Poesia Completa e Prosa
Há vida vivente e tem quem se ausente
Há olhar carente e tem quem não importa
Há afeto latente e tem quem não sente
Existe na loucura de ser gente... Horta
de insanidade
Neste silencioso desdém, cerrada é a porta,
a humanidade
A valia está muito além do poder
Pois até mesmo a razão é vaidade
Surdo são os ruídos mudos dum gemer
Num egoísmo posto no altar
Cambiando o amor pelo ter...
Sem ter amor para cambiar!
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Cerrado goiano
E se eu disser que ainda me sinto meio confuso ?
E se eu disser que não me achei nesse mundo ?
Tolos achando que sabem de tudo...
Sendo engandos sem se questionar
Politicos roubando
Outros se matando de tanto trabalhar
adolecentes em seus quartos
Trancados a chorar...
Seus pais tem outras coisas pra se preocupar
Ai você tenta buscar uma saida
O álcool te sacia
O cigarro te alivia
E aos poucos
Você perde tua vida
A paz
No colorido do sol poente
Nas cores que se entrelaçam
No verde de cada folha
A paz
Sentimento inominado
Da calma que abre espaço
A paz que mora na alma
E chega sem fazer anúncio
A paz
Mais que um sentimento fugaz
A paz que se demora
Nos instantes além da hora
A paz
Que mora n'alma
A paz das palavras
Que se escrevem sozinhas
A paz que me encontra
Quando dela me esqueço
A paz
Que hoje achou meu endereço.
Monalisa Ogliari
GARRA SEM FARRA
A caneca estava cheia...
Cheia trasbordando até a boca
aquela boca branca sem batom
fazendo bigode, na cor de nuvens alva
satisfazendo o semblante da saúde
realçado a cara... N'aquela manhã,
orvalhada, sem peia, sem candeia
já se fazendo alvorada.
Mas o leite estava quente...
Saído do fogo fervendo!
Com sua garra, sem farra...
Causando medo em seu enredo,
expelindo fumaça, eloqüente
Sem segredo nem arruaça,
Tudo sedo, muito sedo!
Sedo de gente,
e de esperança quente
... Temente.
Antonio Montes
Como a água esmorece a rocha
O desalento do sonhador, é de quem muito sonha, muito lhe é dado também a contrariedade. Ora como poderia ser se não assim? Seria a morte então único problema do vivo, e motivo para assim repudia - lá. Para os que sonham mais encantamento lhe é dado, mais encanta a vida.
Há também os que amam. O fel amargo dos romancistas em seus amores não correspondidos, o que lhes rasga o peito é saber a pureza dos sentimentos. E ainda há de suportar os bajuladores.
Seja qual for o seu sonho, seu amor, saiba:
Provém do sábio dizer que toda generalização é tola, pela mais simples contradição,
e provém do empírico dizer que “nunca” é tempo demais para qualquer coisa.
A Noite!
Já é noite, ainda estou pela rua
Na calçada, sentado admiro a lua.
Pois quando a vejo,
Logo me vem aquele desejo.
Que faço, componho, mas não entendo!
O porque dessa paixão,
De poesia fazer, de poesia entoar!.
Meu caderno me chama,
A escrever e pensar,
Pois hoje vai nascer,
Mais uma para recitar!
Hoje a noite é clara, lua cheia.
Hoje nasce sátira.
Prosa e poema.
Hoje nasce mistérios, e grandes histórias.
Hoje tem romance.
Literatura e loucuras.
A noite, tem versos em compasso.
Cheio de hipérboles e Descompassos.
Formo contos e desvendo casos.
Hoje tem saudade, de tempos passados,
Tempos de criança, recordados.
Tempos em que lembro dos meu primeiros passos.
A noite, não é escura e tenebrosa.
A noite, é a melhor hora para poesia e prosa.
A noite, não é fria e sozinha.
A noite, é reflexão e sonhos para melhorar o outro dia.
Uso a noite para escrever, compor e criar.
De dia vêm as ideias.
E de noite, escrevo linhas tortas, linhas retas.
A noite, é meu estilo.
Pois nela produzo com meu dom e minha arte.
Porque a noite, é liberdade não exilio!
