Poesia do Carlos Drumond - Queijo com Goiabada
O Amor é Como a Água, E a Vida Como o Cacto, Às Vezes Você Procura Pelo Deserto Inteiro, Quando Na Verdade
Estava a Distância de Um Passo de Você, O Amor Não é Lindo, Ele Possui Espinhos, É Como o Cacto, Por Fora é Horrendo, Mas é Tão Lindo Por Dentro
Do fogo que em mim arde
Sim, eu trago o fogo,
o outro,
não aquele que te apraz.
Ele queima sim,
é chama voraz
que derrete o bivo de teu pincel
incendiando até ás cinzas
O desejo-desenho que fazes de mim.
Sim, eu trago o fogo,
o outro,
aquele que me faz,
e que molda a dura pena
de minha escrita.
é este o fogo,
o meu, o que me arde
e cunha a minha face
na letra desenho
do auto-retrato meu.
Regresso devagar ao teu sorriso como quem volta a casa.
Faço de conta que não é nada comigo.
Distraído percorro o caminho familiar da saudade,
pequeninas coisas me prendem,
uma tarde num café, um livro.
Devagar te amo e às vezes depressa,
meu amor, e às vezes faço coisas que não devo,
regresso devagar a tua casa,
compro um livro, entro no amor como em casa.
Eu quero ser vista
Como realmente sou
Quero ser vista
Com todos os meus defeitos
Quero ser vista
Como o pacote completo
Como um todo
Eu quero ser vista
Por inteiro
Não uma parte
Não apenas a parte
Que eu permito que vejam
Quero ser vista
Com a parte que
Normalmente escondo
E guardo só para mim
Quero ser vista
Com a calmaria
E as doses de loucura
Com a paciência
E os momentos de explosão
Quero ser vista
Como bomba
E como curativo
Porque eu sou tudo isso
E um pouco mais
Um tanto a mais
Eu quero ser vista
Quero saber
Que estou sendo
Enxergada
Descoberta
De verdade
Eu quero ser vista...
Ei querida, queria te agradecer
por todas as noites, que o dia de trabalho tu me fez esquecer
por todas as risadas, gargalhadas sem razão
os conflitos e as PErfeitas reconciliações
as vezes penso que nao foi por acaso
nossa vida ter se rendido ao acaso
deveriamos passar um tempo juntos
para relembrar as outras vidas QUE provavelmente VIVEMOS JUNTOS
voce era de leao e eu de touro
um o inverso do outro
polaridades diferentes mas que se atrairam
criando assim todo um futuro de consequencias...
imaginamos historias, um futuro nosso em nossas cabeças
imaginamos também filhos e netos gerando a nossa decendencia
porém de uma hora para a outra tudo mudou
O amor se tornou rancor e toda a paixão se tornou brasa e se apagou...
Obrigado por passar pela minha vida, meu ex-amor.
Sem desejo sem saída, apenas a fuga
A partida
Partir o coração
Sem desejo, sem um vão
Apenas a dor da solidão
Por que tanta amargura em meu coração?
Por que mereço tal prisão?
Onde estas a liberdade que mereço?
Nasci neste mundo sem ter o direito de escolher
A permissão de viver, neste mundo....
eu disse eu te amo pra tantas pessoas
uma delas foi embora
outra morreu
outra está à beira da morte
dentre todas essas a que mais me amou
fui eu.
Irei licitar o seu amor
eis a minha solicitação
o recurso é um carinho sedutor
Você é um edital sem contestação.
Não sei se ganharei o seu amor
o único item da licitação,
e na sessão credenciei o meu temor,
de você abandonar essa paixão.
E sem poder dá meu lance,
prevaleceu o seu valor e minha homologação
dessa vez é a minha chance
de aditivar para sempre seu coração.
Licitei o seu amor,
e na ata reza a minha contemplação,
iremos viver em todo esplendor,
um louco amor , sem explicação.
