Poesia do Carlos Drumond - Queijo com Goiabada

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Imortalidade

Sabem onde me encontrar
Qualquer vinda por aí
Tô sempre por aqui
Eu nunca estive lá
Ninguém foi me buscar
Procurei de Norte a Sul
Fui de Leste a Oeste
Sem nem saber por onde andei.
Eu me frustrava tão fácil quando menino
Essa coisa de "destino", não sei mais como seguir.
Hoje sou livre, sou palavra, sou escrita. Vivo poesia.
Sem trancas ou amarras
Enfim, que não seja o fim, não nasci pra seguir.
Muito menos para servir.
Me encanta o vento,
Ooo liberdade, pra isso não se tem idade.
Já não sou mais tão menino.
Sou a própria poesia, palavras vivem pra sempre...
Profetizadas em mentes
Que jamais se esqueceram delas.

Inserida por Mr_Hyde

"O mal daqueles que defendem os seus interesses,
é esquecer que os outros também precisam viver".

Inserida por roberto_leal_1

Seja o seu espelhar. Um reflexo de luz para a Vida. Sabemos não sermos perfeito. Mas podemos emanar luz e alimentar os corações dos nossos irmãos. Quanto mais luz Você reflete, mais leve fica seu espirito. E as densas brumas dos pensamentos sombrios. Vão se desfazendo como nuvens. E; de repente; Você fica tão leve. Que sente , que poderia, até voar. E assim o Amor se faz. E as coisas verdadeiras acontecem e permanecem em sua Vida. Como recompensa. transformando cada vez mais o seu Viver..

marcos fereS

Inserida por marcosviniciusfereS

Não sei se lavo as mãos,
Ou esfrego o corpo.
Se me isolo então
E me entrego todo.

Talvez assim
cheio de mim
viva mais um pouco
Até voltar a saber
o que não fazer de novo.

André Luz

Inserida por 1andreluz

Fascínio

Lugar onde o ego se enrijece.
E nada mais, consegue chamar a atenção.
E a curiosidade, a vontade de possuir
Tudo e a todos, dá lugar a uma doentia,
Forma de estar.
Tudo o mais. Fica parado.
Dependendo da força que impulsiona,
A vontade fascinada.
Apenas se move em direção,
Daquele foco em que está presa.
E só consegue se libertar com o
Tempo. A vontade fascinada
É o grande aprisionador dessa era.
A visão e audição condicionado ao
Estado de belo e conforto.
Paralisa outras funções dos sentidos.
Daí a necessidade. Da Realidade
Permeando, os pensamentos considerados
Sensatos. Porque; para se fascinar, e viciar.
É rápido. Principalmente, para quem já
Nasceu nesta geração. O mundo se torna
Um imenso sonho. E a Vida apenas um filme,
Que se repete, em infinito epílogos.
Sagas, e episódio. Como; por milagre.
No próximo episódio. Os problemas
Vão se resolver. Mas não é isso.
A mente está em alta ilusão.
O vício, está instalado.
E a Vida prisioneira, em um
Quadrado , cheio de imagens e sons.
Inspira , que todos são verdadeiros
Artistas e importantes.
Mas, a Realidade; sempre foi difícil.
Por isso, salvávamos as consciências infantis.
Geração infantilizada. E tudo termina em X.
Depois, somente, arquivos, de um mundo que
Existiu. E que ficou enterrado nos escombros
Da sociedade em que o homem reinou por
Uns tempos.
Progesterona. Não é mais a força que manda no Mundo.
Mas a força da mente.
Porem ela encontra-se fascinada em frente ao espelho,
Que a colocaram. E precisa acordar , o quanto antes
Para a Realidade da Vida.
Senão o passar do tempo, será como um filme,
Assistido várias vezes, e que não encontra
Continuação. E a sensação de tédio,
É inevitável. Porque esqueceu a forma
De redescobrir o mundo a sua volta.

