Poesia do Carlos Drumond - Queijo com Goiabada
Eu até sei que sou um IDIOTA, até porque nem sei o que fazer para evitar isso. Fazer o quê, né? Mas o bom disso tudo é que, podendo escolher, eu sei muito bem os tipos que não quero ser.
O que não dá para entender é se essas pessoas têm algum problema para interpretar texto — algo que beira uma psicopatologia — ou se simplesmente não possuem um mínimo de honestidade intelectual.
Porque o que está escrito está tão claro e nítido que nem seria preciso explicar a explicação, desenhar o desenho e ainda ter que explicar o desenho feito.
Fingem uma demência disfarçada de inocência e ainda acham que todos têm que ser iguais a eles.
Isso é hipocrisia.
O que se faz necessário é apenas uma Justiça que seja plural e irrestrita. Caso contrário, isso não é justo!
Se isso não for feito, torna-se paradoxal a ideia de democracia e de direitos iguais para o povo.
PARANÓIA
Se você é mais ou menos normal, mentalmente, que não é o meu caso e quer ficar paranóico, é simples, tente inteirar-se sobre astronomia, você entra numa paranóia enorme, só a pessoa saber que quando você olha para cima e muitos daqueles astros já não existem, já explodiram há milhares de anos, isso é ou não é para ficar maluco?
Fortaleza/Cê., 09 de julho de 2025.
Eu concordo com isso também. O certo, lógico, racional e óbvio, é que o ideal — e até mesmo salutar — seria que morrêssemos, sim, mas de forma que nenhum vício fosse o causador disso.
Procura, então, a satisfação de ver os teus vícios morrerem antes de ti.
Acreditar sem questionar é abrir mão da razão. E a razão, quando livre da manipulação dogmática, tende a buscar a verdade — por mais incômoda que ela seja.
Concluindo: a inteligência não está em crer ou não crer, mas em saber por que se crê ou se deixa de crer. Pensar é sempre um ato de coragem.
"Melhor conhecer um ou dois livros de um único autor que de fato existiu, do que um compêndio com 66 ou 73 livros escritos por cerca de 40 personagens míticos e fantasmas inventados, recheados de mentiras, contradições e adulterações."
— Marcelo Carlos Rodrigues
Feridas do Amor
Advertiram-me — o amor é lâmina e labirinto,
é clarão que cega e ternura que destrói.
Mas em ti, lancei-me, nu de razão,
embriagado pela ilusão do eterno.
Teu toque foi chama que encantou a carne,
mas teu silêncio — punhal de ausência.
Nos interstícios da memória ainda ecoa
a promessa não dita, o adeus sem palavra.
Amar-te foi cravar rosas no peito,
foi dançar sobre espinhos com os pés da alma.
E mesmo entre ruínas e cinzas frias,
o meu querer insiste — como febre, como fado.
Porque o amor, esse deus sem piedade,
faz de nós servos e mártires,
e transforma cada lágrima caída
em verso sagrado da dor vivida.
"Sussurros do Savana"
No silêncio da noite,
Onde as estrelas sussurram,
A savana desperta,
Com segredos que murmura.
As árvores dançam,
Ao ritmo do vento,
Folhas que sussurram,
Histórias que não conto.
No horizonte infinito,
O sol se esconde,
Deixando rastros,
De sonhos que se sonham.
"Memórias do Rio"
No rio que flui,
Onde as águas dançam,
Memórias que ficam,
Histórias que se contam.
As margens sorriem,
Ao sol que se reflete,
No espelho da água,
Sonhos que se projetam.
No silêncio da noite,
As estrelas se refletem,
No rio que murmura,
Segredos que se guardam.
Ao ver o não que sai da dor
O som da voz já vai no sim
No tom do céu não vi mais luz
Do que no sol que há em mim...
a estrada que te chama,
o raio de Sol na janela fechada,
a espera que não termina,
a gota invisível e insistente
que cai a todo instante,
o gosto que se desconhece,
o próximo distante,
a imagem clara que se tem mas não se vê,
o fogo ardente sem chama,
o infinito que cabe na sua frente,
sou tudo que você está sentindo
disfarçado de seu pensamento
@machado_ac
entre nuances e notas de jasmim fazemos encantos vários,
desses mesmos que a boca diz
só em vogais que aquecem o corpo
mesmo que a vida te deixe
essa impressão vaga,
distante assim
@machado_ac
é preciso viver com alguma magia,
mesmo que isso seja ver a si mesmo
com certa ironia e espanto
@machado_ac
sempre haverá
uma intenção, um contexto para cada frase,
em que cada conceito esteja explícito,
implícito ou oculto,
cabe a você ler,
entender,
sempre haverá...
@machado_ac
QUANDO TE OLHO
Ao te olhar com desflorado desejar,
Como quem amanhece tua procura,
Envaideço-me em tuas palavras vertidas,
Que se refazem teias para me cobrir,
Como se de teus laços em mim tecidos,
Eu só posso olhar-me,
Como quem em ti se clarifica.
O MAR ENLUARADO
Contam que as ondas do mar queriam esvoaçar,
Por isso chamaram o vento para lhe moldar gotas de ar.
O mar também pretendeu se alargar,
Ir-se mais além do seu findar,
Então se fez água pela terra, a se adentrar.
Foi quando o mar se encantou com um luar,
E banhou as estrelas para poder lhe alumiar.
O mar desse encanto almejou ser maior,
Que a onda que lhe faz voejar.
O mar, desejoso de ser, quis fazer-se amar.
" Há palavras desditas que retumbam e costuram-se como remendos.
Existem as não ditas, pronunciadas na profundidade que se conduzem lumiares.
Como as palavras, somos compreendidos, experimentados.
Nascemos sangue jorrado do ventre, que expele sua oralidade.
Depois nos vamos, como as palavras, nos fazendo andanças em moinhos
dorefazer, pois a alma que lê a palavra descrita no peito reinventa o olhar,
mesmo que ainda a palavra não se faça revelar."
In Fragmento Das Palavras colhidas no Silêncio.
A avó e o Menino
A avó não tinha presente e tão pouco lhe vinha o futuro.
Vivia de si, num tempo em que os dias, só lhe prometiam o passado.
Pela manhã cantarolava cantigas de roda.
A tarde pedia chá e se ria sobre coisas desacontecidas.
Quando a noite lhe vinha, adormecia falando com invisíveis olhares.
Não tinha a estética da memória.
Seus ouvidos acordavam lembranças do sentir.
Suas mãos continham a fermentação das horas.
Seus braços acolhiam porções de vida refluídas.
E de si apenas se ouvia o balbuciar das palavras.
Assim, vivia sob o cuidado das crianças,
Que em certas ocasiões lhe contavam estórias.
Como aquela de uma sábia anciã,
Que para não morar com o tempo findo,
Decidiu torna-se novamente alguém para ser inventada.
Foi assim que numa fração, antes de partir, disse ao menino:
- Descobri que és tão grande, que não pude de ti, ausentar-me.
A liberdade é como um rio que se não pode represar.
Mas suas águas precisam fertilizar a terra da justiça.
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