Poesia de Desabafo de Vinicius de Morais
Eu pedia devotamente ao Redentor
- na minha silenciosa súplica -
para que a eternidade
fosse o quintal dos nossos sonhos
ou um simples reflexo
das horas em que vivemos um do outro.
Para você eu escrevo sem palavras
e te dedico um silêncio profundo,
porque só o silêncio pode falar
quando as palavras não podem descrever.
Seria possível qualquer dia morrer
e ainda estar por aí a andar,
em doces palavras e no querer
d'um amigo que não deixou de te amar.
nem a mais forte tempestade
nem um brisa de saudade
nem um vendaval
destruindo árvores no meu quintal
nem furacões, nem terremotos
nem o mar ou maremotos
nem o abismo mais profundo
nem toda raiva do mundo
nem raios ou trovões
nem beijos e canções
nem um contratempo ou passatempo
e nenhum unguento
nem mesmo o carnaval
natal ou arraial
nem mesmo o tempo
e seu suave acalanto
nem mesmo o amor
nada, nem mesmo o amor
é capaz de sepultar a solidão silenciosa
que no coração do homem faz casa
Onde mais poderia estar o paraíso
senão guardado nos teus sorrisos e nos teus gemidos,
que ecoam como o bater das asas de uma borboleta
nas minhas noites de luas repentinas?
Tudo o que se tem é o agora
e cada momento será como uma ressurreição.
Darei à luz um campo de girassóis
e semearei palmeiras na lua,
para que não falte beleza e esperança.
Minha casa será um noite de estrelas,
onde as crianças crescerão descalças
e cavalgarão unicórnios.
Com um grito lançado ao vento
rebatizarei o homem de errante,
pois suas perguntas só terão respostas
na ausência do medo de tentar
e na consciência de que só se pode ser sincero.
O momento certo...
Nas voltas que a vida dá,
uma hora chega o momento da mudança,
mudança interna de cada um,
revendo certas experiências e reconstruindo outras,
é preciso reler nossa vida,
nossas obras e remontar algumas coisas.
Nessa reconstrução algumas pessoas fazem parte,
por serem figuras atuantes, ou inspiradoras,
de qualquer forma o criador de nossas ações somos nós mesmos.
Quando o momento certo chega, o coração se abre,
a esperança e a fé em algo melhor se faz presente,
vem de um sorriso, de um olhar meio sem jeito,
uma mão dada, caminhando pela rua
em um mundo novo cheio de possibilidades.
E como saber? Simplesmente acontece no momento certo.
Amorim Junior.
O uso e o abuso do amor.
O amor,
serve pra transpor,
pra superar ódio e rancor,
pra salvar-nos todos,
de mágoas e outras dores,
pra sucumbir,
lavando a alma,
vivendo novos sabores.
Mas claro!
Tem gente que estraga,
faz da palavra amor,
uma desculpa,
pra torturar,
manipular a pessoa amada.
Jogando-lhe culpas,
mentiras diárias,
misturando ternura,
com tapas na cara,
uma palavra doce,
com doze amargas,
um unhar que arrepia,
com o fio da navalha.
Por isso cuidado,
sim cuidado,
cuidado com o rancor,
cuidado com o amor.
Na raiva, tenha cuidado,
no amor, seja cuidado.
Ridículo
Que não parece muito ser poeta
Que ninguém respeita este tipo de gente
Que fazer poemas não desperta
Consideração verdadeiramente
Que quase todo moleque é poeta
E arrisca versos apaixonadamente
Mas perde esta inspiração com a época
Em que se descobre ridículo e reticente
E para quem a época não passa
E para quem permanece doente
E para quem continua em versos
Aos vinte, trinta, quarenta e sempre?
Que tarefa dura essa
Reconheço assustadoramente
Que conservei em min a pecha
Achando-me poeta ridiculamente
Ozimpio
Eu sonho com um amor,
que tenha de tudo um pouco,
seja suave e gentil
mas que tenha o seu lado louco.
Pois tudo certinho demais
vira rotina e esmorece,
quero um amor como o sol,
que dar vida e aquece.
Um amor com vaidades,
sem traumas ou ressentimentos
que seja somente meu,
dominando meus pensamentos.
Um amor invasivo e ousado
que me envolva por inteiro,
amante despudorado,
um eterno companheiro.