O processo está homologado
pela deusa do amor e da ilusão
e agora é assinar o contrato
e viver uma inesquecível paixão.
Geraldo Neto
Diz homem, diz criança, diz estrela.
Repete as sílabas
onde a luz é feliz e se demora.
Volta a dizer: homem, mulher, criança.
Onde a beleza é mais nova.
eu so queria me isolar
e trancada no meu quarto estar
eu so queria estar no meu mundinho
onde eu so ouço passarinhos
e ninguem podera me obrigar a lavar,limpar
e cuidar
e ninguem nunca podera entrar
porque a porta sempre ira fechar
Entre fios de letras soltas
e trapos de linhas livres
remendo palavras
envoltas no manto
bordado da poeira de poesia...
Ninguémsabe quem sou
e nem de onde venho,
só eu carrego a minha dor,
luto muito pelo que tenho
Ninguém pode imaginar
tudo que na vida já passei,
andei depressa e devagar,
mas bom caminho tracei,
Sigo sempre pela reta,
para conseguir ser melhor,
viver bem é minha meta,
sou da paz e do amor...
CRUCIFICADO
O teu sorriso meigo e delicado,
Com que me brindaste naquele dia,
Foi toda causa do meu triste estado,
Desta minha torturante agonia.
Padrões que vão vindo e indo a contemplar, o padrão de sua beleza, que a todos fazem desejar.
Uma virtude de repente apareceu, como em um céu límpido e bonito, como sempre prometeu.
Tal virtude trouxe sinais de poesia, como em um vento caloroso que é trazido na maresia.
Olhe agora para trás, você sente o meu amor? Será que um dia no futuro, serei os versos do teu clamor?
No balanceio deste amor, me lembro que dizia, você é azul celeste no limiar azul piscina.
Grão de areia, Grão de areia! Como consegue tantos ao seu redor e produzir esse calor em uma constância que só de pisar já sinto ardor. Será que é assim, da mesma espécie de dor, os espinhos do amor?
foi assim que você pensou que eu ficaria no mundo,
usando flores em meu cabelo negro,
sempre escondidas no emaranhado dos cachos
sempre escondidas no emaranhado do caos
de minha cabeça negra.
só você sabia quantas flores eu usava
porque agora eu já sei
que você dedicava as noites
à contagem. Deus não dorme
e você também não.
amor não correspondido é como
se ajoelhar em arroz cru
e esperar
a água fervente
dos beijos dele
para suavizar a sua dor
mas ele nunca vem
Nas nossas ruas, ao anoitecer,
Há tal soturnidade, há tal melancolia,
Que as sombras, o bulício, o Tejo, a maresia
Despertam-me um desejo absurdo de sofrer.
ANJO DRAMÁTICO.
Caminhando, pensando, notei em um canto, um anjo chorando.
Não conseguia voar, nem sabia andar, só chorar… só chorar.
Estendi minha mão, ele disse "Não! Me deixe no chão".
Sentei ao seu lado, num gesto ousado, cantarolei meu passado.
_Eu também já chorei, uma asa quebrei, mas me levantei.
Sai do chão, anjo bom, não diga NÃO (segura minha mão)
Ele então segurou, levantou... as lagrimas enxugou!
Seguimos lado a lado, até achei engraçado, anjo dramático… comecei a gargalhar.
Nem tava ferido, só deprimido, que drama,
sempre soube andar!
Morte, negritude
A violência está no ar
Rubra a se banhar
Em sangue, e cadê
A misericordia...
Os dias estão rotos,
E o coração pulsa
Tristezas escuras
Como o fim de uma sisterna.
Sentir! Cada elemento
Morrer em partículas,
Que não se juntam mais,
Cair no abismo,
E tudo, e tudo acaba
Não se encontrando
Mais.
Abandono
O teu silêncio
E tua descoberta
Cobre todo o ser
E o mundo,
E um cais de areia
Em sangue,
Um aborto profundo…
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