Poesia Eternamente
SONETO EM BRANCO E PRETO
Quisera ter no alforje d'alma um poeta
vibrante e canoro, de algures secretos
do amor, ornados em versos discretos
e parido num singelo berço de asceta
Quisera atar-me em sonhos irrequietos
trazendo quimeras na pena da caneta
num dueto com a fulgor d'um cometa
que versifica a lírica d'outros quartetos
Quisera rimas, na simetria em linha reta
dos caminhos honrosos, versos epítetos
num alarido de fidalguia, terno e violeta
Quisera da poesia a alforria dos ginetos
d'amargura, d'um soneto branco e preto
pros variegados belos e sonoros sonetos
Luciano spagnol
Poeta do cerrado
Cerrado goiano
Dezembro, 2016
Não serei muita coisa
Talvez, não serei nada!
Mas, nessa travessia
Que chamamos de vida
Os rótulos me apavoram.
Seus vértices
Caminhos de seu paraíso
Seu beijo
Intenções do amar
O gosto do corpo
Nudez de pura beleza
Sentir o olhar de sua pele
Seda
Frescor
Maravilhosa és tão brilhante como o nascer do amor
ESTÁGIO
O amor, quando jovem... Criou asas
Ainda criança, saltou de alegrias
Plainou pela imensidão dos ventos
voou pelos espaços do tempo e transbordou...
Nos afincos dos seus sentimentos.
Cheio de garras...
O amor se encheu de esperanças,
aconchegou-se em seus chamegos
e jogou a toalhas dos seus medos.
O amor amplo, desabrochou seus segredos
e debruçado no degredo dos seus consolos
se encheu de anciã, se vestiu de duvidas
e desvirtuou-se na incerteza do amanhã.
O amor já ancião... Agora apita,
apita como se fosse um trem
pelos trilhos da sua saudade
pelos buracos de sua recordação
pelos tempos das vaidades
pelos abraços e apertos de mão.
Antonio montes
VIRADA
Começa a haver meia noite, memoração
Como se tudo no tilintar das taças finda
Calam-se os corações, os fogos falam
Abraços hão de haver, de haver ainda
E o universo inteiro sozinho...
O meu fadário calado e na berlinda
Do silêncio na inspiração d'um ninho
Ruídos da rua, passos de ida e vinda
E os festejos sussurrando baixinho
E sozinho o universo inteiro...
Felicitações me são dadas do vizinho
Pelo ar ecoam acumulação de cheiro
Então deixo ilusões na taça de vinho
E velo solenemente o meu cativeiro
E inteiro sozinho o universo...
No rés do chão ter esperanças é roteiro
Já o pensamento na saudade disperso
Esperando, escutando, leve e sorrateiro
Qualquer coisa, antes de dormir, averso
Sozinho, solitário não, romeiro...
Vou dormir! Amanhã, dia outro e diverso.
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
Poeta do cerrado
CABELOS
Cabelos telos...
Com zelos, desmazelos
com apegos desapegos
lisos caracolados
tingidos pintados.
Cabelos... Cabelos...
Cabelos soltos aos ventos,
amarrados emaranhados
envoltos pensamentos.
Penteados, cabelos
no caracol dos seus segredos
apegados em seus apegos
cabelos tesos, leves
cabelos breves, sem pesos
... Cabelos, cabelos.
Antonio Montes
ADEUS ANO VELHO
Deste que passaram-se horas
Do velho ano
Do ano que já é outrora
Agora recordação, tempo profano
A cada segundo, minuto, hora
Dia após dia, quotidiano
O tempo vai, vai embora
Sorrateiro e ufano
Muito antes, antes de mim
Veloz e insano
Sem parar, até o fim...
No diverso plano
Vida que segue, "Quixotesco" no seu rocim
Adeus velho ano!
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
Poeta do cerrado
ACOLHIMENTO
Medindo assim, como me mede
fico ébrio, como quem bebe
nesse grogue entregue, me pegue!
