Poesia de Cora Coralina aos Mocos
"Meu sentimento de eventos"
E meu ser é um astro estranho, partículas minhas se desprendem e se espalham no vácuo
Oque busco afinal de contas? Ser parte do todo, medíocre por definição! Ah, sentimento nefasto.
Qual grande descoberta traria-me ao me tornar uma singularidade?
Há espaço nessa realidade para as minhas barreiras físicas quebrar, ou meus sentimentos tem finidade?
Ao invés de avenidas ou rodovias, busco vias locais, essas por si me remente à vida, ao sossego de uma tardezinha de domingo. Um romance em uma aventura excitante, na qual o protagonista vive a plenitude do impossível.
Ali sinto com os olhos tudo que poderia ser de mais profundo, me perco no pensar, no sonhar de uma vida a qual não tenho. Uma via local me lembra oque não sou, e por um breve momento eu sou outro.
"Minha eterna angústia"
Oque mais almejo é a plenitude de minha expressão,
Busco pelo aspecto genuíno que deveriam ter minhas palavras.
Meus sentimentos, pouco a pouco tomam minha figuração.
Ai de quem ousar acender a luz agora, vivo no mais profundo dos sonos, um sono desconexo de tudo que o Outro já viveu. Nesse momento a minha felicidade não é espera, ela é tempo bem gasto, sensação de trabalho bem feito, toque suave numa manhã de sábado. Perco-me pois acabei de me encontrar, não há outro sentimento além completude.
Estou onde devo estar, não me acorde agora, deixe-me sonhar.
Não somos donos de nada. Apenas administramos bens móveis e imóveis porque Deus permite.
Até a quantidade de bens, e o tempo que os administramos, é Deus quem limita
Não as coisas que acumulamos,
mas tudo que compartilhamos.
Não são os ingratos,
mas os que nos demonstram gratidão.
Não são as derrotas,
mas cada conquista.
Não é a chuva de criticas,
mas cada elogio sincero.
É o que vale viver!
"Ilha"
Ilha, de onde tiraste tamanha força? Estás aqui do outro lado dessa ponte, não te assusta essa solidão?
Ilha, de onde vem tamanha paixão? Estás aqui e teus únicos alentos são o mar e tua razão.
Ilha, não mintas para mim, sei de tudo isso e só aumenta por ti minha admiração!
Ilha, me deixe ver teus segredos, daqui só enxergo tua contradição.
"Uma ilha, uma peça"
Vim através de vias sinuosas na metade da primavera, na metade daquele estado. Como nunca antes, estava sóbrio, estava inteiro, era eu mesmo.
Não tardei em minhas considerações, era uma nova manhã para mim, o mundo todo estava de prova, o sol me deu a sua graça e o azul do céu veio como um brinde. Como um bom visitante, pedi licença, me apresentei, e desfiz minhas malas.
Explorei, admirei, escrevi oque daquela ilha exalava, dei tudo de mim, não poderia ter espaços para arrependimentos ou falhas. Fiz de mim travessia e cumpri com minhas promessas, peça por peça dei a ela os meu versos, escritas sinceras.
Mas à mim não enxergasse, nem do topo do teu forte conseguisses me encontrar. Ilha solitária, te perdes na tua razão, olha com mais calma, tuas pontes alcançariam mais que tuas mãos...
Levo de ti meu passado, oque fui e já não tornarei a ser. Serei para sempre eu, inteiro no sentir e com a coragem de não tardar. Que a Bruma seja leve e traga mais uma pétala daquele agapanthus.
O Espírito Santo Transladou Jesus ao Inabitado e o Enganador Transportou Jesus para a Colina mais Grandiosa.
Nem todo Inabitado é o Enganador que te leva e Nem toda Colina Grandiosa é Deus que te Conduz.
OS OPRESSORES
Quando eles nos cortam a palavra:
Há quem grite ainda mais alto
Ao baixo e pesado,
Como voz de mulher contralto,
Em soprano com sobressalto
Declamado:
Ninguém nos destruirá a lavra!
Que não nos levem a mal
Os opressores mal caídos,
E outros assim como tal
Iletrados e falidos
Dum bem chamado: palavra!
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 22-11-2022)
Sabadouu no sertão
Às 1:00 am. fui para o sítio com meus amigos
Marcamos de encher a cara e nos divertir
Tomamos aquela bela Schin geladinha
Para esquecermos nossos problemas e nos distrair.
Foi muita curtição e risada
E também foi inesquecível
A diversão foi bem coisada kkk
Mas depois de bêbados foi incrível
O vínculo que fortalecemos na amizade
Veio do grande momento juntos
Que foi a festa da irmandade, lealdade e felicidade
Compartilhando falas e a diversidade
As loucuras que rolaram foi diferente
Mas tudo foi muito bom e coerente
Serão segredos guardados sempre
Porque o que se faz no sigilo
Faz de tudo.
