Poesia Completa das Borboletas

Cerca de 36811 frases e pensamentos: Poesia Completa das Borboletas

⁠Eu não ligo mais para o Cupido ,
sempre que percebo - mando embora ,
e com sua flecha de enxerido ,
não quero papo, estou fora !

Inserida por neusamarilda

⁠DIA DO MÉDICO

Médico tem função
amplamente social.
Trata o povo, devoção,
cuida de quem está mal.
Prescreve medicação
ao doente no hospital.

Inserida por RomuloBourbon

⁠MARCO LITERÁRIO

Aponta o dedo
com a ponta do lápis.
A sua chave conectiva
exclui uma parte.

Cunha à vista
o movimento sintaxe e
reivindica o permanente dito.

Falsifica em crase
Fecha-se lacrado
Acusa-o lacrativo.

Literato práxis,
insinua diminutivo
e tende a achar ridículo
tudo que não é de praxe.

Inserida por clareanna_santana

⁠SAUDADE DE CASA

D’onde o sol corta a neblina.
Daquelas curvas acentuadas.
Deste barro em que sou carne.
Da terra indígena roubada.
Das linhas que marcam o asfalto.
Do mato que beira a estrada.
Das terras preenchidas de pasto.
Do deserto verde que desmata.
Dessa mistura de suas falas.
Das velhas cordas do violão.
De todo amor que nos embala.
Daqueles versos de sua canção.

Inserida por clareanna_santana

⁠Sou a pintura da tela
E também a do papel
Já fui uma vez de aquarela
Hoje mal tinto o pincel
Em verniz eu fui muito bela
Afável com cor de céu
Reluzente e até singela
Mas indigna de qualquer troféu.

Inserida por Evellynn

⁠Maculei o seu corpo perfeito com minha existência vil, resultado do caos mental em que se encontrava... Seu maior fracasso, confiar em mim, e não obstante me permitir segundas chances, chances que por ego eu trucidei.

Ainda na destruição causada pelo meu ser em seu ser, por vezes foi seu abraço amigo que mudou meu olhar distorcido sobre o que entendo do viver, e ainda que o sol me queimasse pra fora da sua pele, almejaria eternamente mais um abraço.

Não seria surpresa me odiar, e se odiar por mim, já que tentei consumir a sua imagem, mas porque mesmo com todos os assombros, você ainda não me exorcizou? Não posso ser considerado um amigo, mesmo já tendo almejado seu amor, e ainda que morra comigo, ou que sofra minha dor, serás meu herói invencível, um que graças ao seu Deus, me adotou.

Inserida por Evellynn

⁠⁠O céu
Posso flutuar como uma águia
Posso flutuar como avião
Mas se não tiver asas
Tenho um céu magnífico na cabeça
Pra sonhar, pra imaginar
Pra almejar se chegar
No céu do infinito, no céu do paraíso
Sem limites, mesmo com os pés no chão
Para quem olha pra cima e sonha alto
Não há caminhos para pernas paradas
Não há esperança para mentes travadas
No céu moram os anjos para nos abençoar
O céu traz esperança pra caminhar
O céu traz o horizonte pra se enxergar
Quando suas cortinas de nuvens se abrem
Decreta um novo dia que irá começar.

Inserida por netomontana

Pandemia

O único proveito da pandemia
E o crescimento real.
Melhora a própria Vida,
E o todo. Porque; cada um,
é parte do todo.
Se não; é apenas uma penitencia
Coletiva, que o tempo se encarregará
De apagar. Porque, Vida e transformação,
só existe no agora.

Marcos fereS

(em tempo de corona)

Inserida por marcosviniciusfereS

às Musas não interessam
drenagens, deixam alagar livremente
com o que sobrevém: a água do instante
subjectivo

quando o poeta era uma fera luminosa
e Veneza, sobre a laguna, a porta para o Levante
com seu tráfego de peregrinos imateriais – que também traziam
as laranjas douradas, a seda, a musselina
porcelanas, aço, pimenta
incenso e alívios

a cidade detinha um colégio de sábios
que sabia, em dialecto próprio, ser a magia
este palácio mergulhado nos silêncios
meio submersos

e que apenas a ciência da leitura paulatina
poderá ser o escafandro glotal e sinal que soltará
da grosseria eloquente

o espanto oculto do poema

Inserida por pensador

NEM TANTA COISA DEPENDE

preferes o canto, o lugar oculto
a folhagem, a sombra, o quarto, este
saco de trigo: ouro de um texto
sobre a velha escrivaninha do real

lá fora o clarão do arvoredo
atalhos para a tingidura da paisagem
cá dentro menos caminho, outro

panorama: a presença tão-só
desabitada de uma pessoa, mistério sem
atributo ou função

sempre a desfeita de um coração
o cultivo intensivo das figuras
e sobram tristeza e dias ao corpo que escreve
no calabouço de uma manhã muito larga

reluzente de gotas de mel
enquanto os gatos lambem o sábado
e sentado, sapo de ouro, permites-te pôr no mundo
(mas porquê) outro poema