Marcos fereS

Inserida por marcosviniciusfereS

Limitar-se a pouco, sussurros
e eu súbito penso: vírgulas
sim, quem sabe, de vez em quando
um belo ponto.
Escavar
em um fosso
um poço
para a água da chuva
meter a estaca em pé
para amparar
o novo damasqueiro
e o tempo que passa
enumerá-lo
escandi-lo
sem repetir a trama.
Nas tuas mãos
há um sol
não tão luminoso,
mas, claro e necessário
que calmo adormece
na sua luz opaca.
Não ajunte outro
te põe em movimento
e corre a dar às vinhas
a água que exigem.

Inserida por pensador

Tens uma face
doce e tranqüila
talvez por isso
às vezes penso
que te conheço
desde sempre
que posso dialogar
contigo, estando sentado
encostado no tronco
liso do castanheiro
a refugiar-me
dos ruídos e do sol.
Aqui havia um poço
faz tempo
no centro do terreno
num caminhão vermelho
carregavam a uva.
Tens uma face
doce e tranqüila
que se reconstrói por si só
quando me assalta
a vontade
de raspá-la de vez
dos muros
arcaicos da mente

Inserida por pensador

As árvores
foram abandonadas?
já não têm nome
sob o espesso córtice
não há mais que o vazio
uma passagem aberta
sem linfa
um ninho de mofo, de traças.
Por isso em três dias
virão abatê-la.
Por terra os frutos
carcomidos pelos vermes
tomados de assalto
pelas formigas esfomeadas
e as aranhas vermelhas
com suas bocas de tenazes.
Em volta da árvore
o tapete de folhas
maceradas na água.

Inserida por pensador

Ontem trouxe para casa
um grande cesto de vime
cheio de damascos maduros
cor do sol
e mais doces que o mel.
Então a mim me olhaste
com um sorriso novo
aquele com que sonho
desde que estou no mundo.
Cheirava a giesta vermelha
a sálvia aveludada
a menta romana
a lavanda
a alecrim
que tem pequenas flores azuis
folhas delicadas
mas afiadas
como dentes de bebê.

Inserida por pensador

E se for a árvore de Judas este amor
pendurado num canto apartado da casa.
As mãos perdidas nos cortes
nas cicatrizes dos beijos
nos pés inquietos, aguardando
percorrer o mesmo idêntico percurso.

Os nossos corpos não nos bastavam
nós os tínhamos trocado entre nós
por acaso ou para derrotar a sorte.
Agora a pele cinzela outras palavras
filtra a luz e aguarda distanciada
outros perfumes, ou os jogos da morte.

Inserida por pensador

Alma

Acho que os sentimentos têm células,
pois as sinto remexer,
intensas libélulas
a se fundir e a se desprender.

Alimentam-se de lágrimas e risos,
sempre crescem.
A cada instante que vivo,
mais então se expandem,
mais amadurecem.

Seu núcleo me pede pulsações
e quando me perco pelas emoções,
ele se avoluma e me maltrata.
Chega a ser tão grande seu efeito,
que rompe o peito,sangra
e se dilata.

Ah minhas células emotivas!
Quero-as em mim
coladas e cativas
fazendo-me viver intensamente.
Eu as batizo com o nome de "alma"
e as responsabilizo a viver eternamente
ainda quando o coração se acalma
e põe-se a dormir
irreversivelmente.

Inserida por pensador

Arquitetura

Solidão é quando se sente o próprio hálito,
se se descobre pálido olhando o vão do dedo.
Estar só é morrer de medo do silêncio,
amassar o lenço na palma da mão.
É quando a noção da vida se desloca,
sai do meio da rua, quer a toca,
onde o espaço menor não deixa sobra.
Solidão é o canteiro de obras da emoção:
nele se guardam materiais preciosos,
os pontiagudos, os tortos, os porosos,
que, se devidamente combinados,
serão perfeitamente aproveitados
como estrutura de uma nova construção.

