Poesia Marginal

Cerca de 180 poesia Marginal

HIP–HOP
Favela Lugar de gente sofrida.
Dizem que só tem bandido.
O coração fica ferido.
E daí a vida é airada,
Na favela tem gente que trabalha,
E daí tem a vida que é foda
Tem o pessoal do Hip Hop.
O som que fala.
Não é nenhum som pop.
Este é o som que fala.
Fala dos problemas,
Quer apontar a solução.
Que todos querem é educação.
Esporte e lazer ter prazer.
Pra poder viver.
É do gueto, que é deste jeito.
É de sangue na veia.
É do pensamento.
Ë do elemento e tem o conhecimento.
Grafite, Dj e Mc’s nós somos assim.
O som que veio da comunidade,
Como uma pequena ilha,
O som que tem a sua Gíria.
Bate-cabeça é nosso estilo.
E o gênero é Rap positivo.
B.boy chapo a coco com rap no pé.
Mostrar para os Gambé que temos fé.
Não tem problema.
O Rap é arte e poema.
Fica a Pampa que ninguém estranha.
É isso ai embaçado.
E fim de papo.

Inserida por GermanoGoncalves5

A LEI

Os gatos no telhado
Os homens com os ratos
Sentados na sala.
Armando as malas.
Nos degraus, desesperados.
Com os miados.

Inserida por GermanoGoncalves5

40 ANOS.

Porque muito se diz:
“A vida começa após os quarentas”.
E na periferia é assim, a periferia é assim.
Periferia, tiros.
Pá, pá, pá...
Sangue no jornal.
Abandono total.
Quarenta anos de periferia
Não era o que queria.
O que eu queria mesmo.
Era me mandar...

Inserida por GermanoGoncalves5

CÁRCERE

Agora
Depois do... depois de...
O homem volta a ser.
Um ser sagrado
Tudo será perdoado.
Não foi nenhuma
Passagem fenomenal.
Não era nem carnaval.
Apenas natal.
Do indulto ficamos mudos.
Saímos pro mundo.
Pensamos, mas não voltamos.
A dor da gente.
É a dor que sente
A minha mãe.
A minha mina.
Pobre mãe.
Pobre meu pai.
Descanse em paz.
Minha mãe, também foi uma menina.
Por favor, entendam.
Meus amigos parentes e vizinhos.
A minha expressão.
Não está na proporção.
Do meu coração.

Inserida por GermanoGoncalves5

FAVELA.

Favela
Viver nela
Todo dia.
Favela hoje.
Favela amanhã.
Favela menino
Favela, sim senhor.
Favela menina
Favela sim senhora.
Nos também temos história.
Periferia viver nela
Todo dia, a vida brilha.
Porque existe a poesia.
Favela.
Morar nela.
Todo dia.
Vamos mais além.
Dizer pra todo mundo.
Que aqui é terra de bem, também.
Favela periferia.
Com a poesia.
Toda a comunidade brilha.
Por toda a vida.

Inserida por GermanoGoncalves5

HuMAUnidade

Gente que só pensa em si.
Maltrata a alma.
O corpo ele acaba.
O lugar é meu.
Conquiste o teu.
Vive na superioridade.
Nada de oportunidade.

Inserida por GermanoGoncalves5

REINADO
Noturnos são os passeios de minh’alma
Meu espírito vagueia por liberdade
Encarar a chama da vida
Talvez pela morte.

Quem sabe o homem
Aquele que neste instante
Atravessa a rua
E olha para o chão,
Talvez tenha perdido a alegria.

A moça que usa o fio no ouvido
A escutar músicas.
Pela tatuagem
Ela conhece o amor...
Um floral, lindo,
Que trança sua perna esquerda
Como se a possuísse.

Outro homem atravessa a rua
Segue vestido como quem procura um trabalho Não um trabalho qualquer
Vai decidido, confiante.

Aquele rapaz
Jovem
Está sorrindo sozinho
Talvez tenha conhecido
Os prazeres do amor.
Ah, o amor...

Esta noite as ruas estão agitadas
Os cães estão calados
Posso dormir tranquilo
Porque essa noite
Quem reina é o amor.

Inserida por marcio_vidal_marinho

Distraído

O tempo deixou de ser meu amigo
E hoje passa despercebido.
Sensação de já ter vivido
Mas agradeço por estar vivo.
E danço na beira do abismo
Perdi o medo do perigo
Até choro sorrindo,vivo sorrindo
O mal não esta de bem, comigo.
Aprendi a ter equilíbrio
Soco mandado eu me esquivo
Não bato e não apanho,sigo invicto.
Quem não é visto não será lembrado
Mas quem é sentido,será eternizado..

