu farei com estes dias escorregadios?
Desfalecem pelas falanges dos meus dedos
Calejados pelas lutas, socos. Pelos medos!
Tempos de dores. Traições. Amores vadios...

Os que comiam meu pão hoje são meus algozes
Devoraram minha carne e chuparam meus ossos
De mim sobrará?_ Não sei. Deles?_ Destroços!
Suas palavras são doces; seus atos tão ferozes...

Tempos traiçoeiros, vis, maus e inclementes
Cheios de fel, intentam envenenar à mim
Mas tenho o olho do corvo e da serpente...

E das horas de agora, pois, o que ei de fazer?
Nada farei. O que faria eu, inocente enfim?
Ao inferno com o hoje. É o que tenho à dizer!

Anna Corvo
Pseudônimo de Elisa Salles
@Direitos autorais reservados

Me desnudei
para vestir teu corpo.
Com tuas mãos
percorri meu corpo.
Com teus dedos
nele escrevi um poema.
Com teus olhos me vi
perdido entre teus seios.
Com teus braços
me conduzi
ao teu ventre.

⁠Os dedos entrelaçados ao vazio da lembrança dele denunciava alguma tristeza agigantada por engenhosos artifícios da sua prodigiosa imaginação.
Pela janela do seu quarto fitou a lua e imaginou a sua rede franjada amarrada em duas estrelas.
Abraçou o travesseiro e mais uma vez olhou para o céu escuro todo cravejado de estrelas com ar de quem acabava de inaugurar um planeta novo.
Naquele dia, ela adormeceu soluçando com o olhar úmido nos olhos ausentes dele

Em pleno jardim
dos amores eternos
Tocando com os dedos
outros universos,
Arquitetando juntos
os nossos doces
enredos nos prevejo
sem nenhum receio:
te guardo em segredo.

Por você me entrego
como um exército
em plena rendição
diante desta paixão
inesperada que não
será preciso dizer nada,
Algo me diz que tens
a certeza que
sou a tua amada,
e que o nosso encontro
só requer o tempo certo.

Porque os meus olhos
irão falar por nós
e tu há de ser o meu
único intérprete,
E a Lua cor de laranja
a testemunha
de quem já se ama
sem nunca ter se
visto neste Ano Novo
que será o amanhã
deste mundo que
dizem que para viver
um amor em paz
não há mais esperança.

pena

não mudamos

o tempo

escorreu
água entre
os dedos

pena

pássaros coloridos alcançam as nuvens
todos os dias
ficamos

Raízes.

Inserida por pensador

Como os dedos
que rasgaram
o papel do
presente.
Como o ausente
dos vários
segredos
que não
revelaram.
Como o café
que repousa
na mesa
e será bebido.
Como o livro
lido
duas, três
vezes até
ser amada
a sua beleza.
Como quando
entrei
em você
pela
primeira
vez e entendi.
Como, por uma
besteira, não sei,
minha vó chora
e depois ri.
Como os dias
em que Vivo
e não quando
estou morto
e respirando
feito verme.
Como a tua mão
procurou ver-me
no escuro
de mim e do quarto:
como quando um
coração
faz um Uivo.

Inserida por pensador

entretanto
entre tatos e olfatos.
entre dedos.
entre idas, vindas.
entre um,
entre outro.
entre dois,
três.
verões,
novelas,
tráfego.
entre pessoas,
entre transições.
entre navios,
navegantes.
mares,
amores.
entre estádios,
jardins.
flores e,
amores.
entre mim,
entre nós.
entre.
tudo,
ou nada.
entretanto
entre.
tanto,
ou tanto faz.

Inserida por rubobrobsky

"Se nosso amor é tão sólido
por que me escorre pelos dedos?
A liquidez do teu sentimento
deságua em mim igual tormento..."

"Enigma"
CORTEZÃO, Marta, B. "Banzeiro Manso". Gramado (RS): Porto de Lenha Editora, 2017, p. 49)

Inserida por marta_cortezao

Caçadores de coisas
impossíveis. Eu canto
os dedos que transformam
e se transformam. Canto
as marítimas mãos
de Magalhães. As mãos
voadoras de Gagárine.

Procurai-me no mar
procurai-me no espaço.
Estou no centro da terra.
Meu nome é cinza. E espalha-se
no vento. Sou adubo
fermentação floresta.
E cintilo nas armas

Inserida por pensador

O pássaro de barro da saudade
Revoando no aro dos meus olhos
Repousou nos meus dedos de silêncio
Partindo para as terras ignotas.
Divaguei nos roteiros do amanhã
(Quilhas cortando o ventre do espaço
Rasparam os recifes das quimeras
Encalhando nas rochas das lembranças).

