Poesia Morena Flor de Morais
Hoje faz bastante calor
É mais um dia sem sabor
Por não ter seu amor,
Foi embora faz uma semana
E a saudade emana
Minha alma chora
Por não te ter aqui agora.
O Senhor Jesus ensina que só Deus é Pai e Cristo é Mestre. Nenhum líder, político, pastor ou papa deve ocupar essa posição. No Reino de Deus, quem serve é o maior.
Mateus 23:9-11
Fronteira: linha traçada.
Na fronteira onde a história se entrelaça,
Tropeiros marcham, guerreiros Guaranis em caça.
Lendas vivas, memórias sem fim,
Ponta Porã e Pedro Juan, juntas assim.
O povo fronteiriço, forte e aguerrido,
Sua cultura vibrante, jamais esquecido.
A erva mate que a terra gerou,
Tereré refrescante, tradição que ficou.
Chipa dourada, sabor sem igual,
Comidas típicas, herança cultural.
Chimarrão que aquece, mate a brotar,
Dessas folhas que um dia iam pelo ar.
Beleza de vida nessa linha traçada,
Conquistas e dores, estrada moldada.
Divisão imaginária que nunca impediu,
Mistura de povos, união que nos uniu.
Passado, presente e futuro a tecer,
Duas cidades, um só viver.
No sul de Mato Grosso do Sul a brilhar,
Histórias que seguem e vão se contar.
Que essa poesia celebre a fronteira que pulsa e respira, onde culturas se abraçam e o tempo constrói sua própria melodia.
Não dá para fingir
que o nosso presente
ainda parece repetir
os vícios do passado,
Se renova o voto diário
de camélia do jardim
espiritual da Abolição
ainda que pague o preço
ordinário da incompreensão.
(Resquícios de outrora pedem
renovação de tipos de rebelião).
Vivi contigo
quando me deste
teu vinho boca a boca
Amei e senti
quando trocamos
carinho boca a boca
Sufoquei e sofri
quando me tiraste
o fôlego boca a boca
Morri sem ti, imploro
que me ressuscite
boca a boca.
O AMOR QUE EU SEMPRE QUIS
Não busquei um amor para um minuto,
para uma hora, um dia, um mês, um ano,
nem pretendi amor substituto,
por uma mero capricho leviano.
Quis um amor, sem me cobrar tributo,
sem metas a cumprir, sem grande plano,
que fosse livre, inteligente, arguto
e até capaz de se mostrar insano.
E te encontrei, sem procurar por ti,
porque de mim estavas muito perto,
tal como agora estás comigo, aqui,
ouvindo-me dizer que sou feliz
por nossa comunhão ter dado certo
e por teres me dado o amor que eu quis
A RESPOSTA
Nos encontros que nossa turma faz
para um chopinho em tardes de calor,
os meus verbais excessos em louvor
a Pedreiras viraram triviais.
Há nessa confraria um bom rapaz
que, um dia, me pediu para lhe expor
a razão de eu guardar tamanho amor
por uma terra onde não moro mais.
Só que o moço ficou meio sem jeito
quando eu, apontando para o peito
e expressando emoção, lhe respondi:
– É verdade que já não moro lá,
porém minha Pedreiras sempre está
dentro de mim, morando bem aqui!
O Rio Urussanga
precisa voltar a viver,
como aquela alegria
genuína que a gente
sentia sem mais
e nenhum o porquê.
Nas águas do rio
a gente também
encontra águas
de banhar e de benzer,
se a água está boa dá
para plantar e colher;
por isso deixe a mata
na beirada crescer.
Todo mundo gosta
de comer peixe e ter
água para beber,
não posso fazer nada
a não ser escrever,
porque sei da dor
do pescador de querer
continuar a sobreviver.
A algazarra das araras
na memória do nome do rio
nem mesmo o tempo
apagou como foi escrito.
Os tempos mudaram
e ainda insisto na recusa
pela última dança
nas correntezas do destino:
O quê falaram ou faltaram
está ali tudo o quê pode ser visto.
A ginga que levou continua
a mesma de barco de pesca
que dança no rio ou no mar,
Por isso vou por onde desemboca,
encontra e naquilo que toca
e a esperança ninguém sufoca
e tem a grandeza do Atlântico Sul:
(Carrego o quê há ora verde e ora azul
do Rio Araranguá do Extremo Sul).
