Poesia do Carlos Drumond - Queijo com Goiabada

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SORRI TRISTEZA

⁠Anda comigo tristeza,
Não sintas medo ou horror,
Traz só uma capa fina
De esperança pequenina,
Nos ombros da tua dor.

Iremos então lado a lado,
Dois cegos a cantar o fado,
Sem esmola, só pelo sonhar...

Anda tristeza e meu fadar,
Para onde vamos só basta
Trazeres na tua canastra,
O vento que vem no ar.

Anda tristeza, arrasta
A nossa vida pró mar,
Sorri tristeza sem parar,
Pois sorrir até afasta,
O fantasma do penar.

(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 20-10-2023)

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

DIVAGAÇÕES

⁠Eu já nem sei o que sou,
Porque vim e aqui estou,
Para onde vou
Neste barco que me castrou
Sem remos de princípio ao fim.

Só sei que não vim por mim...

Se viesse, não estaria aqui,
Neste degredo,
De vos revelar o segredo
De uma vida que vivi,
Sempre na escuridão do medo.

E é por isso que vou
Com meu pincel e apenas,
Borrar um quadro de penas
Na tela que Deus traçou.

(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 21-10-2023)

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

⁠⁠Neste mundo de valores corrompidos e egos inflados, não faltará quem tente nos desqualificar por sermos transparentes, por nos comportarmos com humildade (embora conscientes de nosso valor) ou por dizermos a verdade, quando a verdade precisa ser dita. Mas isso não deve ser motivo de tristeza, afinal. Esses processos, em última instância, ajudam a depurar nossas relações. Os amigos que perdemos, porque somos quem somos e nos mantemos fiéis aos nossos princípios –, na verdade, não os perdemos, pelo simples fato de que jamais foram amigos.
Não se pode perder o que não se tem.

Inserida por jose_carlos_fineis

AS MÃOS

⁠Elas pegam
E despegam,
Apertam
E desapertam
Emoções.

Matam paixões,
Fazem reviver
Quem está a morrer
De mortes ou sensações.

Benzem
E banzem
Orações,
Bruxarias,
Arrenegam heresias,
Aliviam comichões.

De muito as glorificar,
Acabei por me lembrar
Que há tantos anos
De desenganos,
Não beijo as mãos
De minha mãe.

Pobre de quem a não tem.

Valho-me dum retrato dela
E mato a sede da saudade,
Beijo-lhe as mãos de papel
E até me parece que ela
De verdade,
Me afaga o rosto,
Com tanto gosto,
E aquela doçura do mel.

(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 23-10-2023)

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

⁠A vida é cheia de pausas do início ao ponto fim, buscando o entendimento fazendo introdução, desenvolvimento até chegar a conclusão.
Parágrafos por parágrafos e verborrágico citando verbos por verbos, usando pausas e reticências entre parênteses e colchetes, busco as chaves que abririam as aspas entre dois pontos, estando a dúvida dessa redação, dos problemas ortográficos que a vida que primeiro lugar castiga e depois ensina, para assim ficarmos analfabetos funcionais sem saber a hora de nos colocar um ponto final.

Inserida por Marc7Carl6Rod9

⁠A vida é tempo, nascemos e vivemos com um relógio biológico, dando uma estimativa de vida.

Problemas é um material didático que nos ensina e dá sabedoria, e lá também abrevia quando sem sagacidade e jogo de cintura.

A sabedoria é salutar obter, e quanto mais sábio ficamos, aprendemos não só resolver rapidamente os problemas, como também aprendemos a evitar, e muito mas a vida poderemos aproveitar e fazer planos.

Inserida por Marc7Carl6Rod9

⁠Eu nunca vi VERDADES com CONTRADIÇÕES, e só há ou existe CONTRADIÇÕES, quando existem MENTIRAS ou meias VERDADES.
Ilusão é uma percepção distorcida da realidade, na qual algo é interpretado de forma diferente do que realmente é.

Inserida por Marc7Carl6Rod9

⁠A ciência só é confiável, porque ela é falível.
Contrário a ela, é a religião e a sua bíblia, ou um papa infalível, com livros contendo mentiras e contradições, dito ser a verdade absoluta.

Inserida por Marc7Carl6Rod9

⁠O coração, em termos de emoção, deve ser sempre o último a escutar.
Nestas ocasiões, vale mais a razão de bem pensar, antes de agir.

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

⁠O VENTO A ÁRVORE E A CASA

Tarde de sábado.
A depressão do tempo castigava.

Agora, chamam depressão
Ao tempo mau que faz.
Porque não!?...
Mas o vento é sempre rapaz
E as árvores também femininas
Quanto velhas mais meninas.

Com a diferença que o vento
Tem agora mais lamento
E as árvores amém,
Nestas tardes sem ninguém.

O vento soprava,
A árvore balançava
Sobre a humilde casa.
Era aí que ele habitava,
Um homem pobre,
De rosto nobre.

Invocou os deuses dos ventos
E dos contratempos
A ver se a borrasca amainava.

Qual quê!?...
O vento insistiu,
A árvore caiu
E a casa humilde ruiu.

