Poesia do Carlos Drumond - Queijo com Goiabada

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eu já me envergonhei da minha forma
da estética do meu cabelo
da cor da minha pele
do tom da minha voz
da cor dos meus olhos
me senti feio e estranho de uma forma desprezível
me senti incapaz de tanto por tanto tempo
me senti inferior a você
e na real eu nem sei por quais motivos me sentia assim
me senti burro
me senti fraco
me senti culpado
senti pena de mim e do que eu era
na minha ingenuidade eu era um pecador irreversível
nunca fui bom com pessoas
nunca quis ter o que essa sociedade valoriza
nunca quis ser igual a você
por isso essas roupas e esses pensamentos
sempre valorizei tanto nossas diferenças
sempre me interessei pela nossa profusão de capacidades
sempre me senti só e através disso desfrutei de mundos obscurecidos pelo meu medo de liberar meus demônios sob a luz desse dia maligno que chamamos de opressão
sinto uma pressão na sociedade que faço parte, me pressionar contra seus padrões e me espremer pra longe do que não posso ser
minha mente é maior que minha realidade
eu sou maior do que esse corpo
só que eu não expresso nem a metade do que eu sou capaz de sentir

Inserida por Elvoid

de estado estático contempla-se o caos
calmo como um inseto ao exercício de seu nicho
olhos espalhados por corpos em sinestesia
compartilho da vibração
tudo é energia que há de fluir incessantemente
o pulsar dos corações vazios
acompanharão as caixas em estresse
grave que estremece a areia
fechei os olhos...
e lá estavam sua cores em negativo
sua silhueta refletida em mim
minguante.

Inserida por Elvoid

PISA, PISA

Pisa menino, pisa...
Pisa porque se não, lhe dou uma pisa
para que possa voar nos passos
ir n'um pé e voltar n'outro
solto e leve como pássaro
rápido, como nave no espaço.

Pisa menino pisa...
E eu fico aqui com minha cisma
a muito, isso foi minha sina
voar como se tivesse asas...
Pisar como se pisasse em brasa.

Pisa menino pisa...
Não deixe o tempo lhe pisar
não se doe de bonzinho
nem ame, mais do que possa amar
porque se você não pisa
leva pisa pra respirar
e amando irão te esmagar.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

Garota dos olhos belos
Como faço para te ver?
Quando abres esse sorriso
Meu coração começa a bater

Como moras em outro Estado?
E te sinto bem perto, aqui
Vou agora, vou correndo
Para ficar pertinho de ti

Tens também nome bonito
Acredito que tem algo a ver com brilho
Porque não olhas o significado?
Espero não estar enganado

Se enganado eu estiver
Sobre sua beleza acredito que não é
Mas somente no significado do nome
Mas o brilho, este sim não some

O sentimento mais que puro
Separados apenas por um muro
Muro esse que se chama distância
Mas onde há amor, há esperança

Fiz este versinho singelo
Almejando oque eu mais quero
Não sei se achastes legal
Mas foi para ti, meu amor virtual.

Inserida por ddoff

MIL AMORES

Esse olhar que me zomba...
Terá ondas que me tromba
como bala atirada das sombras
em miragem de léguas, que me leva
como restos de dejetos, sobre a terra.

Esse olhar que me enterra...
Me colocando nas trevas, aterra-me.

... Já esse olhar... Ah esse olhar!
Esse olhar que me olha como se eu fosse
um horizonte florido...
Esse olhar me carrega sobre o céu,
me vê como diadema, e me enche de cores
Me olha cintilando como estrelas no ar
e me entorna em carinho de mil amores.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

JOÃO DO MUNDO

O João do mundo
já faltando parafusos...
Pegou o mundo furado,
bateu o seu cadeado
e jogou a chave no lago
das esperanças e sonhos...
De um mundo cheio de marca
e de um povo demarcado.

Depois saiu a rodar
pelo mundo, já cansado
rodando em passos sem fundo
e por tudo que tem no mundo
girava atrás de um futuro
de um mundo sem escuro
e de passos todos seguros.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

Papel e tinta...
(Nilo Ribeiro)

Papel e tinta,
base do escrever,
se o amor não "pínta",
verso o sofrer

dava um haikai,
e não uma poesia,
mas se o amor se esvai,
escrever vira ironia

papel e tinta,
já não tem serventia,
minha vontade está extinta,
não escrevo mais poesia...

Inserida por NILOCRIBEIRO

ONÇA SONSA

Uma onça sonsa...
Escondida na pedra
com sua roncada manca,
enquanto dorme, tonta...
Manda seus olhos de bronca
para aquilo que te afronta.

Com suas pálpebras de enfoco
jogada por cima da ires
não se atrapalha com focos
nem se enrosca em seus desvires.

Uma onça sonsa...
minguada... de sal, insossa
sem os inteiros temperos
olha o bocado fadado
já salgado em sua boca.

Se já viu, tem que pegar
tudo é seu em seu terreno
o seu bote é de amargar
sua dentada é de veneno.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

O k interessa é o k tu sabes de ti
e não o que falam e dizem por ai.
Acredita em ti um dia vais brilhar
olha para mim só tens k acreditar.