Inserida por pensador

Beijos

Procure embaixo de sua saudade,
um beijo meu.
Em algum instante da despedida
ele se perdeu,
mergulhado, talvez,
numa lágrima perdida.
Não possui nada de especial:
a dose de açúcar
que no beijo é natural,
a umidade das várias emoções.
Com uma certa tendência
a contravenções,
é melhor que seja procurado
em lugares proibidos,
onde ele pense jamais ser encontrado.
Carrega de um lado
uma meia-tristeza conquistada
nos desatinos de uma noite,
daquelas em que a lua vem quebrada;
do outro lado, um sorriso
de quem sabe como chupar estrelas.
Sobraram-lhe sequelas e aderências
das muitas experiências
de quem já foi bolinar o paraíso.
Se for capaz de encontrá-lo,
devolva prontamente,
pois é evidente a falta que ele faz.

Inserida por pensador

Perdoa coração este momento
de introspecção.
Sinto teu aperto,
teu descompasso,
tua pressão.
Peço-te perdão
por mais este instante oprimido,
por todo impulso contido,
cada decepção que te causei:

as grandes cenas que não fotografei,
os beijos que retive,
as risadas que contive,
as brigas que não briguei,
os poemas que não escrevi,
os falsos que respeitei,
as auroras que não vi,
os porres que não permiti,
o amigo que não percebi,
o amante que não amei.

Perdoa coração por este abuso,
mas me recuso a recuar novamente.
É que sempre se morre um pouquinho
a cada emoção que não se sente.
Não vale entrar na vida de mansinho;
tem-se que vibrar intensamente,

ainda que te custe uma palpitação.

Inserida por pensador

Caleidoscópio

Pela fresta observo a dança das cores
nos vidros recortados.
Separam-se, aglutinam-se,
desenham maravilhas
Como se bailassem calçando sapatilhas.
A cada movimento, uma surpresa,
a mesma flor concebida com destreza,
em seguida se espalha e se desfaz.
Por trás de seu processo giratório,
o caleidoscópio avisa:
a forma é fugaz e imprecisa
e o colorido de hoje é provisório.

Inserida por pensador

aspectos

as coisas são
como estão?

o cão vê o gato
bem diferente do rato
(questão de defesa e ataque)

aurora e crepúsculo
são noite dia ou mestiços?
(depende do ponto de vista)

o sol é para todos
e a chuva?

Inserida por pensador

finjo-me esfinge

meia lua meu amor
é tua

a outra metade
guardei-a para o compadre
que me beija a boca
quando chegas tarde
da casa da outra

Inserida por pensador

pôr de lua

estou naquela fase
cheia de resumo

foge-me o verso
a rima escapole-me

peço a são jorge
lave-me leve-me

love me

Inserida por pensador

Que eu esteja vigilante
Aos discursos incoerentes
Aos números que mentem
As massas não convergentes
Aos que fingem gostar de gente
Ao frio que forja o quente
Ao sorriso do demente
As dores dos que não sentem
Ao cinza que rega o verde
Ao latido dos intransigentes
E a sanidade dos doentes

Inserida por alexgolovanevsky82

Goiás

Só te vejo, Goiás, quando me afasto
e, nas pontas dos pés, meio de banda,
jogo o perfil do tempo sobre o rasto
desse quarto-minguante na varanda.

De perto, não te vejo nem sou visto.
O amor tem destes casos de cegueira:
quanto mais perto mais se torna misto,
ouro e pó de caruncho na madeira.

De perto, as coisas vivem pelo ofício
do cotidiano — existem de passagem,
são formas de rotina, desperdício,
cintilações por fora da linguagem.

De longe, não, nem tudo está perdido.
Há contornos e sombras pelo teto.
E cada coisa encontra o seu sentido
na colcha de retalhos do alfabeto.

E, quanto mais te busco e mais me esforço,
de longe é que te vejo, em filigrana,
no clichê de algum livro ou no remorso
de uma extinta pureza drummondiana.

Só te vejo, Goiás, quando carrego
as tintas no teu mapa e, como um Jó,
um tanto encabulado e meio cego,
vou-te jogando em verso, em nome, em GO.

Inserida por pensador

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