O tempo do Tempo
Sábio amigo, aquele calado que tanto faz
E dele eu tiro os melhores proveitos da vida
É ele que nos dá tantos presentes
E que mesmo moldando marcas no meu rosto
É ele que o enfeita com um grande sorriso
E aquelas urgências só ele acalma
Paixões Ardentes ele extingue
Amores verdadeiros ele floresce
E tudo ele muda, pessoas, amores, famílias
E então ele continua, mesmo sem sua aprovação
E é por isso que sou seu grande amigo
Pois se inimigo eu for, ele continuará passando
E sem aproveitar de seu dom eu estarei, em prantos
Minha vida se transforma, meu rosto se molda
Meus amigos se norteiam, minha família aumenta
Meus objetivos se divergem e meu coração se acomoda
E meu amigo o tempo, continua o mesmo, sempre passando.
Obrigada Poeta.
Ímpar, par, singular, plural. Incoerência?! Ser oito ou oitenta?
Às vezes monossilábico introspectivo em suas palavras. Vezes prolixo querendo abraçar o mundo.
És abstrato e concreto; criança e adulto. Solitário, mas completo com as letras...
Alcança o interior de cada ser. És simples e profundo ao descrever todos os mundos.
E assim de palavra em palavra consegues alcançar o infinito...
Beija com uma frase muitas histórias de amor. Aparta com uma letra outras historias de dor. Consegue viajar e decifrar formas com palavras, melancólicas, apaixonadas, abstratas, concretas e simples. Acaricia com seus versos, prosas, poemas, poesias...
tem dentro de si um pouquinho de cada ser. Poetas das letras do abstrato e do concreto.
Não importa quais formas buscas..., Palavras em versos; em fotografias; em pinturas; em músicas..., Estas formas são que o faz impar. És eclético, és apaixonado e apaixonante.
És abençoado pelo o Dom Divino, mudando muitas histórias e eternizando-as de varias formas, acompanhado do inseparável amigo chamado AMOR. Obrigada Poeta!
Por Rica Almada
CANTE MARIA
Procure a calma na água
De manhã, ao deixar o divã
pelo alvorecer de um novo sonho,
lave os olhos para ver melhor...
Deixe a noite na bacia,
e leia os poema da vida
que lhes acompanha, todos os dias.
Cante Maria, cante...
Cante a canção de ninar
cante um blues sob o quintal azul
veja as asas a voar como nave,
acompanhe os pássaros chilrear.
Antonio Montes
Lembre-se da força do trovão
Neste momento enclausurada
Nessa tarde de frio
Com um coração de portas fechadas
Te peço que ouça o trovão
Sua força não existe em vão
Lembre-se que Deus nos ensina
Na sua natureza
Na nuvem que nos faz olhar
Para sua alteza
Para sua glória
Não precisamos ter medo
Por que Deus nos segura com sua mão direita
Olha, ouça o trovão
Sinta esse frio que acalenta
Que nos ensina que precisamos
De alguém que nos sustenta
De alguém que com amor nos alimenta
Te digo que o medo
Nos faz perder a fé
Nos faz perder o bom senso até
Queria contigo me embrulhar
Nesse frio, nesse dia de chuva
Mas, mais pesado do que o frio
Que sinto
É o frio que nos desnuda
Que é o frio que mata o coração
A insensibilidade que mata a nossa paixão
CHEIRO TORTO
O padeiro cheira pão,
cheira ovo, cheira farinha,
sal a gosto, pimenta povo...
Cheira o cheiro d'aquele odor,
açafrão... Frango, alho e galinha,
e as coisas da padaria.
Cheira o frescor da manhã,
junto ao alvorecer de cada dia,
a fumaça que exala
quarto cozinha e sala
e a cor da fantasia.
O padeiro cheira o pão
que o diabo amassou...
O fogo brando do fogão
o apagão do coração
e o cheiro torto do amor.
Antonio Montes
"E se você me perguntar, eu não vou ter nada pra dizer a você."
Além do amor
acho que, o medo também se tornou
um grande amigo.
Daqueles que tem estado comigo
a toda hora..
O medo de não ser suficiente
O medo de perder
E até mesmo, o medo de ter medo.
Mas apesar de todos eles
Ainda insisto em insistir
Mesmo que a probabilidade
Talvez, já não exista..
Há mais medo do que tudo
Menos do que amor.
E, há amor demais
Mesmo eu nem sabendo de onde veio
Ou porquê..