Grato pelos momentos proporcionados
São dias assim que tornam a vida mágica
Novas experiências podem ser top ou trágicas
Mas com elas vem o aprendizado
Que levamos na jornada
Para sermos diferenciados.
NA TERRA DOS ESTARRECIDOS
Lá, na minha terra, gostam de mim,
Mas muito ao de longe,
Porque ao longe,
Assim
Feito num monge,
Não lhes calco os calcanhares
Nem lhes corto os discursos,
Iguais aos dos ursos
Arraçados de muares.
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 23-11-2022)
MEU POEMA PREDILETO
O azul, a lua enfeita;
Cena feita de outrora.
Afloram horas de saudades,
Das auroras e dos poentes,
Lourejantes, em carmesim.
De tanto olhar para o céu, enfim,
O céu olhou para mim.
Percorri décadas de poesias!
Quadrinhas, sonetos, trovas,
Concretas, líricas,
Dramáticas e épicas,
Muitos metros metrificados,
Redondilhas maiores, menores,
Amores em versos espalhados!
Das rimas ricas que ouvi na vida,
Das vidas que vi nas rimas,
Em uma coletânea completa,
Esquecidos, todos os dilemas,
Abstraídos, todos os problemas,
Vem o mais belo dos poemas,
Chegou a Cora, a minha neta.
Sérgio Antunes de Freitas
23 de novembro de 2022
"Uma peça, uma paz"
Da distância logo após a travessia enxergo de uma vista panorâmica, não é Versalhes nem Jeri, mas existe uma beleza irrefutável. Observo com facilidade todos os passos que deixei para trás, consegui cumprir com meus ideais, oque me apetecia o fiz, em cada conta havia uma promessa cumprida, uma oração atendida.
Nessa cidade onde a chuva cai intermitente, percebo que o resumo da jornada fala mais sobre mim, ao que eu procurava, me encontrei onde eu não existia. A calma que me acompanhava naquele parque discreto era a única coisa minha, mas precisei ir para longe para encontra-la, longe de todo meu conforto, longe de onde eu me considerava pertencer, longe de onde julgava ser parte inerente dos meus grandes sonhos.
Agora o presente é realmente uma dádiva, uma graça não merecida, um favor me dado de bom grado. No regresso da ilha que "tinha" meu tesouro, me dei conta que a recompensa era maior do que previa, cruzar montanhas e grandes distâncias não é nada comparado a encontrar Minha importância.
De longe, hoje, me vejo melhor.
BEIJOS DO DESERTO
Ele, só lhe pedia:
- Dá-me um beijo, se não morro à sede...
E ia desfalecendo...
Aos poucos, morrendo.
E ela, ao lado dele, atirava:
- Quem vai morrer, não precisa de beijo!
Ele então tropeçou,
Aninhou,
Levantou,
E caminhou
E cada vez mais dela se afastou...
Afastou...
Mais à frente ele encontrou
Um cato no deserto,
Que depois de aberto,
A sede dele matou.
E então correu, como proscrito,
Correu pelo deserto infinito...
Já não quis o beijo que lhe matava a sede.
Depois chegou ela e viu o cato.
O cato, já estava seco,
De facto,
Mirrado,
Como um cão esfaimado.
Mas ela para matar a sede
Beijou o cato,
Pensando beijar os lábios dele
E morreu...
Do beijo.
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 24-11-2022)
Dê o melhor de si, semeia a sua melhor semente, não desista, pois com certeza a sua colheita será proveitosa, mesmo que esteja demorando.
Aguarde, algumas sementes demoram a germinar.
A maioria dos conflitos e tensões são culpa da linguagem.
Não preste tanta atenção às palavras.
Na terra do amor, a língua não tem importância.
O amor é mudo.
(DE) PRESSÃO
Eu sei que:
Quando já não ouves
A voz do vento,
O chilrear das aves do céu,
O amor a cair levemente
Da razão do teu lamento
Como se fosse um véu
De noiva de neblina
Por estrear,
Ou cavalo à solta sem crina,
Dois bailarinos sem dançar...
Eu sei que:
Quando não desvendas
O mistério do teu eu,
Como nuvem presa no céu,
Prenhe sem chuva de rendas...
Eu sei que:
Quando choras, por chorar,
Sem ritmo, ou emoção natura,
Os teus olhos só podem mostrar
No mapa do teu rosto à procura
De lágrimas secas por achar...
Eu sei que:
Sofredor amigo, quase meu irmão;
Eu sei que estamos os dois
No agora e num depois
Vivendo,
Sofrendo
E chorando,
Esta imensa (de) pressão.
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 25-11-2022)
Uma força contrária nos retiram
um do outro.
E está tudo bem, sem choro nem "amém".
A força do Universo sabe de todos os porquês. Então, calo-me e saio a ouvir
as cançõesdas folhas secas ao vento.
Sabendo que assim possoser feliz outra vez, e de outras formas.
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