Poesia Completa e Prosa
Aventura
Dois passos ja não no mesmo lugar
espaço pendo a porucura
um passo e talvez quero voltar
os passaros poe-se a cantar
aventura...
loucora...
tontura...
sinto meu peito fora do lugar
longe da doce loucura
onde quero estas
doce aventura
vou me aventurar
dois passos
ja nao sei se vou caminhar
tenho em terna aventura
mas hoje de casa nao vou me afastar
Onde esta?
Foi a assim!?
Proucurei mas não encontrei
onde esta os velhos livros
onde esta os velhos discos
ah! eu proucurei
no gurda roupas
na estante
no armario
ate mesmo na geladeira
eu porucurei
Foi assim?
onde vc escondeu?
talvas na escrivaninha
ou na gaveta do biro
proucurei no forno do fogão
Foi assim!
onde voce deixou?
nas nuvens
no ar
ou de baixo do colchão
eu proucurei!
e muito tempo depois encotrei
quase de baixo...
mas nao da comoda ou do armario
ou ate mesmo do fogão
eu procurei
e encontrei
Na bagunça do cofre do peito
Diz-me duas palavras
(Amor: sentimento insano)
O vento o tocava, era algo que lhe incomodava: o vento assanhando os seus cabelos, amarrotando suas roupas já amassadas, jogando respingos d’água em seu All Star preto, mas se conformava com o vento, pois era algo que lhe recobrava o fôlego.
Só mais uma tarde vazia como todas as outras, tentando definir uma direção qualquer, foi quando os olhares se cruzando por dentro de todos os demais e vindo em sua direção o atingiram, como um rifle carregado com balas sem som, tocando toda estrutura móvel em sua direção. Um tremor repentino, algo o acertou e ele sentira tudo aquilo como se fosse verdade. Sentindo o fim de tudo, Mr. Jeck não sabia o que lhe impunha aquele ar goro, insolente, que o deixava em cárcere privado, com força abaixo de um, onde o padrão habitual é um milhão, não sabia o que era, mas queria se livrar de tudo aquilo e tentar voltar ao padrão.
Não sentia mais o mesmo sentimento insano que antes o tocava loucamente. Mr. Jeck estava anormal, louco para que aquela troca de olhares se findasse, queria ver logo o fim daquela guerra. Então virou a cabeça na direção oposta para tentar livrar-se dos tiros sem som aos quais olhara antes, causando à Sophia pequeno desconforto, pois ela não sabia o motivo do movimento logo após a troca tão intensa de tiros sem som. Mr. Jeck saiu em passos lentos ouvindo a musica que em seu ouvido dizia:
“THIS IS THE END OF THE WORLD TO ME...” (este é o fim do mundo para mim).
Passos eternos, quase intermináveis, em direção ao nada, tocando o chão, com pouca vegetação, que se colocava a sua frente. E a cada momento se afastava mais do seu rumo, deixando Sophia para trás e seguindo em direção ao nada.
O vento o tocava, era algo que lhe incomodava: o vento assanhando os seus cabelos lisos, amarrotando suas roupas já amassadas, jogando respingos d’água em seu All Star preto, mas se conformava com o vento, pois era algo que lhe recobrava o fôlego.
Parecia que tudo aquilo era para sempre. Queria chegar logo ao fim de tudo, não queria sentir pensamentos insanos, tentou apressar os passos, mas para Mr. Jeck aquilo parecia uma caminhada de vinte quilômetros.
Já cansado de todo aquele sentimento que o aprisionava, parou, pensou em voltar e olhar nos olhos verdes de Sophia e falar-lhe toda a verdade, tudo o que ele sentia e pensara naquele momento, só queria expor sua insanidade, mas se lembrava dos dois longos passos que tinha de voltar, e isso o deixava perplexo, imóvel, no mesmo estado que Sophia.
Virou lentamente a cabeça, via o vento derrubando as folhas já secas pelo tempo, via todas aquelas aves voando sem asas, viu os anjos contemplando a imensa beleza de Sophia, parados em qualquer lugar. Mr. Jeck sentia-se frustrado por ter iniciado toda aquela loucura, e nesse momento já tinha perdido todo o controle, não sabia o que fazer.
Com o corpo já todo virado em direção à Sophia, tentou falar, mas era em vão, estava sufocado pelos tiros que havia tomado há pouco.
Ficou parado observando e contemplando a imensa beleza perfeita de Sophia, que mais parecia esculpida à mão, podendo se perceber cada detalhe com nitidez.
