Poesia Harmonia
Menina Primavera
Eis que surge a primavera!
Vem vestida de linho puro, belo e
adornado de todas as flores que há...
Ela vem com os pés descalços...
Sob eles o revoar de borboletas mil
levemente a arrastam, brisa e cor,
Não pisa o chão!
Seus olhos são carícias de ternura!
Sua voz tilintar de amor e carinho
Traz nas mãos esperanças de jasmim
De sua boca, mel e versos.
És menina que brinca de florir
Balançar nas gérberas dos jardins
És o primor das estações
O acalentar da poesia
És sonho para mim...!
Tarde fria
...E tu eras apenas uma lembrança.
Uma velha carta desbotada
Mas tão pouco era tanto,
que eu parava todo o desencanto das saudades tuas...
Detinha o tempo só para vislumbrar tua letra no velho papel amarelado.
Estranho, eu poderia jurar que sentira o toque dos teus dedos
A força que usara para escrever as palavras
A pausa entre uma frase e outra
Tua cabeça pendendo para o lado,
á espera de um novo pensamento...
A tarde está fria
Mas a carta queima em minhas mãos
...Minha solidão se torna menos vívida
Esboço um sorriso.
Guardo o velho papel no seio.
BELEZA
A beleza verdadeira
é aquela em que não se percebe de imediato.
É profunda...Enraizada no solo da alma.
A entrevemos através de olhos brilhantes,
mesmo que não estejam em belos rostos...
Está contida na ternura de um gesto de carinho
Num pedido de perdão...Ou no ato de perdoar!
A beleza nem sempre é tão óbvia_ Tão patente!
É um dom reconhece-la.
Rete-la, um privilégio!
Mas a verdade é que a beleza foge à vaidade
É simples, duradoura e maravilhosa!
Não é somente um atrativo aos olhos
é uma virtude que poucos possuem!
_ Sinto dores imensas, doutor.
_ Me diz, por favor, poetisa, aonde dói?
_ Na alma doutor. Na alma...
_ Doença de difícil prognóstico, querida.
_Tem cura doutor?
_ Quem vai saber?_ Essas coisas do coração...
_ Estou condenada doutor?
_ Creio que sim poetisa, terás que versejar por todo a vida,
escreve, que as dores amenizam...Sim.
Amenizam...
Pressa.
Dá-me já um cálice de vinho
Ou uma dose de vódka quente
Ou mesmo um copo de aguardente...
Seja lá o que for, dá-me!
Preciso entorpecer meus sentidos
Esquecer que eu existo
( se é que um dia existi )
Neste mundo louco
Que me devora aos poucos
Me suga a vida
Me sangra a ferida
Alma renhida, entregue
Que deus, ou o diabo, a carregue!
Perdoe-me Deus a blasfêmia!
É que minha dor não descansa
Onde foi minha esperança,
ou a dose de morfina
que meu corpo abomina,
mas à minha mente seduz!
Cheiro de alcaçus...
Ou seria de incenso
Torpor letal, imenso, desatina a razão,
estraçalha o coração...
Onde há Luz,
Tudo que me conduz é a escuridão!
Pensas ser eu uma maldita
Mas a paz silenciou
A alegria não grita
( Nem sussurra mais)
Nesta terra de meus pais,
onde tudo, hoje, são ais,
não me sinto...
Simplesmente, não me sinto mais!
Dá-me logo este veneno!
Não me negue a inconsciência,
Ser piedoso, mostre decência
á esta poetisa atormentada...!
Há horas que a vida é nada!
Sem risos e acalantos, perde-se o riso
e o encanto...
Chega de realidade!
Uma dose pequena
Um trago apenas
Mas que me traga alegria
( Ainda que farsante)
Vamos, adiante!
Me aguarda hoje, ainda,
a poesia.
Eternidade
Já faz tanto tempo...
Passaram-se as estações
Em mim, o tempo parou
Continuo te amando mais
Te querendo mais
Sendo menos eu e
(mais) você.
