Poesia do Carlos Drumond - Queijo com Goiabada
LEVADO
O que leva uma pessoa
A achar que sabe?
O que leva uma pessoa
A achar que pode?
O que leva uma pessoa?
Eu não sei...
Mas todos são levados a...
(Guilherme Mossini Mendel)
NINA
Meu cachorro não entende
As diferenças sociais
Meu cachorro não entende
As diferenças raciais
Meu cachorro não entende
Que eu estudo e que eu trabalho
Meu cachorro me atende
E nunca diz que eu só atrapalho
Meu cachorro me perdoa
Meu cachorro não caçoa
Meu cachorro nunca insulta
Meu cachorro nunca julga
Que ser humano é o meu cachorro!
Que ser profano é o meu povo!
Meu cachorro quer ser do bem
E o meu povo quer se dar bem
Meu cachorro não entende
Que o ser humano é negligente
Meu cachorro é quem me cura
Quando a vida aqui é dura
(Guilherme Mossini Mendel)
O QUE HÁ LÁ NO ALTO?
As nuvens brincam
De adivinhação
Quando as crianças
Olham para elas.
Assim, viram ovelhas,
Viram vacas,
Viram tudo aquilo
Que você imaginar.
Mas elas choram
Quando essas crianças
Não brincam com elas.
É o medo da solidão.
É o que acontece quando chove.
(Guilherme Mossini Mendel)
Vida quão tão frágil és
Se é tão frágil, porque é tão fraca
Não consigo entender.
Por que eu
Por que ele
Tantas tristeza tanta mágoa
Por que tanto recomeço
Se és tão forte
Por que és tão frágil
E me deixaste assim.
Há o dia, a retina fita a luz,
Mas os raios solares são transparentes,
O calor de meio dia é o alvorecer,
De horas irreguladas e descrentes.
Há noites estreladas e de lua,
Mas nada alumeia os becos escurecidos,
As pessoas nas ruas estão nuas,
E nenhum rumor serve de lenitivo.
Há amor sob corações insanos,
Sem o torpor dos sonhos esquecidos,
Mas em tudo há vigor e acalantado,
Mas o "eu" queda-se, adormecido!
Onde você estava quando cai?
Quando o vazio me preencheu?
Quando ouvir a sua voz era tudo que eu precisava?
Onde você estava quando chorei?
Quando fiquei sem chão?
Quando você era a única pessoa que eu confiava?
Onde você estava quando eu
Mais precisei do seu abraço?
Quando o meu coração estava em pedaços?
Onde você estava quando eu mais precisei do seu abraço?
Uma segunda chance para o amor
(Livro Crônicas E Poemas Reflexivos)
Eu vejo em seus olhos
No fundo do seu olhar
Com ou sem óculos
Que comigo quer estar
Não é preciso nem adivinhar
Nem é preciso se esforçar
O amor acontece
Seus gestos teu amor descreve
Meu sonho é te ver arriscar
O medo perder
O amor viver
Ao meu carinho se entregar
O amor não é só um lance
Para vida um fôlego
Para paz um bandeira branca
Para nosso sentimento uma chance
Antonio Ferreira
PABLO PICASSO
Na tela vasta do mundo, Picasso moldou sua visão,
Um cosmos de formas e cores, uma nova dimensão.
Em linhas e cubos, ele desvendou segredos profundos,
Revelando a alma humana em seus contornos fecundos.
Sua arte é um espelho, refletindo a diversidade,
Capturando a essência da nossa própria verdade.
Cada pincelada, um eco do caos e da harmonia,
Numa dança de luz e sombra, em perpétua sinfonia.
Do azul melancólico ao rosa tão vibrante,
Picasso explorou os matizes do ser, num instante.
Na guerra e na paz, sua tela era o palco,
Onde a vida se desdobrava em cada traço, em cada facho.
Entre minotauros e mulheres em chamas,
Ele desafiou convenções, rompeu com as tramas.
No abismo da mente, ele mergulhou sem temer,
Revelando os mistérios que só um gênio poderia entender.
Picasso, visionário, mestre do olhar novo,
Em suas telas, o universo encontra o seu renovo.
Sua cosmovisão, um convite à reflexão,
Sobre a beleza e a dor, sobre a vida em expansão.
EDVARD MUNCH
No crepúsculo sombrio da alma, Munch mergulhou,
Em um oceano de angústia, onde o tormento fluiu.
