Poesia Completa e Prosa
Meu viver é sem ser
Vivo o envelhecer
As vasilhas que enxuto
São minha mesa no luto
Abrigo sem teto
Vivo num céu aberto
Condenado a viver com cães
Com eles disputo os pães
Que com sacrifício encontro nos contentores
Resto de Amores
Um frio nu
Cobre meu ser na madrugada
A chuva me abraça
me pede pra ser seu brada
Não sou vijú nesse dejavú
Feridas lambidas
Do esgoto saem bebidas
As vezes fico de piquete
Sem tempo pra preparar o banquete
Imploro sua atenção
Olha-me com visão
Assim nasce um irmão
NO BALANÇO DO TEMPO
O Sol brilha,
Tão só / tão abatido,
Escondendo-se por detrás das nuvens,
Em seu trono chamado balanço...
As nuvens se aglomeram,
Roubando seu brilho,
Aos olhos da Lua,
Também / tão só / tão abatida...
Brinca o ingrato destino...
Talvez seja o reflexo,
Daqueles que brincam com a solidão.
Jmal
2013-11-28
Tudo a nossa volta continuará no mesmo lugar, nossa vida tem principio, meio e fim!
Viva intensamente cada instante, não desperdice um instante com coisas que não vale a pena gastar tempo!
Produza o melhor pra sua jornada diária enquanto ELE permitir que o fio da nossa existência não seja rompido!
Calcanhares
Lentamente os calcanhares tomavam o corpo de assalto, voltando os passos dados, como uma tentativa de retroceder no tempo. Em vão, assim como o olhar lançado ao espaço vazio, cortando os sentimentos confundidos, em alguns momentos parecia ser amor e em outros parecia apenas mais uma noite de solidão.
Não havia a possibilidade de um dialogo por menor que fosse a vontade, pois as palavras não faziam qualquer questão de confortar. Era apenas alguém, um objeto, como tantos outros, que ali se deitaram na esperança de esquentar um corpo, preencher um coração, fingir uma emoção.
Crônicas absurdas lidas ao avesso, mais parecidas com notas musicais tortas, para combinar com a imperfeição dos corpos e todos os defeitos que se tentavam esconder, mesmo com o apagar das luzes, o escuro consegue enganar os olhos, mas não consegue confundir a mente.
Não há roupa ou maquiagem suficiente, para tapar tantos prazeres que a carne, mesmo a boca dizendo não, insiste em se entregar. Pode ser um alguém, pode ter um nome ou ser dono de um sorriso, logo abandonado, logo esquecido e quando acaba a sede, por momentos se mostra triste.
Olha as paredes, observa o teto, faz criticas pela falta de organização, pela falta de bom gosto na decoração. Fala e revela para si mesmo que aquela é a única vez, a ultima tentativa de ser mais individuo vazio.
Pensa em alguma desculpa, sem a necessidade de ser convincente, apenas como rota de fuga ou ponto final. Imagina uma boa cerveja gelada esperando por você. Não se importa em saber que não haverá próxima vez.
Essa é a vida, são assim que as escolhas ditas banais são feitas, parecendo filmes com roteiros programados. Ouve um sussurro ao fundo, mesmo tentando ignorar, responde com a voz calma, para não entregar... Vai fechar a porta, não vai ligar e se o acaso ajudar, será apenas um pecado a mais para perdoar.
As marcas da mão
Escondem uma vida,
Leves toques e olhares
Disfarçam o sentimento.
Passado guardado...
Na mente, subconsciente,
Como noites e dias,
Respirados de forma intensa,
Como velhos amores...
Que chegam e não guardam lugar.
De tantos sonhos antigos
O presente persiste,
Em trazer o futuro...
Carregado pelo vento.
Ao acaso das escolhas
Quem sabe outras rotas,
Para quem deseja outras bocas,
Na procura desvairada...
Respirar a vida.
Fragrância Delicada
Das cores que encantam,
Que são tantas, tão suaves, tão delicadas,
Fantasiosas entre as sombras se escondem,
A beleza camuflar...
Que perfume delicado é esse?!
A madeixar me a alma em fluidos,
Fugindo ao vento pelo vento,
Não dizendo onde está!
Ah! Doce criança,
Que tentas o amor disfarçar,
Com os olhos distantes,
Finge não vê!
Suave perfume,
No coração se esconder,
Fragrância delicada,
...A me iludir!