Sempre você.
Estaticamente
Memória congelada
Saudade desgraçada
do tempo em que eu te sabia meu...
...Que fantasia!
Um dia nós,
no outro,
eu...
...E os versos
que as estações me trazem,
das lembranças das horas
que te acalentei ternuras...
...E que por gentileza ( Que seja)
fui acariciada
pelo teu querer.
METAMORFOSE
Por favor queridos
Hoje
Não questionem os meus versos!
É que estou sou tão borboleta...
Em constante transição
Metamorfoseante.
Mas é mesmo um pesar
que eu não me mantenha asas...
Sempre volto ao meu estado de larva.
Tão volátil.
Não fico em mim
Nem mesmo sei o que sou
Amanheço alegria
Crisálida em utopia. Poesia
Anoiteço solidão. " Lagarteante".
Me sinto em preto e branco
Inexpressiva
Sem matiz
Sem riso
Sem colibris...
Mas eu sei que ainda estou lá
Escondida em algum submundo de mim
Arco-íris
Risos
Aquarela
Poesia...
VIDA
Coisa mais linda é a vida!
Ainda que não seja do jeito que a gente quer!
Tem dor
Tristezas
Dessabores...
Mas também há risos,
Beijos
Abraços
Levezas e ternuras...
Então vale á pena
E como vale!
Vale à pena rir nosso riso
Chorar nosso choro
Escrever nossa história...
Pois a vida é presente embrulhado
em papel avesso,
as vezes a embalagem nos surpreende!
Ah vida...
Vida linda
Vida sofrida
Vida paradoxo
Vida da gente.
VIVER
...E a cada manhã
eu olho bem na cara da vida
e vou logo dizendo:
Olha, estou aqui novamente
Dou um longo suspiro
Alongo minha fé
Aspiro esperanças
Tomo um gole de café,
outro de coragem
e vou em frente,
porque hoje é presente,
o ontem "é" memória
e do amanhã eu nada sei.
Dou graças por mais um dia
No alforge alegria
e confiança...
E mais uma chance de tentar
...Acertar, quem sabe?
Proclamar a arte de viver
Simples assim
Viver.
Nas noites mais escuras
quando a lua míngua alta no céu
eu subo nas minhas ilusões,
colho gotas do luar
para platinar meus versos...
Nesses momentos,
que a cada dia tem sido mais constantes
( Tempos de Solidão)
Transcrevo minha vida nas entrelinhas
dos poemas.
E a lua menina me traz luz
Sinto-me menos sozinha.
REVERÊNCIA À MULHER
À você mulher,
Mulher menina
Mulher traquina
Mulher que chora, que ri
Que vai à luta sem ou com medo
Mulher que é segredo
Mistério, sonhos, fantasias...
Mas que também é ousadia,
força, raça e poesia...
Mulher que nem é Amélia
Nem Linda
nem Iolanda
Mas inspira utopias
nas modas de violas ou
nas rodas de ciranda!
Ciranda Cirandinha, vamos todos cirandar!
Mulher que enfrenta a vida
Mães solteiras, trás o pão, a educação
Mulher que ama mulher
Luta pela sua liberdade de amar quem quer!
Mulher executiva
Mulher pedreira
Mulher que mora na rua
Mulher rendeira...
Mulher poetisa,
Alinas, Marizes, Marildas, Denises, Elisas!
Todas, furacões e brisas
Paradoxos a desvendar!
Donas de si
Senhoras de si
E acalantos, em encantos e dengos
para cortejar seus amores...
Todas são flores!
Ahh, mulher, doce mulher!
E que hoje, no seu dia
Todas ganhem de presente, o respeito merecido,
o reconhecimento, e se vier acompanhado
de um beijo, um diamante ou uma flor,
não se façam de rogados...
Reverência à mulher
Por favor.
De que é feita a mulher?
Da costela de Adão?