Quero um amor verdadeiro,
que não mude por nada ou ninguém,
um amor belo e infinito
me levando ao além...
Amor decidido e corajoso,
ardente, fiel e gostoso
desses que quase ninguém tem.
Quero um amor sem medidas
sem controle de emoções,
um amor pra vida toda,
corpo, alma e coração.
*
Quem conseguir nessa vida
um amor assim "por inteiro"
talvez encontre também
"uma agulha num palheiro"
Sobre a arte de escrever
O ofício de lidar com as letras criando o mágico
milagre de verter a emoção das palavras, creio
que seja um dos mais difíceis.
Mas eu, como uma micro aprendiz, de teimosa coloco
no papel, meros rascunhos.
Sei, nunca passados a limpo.
Para alguma coisa, para alguém por certo servirão.
Não pedi a missão, mas esta me veio sorrateiramente.
E, encontrando a porta dos fundos
entreaberta - aquela que leva ao sótão da alma,
fez ali sua morada...
Eu creio na meiga canção que sopra da aurora
E que ecoa na última lágrima de despedida
Eu creio com a mesma fé das árvores
Que se alimentam da solidão das horas
Cada dia é uma despedida
e cada queda uma ferida,
mas quem vive da busca não morre
- em tempo Deus socorre -
vai garimpar estrelas.
Falando para voce...
Amo-te, não como uma palavra saída da boca.
Mas algo que sinto dentro do coração.
Não como uma paixão, sem razão. Mas algo que cresceu, tornou-se essencial. Vital no meu viver, no meu dia a dia...
Você é uma energia.
Um colo, um carinho... Fico zangada, me aborreço. Às vezes te adivinho...
Sei tuas reações. O que vai dizer.
Se estivesse mais perto, seria tua vidente, por prever todos os seus atos...
Você gosta de me ver assim... Louca pra te amar, te ver, saborear um beijo quente, só isso: Urgente!
Não precisa esperar... Pode ser qualquer dia.
Um beijo leva cinco minutos? ...Ou sete... Ou dez... Ou mais... Ou...
Muito mais que um beijo!
Mas um beijo é o toque de sua boca na minha, sorvendo tua saliva, com gosto de você.
-Meu sabor é doce amor...
-Eu sei. E dele me embriago de paixão.
Sinto teu coração de desejo e vontade.
Minhas mãos passeiam em você... Provoco-te e te amo.
Covardia me deixar assim...
Você se fez poesia em mim.
Grácia Monte
Você me olhou e viu o que ninguém mais via,
Me fez sentir de novo o que eu já não sentia,
E eu inocente cai no que lá na frente eu descobri que era amor.
...e ainda é amor. Um grande amor.
Punhados de não,
...Em punhados de sim!
Pluma que adeja,
De tão leve,
Nem carece de brisa para sonhar...
O pobre aqui perece,
Vendo o dia amanhecer,
Desejando um último sonho sonhar,
Um dia em sol, seu amor despertar...
Os olhos da noite,
Que insiste em não acordar.
Jmal
2014-02-12
“Tens o brilho da lua no olhar, não por ser de prata seus olhos e sim por serem mágicos.”
Charles Valente
Permita então que eu te beije, pois a saudade da sua boca e meu veneno, mas a sua saliva é meu remédio.
Charles Valente
A FAIXA
O verde da faixa dos pedestres,
em um piscar, esta lá, todo verde...
Movida a água, secando de sede.
No alto do poste, piscando não cansa
ali, abre alas em seu enfoque...
O tempo todo, demarcando a esperança.
Esperança de um sonho alado, sonhado
que esta do outro lado ao imaginar...
Tudo aquilo, que se pode encontrar.
Ali, sobre o solo, tintas no asfalto...
Em duas cores como se fosse zebra
demarcando os rumos dos seus passos.
Se passa em falso... Em cores erradas
zás! Decisão, inconsequente imatura,
e a conseqüência nem sempre, terá cura.
Antonio Montes
DESENCRAVA
Palavras apenas
serenas pequenas
em tema condena
antiga arriba
decida ofensa
fala o que pensa
ouve voz tensa
xingo, reticencias.
Palavras lava,
lava a cara
leva o tapa
lavra vergonha
desentala
move a bala
move a cara
desencrava
desembala
com palavra
na senzala.
Antonio Montes
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