Talvez tenha sido um sorriso
Ou o seu jeito estranho de andar
Talvez tenha sido suas mãos ásperas
Ou o jeito que sua voz ressoa quando fala "Eai"
Quem sabe, o cabelo bagunçado
Ou a mania de falar demais sobre assuntos que eu nem mesmo entendo
Talvez tenha sido o fato de que você ama o que faz
Ou o fato de que você parece adorar ouvir músicas como se pudesse senti-las..
Talvez, seja tudo isso
Ou, não seja nada disso.
E, eu te juro que não sei
Eu queria tanto saber
Porque quem sabe assim
Eu talvez, pudesse te contar
Te contar uma boa metade da minha abundante estupidez..
Mas a verdade
É que se você me perguntasse
Eu não teria absolutamente nada
Para dizer a você...
E acredite quando eu disser que não é por falta de sentir
Mas talvez, por sentir demais.
Se soubesse o quanto eu gosto dos seus olhos
Gosto até mesmo da forma que você é um completo idiota
Certas vezes..
Gosto dos assuntos difíceis
Mesmo que quase nunca saiba o que dizer..
Gosto de como você é espontâneo e simplesmente não é
Ao mesmo tempo...
Você inteiro, rapaz
É a fonte do meu amor
E também, a fonte do meu medo.
A morada entre o amor e o medo
É quase inabitável..
Ainda assim
Não faço a menor ideia do porquê não consigo desistir de você.
Talvez, eu tenha que desistir de mim também
E eu o faria
Se você me pedisse.
Eu também lutaria
Com todas as forças
Se você me mostrasse
Que é capaz de se lembrar de mim, mesmo que as vezes...
E, se você perguntasse
Eu ia dizer que Te amo
Mas tenho tantos porquês
Que não conseguiria te explicar.
Se você perguntasse
Eu congelaria frio (ou quente)..
Se você perguntasse
Eu não teria nada pra dizer a você.
Então, por favor...
Não pergunte.
Só me diga se posso ficar..
Ou não.
Sentimento verdadeiro
O paraíso é um lugar na terra com você
No aconchego do teu abraço
No sublime olhar hipnotizante
Excelso carinho em profunda alegria
E quando chega a despedida
Amarga dor no coração sentiremos
Fulminante como um tiro no peito
Assim é esse o momento
Em que a tristeza invade minha alma
E nada posso fazer
A não ser escrever sobre você
Mais um dia se passa
Mais um amanhecer com lágrimas
E escuto aquela melodia
Uma, duas, três vezes
Duplica o meu choro
A saudade já não cabe mais
Dentro de mim
VENTOS BLEUS
Depois de danificarmos o presente destruindo
onde estávamos e azedando o mel do glorioso
futuro, todavia trilhando os sonhos do nosso ego...
Estamos indo por um caminho de rumos
chafurdados ao nada onde as nossas passadas
são apenas centelhas de invisíveis coragens.
Somos andarilho dos nossos sonhos viajando
o tempo todo para moldar os passos do futuro
almejamos realçar as pegadas da nossa
entidade e mesmo assim, não deixamos
marcas para voltar ao passado, e nem poderia
voltar pois lá, não existe nada que possa
amparar-nos no futuro. Lá no passado,
não deixamos nada para nos suprir o presente.
Acobertado pelo frio da indecisão e medo... E
agarrados aos laços da esperança, infectamos
o passado e por isso, não temos como voltar.
Não temos nada aqui, não tínhamos nada, lá...
Nada existe lá, e quando chegarmos aonde
pensamos que estamos indo, iremos perceber
que estamos no mesmo lugar e no mesmo nível
do passado. Passado do qual, não trocemos nada,
da mesma forma que não levaremos nada do
presente, pois não estamos indo para lugar nem
um, exceto pelo fato de irmos para o mesmo
ponto de onde viemos... Ponto zero, onde
nada éramos. Não levaremos nada,não adquirimos
nada mais do que consciência e sentimentos...
Todavia navegamos por caminhos de sonho
e flutuamos agarrados aos cabelos blues, da
nossa fé.