Inserida por pensador

ardia de amor pela casa
uma confusão de silêncios ou
dizendo de outro modo
afundava-se numa líquida recordação cardíaca
ocultos pólen pólvora fósforos
a má reputação dos dedos
paixão cartografada remota
toponímia de enganos
braço a braço crescia alto
o incêndio no interior do peito
deliberado ritual de lâminas e pele
a transparente certeza
da cicatriz
mas ardia de amor pela casa soturna
silêncio dando para o saguão luz muitíssimo
extinta por sobre a larga extensão destruída
morrer, principalmente de amor, é
uma compendiosa tarefa doméstica
dentro do coração antigo
serei breve

Inserida por pensador

DEPOIS QUE ME PARTI

ilustração chã do planeta
pouco préstimo teve este aguaceiro

reservatório de enganos
em tão opaca agra e degredo, a poesia
escuríssima nuvem no-la encobre

nula grandeza a de um texto
vai pelas gentes com uns chorados
mais leves que ao vento canas

em que trilho, com que rastro
por que abertas

mal ter vindo, mal ter ficado

Inserida por pensador

Todos os dias o rio é um violino sangrando muito. Constante negócio de navios interiores.
Tomar a rédea do teu nome ondulando pela tarde, circunscrevendo a luz. Eu, o medo, um negócio de importação de angústias. O amor é uma arma rude — moeda de troca de antagonismos ínscios. Um comboio de cansaço.
Devo dormir — garantir que o rio não arrasa a casa.

Inserida por pensador

É o meu delírio sempre a horas certas dentro de um aquário híbrido. Estranhar ser pessoa. Estranhar ter crescido. Ter de ser crescida. Sem pele. Coleccionadora de vestidos que não posso vestir.
É incrível como a torre pode cair.
Devia, antes de saber se caio, demolir um assunto grande. Só para assistir à cadência. Como com as estrelas, mas sem desejar.
Não vai doer. É só uma luz muito aguda.

Inserida por pensador

A minha esperança é azul. Propagação. Níveis do Inferno.
Flores de Jacarandá no chão.
Gostava de me decifrar. Perdi o relógio, perdi a caneta, não perdi o anel. Ele arde-me.
Era isso! A faísca. No caos, a faísca. Tu. Não esquecer.
Fazer ver a leveza da tempestade. Até doerem os dedos. Até chorar. Até rir. Até dormir descansada no teu peito azul.

Inserida por pensador

Não há corpo igual. Não há cheiro nenhum no mundo que colmate o meu vício por ti. Não há tragédia igual. Drama incorruptível.
O tamanho de tudo, encaixe perfeito, a dimensão do conjunto e a distância entre opostos.

Inserida por pensador

permanecem estáticas as pontes do boassú
as pontes da boa vista
tivéssemos dinheiro vontade
compraríamos pão
mas essa casa de velhos
tão próxima ao campinho
onde torcidas formigas
vibravam milhões
essa casa aos olhos
congela mangue
manga e tijolos
houvesse gana cimento
pegaríamos a br 101

Inserida por pensador

tua corda prende a primeira hora
e retira da carne minha
o trato das tuas crianças
se não tomasse o nome do meu olho a planta
teu feitiço não funcionaria
trato tua terra com patas largas
que me dão caroços
e fruto à tua burocracia
se não tomasse o nome do meu olho a planta
teu feitiço não funcionaria

Inserida por pensador

a garça
estrangeira parque d’água
equilibra-se
na madeira arcada
de mangas
tece
de curva e pescoço
o ninho estranho
atrás da casa toda
água é lama
e a deusa
branca
torna-se galho
pelos calcanhares
o pássaro olha
a criança que rasga coxas
caule acima
atrás de rasgar a pele da fruta
depois de seis meses de espera
os bichos se encaram
o pássaro firma, cúmplice
sabem
que é papel dos velhos
cochilar durante os furtos

Inserida por pensador

caranguejo
retroescavadeira
na areia preta

acanto
estrutura espinhosa
sobressalente no corpo crustáceo
serve
para risco traço fosso aberto
na areia preta

entre lama
e fuzileiros navais
um caranguejo
de carne pouca
pra tanto lodo:
ilha das flores

casa
de um caranguejo magro
e fuzileiros navais

ela
ferida preta
fosso aberto
entre peito e útero
a carne pouca
pra tanto lodo

Inserida por pensador

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