Arraste-me para sua teia
com sua luz que me encandeia
e com seus clicks, e seus rashtag.
Eu quero esta, em sua linha de segredo
e pousar no seu inbox de aconchego.
Antonio Montes
Caminhe até onde o mundo deixar,
Sonhe até onde puder imaginar
Sendo assim morrerá em paz
E se orgulhará de tudo que ficou para traz
O CHEFE E O SÚDITO
O tempo passa, a raiva não,
Pergunto Deus, Qual solução?
Pra fugir desse inferno, onde um homem de terno,
Aprisiona minhas forças e coração.
Aproveita do meu suor pra construir seu império,
Que é repleto de ouro, mas com a pobreza de um cemitério,
Onde sua família não vive, mas sobrevive,
As custas da ira, de um demônio interno...
Trabalhar é uma coisa, ser escravo é diferente,
Se queres construir algo, faça agora no presente,
Para que no futuro, seu filho possa viver,
E não sobreviver do que tu não pode comprar...
O amor, esse sim se conquista,
Não ha dinheiro que pague essa sensação benquista,
Que alegra a todos, e irradia felicidade,
Por onde passar, e em qualquer outra cidade...
Desse mundo não se leva títulos, dinheiro e ambições,
Por isso sempre viva, pensando nos corações,
Dos que vivem a sua volta, pra que a revolta nunca exista,
E tu insista sempre em busca de soluções...
Soluções essas que não mudam todo o mundo,
Mas pode mudar o mundo dos que vivem ao seu redor,
Filhos, primos, pais, tios, irmãos e avós,
Que se orgulharão em ter você como parente,
Que sempre presente, transborda paz e calor,
Que o dinheiro nunca compra, aliás, compra uma paz ilusória,
Que mesmo contraditória, causa perda de valor...
O súdito finalmente se libertou,
As amarras de si arrancou,
E as jogou para o alto de uma montanha,
Que o levará ao topo, fazendo o que se ama...
O chefe? Esse sim pirou, tentou incriminar o súdito
Com uma armadilha que criou,
Sua tentativa foi falha, ele não passa de um canalha,
Que desprezou seu valor...
VANGUEJAR
Quantos pratos
quantos copos,
Quantas louças pra lavar!
colheres, panelas e facas
espumas sabão e água
... Água para enxaguar.
Todos os dias, como o sol
e ventos aos arrebóis
estrelas além do céu
os fazeres na cozinha
de manha à tardinha
vida ida, vindo vinda
vida, vida...
Vida, vida.
Antonio Montes
O RIO
Todos os dias...
Um rio passa por aqui
a todo momento e hora
flui correndo, correndo...
Fazendo... Redemoinhos e quedas
e em suas curvas devagarzinho
a noite e no frescor da aurora
ele vai para o mar, ele vai embora.
Todos os dias, esse rio esta ali
e ao mesmo tempo, se vai...
Mas volta com suas voltas
e de suas voltas, não sai.
Em suas margens, quanto verde!
tanto peixes em sua rede
um dia desse o rio se vai
e para de matar a sede.
Antonio Montes
BANZÉ
Sacode, sacode o bode
pra parar de bordejar
esse pobre bode, esta de porre.
Bode de porre, comove
em seu implore, nem pode...
Ser pobre, não tem esnobe.
Um dia, esse pobre bode, escapuliu
subiu no prego, e comeu a banana do café.
Antonio Montes
SONETO SONHADO
Sonhei que saudade de ti sonhava
Aqui pelas bandas do meu cerrado
Foi tão bom, uma pena ter acabado
Pois nele, sonho, contigo eu estava
Que pena... era um sonho sonhado
De lembranças em que a alma lava
Onde a tua falta na minha ali ficava
Em um silêncio d'um afeto amado
Sonhei hoje contigo, nem imaginava
Ter-ti tão manifesto ali ao meu lado
Num sonho, que nostalgia passava
Queria de ti, não estar desamparado
E sonhar-ti, onde só amor anunciava
Eterno sonho, eternamente no fado...
