Poesia do Carlos Drumond - Queijo com Goiabada

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carnívora

a saudade não nos engana
sua chegada
faminta e soberana
só traz dores gigantes
no vinho carraspana
amantes mais que antes

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano

SONETO SAUDOSO

Choro, ao pé do leito da saudade
Que invade o corpo sem descanso
Se fazendo de fiel cordeiro manso
E a agrura numa brutal velocidade

E vem me trazer recordações, afeto
Tão apetecida em tempos outrora
Agora na ausência, lerda é a hora
E cruel a minha emoção sem teto

Chorei, choro por esta separação
Neste fado dessa longa despedida
Que partiu a vida daquela posição

Se eu, tenho na sorte malferidos
Aqui sinceramente peço perdão
Movidos nos desfastios vividos

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
06/04/2016, 21'00" – Cerrado goiano

O cerrado pede socorro

O cerrado é árido é dissonante numa certa harmonia
Te engole os olhos com a boca ávida de melancolia

O cerrado é plano por todo lado, torto e desencontrado
Neste desajeito pedregoso, espinhado, o êxtase é espetado

Cerrado ao longe provoca ilusão, maravilha o sol e escorre o calor
Tuas árvores e teu desencanto trás encanto e é sedutor

Cerrado de vasqueira água, fica deitado no lençol aquífero
Nestes poros transbordam renascimento e galhos frutíferos

Cerrado espesso, pele grossa e contradição
O homem e sua cruel mão, pinta na terra a tela da devastação

Destes campos velhorro
O cerrado pede socorro!

Cerrado não é cidade
É patrimônio da humanidade.

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
08/042016 – Cerrado goiano

Desfolhos

Do outono no cerrado e seus desfolhos
Minha saudade caia ao chão fragoso
Do meus ásperos e mirrado tristes olhos
Em tal lira de verso aflito e rancoroso

Nos ventos secos e enrugados chiavam
Os gritos da noite numa solitária canção
Onde lembranças aos astros clamavam
Esmolando do silêncio alguma atenção

Só um olhar neste brado de compaixão
Um olhar, um eco, uma mão...

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
30/04/2016, 18'00" – cerrado goiano

Parabéns!

Parabéns queria lhe mandar
Procurei...
Palavras rebuscadas pra enfeitar
No dicionário, no vocabulário
Nada foi suficiente para te igualar
Queria ser pioneiro, certeiro
Na mensagem
Ser diferente, presente
Amigo
Do meu coração falar contigo
Trazer abraços verdadeiros
Te presentear
Com o brilho das estrelas
Com a paz da noite de luar
Com expressões nunca faladas
Nem pronunciadas...
Vendo que é só ilusão
Não tendo como fugir do chavão
Tudo que for dito
Alguém já disse primeiro
Vou cair no popular
Palavras mesmas
E lhe desejar:
- saúde
- realizações
- harmonia
E muita, muita alegria,
no seu novo itinerário...

Feliz Aniversário!

Uai sô! Cumé que ocê tá?
Vim pra ti desejá
Filiz Niversário!
Arreda tudim de ruim dôcê
Com trem bão nosóio
Amo, saúde no seu vivê
Felicidade purdimais...

Parabéns para você!
Com jeito mineiro de ser...

Hoje, o olhar materno da Santíssima Virgem Maria voltou-se para você
Que você sinta neste olhar a certeza da proteção carinhosa, e constante da Mãe de Deus, de todos nós...
Que está proteção lhe acompanhe por todo este novo ano que se inicia
Que não nos deixe sós...
Que o Divino Salvador, fonte de todo o bem, torne o seu dia repleto de harmonia, amor e felicidade...
Na fé operário!

FELIZ ANIVERSÁRIO!