Há supostos vinte quilômetros de distância podia descrever perfeitamente o que via em Sophia. Os olhos brilhavam como se fossem de vidro, como duas estrelas, solitárias e melancólicas, com toda a imensidão que as rodeavam num findar de tarde. Seus longos cabelos lisos mais pareciam uma queda d’água interminável e cristalina, as curvas de seu corpo perfeitamente corretas, como jamais vistas em um corpo feminino.
Os anjos que há todo momento observavam a solene beleza de Sophia, sem sequer sair um minuto de sua presença, faziam tudo parecer ainda mais belo e difícil de encarar, não era simples para ele.
Ao tentar dar o primeiro passo para trás, não conseguiu, estava preso ao sentimento insano, se encontrava sufocado pelos tiros do olhar solene de Sophia, então, se recordou de algo que poderia recobrar-lhe o fôlego, o ar em volta, que alguns segundos atrás o incomodava, respirou fundo, e, enfim, foi solto, conseguiu dar aquele primeiro longo passo, e lembrou-se de tudo que se passara até ali, como se fosse um filme reprisado em câmera lenta.
O vento tocando-o, os respingos d’água em seu velho All Star, já gasto por dois longos passos, tudo aquilo outra vez, mas agora será diferente, está destinado a expelir aquela bomba que tanto o incomodava. Mas o som era falho e ele não queria tentar refazer os destroços depois da explosão.
Olhou subitamente nos olhos dela e levou outro tiro sem som. Hesitou e decidiu voltar os dez quilômetros restantes, deixar explícito todo aquele sentimento insano, toda essa dor que comprime o seu peito ia ter que sair. Tentou reunir o resto da mísera força que ainda havia dentro de si.
Então, algo o tocou, fez-lhe ver que Sophia não era aquilo que achara ser. Olhou subitamente nos olhos de dela, enquanto tudo o que pensava passava em sua mente como um filme.
Não mas hesitou e, enfim, conseguiu expor o que estava sufocando-o, uma simples pergunta:
“Sophia, diz-me duas palavras?”
Ela imóvel como sempre, com todos aqueles anjos ao seu redor, pois sua beleza era tão sublime que os anjos rodeavam-na, docemente o respondeu:
“AMO-TE.”
Mr. Jeck imóvel com tal resposta pensou:
“Então isso que é um sentimento insano?”
Em seguida Sophia o fez a mesma pergunta:
“Mr. Jeck, diz-me duas palavras?”
Ele respondeu:
“DEIXA-ME!”
E como antes, Sophia está do mesmo jeito, imóvel, com todos aqueles anjos ao seu redor.
Mr. Jeck outra vez virou-se como quem fosse sair, e em seu ouvido ainda tocava a mesma musica:
“THIS IS THE END OF THE WORLD TO ME...” (este é o fim do mundo para mim).
Tirou o fone do ouvido, e o mundo ao seu redor correu outra vez normalmente, como antes, e todo aquele sentimento insano fugira de Mr. Jeck, como os anjos que estavam ao redor de Sophia. Virou-se e voltou à realidade, foi quando ao longe ouviu uma voz que dizia:
Ei Mr. Jeck, você esta ficando louco?
Deixa essa ESTÁTUA ai e vamos embora.
Autor: Kenny Anderson da Silva
Mr. Jeck
Revisão: Admilson Lins da Silva Júnior
Agosto de 2009
SONETO DO ALTO DO AMBÃO
Do alto do ambão, brada este soneto
Do coração, em saudação e de intento:
De saúde, paz e bem, e contentamento
No tempo de confraternização e afeto
Partilhando ao irmão real sentimento
Onde se possa se doar por completo
Ser soma em um propósito concreto
Amigo e, de zelo como complemento
Daqui solenemente um doce prometo
Do querer ser mais no menos avarento
No nosso humano modelar irrequieto
Por fim, o abraço, apreço em advento
Num gesto de carinho como objeto...
De festejo do amor como bom provento
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
Dezembro, 2016
"" Tive a ousadia de sorrir, chorando
a alma percebeu a distância e renunciou
lavou-se, pediu liberdade
mas o coração maquiado, pronto para a festa, sucumbiu
e a face perfeita,modelada pela pintura da felicidade, borrou
como maquilagem que sai levada pela água,
foi-se o sonho, ficou a certeza
irei sorrir, chorar borra a maquiagem..
ACASO (soneto)
Onde será que o cerrado começa
Ou cá termina as minhas miragens
Será a minha ilusão em mensagens
Ou o começo do fim que cá cessa?