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Janeiro, 2017
Cerrado goiano
Ter o dom,ou a estranheza de pensar
E se aprofundar em cada detalhe dos arredores
Ouvir e sentir os Sons da poluição
E me arder os ouvidos
com a rotina incerta de meus pensamentos
Cada detalhe me prende de alguma forma
As luzes da cidade não são muito observadas
Mas eu as conto e observo
Como se fossem estrelas no céu
Todos os ares que por lá passam
São lembrados por mim
E de alguma forma eu os recordo
Como se fossem experiências de vida
Para alguns pareceria nojento
Lembrar do gosto de ferrugem
Que ficou em meus dedos
Quando toquei os corrimões do parque
Mas para mim,isso é poesia
Os gostos dos ares
E o rangido dos pés na calçada
Como as pessoas são distraídas
Não, eu que sou observadora
Ou somente louca poetiza
CHUVA NO CERRADO ( soneto)
Canta chuva, no cerrado, uma cantata
E há, feérico coro no planalto fustigado
De gotas do céu num tilintar animado
Como que um suave retinir de prata
Bendita chuva que ao chão imaculado
Batiza a secura com água que desata
Verdes relvas e fulgor novedio da mata
Num renovo de um frescor empanado
Alvor ideal que desponta na fragata
Do sertão, num úmido beijo desejado
Arejando, generosa, em trínula volata
Ah! Num regozijo do viver denodado
Num delíquio louco, ri-se escarlata
A encantada chuva que cai no cerrado
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Janeiro, 04, 2017
Cerrado goiano
CERNE (soneto)
Do ventre do cerrado ergui meu gemido
Estrugido duma saudade que me eivava
Furtando o fôlego duma dor que escava
O coração já aturado e um tanto dividido
Da solidão a tramontana reviu-se escrava
No cerne da sofrença no peito desfalecido
Que és de tudo escárnio no fado contido
Grito! Que ao contentamento então trava
Que labareda tal me arde no esquecido
Me remanescendo qual tétrica cadava
E me prostrando na réstia do suprimido?
E, se toda sorte aqui me falhe, és clava
A esperança, dum regresso ainda vivido
Factível, sem os que a quimera forjava...
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Janeiro, 2017
Cerrado goiano
"" Não me deixe morrer em você
antes me curta,
me faça sua festa, seu sorriso
seu momento especial
não me deixe antes da hora
minha alma não ignora
quer a sua, mergulhada na minha
brilhando como louca em noites de amor
fiz de você a dona da casa,
a amante desejada e a rainha.
por isso não deixe que eu parta sem levar aquela saudade
ela me fará voltar quinze minutos depois
apaixonado e ardente
como sempre...
Eles tinham um jeito tão particular de olhar um para o outro que as palavras eram esquecidas no silêncio e no sorriso em cada rosto.
Esse era o mais sincero cortejo feito pelos dois, se amavam até mesmo quando não havia um toque ou algo mais depois.
E assim muitos encontram o amor em um simples momento, nessa forma de amar que ficou esquecida no tempo.
Eles não tinham um corpo escultural mas isso não seria a grande atração no final.
Eles amavam o olhar que afaga e acalma, o olhar de quem faz cafuné na alma.
O teu silencio...
Este pensar em ti a cada segundo
Quais anseios de alento infindo e de
Um ultimo beijo que te dei...
Nossos segredos ficaram ocultados nas noites
De esse amar com ares antigos... E nostálgicos
E entre ritmo febril da essência
Onde o pranto não dilacera a saudade...
Tua voz calou-se... Então eu te perdi...
Vou amargando os temores do silencio
- murmúrio secreto e indivisível -
E assim o sonho se perde na lembrança do tempo!
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