Poesia Harmonia

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são os teus olhos, meu amor
esta urgencia dos meus.
esse canto, que março me canta
entre silencios e segredos. são os teus olhos

como um poema sem palavras.
urdido no tépido voo das gaivotas.
que se levantam, voam e dão voltas
e se agitam ansias regresso. ao teu olhar

rasgado e amplo
com vista para o mar e céu no telhado.
olhar feito sol, no embriagar da lua

que em mim, se faz leito
onde me deito e amo
sem quando nem fim.

Inserida por mariajoaodumas

e no dia em que a chuva voltou
deus chegou tarde.
vi, na angustia dos teus olhos em chamas
a vitória do diabo
mais preparado, nestas coisas da morte.
.
entre lágrimas e cinza
deixa-me hoje, nos teus olhos.
porque hoje também morri. hoje.
no dia em que a chuva voltou
deus chegou tarde e não trazia a sorte!
.
mas para os que nada fizeram
ou nada mudaram e pensam
que estou a perder a fé em deus
desenganem-se: é muito pior do que isso
eu estou a perder a fé nos homens
.
e cresce-me uma raiva por dentro
que não sabia, ser capaz de gerar.
sinto-me capaz da insubordinação.
de uma revolução que dê sentido a esta sorte
e a esta vontade que tenho de chorar...

Inserida por mariajoaodumas

⁠Há poemas que habitam
o olhar das pessoas...
Exorbitam o silêncio das noites
e perduram, no rimar dos dias...

.

Inserida por mariajoaodumas

⁠Sobre o teu dorso sou homem
sou criança, filho do vento
Luz-me um sorrir por dentro
que meus olhos não escondem...
.

E um dia, que honrar-te eu tenha
Só aceitarei nobre a valentia
Daquele que me não tente a revolta
.

Porque a nobreza não diminui, enobrece
E a liberdade...é valor supremo!

Inserida por mariajoaodumas

⁠neste intenso leito de odores
quando passas, que fica
quando voltas, que paira
que permaneça enquanto vivas

neste embriagar louco das flores
que fique, que paire
permaneça, que baile
que sobreviva, se fores
..

Inserida por mariajoaodumas

⁠Gente que aquece o Coração

Gente que aquece o coração
mesmo estando fisicamente distante.
Que transforma em especial
um momento ou uma ocasião qualquer.

Gente que aquece o coração
Com apenas uma interação.
Que traz flores e melodia
Enfeitando e perfumando o dia.

Gente que aquece o coração
Em pleno tempo de pandemia
Que consegue ser porto seguro
A qualquer hora do dia.

Gente que aquece o coração
Que tem o ar de Anjo e de criança
Que tem o coração tão puro
Que renova as nossas esperanças!


Edson Luiz Elo
24 de Março de 2021

Inserida por ProfessorEdson


Moverei montanhas
sem atacar ninguém,
toneladas de terra
sem o braço erguer,
pedras serão plumas
sob a força da mente,
o céu tocarei num segundo
e o fundo do mar me espera,
tudo através de minha pena
pois a poesia é quimera
Quimera e sentimentos,
imaginários ou reais
quero que meus versos
sejam apenas linhas
em bandeiras brancas ao vento,
tremulando em busca da paz

Inserida por neusamarilda

⁠Com meu navio em ruinas e meus companheiros ao mar me vi mais fraco do que nunca
eu já obtive muitos tesouros em minha vida e me aliei a quem hoje não me orgulho
me apaixonei por centenas de meretrizes que só geraram mais copos de rum ingeridos para esquece-las
eu era temido e respeitado e hoje ao mar fui deixado
quem poderia dizer o contrário?
Hoje sou só mais um corpo jogado aos peixes esperando que o kraken termine com meu sofrimento
o inferno que causei em minha vida e nas dos demais nunca será descrita
então eu digo que sou eu o maior parasita
perdão a quem eu fadei a esse destino cruel
a morte caminha em minha direção para exercer seu papel

Inserida por UmbraChuva

⁠Aquela sensação de estar só e lutando contra o mundo, até parece vitimismo. Mas não. Por dentro, há mesmo o abandono da coragem, o descrédito quanto a capacidade. E por fora, todo mundo chora. Ninguém escapa, maluco.