E ele deixou de acreditar
Nos deuses dos ventos
E contratempos.

Abriu os braços e pôs-se a voar.

(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 29-10-2023)

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

NA NOITE

⁠Era noite escura,
Tudo invitava ao descanso,
Até o rugido do mar era manso,
Convidando ao remanso.

Nisto, o chiar de pneus no asfalto,
Como um grito alto
Na noite serena e pura
Toda silêncio de negrura.

Gritos e bebedeiras loucas na noite.
Músicas tolas debitadas às paletes,
Que mais pareciam um açoite
Nos ouvidos, como foguetes
Estourando nas retretes.

Era uma discoteca na estrada,
Urros de animais grotescos,
No rebentar de fluidos
Dos possuídos
De duas patas quixotescos.

E a noite ia avançando
A chorar pelo seu descanso,
Já em maré de balanço.

Lembrou-se então,
Com emoção,
Dos tempos
De outros tempos,
Que era a dona do serão.

(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 31-10-2023)

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

⁠A verdade, assim como a luz,
é um dos bens mais preciosos
que existe, mas ela não nos pertence
e sequer sabemos como preservá-la. Quando a apresentamos a quem
não a queria receber,
nos tornamos
um inconveniente ou,
simplesmente, um chato.

Inserida por luizguglielmetti

DOÇURAS

⁠Beijar teus cabelos,
Encostar os teus olhos aos meus,
Quentes,
Roçar a tua boca
Sôfrega,
Nos meus lábios
Sequiosos,
Tanger os teus seios
Com os meus dedos
Nervosos,
Entrar no teu ventre
Ofegante,
Através do rosado
Da abertura
Arfante,
Onde perdemos os sentidos
Num instante,
Do prazer que é rei
Dos nossos fluidos,
Que eu sei.

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

⁠DAQUI

Desta terra em que vos falo,
Outros em tempos a habitaram.
Consta que dela também se fartaram
Dos mandadores crista de galo.

Ó terra amarga de que não calo
As injustiças tamanhas,
Dos que a roubam sem abalo,
Por ardis e artimanhas.

Os ouriços embrulham castanhas
Com a carapaça picante,
Assim me rasgam entranhas
Gentes do pior tratante.

E então logo num instante
E sempre que for preciso,
Peço aos mandões não obstante,
Que tenham melhor juízo.

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

⁠VIDAS E ENCONTROS

Na rua dos sem esperança,
Entre cartões, lixo e encolhos,
Viram estes meus tristes olhos
Um ser sem futuro ou herança.

Nem sequer um ar de bonança
Da sorte que já lhe foi aos molhos,
Eu vi entre os seus escolhos
Nos olhos da sua lembrança.

Sentei-me então mano a mano
Ao pé dele, rosto de criança,
Mas eis que num gesto insano
Demonstrando inconfiança,
O pobre quase me rejeitou.

Deu um grito que me arrepiou
E da sua garganta avança:
Nunca a tempestade amainou
Nem me trará a bonança!

(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 05-11-2023)

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

⁠ETNIA BRASILEIRA
Moramos no Brasil (continente sul americano) e não na Africa.
Somos um país com grande diversidade étnica.
É necessário ter culturas variadas para atender os anseios da população em geral.
Somos um país de imigrantes onde a presença europeia é significativa.
Os valores culturais são diferentes quando olhamos pelo prisma dos costumes, gostos e tradições. Os costumes do Sul são diferentes dos do norte e nordeste.
Não podemos estigmatizar o modelo social brasileiro baseando-se em uma única cultura.
Os artistas de origem africana na sua maioria não agradam os imigrantes europeus e vice-versa.
A mídia brasileira tem que entender que não tem o direito de forçar a aceitação de determinada cultura como padrão nacional.
Não devemos discriminar culturas étnicas, e sim, oferecer oportunidades para todos os valores culturais respeitando os costumes e tradições.

⁠Talvez você seja somente um IDIOTA que não sabe ainda que é, porque está no meio de outros que pensam como você.
E acreditando na mesma coisa agem como se fosse uma verdade verdadeira, vivendo as mesmas.

Inserida por MARCELOCRODRIGUES

⁠BONANÇA

Na medida que a tempestade passa
As chuvas cessam
Os ventos se amenam
O sol surge
Tudo se alinha
e
A vida sequêncía

⁠Tem os que vivem de histórias.
Tem os que contam histórias.
Tem os que ouvem histórias.
Tem os que fazem histórias.
Em todos os casos, sempre é você que vai decidir sua posição.

Inserida por Colicigno

⁠NÃO

Não fui eu que me inventei.
Nem projeto,
Nem desenho,
Apenas mais um da grei,
Pelo que sei,
Um ser de certo dialeto
E, já agora, convenho:
Simples, fiel, muito reto.

Fui na pobreza criado
E nunca algoz de ninguém
E muito menos bastardo,
Quer de pai ou de uma mãe.

Sou apenas o resultado
De um amor de vida a dois.
Com a minha voz se canta o fado,
Com a minha vara eu toco os bois.

(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 11-11-2023)

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

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