Pedaços

Parte de mim tem medo
Parte coragem no enredo
Da vida, pois quero arte
Na alma em total parte

Se da fala eu faço grito
Do silêncio eu faço rito
Palavras, poesia, frase
Ora calado, ora quase

Nos meus falantes pedaços
Sonante é o amor, os abraços
Pedaços que contudo acredito
Todos juntos num só infinito

Pra estes sonhos em devaneios
Peço desculpados aos alheios
São apenas pedaços de emoção
Expelidos do poético coração

Ambição está, fatiada em pedaços
Nunca em nó, e sim suaves laços
Distante, perto, chegada ou partida
Os pedaços juntados são guarida

Sou parte dos pedaços num todo
Que tento transformar em denodo
De anseios e de boas lembranças
E nestes pedaços pouco fui usanças

Pedaço de mim é poesia
Escritas em pedaços de vigor ou melancolia
Pedaço de mim é paixão
Nos pedaços do afeto onde sempre fiz alusão
Pedaço de mim é dor
Antagonizada nos pedaços da alma em louvor

Sou pedaços, parte, um todo no amor

Poeta e rosas

Sane os arranhões dos espinhos
Das rosas belas do bem viver
Não as ponha em vasos quartinhos
Ousando natureza morta pra escrever
Redija afeto, grafe alegria, a que recria
Que vem da lira e faz recomeçar
Decore e redecore, até ter a sua via
Apague, volte no iniciar
Cada arranjo é romaria
Cada pequenez, renove, renovar
Faz da teu vazante poesia
E verá o teu coração poetar
Nunca sejas peia
Rosas são para se apreciar
O amor colmeia
A vida a superar

Coisas de amor

O amor nunca cala
Pode haver carquilhas
Pode haver muita fala
Ter poucas maravilhas
Ou ser pompa e gala
Amor é feito solene
Na alma tem escala
Ao coração infrene
Aos românticos poesia
Ao tempo indene
Faz juras de alegria
Amor ao amado, perene
Um amor não se adia
Vive-se!
No presente
Fiel e ardente
Verdadeiramente

Não são apenas versos

Poetando a sintonia de meu coração
Em ritmo de olhares e singelos gestos
Sem pretensão, a não ser minha emoção
Nas reticência, não são apenas versos

Em cada rima, em cada trova
Momentos de pura demonstração
Em formas de pensamento, prova
Que não são apenas versos, paixão

Se o poema grifa lágrima no reverso
Da ausência de seu sorriso, nos dias
O sentir também não é apenas verso
São presentes de ter-te aqui, alegrias

Nunca é tarde para poder lhe expressar
Que o que sinto vai além do universo
Trais amor, companhia, sede de beijar
A toda hora... E não é apenas verso

Sendo assim fica e vem pro meu lado
Ponha os afetos na alma submersos
Faz do meu sorriso no seu calado
Pois aqui não são apenas versos

(É o amor em verso alado...)

Luciano Spagnol

Mãos...

Precisamos das mãos que laboram
Das que tem essência e não choram
Das que venham esculpir a esperança
Das que não se mancham de vingança

Precisamos de mãos postas para liberdade
De mãos que não se esquecem da dignidade
De mãos abertas contemplando em oração
De mãos que erram, mas procuram solução

Precisamos das mãos que amam e labutam
Das que na vida ao irmão amigo escutam
Das que abram as portas da compreensão
Das que fecham pro preconceito no coração

Precisamos de mãos que cavem o recomeço
De mãos que escrevem histórias de apreço
De mãos que falem a linguagem da emoção
De mãos que gozem da dádiva da criação

Precisamos das mãos com capacidade de cura
Das que tragam luz ao dissabor da amargura
Das que redirecionam os caminhos em vão
Das que digam sim aos encontros com o não

Precisamos das mãos, de mãos... Em louvor
E que nos conduzam ao Criador

Luciano Spagnol

Soneto de um solitário

Permanece como réu, imoto
a respiração sem equação
em silêncio o ego e emoção
como em oração fiel devoto

O lamento que acolhido na mão
chora suor do quesito remoto
a lágrima se imerge num arroto
dos soluços surdos do coração

Como centro de tudo, a solidão
que desorienta e se faz ignoto
o olhar, largado na escuridão

Seja breve e renovado broto
que renasça após a oblação
o abraço que se fez semoto
(traga convívio pro ermitão)

Luciano Spagnol

Madurar

Os adultos não sabem que não são crianças
Vivem reclamando, chorando por suas mães
Não perceberam na vida as totais mudanças
Clamam por suas ingenuidades perdidas sãs

Os adultos querem ser meninos e meninas
Eternamente...
Deitar no colo e permanecerem traquinas
Eternamente...
Querem não ter dever e nunca terem rotinas
Eternamente...