Hud

Inserida por PDHud

⁠CLARICE ME DISSE
o que eu, para mim, jamais ousei:
Quem se indaga é incompleto.
Sim, ela, a bela dos olhos amendoados e olhar perdido
esteve aqui, inda há pouco, inexorável,
para me dizer essa verdade
que abrange mil verdades...

Clarice me disse,
em poucas linhas, um grosso livro.
Espinhos, farpas, ferrões...
que me tiraram do conforto
– abrupto despertar –
para a zona de confronto:

Quem sou eu?
Eu sou esta, poema,
com o meu eu fujão estatelado
na bandeja,

pois que o que Clarice me disse
me despiu – a dormente –
e me revestiu – desperta semente –
com a realidade que eu havia,
através de longo tempo, negado.

O que Clarice me disse
– direta e firmemente como quem aguilhoa mentes –
me abriu um hiato fenomenal.
Doeu, desde as raízes. Gemi. Chorei.
E não tapei meu grito
nem o vácuo
da minha magna incompletude...

De modo que eu (eu?),
daquele instante para cá,
encontro-me perdida
no perdido
vazio
de Clarice.

Todavia, em via de,
enfim, lúcida à Clarice,

me encontrar.

Inserida por janet_zimmermann

⁠MINHAS PEDRINHAS DE JOÃO E MARIA


Telhas d’água cobrem casas
copas, vagas, matas.
Dos poucos vãos que restam,
réstias beijam testas.

E, no palheiro da imensidade,
continuo a procura do pássaro perdido.
Perco-me como já perdi o chão tantas vezes.
Mas ouso adiante ir, porque é busca
de uma vida...

As margaridas silvestres da beira da esteira,
semeei-as para marcar o caminho da volta.
Talvez eu retorne pelo cheiro do ouro vivo,
talvez pelo brilho das estrelas rasteiras.

Inserida por janet_zimmermann

⁠A PRIMEIRA

E tudo era nada
e o nada era trevoso
E a treva, num súbito suave
pariu a estrela vertiginosa
E a refulgência foi feita
E era boa E era bela
Recendia primavera
E o verbo chamou, à lux, rosa
Foi a primeira Poesia

Inserida por janet_zimmermann

⁠LÍNGUAS E LAVAS

nos céus
das bocas,
palavras soltas.
meias vozes.
odes! brados!
entre brasas
e águas vivas,
espadas de Eros
radioativas
em batalhas
amuralhadas
por pétalas
carnívoras,
vigias armadas
até os dentes
dos beijos
sem paz.

Inserida por janet_zimmermann

⁠APRESSE-TE!

a manhã noviça
escorre
c’a areia movediça.

aos poucos,
com precisão inglesa,
morre no bojo da tarde.

hoje amanheci com a pá virada
pra lua de saturno:
pise leve nesta seara,
tire os coturnos a pressa os medos os remorsos.
voe revigorado
e pouse em mim pólen desgarrado

& beije-me para sempre!

que a manhã é noviça
e escorre
c’a areia movediça
.
.
.

Inserida por janet_zimmermann

⁠OUTROUTONO

Outro outono entra
sem bater. Entra
para abater.
Para reabastecer
a máquina putrefaciente.
Para dar de comer
à máquina viva
que nos dá de comer.
Para vivermos.
Para morrermos.

[Deus, preciso beber algo
que esteja a salvo!

Dai-me de Vós, Senhor!]

Inserida por janet_zimmermann

⁠Vírgulas

preciso vírgula
com urgência vírgula
desapegar-me das vírgulas vírgula
essas asas inversas vírgula
reguladoras dos voos livres

Inserida por janet_zimmermann

⁠ESQUECIMENTO LENTO

Rutilava coisamentos
que lhe abrandavam a pensamentarada.
De déu em déu
domava o coração da saudade.

Inserida por janet_zimmermann

a dor e as lágrimas
do profundo
do profundo de
minha alma

o homem que
preferiria morrer
a soltar suas mãos

e uma vez que
soltei
acabei por morrer..⁠

Inserida por arremedos_poeticos

⁠um poeta sabe
quando terminar
um poema,

um homem sabe
quando um poema
morre,
e quando ele deve
morrer juntamente
com sua escrita morta..

Inserida por arremedos_poeticos

⁠acordou de seu devaneio
do dia que se foi,
o para sempre nunca,

o sonho se desfez
na realidade nua e crua
da poesia que o rejeitou,

e ante as palavras
que sangram
desistiu de concluir
este expressar..

Inserida por arremedos_poeticos

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