Da saudade fiz pranto e roupagens
Dos sonhos viagens que atravessa
As quimeras na vida sem promessa
Porém, queria era outras paisagens
Como no fado o tempo é remessa
E na pressa se perde as bagagens
Cá fico, e cá minha alma confessa
Quem sabe, cá tenha boas aragens
Tecendo o sertão no quebra cabeça
E o acaso segui pra outras paragens
Luciano Spagnol
Dezembro, 2016
Cerrado goiano
NO MEU PINHEIRO (soneto)
Os verdes galhos do meu pinheiro
Ornei com cada nome dum amigo
Assim, num cordão de luz eu digo:
- És presente, presente por inteiro
Não importa a distância, está comigo
Na lembrança, no afeto companheiro
No estar fraterno e, muito verdadeiro
Aqui no peito em morada, eu testigo
Noutros ramos, saudades, num cheiro
Das ausências - o céu hoje o seu abrigo
"In memorian", - cada momento faceiro
Minha árvore de Natal, o amor bendigo
Com fé, gratidão, ao coração certeiro...
A ti amigo, que na amizade é querido!
(Pra cada amigo, um abraço neste cancioneiro...)
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Cerrado goiano
Dezembro, 19, 2016
TARUMÃ
Não me sangrem
por favor
as sangas
da minha infância.
Deixem que sigam
seu rumo
vadio e vário
de rio avulso.
Que ora esparrama
por sobre as pedras
espuma branca
e ora em derramas
de sede ardente
ao sol se entrega.
Vai sanga avulsa
vai rio menino
ao teu destino.
ADEUS ANO VELHO
Adeus ano velho, expirou a validade
Voam esperanças em papel picado
Brinda presságio de boa verdade
O amor flutua querendo ser amado
Busca van da chave do tempo, vaidade
Lembranças empacotadas no passado
O hoje já é ontem, numa total rapidez
A vida na estupidez buscando culpado
De novo, e novo, o novo, assim outra vez...
Luciano Spagnol
Dezembro, 2016
00'01"
Cerrado goiano
Chapéu
Que cobre a careca,
Ou cobre a cabeleireira toda despenteada.
Chapéu.
Que cobre os pensamentos,
Dessa gente que vive, a pensar sobre a vida.
Chapéu
Que disfarça a dor
De alguém que recusa nos olhar bem nos olhos.
Chapéu
Que esconde amores
E até mesmo temores, de não ser correspondido.
Chapéu
Que esconde a tristeza
E até mesmo a incerteza de ser novamente feliz.
Chapéu
Que é só pra dar charme
Ou pra esconder do sol quem caminha na estrada.
Chapéu
Que não se importa com os milhões do rico,
Ou com os centavos do pobre.
Chapéu
Que não escolhe bonito ou feio,
Nem raça, nem cor.
E o povo que passa na rua comenta e aumenta
Dessa gente que leva a vida
Debaixo de um chapéu.
Ah, o intrigante Chapéu
O povo até imagina,
Mas no fundo, só a gente sabe,
Quanta coisa cabe, debaixo de um chapéu.
SONETO EM VERSOS
Versos! Reversos! Sei lá donde estes universos
Partes de mim, pedaços submersos, olhar
Ou os vozeados da imaginação a cantarolar
Grunhidos complexos dos sonhos diversos
Será que são as trovas do amor a soluçar
Nos sorrisos, lágrimas, nos momentos adversos...
Ou oportunos? Versos!... tão presentes e tão dispersos
Porém, sei lá! Será sempre verso a se revelar
Dos meus, se são versos, são do coração emersos
Desfiados em contos, talvez, ou apenas amar
Minha forma de ter os sentimentos extroversos
Assim, versos que são versos, estão sempre a desafiar
A inspiração, nos anversos, controversos e nos inversos
Do poeta, nos bons e perversos atos d'alma a apartar...
Luciano Spagnol
Dezembro, 2016
Cerrado goiano
JARDIM
O jardim na alma é planejado
Em projeção de afeto e amor
Cada flor e arbusto plantado
Por dentro o igual a compor
Se assim não for, imaculado
Os jardins não vão ter cor
E tão pouco um traçado...
Brotam estéreis e sem autor!
E passear neles é privado...
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
2016, dezembro
TINTA E PINTA
Maria da tinta
que pinta...
Pinta uma pinta,
uma pinta de tinta
ela pinta com tinta.
Pinta, trinta,
cento e trinta
com pinceis e rolos
com paletas e trinchas.