Antonio Montes
O POETINHA E A RÉGUA
O poetinha acordou
Tomado de inspiração
Quis abrir o coração
A tudo o que lhe acontecia
Quis dizer do sentimento
Da dor daquele momento
E tudo o mais que sofria
Pegou a régua o poetinha
E passou a medir os versos
Passou a contar as rimas
Que corriam no papel
E quanto mais ele contava
E quanto mais ele media
Bem mais a rima escorria
Em inspirado cordel
Mas o poetinha, coitado
Desejava ser letrado
Sonhava em ser publicado
No mais famoso jornal
E até quem sabe um dia
Entrar para a academia
E ter da sua poesia
O aplauso universal
Metrificou cada verso
Enquadrou a redondilha
Enfiou uma sextilha
Escreveu um alexandrino
E pra mostrar que era bom
Esquadrinhou cada som
Findou com um tom sobre tom
O seu trabalho mais fino
Seu poema magistral
Logo saiu no jornal
Ficou famoso afinal
E convidado à academia
Envergou o seu fardão
Seguiu toda a convenção
Mas no fundo do coração
A sua alma sofria
Era a poesia que gritava
Chorando por liberdade
Pois o poeta covarde
A mantinha acorrentada
Presa em vil estrutura
A sua essência mais pura
Perdia toda a formosura
Estava metrificada
Então o poetinha entendeu
Que o verso não era seu
E aquilo que escreveu
Não era da sua lavra
Ou era, mas não dizia
De verdade o que sentia
E que a verdadeira poesia
Não mede suas palavras
E ele jogou fora a régua
Quebrou a calculadora
E a poesia avassaladora
Lhe chegou em inspiração
Passou a noite escrevendo
E com o dia amanhecendo
O poeta foi reaprendendo
A escrever com o coração.
(Joseli Dias)
SE ACABOU
Ele foi de tal enfarte
ou na parada cerebral...
AVC levou a marte
em nave estomacal.
Dor no peito, de jeito
circulação toda tona
pressão e seus trejeito
futuro que te arromba.
A noite te foi insônia
manipulada cafeína
fantasmas e suas sombras
ao amanhã desanima.
E esse colesterol...
com a banha que arranha
saúde em bi menor
o coveiro faz barganha.
Antonio Montes
DISFARÇADO
Minhas pernas tremulas,
na taberna, beira
Inverna, anima
poemas e rimas
assina, assassina mina...
Na sina que ensina.
Sina que condena
milhares, centenas
com sua antena encima
sem pena sem medida
pela vida, plena mídia
treina, trena na despedia.
Treina, penas para cima
renas para baixo
Uma novena em março
uma trova em cacho
na arena, remo rema...
Canoa, resma remado
reinado todo cansado.
Antonio Montes
DISFARÇADO
Minhas pernas tremulas,
na taberna, beira
Inverna, anima
poemas e rimas
assina, assassina mina...
Na sina que ensina.
Sina que condena
milhares, centenas
com sua antena encima
sem pena sem medida
pela vida, plena mídia
treina, trena na despedia.
Treina, penas para cima
renas para baixo
Uma novena em março
uma trova em cacho
na arena, remo rema...
Canoa, resma remado
reinado todo cansado.
Antonio Montes
TABAQUE DA SAUDADE
O tempo sob meus dias
esvazia a revelia
bom dia... Boa tarde!
Meu amor, quanta saudade!
Me invade, quando de balde
Frenesia, frenesia... Quem diria!
que um dia, de saudade
... Eu morreria
O tempo sob meus dias
as lembranças são escape
e no tabaque da verdade
coração pulsa aos baque.
Antonio Montes
SOBRE MESA
Sobre mesa,
sobre a mesa...
Jogo sobre toalha,
palha, pala empala,
que me valha a peleja
com framboesa...
E com frutos grená de cereja.
Sobre a mesa...
Essa prosa,
que me empolga,
empalha e me embala
talha-me, e coalha a cara...
Nessa minha vida de farra.
Sobra a mesa...
Minha galha,
escangalha a minha falha
a vida então me baila
e sentimentos me ampara.
Antonio Montes
✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.
Receba no seu WhatsApp mensagens diárias para nutrir sua mente e fortalecer sua jornada de transformação.
Entrar no canal do Whatsapp- Relacionados
- Poesia de amigas para sempre
- Poesia Felicidade de Fernando Pessoa
- Poemas de amizade verdadeira que falam dessa união de almas
- Poesias para o Dia dos Pais repletas de amor e carinho
- Poesia de Namorados Apaixonados
- Primavera: poemas e poesias que florescem no coração
- Poesia Felicidade de Machado de Assis