E aquela argila diluída em sombras
Incensando o meu templo de memórias
Nas alvoradas dos meus sofrimentos.

Na grande solidão do inatingível
Ancorei o coração num mar de lágrimas
E adormeci num inferno entre dois céus.

Inserida por pensador

TEUS SINAIS

Sinto na pele teu som
Embalo na cor do tom dos dedos
Na delicadeza das palavras, um segredo
Que escorre das mãos o que é bom

Da tua presença tão forte
Aromas, sabores, tuas cores
Que sutilmente revela amores
E no sorriso da menina, teu Norte

Um caminho que conhece tão bem
Onde escorrem cachoeiras mais além
Nesse enroscar de leito de rio

Até desaguar, céu e mar em desvario
Pois desvendados já estão os sinais
Eu e você...Nada mais!

Inserida por RitaSaoPaulo

AMOR CARNAL

Todo o sentir na ponta dos dedos
Tudo satisfazer na língua quente
Todo o desejo na cerne pulsante
Violação da inocência na boca ardente
Na simples compulsão pela satisfação através do toque
Ousando longitudes
Sempre mais rápido
Mais urgente
Menos racional
Mais visceral
sem no entanto, ser banal
Amor transladado em carne
Carnalidade transportando às estrelas...
... plenitude
Satisfação
Toda a vida nos braços amantes numa tarde de domingo.

Elisa Salles
(Direitos autorais reservados)

Inserida por elisasallesflor

Uma amplidão de anil

Contemplo seu corpo celestial
Contorno com meus dedos cada risca
Cada linha e traço de sua colossal formosura
Como há de a ver algo tão belo?

Oh..meu céu cheio de graça
Me dê nem que seja um pouco dessa sua beleza

Resplandece sua imponência
Recebo no meu olhar seu infinito anil
Reconheço ao te contemplar minha insignificância
Rogo-lhe

Oh..meu céu cheio de graça
Me dê nem que seja um pouco dessa sua grandeza

Inserida por Eloadara17

Entre as letras
Soltas de uma oração,
Um pouco de fé,amor e ilusão!
Dedos cruzados
Olhares marejados,
Trazendo dias e levando anos...
Coração morno, sorrisos largos,
Buscando nos desencontros
Afagos e vontade de viver.

Inserida por pablodanielli

A APARENTE FRAGILIDADE DAS FLORES

[...]Há na ponta dos meus dedos uma sensação que me apavora enquanto me devora e solta este animal exótico que te seduz. Preciso desta textura, deste estágio e destas rendas que me realçam enquanto me preparo para você fazendo do meu corpo, o seu relicário.

Inserida por LuciahLopez

ADORAÇÃO

Estou presa aos teus carinhos e encantos
Cativa das carícias de teus dedos hábeis
À profundidade das tuas palavras afáveis
És meu amor, meu amante, meu acalanto.

E se alguém, algum dia lhe disser,por ventura
Que almejo outro lugar senão os braços teus
Então já não serei eu, nem estes céus os meus
Posto que tu és todo meu primor e ternura!

E quando o céu escurecer pela tempestade
E o campo não mais embalar o botão da flor
Ainda assim terás de mim todo o meu amor. ..

Posto que me prendeste com fios de ouro fino
Ao teu coração e à toda tua essência sagrada
Na adoração mais sublime, terna e enlevada!

Elisa Salles

Inserida por elisasallesflor

⁠Contar a vida pelos dedos e perdê-los
contar um a um os teus cabelos e seguir a estrada
contar as ondas do mar e descobrir-lhes o brilho
e depois contar um a um os teus dedos de fada
Abrir-se a janela para entrarem estrelas
abrir-se a luz para entrarem olhos
abrir-se o tecto para cair um garfo no centro da sala
e depois ruidosa uma dentadura velha
E no CIMO disto tudo uma montanha de ouro
E no FIM disto tudo um Azul-de-Prata.

Inserida por pensador

ESCREVER DÓI

Escrever dói.
Não são as mãos.
É que a alma escapa
Pelas pontas dos dedos
E desembarca no papel
Através da caneta.
Sinto que é como
Se me tirassem um pedaço.

Inserida por poetamarcosfernandes