Entre gritos silenciosos e rostos distorcidos,
Ele pintou a agonia de um mundo dos reprimidos.
Em cores vibrantes ou em tons de sepultura,
Munch retratou a fragilidade da nossa ternura.
Em cada tela, um eco da dor existencial,
Um reflexo da alma em busca do transcendental.
Nas noites em claro, entre sonhos e pesadelos,
Ele desvendou os mistérios mais belos.
Onde a morte dança com a vida num eterno abraço,
E a melancolia se mistura ao viço do espaço.
Entre o amor e o medo, ele traçou seu caminho,
Explorando os abismos do humano sozinho.
Em cada pincelada, uma viagem ao desconhecido,
Onde o destino se revela no olhar mais perdido.
Munch, poeta do desespero, da solidão,
Em suas telas, encontramos nossa própria aflição.
Sua cosmovisão, um espelho da condição humana,
Num mundo onde a beleza e a dor giram numa dança insana.
Ah...pensa que fico?
fico! mas por querer,
fico sim e num só grito: quero ficar longe de você!
Neusa Marilda Mucci
In Peregrino
§
Na primavera,
redescobrimos
as folhas
§
O que é puro
é também
passageiro
§
Peregrinos
de dantes
anos
Ornamento de palavras vazias, desconversas ao vento,
Tentativas fúteis de esconder o que vai por dentro.
Embelezando a superfície, esquivando-se da verdade,
Desconversas, ornamentos ocos.
A Chocolatelência de Van Gogh
Só pela arte, poderia a mulher chocolate,
Posar para o mestre Van Gogh.
Imagine, um belo final de tarde à beira mar,
O sol ainda quente, derretendo o avatar.
A modelo, graciosamente, pingando sem graça, gotas de chocolate, sob o olhar de lince do pintor, pincelando cada gota, um verso, um suspiro, uma rima, abrindo a cortina, na tela molhada de leite e cacau, obra prima.
Apenas o sol espectador silencioso, de um encontro indecoroso, um milagre, onde o pintor e sua musa, sua admiradora, sua amante, é mera fantasia.
Af 233
A Maçonaria é a
parte Místicas da
burguesia
Af 22
A violência é como a rinite,
Ás vezes você está atacado e
Propício a ela, às vezes não.
Af 987
Exatamente por não saber
O que o futuro me reserva,
Escrevo sem reservas
Af 988
O pior dos gênios,
É o Gênio por maioria de votos,
E há tantos deles. Que seu
Numero chega a igualar
Com dos idiotas no mundo
O desafio da vida é ser (no) infinito, desenhar sem borracha e "poetisar" todos os silêncios.
© Ana Cachide Praça
O Sangue pulsa e reparte,
Assim como corpo é
Morada e parte,
As cinzas são o fim,
Mas também o recomeçar
Com a mão fechada, seguro meu destino,
Com a boca aberta, solto meu grito divino,
Entre o punho cerrado e as palavras soltas,
Desvendo meus segredos, minhas reviravoltas
Todos nós vamos morrer,
É a única luz que ocultamos da vista,
Pois morrer-nos-emos, tão de repentemente.
Pensei por muito tempo que as estrelas invejava a lua,
Mesmo com tanto brilho demasiado,
Pois a lua tão solitariamente, é vista na terra dentre luzes,
Luzes exuberantes.
O sol haveria de tomar todo os instantes,
Mas aceitou a noite tão silenciosamente,
Mas tão modestamente, que o poente virou seu funeral,
Mesmo todos sabendo que poucos instantes depois,
o sol viria a brilhar novamente.
Ás vezes olhamos para quem amamos,
E dentro de nós o coração é pela primeira vez sentido,
Pois não sabemos até quando contemplaremos,
As pessoas que perguntávamos se estavámos bem.
E os nossos sonhos, até os amores, voam ao léu.
Mas em um dia qualquer,
Arrumaremos a mesa com apenas pão e café,
E as fíascas de luzes a nossa volta nos cobrirão,
Em um dendo véu...
Gosto dessa coisa de gastar em palavras
Minhas horas de deitar na verve.
Pois feito um rio eu desço boiando
Ao abismo meu, pelo dorso delas.
Flores Mortas
Ao chão que caíram, foram amadas
Ao chão frio e úmido foram tocadas
Ao chão perdem a cor sofrida e desolada
Ao chão esmorecem pelos ventos que sopram.
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