Jmal
2013-12-06
EM SER
Ser!
embora não compensa
vida bela inocença
de uma vida inteira.
Ser!
um barco à deriva
olhos que me cativam
e um olhar na viseira.
Ser!
o vento que se vai
o bem que me atrai
vem pra junto de mim.
Ser!
um elo esquecido
um corpo aquecido
e um pecado por amor.
Ser!
a certeza e a verdade
um prazer e a liberdade
e um sonho de sonhador.
NOVO AMANHECER
Minhas manhãs adiadas
para o próximo amanhecer.
Desfeito os planos atrasados
à espera de um novo dia.
Partir pedindo carona
à beira daquela estrada.
Solteiro querendo um par
que a dança ficou sozinha.
Sofrem as vidas separadas
querendo o encontro de dois.
Neste sempre procurar
andam livres neste mundo.
RELEITURA
Eu sinto tanta vontade
daquela vontade ausente.
Enquanto abro outra página
o livro me faz presente.
Está no outro o que não é meu
porque o camaleão muda de cor.
Camufla na forma dos galhos
e se esconde entre as folhas.
A minha mala carregada
de saudade e esperança.
Sou mais um na lotação
seguindo no rumo norte.
Essa estrada é quem me leva
e a vontade está à frente.
Me agarro em outras linhas
relendo as primeiras páginas.
EM FORMAS
Nesse quadro eu me enquadro
Memória que aquece
O mundo é uma porta
Caminhos e buscas
Espinhos e lutas .
O porto me aporta
E o perigo me alerta
Amêndoas vermelhas
Morcegos em festa
Me olhem na sombra
Que o sol me apressa
Me abraço com as flores
Que o bem me espera.
A fama e a lama
Escamas de peixe
Da lenha o feixe.
Cabeça que pena
Menina que sonha
Soletra os seus versos
Palavras que venham.
Qual mundo encantado?
Que o Jorge é Amado
Da Gabriela faceira.
Ladeiras e pernas
Torneando a donzela
Essas curvas no corpo
Que lapida a brejeira.
SE EU QUERO
Uma vez um só querer
outra vez o meu prazer
além dessa liberdade.
Um dia eu fui embora
e um bem que me devora
antes de tudo a verdade.
Nos braços que me abraça
nas marcas da dor que passa
eu só quero um aconchego.
No dia que eu partir
não vou mais estar por aquí
quem sabe um dia eu chego.
NA PRIMEIRA HORA
Desperta-me na tua hora
que eu preciso viver.
Acordar para os novos tempos
e me imaginar no prazer.
Me leva para as coisas reais
e não me deixe só.
Meus sentimentos estão vivos
e precisa de uma emoçâo maior.
Qual primavera, a manhã brilhou
e nesse dia a natureza vive.
Sonhar em belas paisagens
e nas imagens que eu tive.
Ao que pedir, darei. Ao que ensinar, farei.
A filosofia é a maior projeção demente na face da terra, insistente apenas em ensinar o homem a pensar e não a ouvir. O oposto, possivelmente mudaria algo enquanto nada muda, porque o homem, é comicamente mais inteligente para não ceder ao que não lhe foi ensinado. Logo, a filosofia − seja ela de qual época foi ou for −, se faz ineficiente.
Estamos no primeiro século do terceiro milênio (XXI), dizendo-se ser o século da Era Cristã... mas, se os outros (XX) em nada mudou, o que me faz pensar que nos próximos mudaria?... "A natureza do homem não permite a ciência."
MINHA MENINA
Sempre que olhou para o céu
Sinto uma vontade de ter asas
voar para te encontrar
Uma vontade de possuir você
Você que me ama
Sabe o que sinto
Quando olho para o céu
Ás vezes chega até doer
As estrelas me lembram você
Tao linda,tão iluminada
Mas tão distante de mim
Perdoe-me amor
Direito do Sonhar
Chega não me digas mais nada,
Se verdade ou mentira nada mais me vale,
Vou deixar o tempo perdedor esquecer,
Sê fui feliz por um instante,
Quem se importar?!
Adentro de mais um, ...um mundo sonhar,
Mesmo que em um alhar o seu mundo girar,
Em gestos ou palavras,
Mesmo assim nunca saberás d’alma,
Deste pequeno sonhador.
