Sara Melissa

Encontrados 10 pensamentos de Sara Melissa

“Dia 1
-
Um prelúdio necessário aos tolos
Numa busca incansável pelo recomeço
O ensejo de esperança em todos
Faz surgir até mais subtil apreço;

Se tu sabes que, de facto, sempre penso
E penso que neste motim não me vinculo
Há esperança em tudo o que vejo
Bem como o pessimismo estrídulo;

Os vícios são relativos a cada ser que vive
Insanidade é mantê-los almejando mudança
Nisto vê-se no início dos comemorantes ineptos

E mantém-se um hábito que insiste
Num passado imerso em inseguranças
Erros que se repetem como implícitos preceptos.”

“És como o perpétuo surreal
Das cores que minhas lentes
Captando num segundo vital
Dão vida às vidas de minha mente.”

“Quando vens em meu pensar, exijo não pensar, rendo-me à idiotice apenas para não lhe manter em minha consciência, em minha sanidade. Quando vens sou loucura. Loucura abíssica.”

Inserida por azmll

“Almejo ousadia
Permeando este ar
Quando aqui, deitada, fria
Um desejo a me esquentar
Pelo corpo
Intangível
Trancafiado num sonho
Inacessível
Meu inconsciente em desatino
Quase uma psicose
A realidade que esvazio
Parto às margens em metamorfose
Torno-me luxúria etérea
Reencarnação da Deusa Lascívia implacável
Triplicada em intensidade venérea
Vorazmente Insaciável.”

Inserida por azmll

“Por que a mim não escreves? {2}
-
Por que a mim não escreves?
Por que, por que não escreves?
Nesta essência não te inseres?
Sentes que sou-me o nada?

E tal nada não alimenta o que queres?
Queres a vida de forma vasta?

Por que a mim não escreves?
Por quê? Por quê? Por quê?

Tens inspiração em falta?
Que falta somente a mim,
Que dás aos outros, completa,
Como se fossem dignos de ti.

Por que a mim não escreves?
Por que, tais letras, sufocas?

Uma carta como outrora
Sílaba esmagada pelo tempo
Que descreve uma maldita história
Que frágil como uma brisa do vento;

Eu não quero que me escrevas
Como quero… Como quero…
Algo que transforme esta treva
Em teu conto dramático eterno;

Eu não quero que me escrevas
Só quero… Somente quero…
Ser a protagonista que inventas
A sofrer em cada trecho mero.”

Inserida por azmll

“Por que a mim não escreves? {1}
-
Por que a mim não escreves
Se te escreves ao respirares?
Se te respiras então escreves
A cada segundo em que vives
E se não vives tão vorazmente
Escreves à solidão e à tristura
No silêncio que lhe persegue
Em meio ao sono que amargura
Escreves quando pensas
Em alimentares teus vícios
E se escreves para todos eles
Para que o existir seja longínquo
Por que a mim não escreves?
Se não lhe sou tão precipício
Se não lhe causo um sentir abismo
Não me escreves por sentires
Sobre mim o mais puro vazio
Sobre esta lacuna, inda assim
Tu poderias escrever-me
Ou contando-me os teus motivos
Do por quê a mim não escreves.”

Inserida por azmll

“Beije-me sob a chuva que reluz
Toque-me devagar nas escadas
Num momento que arde à meia-luz
Invente paixões nunca inventadas;

Dê-me o vinho tinto que deixaste
Em tua adega solitária como a ti
Desenhe o rosto que lembrares
Da tarde em que amar-te eu temi;

Com ardor reescreva tais instantes
E revivas permitindo-me reviver
Como uma lembrança vibrante
Que trouxera e trará vida ao viver.”

“Rasga esta estranheza
Traz-me uma razão
Conceda-me beleza
Sabor de emoção;

Prometa-me que fiques
Escreva-me que amas
Entrelaces no que incide
Uma paixão em chamas;

Toque este céu brando
Da minha boca rubra
Nectáreo esvai de manso
De dentro de mim à lua.”

Inserida por azmll

“Às vezes eu amo-te
Às vezes eu não,

E quando não amo-te
Sou escuridão,

Às vezes dolorida,
Às vezes só desilusão,

É quando perco a vida
Num segundo vão,

Às vezes almejo a morte,
Às vezes mansidão,

Quando peço sorte
Para a imensidão,

Às vezes apenas preciso,
Às vezes, na solidão

Poder alimentar meu vício
De amar-te até quando eu não.”

“Embriagada e sozinha
Como nos velhos tempos
Sinto-me entorpecida
Em busca de um beijo;

Quero estar em chamas
Experienciar a intensidade
Sentir sobre a cama
Do prazer às extremidades;

Me apetece ocupar a boca
Mesclar sabores antagônicos
Me apetece despir a roupa
D’um corpo ou amor platônico;

Todavia o outrora se repete
E como outrora o desejo excessivo
Apenas, infeliz, se converte
Em poemas sobre vinho tinto.”

Inserida por azmll