Maria da tinta
todavia distinta
pinta com a tinta
a sua pose e pinta,
Maria da tinta
pinta.
Antonio montes
ARPOAR
O meu barquinho de papel
sem rumo, se foi ao vento
nas nuvens do mar e do céu
remando pelos sentimentos.
Plainou pela imensidão
no fluxo com pétalas de flor
barquinho, esse meu coração...
navega no pulsar do amor.
Sem vento, parou no tempo
e no cais d'essa tempestade
ancorou meus sentimentos
na proa da densa saudade.
Então, joguei a tarrafa no ar
para afagar o peito meu
peguei, paixão com amor
nos beijos que você me deu.
Antonio Montes
DE VEXAME
Ame e de vexame...
Escreva nas nuvens
pinte seu amor no arco-íris
ao vento...
Se molhena chuva
sem guarda-chuva,
viagem o tempo todo
em sentimento
sorri, sorria ao momento
grite alto ao palco da vida
sonhe pelos pensamentos.
Faça versos à janela
sinta não estar sozinho,
desencante aos braços d’ela
cante como passarinho,
encante com seu voar
no jardim todo orvalhado
semeie flor em seu amar
e desabroche de amor
e tenho o mundo
em seu sonhar.
Antonio Montes
LEVEZA
No derradeiro, se percebe no fado:
que a solidão contém partida e vinda
as lembranças fitas em laços, atado
a lua na solidão tá sempre na berlinda
a madrugada não é grande nem pequena
que o possível no possível pode ainda
que a saudade é frágil como uma pena
e que as coisas mais leves, tem cheiro,
que a van filosofia prescinda...
Luciano Spagnol
2016, dezembro
Cerrado goiano
Quinze de dezembro
Autor: Sinvall Simões
Hoje é um daqueles dias
Que o sol brilha mais forte
Mudam do sul para o norte
As estrelas por suas vias
Cada ano cheio de alegrias
Coração descompassado
Feliz por ter você do lado
Relembro seu nascimento
Movido pelo sentimento
Dentro do peito arraigado
Criar um filho exige mestria
Para no futuro ter seu lugar
E o melhor da vida saborear
Fiz tudo usando sabedoria
E se preciso de novo faria
Cumpriria assim meu papel
Aos princípios serei fiel
Para viver sem empecilho
Dei bom nome ao meu filho
Escolhi te chamar de Raffael
Orgulhoso pelo seu gosto
Com o meu se assemelhar
Gosta da cultural popular
Com mulheres vive disposto
Fazendo carinho no rosto
Para dali seguir adiante
Tratando como diamante
Essa maravilha da natureza
Por isso afirmo com certeza
Com você tô sempre confiante
No profissional foi certeiro
Eu queria e você se tornou
Advocacia Criminal abraçou
Uma atividade de guerreiro
O ofício vai além do dinheiro
Faz isto por muitas razões
Honra o sobrenome Simões
Que com amor eu te dei
Ao teu lado sempre estarei
Para tudo em todas ocasiões
Tocando seu coração | Sinvall Simões
Eu sei que não devia fazer
O que tô fazendo agora
Sentado em tua calçada
Depois que me pôs pra fora
Sei que tem seus motivos
Te deixei magoada
Admito fui pra gandaia
E só voltei de madrugada
É que a carne é fraca
O coração é cafajeste
Mas juro que o meu amor
É maior que o que tu me deste
É que a carne é fraca
O coração é vagabundo
Mas juro que o meu amor
É o maior que existe no mundo
Perdoa amor
Tem compaixão
Eu sei que cantando aqui de fora
Estou tocando seu coração
Perdoa amor
Não faz assim
Eu sei que cantando aqui de fora
Você vai voltar pra mim
Coração caipira
No meu coração caipira de estuque
Olho a vida e abraço com a tradição
Conto causos, estórias com emoção
Pois sou o cheiro caipira deste chão
Assim vou, assim sou, sou mineirão
Caboclo apreciador de moda de viola
Que não vive sua alma presa em gaiola
Se esbalda no cerrado e na fazendola
Troca o sapato pela botina meia sola
Coração caipira, gabola, sem truque...
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Sou eu
Eu sou o desigual do cerrado
torto
árido
de morro lascado
pelo fogo queimado
rebrotado
na menor das chuvas.
Sou descampado
só tenho nas mãos as luvas
que escrevem o traçado
das rimas em melancolia
iguais a do cerrado
poetadas na poesia
de um plebeu.
O cerrado sou eu...
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Cerrado goiano
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