Jmal
2013-12-12
O Robin Hood do seu coração
Foi no dia sete de setembro - o mesmo sete de setembro que se comemora a independência - que me vi dependente de algo, ou melhor, de alguém que nunca fora meu. No meio de toda àquela poeira que os pneus da minha motocicleta arrebataram, sua silhueta já era evidente. "Como crescera", eu pensava. E, não tinha crescido só o cabelo, os olhos, as coxas (agora, tatuada), as mãos, mas O SORRISO - com direito à letra maiúscula e tudo. Ah, ela sorriu quando me viu e, num pulo já estava de pé me abraçando, eu mal soube reagir. Tudo cheirava a morango e shampoo para cabelos tingidos, meu coração me sufocava e diminuía a cada batida, até ela me soltar. Você sabe...ela sabe que eu não sou muito bom com as palavras, mas como era bom revê-la. Ao total, se passara sete anos, o mesmo sete desse dia nostálgico, o mesmo sete que o universo fora criado. Para mim, era mais que um feriado, deveriam multiplicá-lo em dois, porque ela era a razão de todos os corações apaixonados dos dias quentes de verão. Ela fora minha paixão de verão, de férias, de mundos que - cientificamente - não podem se misturar. Eu não dou a mínima! Talvez, ela tenha sido minha primeira paixão, ou eram só borbulhões em meu estômago, enfim, só sei que a sensação era a de sapos nas tripas. Da parte dela era difícil esconder a animação de ter me visto. Da minha parte...àquilo era inesperado. Quem fica tão empolgado em me ver? Ela foi até o meu quarto e me encheu de perguntas aleatórias - na hora não percebi, mas estava tão nervosa quanto eu - e, acabei respondendo à todas monossilabicamente. Eu sentia seus olhos penetrarem minha carne, meu vulnerável corpo exposto à rainha que matara milhões com seu sorriso cheio e sua diversidade estampada. Ela não brincava em serviço, mas eu sempre fui um cara simples, e rainhas não se casam com plebeus. Se passara sete anos e, ao total não chegaram à dez visitas da parte dela, era uma pessoa muito ocupada, se é que me entende. Não quero entrar em mais detalhes, só quero dizer que o dia sete de setembro me fez ser - novamente - um bobo da corte com esperanças de - um dia - me tornar o Robin Hood do seu coração.
Lembranças
Todos os dias eu me recordo
Das coisas que não estão mais aqui
A tristeza é tão natural quanto à alegria
Ao lembrar dos muitos tesouros que perdi
E assim como o cavalo dos mares
Que não aceita jamais substituir seu par
Também sou eu e minha saudade
Minha cicatriz eterna, sempre a me judiar...
Chora o menino, filho do mundo
Sem mãe nem pai, um corpo desnudo
Rosto em lágrimas e lama
Faz do nosso chão, sua cama
A bandeira nacional, cobertor
Única companhia, desafeto e amor
Trocando a alma por migalhas de pão
Alimenta-se de nuvens, sonhos e ilusão
Sorrindo para quem lhe renega
Assiste a dita classe média
Reivindicar sua morada
As tais senhoras e senhores
choram à mesma cena nas novelas
pois a ficção não dorme em sua calçada
Deixe-me só, por um instante.
Deixe-me curtir esta solidão.
Deixe que eu respire esses novos ares,
E assim voltar ao tempo bom.
Diferente de ontem que me sufocava,
Dessa eu necessito, me acalma.
Não pesa e nem dói, liberta a alma.
Já doeu, já sofri.
Mas lutei e sobrevivi.
Agora vá e não olhe para trás.
Hoje nada tirará minha paz.
“” Se tenho que perder, que seja o medo.
Se tenho que ganhar, que sejam amigos
Se tenho que deixar, que sejam os vícios
Se tenho que te contar... Esquece é segredo.
Se ainda vou conquistar, que seja eu mesmo
Se ainda vou entender, que sejam as pessoas
Se ainda vou viver, que a vida seja intensa e prazerosa.
Se ainda vou te amar, que seja para sempre
Se o teu sorriso for meu melhor presente, que ele seja dado hoje.
Se tua mão se destina a minha, que elas se encontrem.
Se nossos corpos vão se unir, que se achem o mais rápido possível.
Se nossa vida for a dois, que sejamos mais.
E multipliquemos nossos sonhos, assim quando formos tudo,
Iniciaremos do nada
Diante da imensidão dos nossos desejos....””
.
Oscar.
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