Inserida por Jeefu

Os valores praticados pelo mercado de arte das artes contemporâneas no Brasil em relação os valores das obras de arte dos grandes mestres brasileiros do seculo passado, muitos deles falecidos com suas obras fechadas, chegam a ser imorais. Sempre me pergunto qual será o real futuro de valor e de importância artística, cultural e financeira da arte contemporânea praticada e comercializada hoje dentro de alguns anos a frente. Não precisa ser um profeta amaldiçoado para prever em breve o uso indevido ou destruição de parte de obras de arte de artistas, ora hoje, desvalorizados, do seculo passado, a serem utilizadas como espúrios suportes e plataformas perversas para material da arte e de artistas contemporâneos. Não só pelo valor baixo do conjunto da obra mas assim como o pouco valor artístico, histórico e cultural que tem com o patrimônio e acervo artístico nacional em todos os níveis.A exemplo disto é os pichadores maculando obras de arte publicas nas principais cidades.A crise na educação, na segurança publica e a falta de oportunidades profissionais acarretam uma manifestação artística marginal, suja, egoísta, violenta e ignorante.No equivocado e perverso conceito de que a coisa publica não é de ninguém, nem do próprio que a desrespeita...e suma, não tem dono mesmo. Isto é pra lá de grave pois não é o uso indevido da coisa publica que foi apropriada por alguém para ter publicidade por um breve período de tempo mas sim mais grave ainda pois é algo que deve ser destruída ou reinventada de forma tosca e bizarra anonimamente por que é nada, não significa nada, nem é ninguém, é nada. Logo é justo marginal que alguém passou por ali para pelo menos desrespeita la publicamente uma vez e revaloriza la dentro da marginalidade e da desclassificada
poluição urbana.Um futuro triste. .

Inserida por RicardoBarradas

O que mais seria a guerra a não ser
Jovens se matando?
O que mais seria a guerra a não ser
Velhos conversando?

Inserida por VandalismoPoetico

Melancolias de um samba,
Tristeza em pleno carnaval
Um dilema em minha cama,
Viver ou fase terminal.

Filosofias de bar,
Ideologias fúteis de jornal.
Água levanta poeira do asfalto
O cheio me leva ao passado.

Banho de chuva,
Descalço na rua
Olhando o céu
Pensamentos aleatórios ao léu.

Inserida por VandalismoPoetico

Lá vem o sol,
Cada manhã
É uma só
É um sonhar.
Enquanto ao tempo
Cada momento é o ideal
De idealizar,
Se você sentir dor,
Seja pelo o que for,
Há sempre um modo de utilizá-la
Para o bem ou mal
Cabe a você tentar,
Agüente firme.

Inserida por VandalismoPoetico

Um novo anjo torto se afoga em distúrbio
Enquanto autoridades estão em cima do muro,
Lugares confortáveis
São revisitados,
Luzes da cidade iluminam os desajustados.

Inserida por VandalismoPoetico

O cidadão transformado em súdito
Vivendo em uma fazenda de formigas,
Quando não acaba em um caixão de veludo
É obrigado a amargar as feridas,
Constituindo uma constituição,
Incondicional, inconstitucional...

Inserida por VandalismoPoetico

Aprendi a lutar
Quando vi que não era de vidro,
Fui alem dos sentidos,
Mas do que o permitido
Enfrentando o acaso
Me deparei com o destino,
Na luz do refletor...

Inserida por VandalismoPoetico

O que ludibria nossos olhos
E cega o coração
Estrela em comerciais
E em frases de caminhão.
Em cigarros importados
Perfumes falsificados
Na falta de um senso critico
Se torna nosso vicio...

Inserida por VandalismoPoetico

As mães só são felizes,
Quando de tudo não tem informação,
Os pais felizes só são,
Enquanto fingem não prestarem atenção.

Inserida por VandalismoPoetico

Ele, um jogador
Que apostou tudo no amor,
Acabou em um sallon
Ao som de John Coltrane.
Ela, cartomante,
Com pinta de farsante,
Pede outra dose
E brinda a má sorte.

Enquanto ele embaralha
As cartas no balcão,
Ela faz leituras
De mãos no saguão.
Os dois nem imaginam
O que o futuro lhes reserva:

O mago, o enforcado, a morte e o ermitão.

Inserida por VandalismoPoetico

O Galo

As sirenes gritam entre vielas e becos
Enlouquecidamente.
Já eu carrego sentimentos
Separados em gavetas.
Minhas lembranças pueris rimam com a poeira nos móveis.
Neste final de tarde
A velocidade da cidade
Não me faz vítima.
De longe ouve-se
O desespero de uma gata no cio.
De cá nenhuma resposta.
Sei que as seis acordarei
Com o galo da vizinha me lembrando
Que habito uma metrópole provinciana.

Inserida por VandalismoPoetico

Felizes de nós, esquecidos,
Pois sabemos tirar proveito
De nossos equívocos,
E nos alegremos por sabermos
Que a culpa e a moral
É o que temos de menos natural.

Para viver é preciso esquecer
E somente assim
O novo sempre poderá vir a ser.

Inserida por VandalismoPoetico