O sono da alma
Deito no chão
No coração
Na calma,
O dia é pacífico demais
Frases ilegais,
Sonho com teu sorriso
E fico indeciso
Se ainda te amo
Ou se tudo foi ilusão
E no fim
Ficarei na solidão.
Coração quente experimentado
na liberdade de pássaro no banhado
em água muito fria e espalhado
pelo Rio Urussanga que ainda hei
de ver completamente resgatado.
O meu sutil nome é teimosia
e o meu sobrenome é insistência
tecida pelas mãos do redeiro,
assim se escreve a poesia
para afastar a dor no meu peito.
Batizada pela pesca artesanal
feita com toda a maior paciência
muito antes do raiar de qualquer dia:
a força, a oração e a resiliência
sobre as correntes do tempo.
Não para imitar a lenda,
mas por orgulho e emblema,
quando voltar a encontrar
de novo o Rio Urussanga:
quero ver a minha imagem real
refletida na água cristalina da existência.
Nos últimos dias, a mentira se tornou o maior sinal — desenfreada, ela corrói a religião, a política e a economia.
Mt 24:4; 2 Ts 2:11; Ap 13:16-17
NOITE SEM NOME
Beijei o asfalto
com lábios de cachaça,
Fumaça,
no Cais...
um abraço fantasma,
Ecoava,
Recife chorava
comigo,
Madrugada.
Arrisco versos
No vento,
Para escrever no tempo.
Rabisco versos
Desejando descrever teu sorriso
Em forma de poesia.
Eterno Retorno
Vivo mil vidas num só instante,
sou chama que ri da cinza.
O tempo curva-se diante
da vontade que não finda.
Deuses caíram por minhas mãos,
ilusões, trapos do medo.
Quem encara o abismo em vão
nunca será o segredo.
Ergo-me além do bem, do mal,
sem bússola, céu ou chão.
O caos — meu berço original,
a dor — minha redenção.
Três Portas
No meio escuro da vereda errante,
perdi-me além do mapa da razão.
Eis que surgiu, com olhos de diamante,
a sombra em forma de revelação.
“Abandona a esperança”, disse a brisa,
no arco negro onde o mundo se despia.
Caminhei, e a dor virou divisa,
na terra em que o tempo se esquecia.
Vi línguas feitas só de penitência,
reis em tronos de fogo e de vergonha.
A carne é fraca, mas há consequência —
o espírito é quem mais apanha.
Depois do Inferno, ergui-me em lamento.
No Purgatório, aprendi a subir.
Em cada passo, o céu, como argumento,
me abriu um verbo: “Amar é resistir.”
E quando a luz do Éter me tocou,
senti que Deus não era um velho rei.
Era o silêncio, eterno, que brotou
em mim — o paraíso que busquei.
"Você escreve para transformar, não para impressionar.
Então: escreva com sua voz — e que ela seja ouvida."
O cansaço na alma
Rastejando a vida
Cheio de cobranças
Na mente
Que fazem definhar
E parar no tempo
Sem forças para lutar.
É Só um Café
É só um café…
Mas é nesse “só” que mora o rito:
o calor que espanta o sono,
o amargo que desperta o espírito,
o silêncio entre um gole e outro
onde cabe o mundo inteiro.
É só um café,
um motivo pra pensar,
uma pausa que não pausa,
mas ensina a respirar.
É só mais um café.
Bordando pensamentos,
acumulando memórias —
cheiro, aroma,
ou só mais uma desculpa pra tomar um café?
Ou seria o café quem nos toma?
Nos pega pela mão,
assopra devagar as feridas da pressa
Senta. Escuta. Espera.
É só um café.
Jonatas Evangelista
A Sombra da Ideia
Em que canto se esconde o real,
senão na lembrança do que não foi?
O mundo é reflexo desigual
de algo que pulsa… mas já se foi.
Toquei o belo com olhos fechados,
buscando formas no véu da razão.
Mas o que vi eram traços borrados
de um ideal preso na ilusão.
A alma — essa prisioneira antiga —
geme por algo que não sabe dizer.
É sede de luz, mas sempre ambígua,
no espelho das coisas por conhecer.
Caminho entre sombras projetadas,
tentando lembrar o que nunca vivi.
Meu peito carrega estradas fechadas
e um silêncio maior do que eu previ.
Ó verdade, tão longe e tão pura,
por que deixaste migalhas no chão?
Sigo-as sem fé, mas com ternura,
como quem ama sua própria prisão.
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