Então nesta costela havia um coração.
Uma alma pensante
Uma essência doce
Terna
Forte
Mãe gentil.
Sim... Se a mulher saiu de Adão,
então, o criador escolheu a sua parte
perfeita para que dela a mulher
fosse feita!
Te vejo ao longe
Ao longe te observo
Tão pensante
Penso, dou-me esse direito
fantasia, que pensas em mim...
E me entrego à ilusão
Tua figura máscula
Cheiras à âmbar e tabaco
Atiças minha feminilidade
Aflora o meu libido
Tu, homem, bandido...
Quero-o !
...E tu pensas
Flutuas dentro de si
Melancolicamente
Quase poeticamente
E eu, teço versos
Pensando
em ti.
E apesar
da tua distância
do teu distanciamento,
trago-o para junto de mim...
Avessa à razão
Se eu ouvisse à razão
Se pensasse lucidamente
Com toda certeza
Não te amaria tão loucamente!
Mas esse coração doido
Que não sossega no peito
Te encheu de ares de sonhos
Nem percebeu teus defeitos!
E agora o que que eu faço?
Tornei-me serva dos teus beijos
Prisioneira dos teus abraços
Sucumbi aos teus gracejos...
Mas agora não tem jeito. Tristeza!
Sou totalmente avessa à razão
Amar-te é tudo o que sei e faço
Graças á esse insano coração!
ILUSÃO LEVE...
Hoje estou leve
Levinha
Levíssima!
Trago no corpo cheiros de lavanda
Nos cabelos flores de laranjeira
E na alma, doçuras de um sonho de amor...
Hoje quero a tua lembrança mais bonita
Quero a saudade terna, infinita
Sonhos que não quero esquecer
Fotografias na minha memória
de uma tarde de outono...
Teus braços na minha cintura
E teus lábios doces como o mel
a tocar meu céu...
Da boca.
Quero cantar, dançar,sorrir e florir!
Hoje, apenas hoje minha poesia é borboleta.
Pois estou leve
levíssima como a brisa.
Amanhã?
Amanhã ainda é sonho
Linha no tear...
Hoje não.
Hoje estou levinha, levinha...
MARGARIDAS
Margaridas são flores delicadas
Me lembram branduras e gentilezas
que alguns amigos semeiam por aqui.
Aqui, onde tudo as vezes é tão cinzento...
Trazem beleza, perfumam a vida.
Pessoas, margaridas...Delicadezas do viver!
Por isso busco campos dessas miudezas
Simplicidades que exaltam nossa existência
Obras primas de Deus. Graça, dádivas...
Que plantemos margaridas pelo caminho
Que conquistemos amigos que são acalanto,
encanto e ternura__ Canduras queridas!
PASSARINHO...
Passarinho pousou no galho
Levinho, levinho...
Me presenteou com o seu canto
Fiquei num canto, quietinha
com medo de espantar o bichinho.
Nesse momento não houve solidão
Não houve melancolia
E até a dor do coração fugiu...!
Só não fugiu a saudades que sinto de ti
Teimou em ficar ali, insistente
Mas não sangrou o espírito
Tomou ares de sonhos distantes
De carícias nos cabelos
... Momento de transição.
Passarinho me encantou
Seu canto minha alma lavou
Depois voou
Tão mansinho
como chegou.
UM POEMINHA ASSIM...
Quero um poema levinho...
Daqueles que perambulam por aí.
Pousando ora lá...ora aqui...
Pena solta ao vento.
Bater de asas de canarinho.
Poema pequenino e cheiroso
como a flor branca da murta_!
Silencioso e gostoso, como um entardecer
de outono...sim, um poema leve, livre assim...
como filho sem dono!
Quero um poeminha para acalentar.
Pousa-lo em meus dedos,
e de versos em versos
com calma e sem constrangimentos,
revelar-lhe todos os meus segredos...
Um poeminha assim...
Pequenino assim...
Simples, simples assim!
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