Inserida por TiagoSuil

O grito...
(Nilo Ribeiro)

Perdi meu próprio rumo,
não encontro uma ponte,
bato de frente ao muro,
não bebo em tua fonte

eu que já fui exemplo,
já fui até referência,
agora o nada eu contemplo,
sou pura ausência

não tenho o que escrever,
nem mesmo o que comentar,
depois que perdi teu prazer,
não tenho nada para amar

perdi meu caminho,
perdi minha direção,
sem carinho,
sem paixão

me renovo com prece,
a oração me segura,
tudo em volta fenece,
sou hoje a loucura

um poeta sem escrita,
é o mesmo que nada,
a sua alma grita,
mas não sai palavra

crise, agonia,
deslize sem poesia...

Inserida por NILOCRIBEIRO

Em Busca

Mochila nas costas,
mapa nas mãos.
As ruas são desconhecidas.
O olhar repentino para os lados,
busca conhecer o desconhecido.
As pessoas estão imóveis,
poucos andam pela rua
na manhã de céu nublado.
O café quente da xícara,
esquenta a alma do ser inquieto.
A mente em movimento,
ás vezes, acaba ficando dispersa.
O mapa é complicado,
não diz onde vai parar.
O objetivo fica cada vez mais longe,
e aparenta ficar cada vez mais perto.
Pausa para um café,
observando o casal na outra calçada.
Ela tem cabelos vermelhos,
eles pintam o cinza da manhã.
Por fora, ele é frio como este vento gélido,
e seus olhos demonstram o quando a ama.
Calor no coração...
O casal some, o café acaba, a conta é paga.
Olhos no mapa, rumo ao objetivo.
Pela rua, pela floresta, pela estrada
que aos lados não se vê nada.
A música que toca diz:
"Se começar foi fácil, difícil vai ser parar..."
E move o corpo que vai em busca do novo,
do desconhecido, do belo, do indecifrável.
Do objetivo que está no mapa,
que nos leva ao que aparenta ser impossível,
inconquistável.
Às adventures...

-Chris Reis

Inserida por chris_reis

INEXO

Os leões eleitos...
Rugem em seus tronos,
regem leis em suas alcovas
e chegam ao nirvana
com seus profanos planos.

Os leões eleitos...
Uma vez no comando
inicia o seu desabono...
Se propagam com a misera
dos outros, e tão logo no pedestal
entram em delírios com os ossos.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

ENLAÇO

Eu me enleio
e me entorno em arrepios,
nesse arreio...

Duas taças ao meio
rebuliços nos entremeios
de dois seios...

Eis aqui,
os desejos
do alheio.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

Meu jeito de escrever

Senti vontade de voltar a escrever, acho que na verdade esse é meu jeito de se expressar, esse é meu jeito de ser, o poder de me comunicar, na arte do saber.

Criar poesias me faz bem, acho que na verdade essa é a minha intuição, escrevendo me sinto num harém, no país da emoção.

Descarrego no papel tudo aquilo me traz inspiração, acho que na verdade esse é meu jeito de desabafar, essa é minha paixão, é a arte de me declarar com a caneta na mão.

Inserida por maxsuel_junio

IMPOSTADO

No baque do quebra mola
quebrei a mola das molas
na ingeria desse amola
valei-me Nossa Senhora?!
peguei a pedra de amolar
amolei o fio da hora.

Prejuízo a mim posto
sem gosto, fiquei insosso
e com os ossos todos soltos
dos sopapos, ai seu moço!
Aonde parou o imposto?
impostado pelos outros.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

SENHORA DAS RIMAS

Senhora poesias das quatro estimas...
Me anima em suas rimas
Alinha-me nas estrofes de baixo
assim como, as estrofes de cima...
Que essa parteira, cuida da parida
e embale em seus braços,
as filhas saídas das rimas.

Que reacenda as estrofes...
Que enfoque os fonemas,
cite coisas do sul...
Assim como as coisas do norte,
não cite a mim! Pois sempre fraco...
Passeei e passei, por longe de ser forte.

Senhora parteira das rimas...
Me ensina a parir poesia
... Me delas como crias da mina cria,
assim quem sabe... Perante as fantasia
... Minha vida um dia, existiria.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

Desemprego

Desempregos, desempregos,
Expandiu. Expandiu,
pelos quatro cantos do mundo!
Homens ou as máquinas? Máquinas!
As máquinas apropriaram dos trabalhos
dos seus espaços, dos seus sonhos
agora tornaram dona do seu sono
e dos seus passos...
Sem máquinas... Sem café, sem pão
sem roupas, e até sem compaixão.

Desempregos, desempregos,
sob as margens da vida.
Brota como se fosse,
erva daninhas, paridas, ou bombas...
A matar de fome que toma a felicidade
que tromba com a esperança
que explode e arromba...
A vergonha de quem se toma.

Inserida por Amontesfnunes

"Na hora que você pensou que tudo estava dando certo
Foi aí que você viu que não
Nada é perfeito e a poderosa imperfeição está em suas palavras
Paralisando e movimentando a sua estrada"

Inserida por luhlivia

"É nesse estilo de menina
É nesse corpo de mulher
Que sou o que eu quero ser
Não o que você quer"

Inserida por luhlivia

"Se você quiser
Eu faço o jantar
Te levo pra longe
Daquele lugar
Te dou atenção
E faço carinho
Depois de brincarmos num redemoinho
Se você quiser
Seremos o (próprio) luar"

Inserida por luhlivia