Os adultos esquecem que um dia tem que dobrar as esquinas
Da vida, madurar
Eternamente...

Luciano Spagnol

Morte e vida

A vida está sempre de partida
A morte de início e ressureição
Dia a dia se morre na descida
Do tempo, em sua contramão

E nesta poética de folha seca
Que o vento leva além do olhar
Um pouco do tudo será soneca
E nada a quem não soube amar

Quando eu for, está gaveta estreita
Estreito estará o caminho do perdão
Por mim rezem ladainhas bem feita
Para a direita do Pai o meu coração

Se a partida ainda não chegou a vez
E só tenho a data de minha chegada
De fevereiro a fevereiro é o meu mês
Feliz vivo, sem a morte na vida privada
(Entre a vida e a morte prefiro ser cortês!)

Luciano Spagnol

Avessos

Em cada verso dispo os avessos
Do espírito da emoção a uivar
Dos rastros dos seus processos
Num precioso momento impar
Que saem e onde expresso
E que não me deixam calar
Cada verso chorado, por vir
É a minha forma de rezar
Pois a convicção é para se sentir
E a alma quer se manifestar
Loucuras?
Fazem parte de o meu poetar
Ali me escondo, minhas venturas
Digo meus fados sem oprimir
Cato pareceria aos versos solitários
Assim as fantasias podem fluir
E eu ter o meu fértil relicário
Pois dele dependo, e ele de mim
Efeitos que decifram meu diário
Do meu complexo eu sem fim
Sim ou não, um novo itinerário
Que me faz ir além, e assim
Nos avessos o sentimento é o cenário
E o amor meu estopim.

Luciano Spagnol

saudade de amor

a saudade não nos engana
sua chegada
faminta e soberana
só trás dores gigantes
no vinho carraspana
amantes mais que antes

achamorrados
indesejados
carente

e assim, sofrente
de dentes cerrados
não mais que de repente
já de olhos vergados
mira o mundo à frente
e se põe novamente enamorado

e nesta ciranda de querer e opor
num coração sulcado
se tem a saudade de amor

Luciano Spagnol

Farnel

A existência é um caracol
De curvas e lombadas
Tem o breu da lua e o brilho do sol
Sobe e desce e algumas paradas
E nestes altos e baixos
Deparamos com nossas caminhadas
Altivos e cabisbaixos
Tentando superar as escadas
O que não se pode perder no cordel
Neste emaranhado fio da meada
É de ter genuíno amor no farnel

Luciano Spagnol

Hesitas

Quando é, dormindo, será dia?
Quando é, noite, serei recordação?
Eu alma, a minha alma, fria
Alheio o pulsar do coração
Não sei, nada sei desta arrelia
Ou se despertarei da escuridão
Onde terá sol, ou terá só magia
E se assim, acordado, serei são

Planeja o tempo, o fado em parceria
Passará a dúvida, serei oração
E nesta angústia que me agonia
Serei curiosidade sem revelação
E na velocidade vem a vida, ironia
Descendo as ladeiras da vitalidade
Inspirando hesitas na minha poesia
De uma única certeza, um dia. Sem ser brevidade!

Luciano Spagnol

Mais um outono

Mais um outono aos amuos do vento
Desarraigando as folhas num valsar
De alento, saudade ou desalento
Que vão pelo umedecido e cinzento ar

Em pares, grupos ou solitárias
Vão se acomodando pelo chão
Em lentas e calmas romarias
Com doridas vozes em oração

Nos galhos os abraços dos ninhos
Acariciados pelos redemoinhos
Ali ficam poeirados e agarradinhos

As folhas são barcos nas corredeiras
Nos charcos descansam nas beiras
O outono costurando suas algibeiras

Luciano Spagnol

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